A rodar XLIV

Mister W escreveu:

Olá José Miguel!  
Esse é de facto um trio de respeito com muitos anos de estrada e gravações...  

Quanto ao néctar, bela escolha! A Casa Santos Lima tem conquistado umas nomeações interessantes. Por ex: o Colossal Reserva que está entre os 100 melhores de 2017 da "Wine-Spectator". Mora por cá (mais) uma pronta a ser decantada...      

Abraço

Boa tarde Mister!!

Agradeço essa, mais essa dica, porque Colossal só conheço o Branco e da mesma casa o Santos Lima Reserva Branco (este é superior ao Colossal Branco e recomendo). Como agora ando mesmo voltado para os Tintos, as suas palavras vieram mesmo a calhar.

Entretanto e em jeito de momento relaxante, rodará um álbum que por estes lados tem dois grandes admiradores. As construções dos Sigur Rós atingiram uma grande maturidade e isso nota-se na forma como aproveitam cada nota até ao limite. Não se perde nada, tudo tem significado!


Sigur Rós - Valtari...

Alexandre Vieira escreveu:

Rain Tree Crow é o nome do álbum e do grupo resultante da reunião dos músicos originais da banda de new romantic Japan: David Sylvian, Mick Karn, Richard Barbieri e Steve Jansen. A maioria do material foi escrito como um resultado de improvisações do grupo. Não houve pré-ensaios. As improvisações tiveram lugar em estúdio de gravação e boa parte do trabalho terminado contém elementos originais destes desempenhos; todos gravados entre setembro de 1989 e abril de 1990. O Allmusic destaca ainda que, como guitarristas envolvidos nas sessões, estiveram os músicos Phil Palmer e Bill Nelson. O site Davidsylvian.net cita também o uso de um programa de computador, aplicado por Steve Jansen nas músicas.

Segundo o site oficial de David Sylvian: "tendo introduzido a improvisação em aspectos de sua escrita e composição, como a música "Steel Cathedrals"[1] e os dois álbuns gravados com Holger Czukay[2][3], David seguiu essa abordagem ainda mais com a formação original do Japan sob o nome de Rain Tree Crow. Uma mistura de trabalho vocal e instrumental deste álbum permanece, de todo o material criado com esses músicos, o favorito de David. Gravado em vários locais de toda a Europa em 1989, o CD foi lançado em abril de 1991" pela Virgin Records.

In Wiki

É um disco enorme.

Ao longo dos anos há discos que vão e não voltam; outros há que vão e voltam... e depois há aqueles que nunca vão (nem hão-de ir) e permanecem religiosamente na prateleira, para serem re-visitados, claro está. É o caso do Sr. Sylvian, do irmão e companhia e dos seus projectos paralelos.

Só há um que não consigo encontrar. Trata-se da colaboração com o Stephan Mathieu (Wandermüde de 2012 ou 13?). Fica a dica. Se alguém o tiver e quiser vender... Até lá, tenho que me contentar com o não-fisico.

José Miguel escreveu:

Boa tarde Mister!!

Agradeço essa, mais essa dica, porque Colossal só conheço o Branco e da mesma casa o Santos Lima Reserva Branco (este é superior ao Colossal Branco e recomendo). Como agora ando mesmo voltado para os Tintos, as suas palavras vieram mesmo a calhar.
...

Ops, só me estava a referir aos tintos... pois os brancos só uso para acompanhar as Senhoras (no ofense).

Quanto ao Colin Stetson, o que dizer (?)... Um músico impar que veio trazer uma nova abordagem ao desempenho do saxofone (e outros). Por vezes parece electrónica - devido à tensão e carga ambiental - mas não é. Antes de passar por Lisboa, tocou no GNRation em Braga e depois no Tremor (festival) nos Açores...

Entretanto, o mesmo já tem alguns seguidores como o Julius Gabriel (actualmente a residir no Porto) e que toca regularmente por essas paragens. Se houver oportunidade, a não perder.

Manhã de chuva, vamos lá viagar ao som da senhora Alice... Para este não são necessárias muitas palavras, apenas deixar o conselho de o ouvir.


Tão bom, com tudo a que o Jazz de inclinação mais "espiritual" tem para nos oferecer.

anibalpmm escreveu:

Prezado anibalpmm,

Gosto muito da obra de Geninha. Infelizmente, tem maior reconhecimento no outro lado do Atlântico...

Com melhores cumprimentos,

O nec plus ultra da regência orquestral vulgo direcção de orquestra, na viragem do sec. XX para o XXI...




O saudoso Carlinhos KLEIBER, finado vai fazer 15 anos...  

Ghost4u escreveu:

anibalpmm escreveu:

Prezado anibalpmm,

Gosto muito da obra de Geninha. Infelizmente, tem maior reconhecimento no outro lado do Atlântico...

Com melhores cumprimentos,

Realmente não sou um grande apreciador da obra dela, só tenho este disco que até gosto bastante

anibalpmm escreveu:

Uma espetada de grandes clàssicos

Mister W escreveu:

... Só há um que não consigo encontrar. Trata-se da colaboração com o Stephan Mathieu (Wandermüde de 2012 ou 13?). Fica a dica. Se alguém o tiver e quiser vender... Até lá, tenho que me contentar com o não-fisico.

Gosto muito do Mathieu … muito menos do Sylvian, mas se buscas esse disco a discogs e amazon marketplace téem alguns até ném muito caros

É um disco maravilhoso

Já tinha saudades de colocar este a rodar.

o último da noite

O Bestial Beck tem neste disco uma das suas melhores obras. Solto, aberto e cheio de musicalidade.

Mais um dia cinzento e para aproveitar um pouco da tarde, vai rodar um álbum que veio à memória pela conversa que aconteceu no outro tópico (sobre Prés...).

Buon Vecchio Charlie é um excelente exemplo do Progressivo que nos chegou de Itália, também é um bom exemplo para testar a resposta do sistema. Há momentos de quase silêncio, com notas a aparecerem de um fundo que se pretende vazio, mas depois também há momentos onde aparece toda a formação a tocar e é bom perceber que há por ali vários instrumentos e não uma amalgama de sons.

O Fabuloso álbum de estreia dos 4 outros fabulosos de Liverpool.

Um grande senhor, cavalheiro e com um enorme coração.

Alexandre Vieira escreveu:

Já tinha saudades de colocar este a rodar.

Alexandre Vieira escreveu:

O Fabuloso álbum de estreia dos 4 outros fabulosos de Liverpool.

Não são os meus albuns preferidos de ambos os grupos mas em todos os casos pela escolha !!!

TD124 escreveu:

Alexandre Vieira escreveu:

Já tinha saudades de colocar este a rodar.

Alexandre Vieira escreveu:

O Fabuloso álbum de estreia dos 4 outros fabulosos de Liverpool.

Não são os meus albuns preferidos de ambos os grupos mas em todos os casos pela escolha !!!

No caso dos Interpool gosto mais do primeiro disco.

Já com o Echo acho que este está a par do Ocean Rain.

Este disco tem se destacado cada vez mais cá em casa.

Como gosto deste álbum.

A minha recomendação para esta noite.

Colocar o disco a tocar sem lhe limpar o pó, para nos lembrar que estamos a ouvir um disco.

Abrir uma garrafa de "Sem Reserva" da Casa Santos Lima.

E sorrir a cada nota do tinto e da música.

A Casa Santos Lima está em grande por aqui... Têm sido feitas algumas boas referências as seus vinhos.

Quanto aos álbuns que por aí rodam, só se pode esperar coisa boa, afinal com esse Pré o que se podia esperar!?!

José Miguel escreveu:

A Casa Santos Lima está em grande por aqui... Têm sido feitas algumas boas referências as seus vinhos.

Quanto aos álbuns que por aí rodam, só se pode esperar coisa boa, afinal com esse Pré o que se podia esperar!?!

parece-me que essa do Pré é veneno para uma caldeira com todos em breve. Caro José Miguel eu tenho verdadeiramente receio do pessoal de Camarate, já vi um deles a comprar uma célula tão barata que o vendedor chorou-se toda noite. E atenção que foi o vendedor que fez o preço.

Veneno!?! Que veneno!?!

Por mim podem marcar a próxima batalha para aqui, em campo neutro a coisa será mais justa.

José Miguel escreveu:

Veneno!?! Que veneno!?!

Por mim podem marcar a próxima batalha para aqui, em campo neutro a coisa será mais justa.

Para a caldeirada temo que escolher outro vinho

Alexandre Vieira escreveu:

… No caso dos Interpool gosto mais do primeiro disco.

Já com o Echo acho que este está a par do Ocean Rain.  

Complétamente de acordo no que diz respeito aos Interpol … jà no caso dos Echo, é pessoal mas continuo (e sempre foi assim) a ter uma relação priveligiada com o Ocean Rain, apesar desse imenso Crocodiles e mesmo do pouco badalado mas virtuoso Heaven Up Here !...

Belas coisas que andas a ouvir

Sugestão para a noite.

É bom sim senhor!

É um dos disco tenho que mais gosto. Comprado ainda na Discoteca Melodia.

Um disco seminal e outro muito interessante … belos apontamentos

TD124 escreveu:

Um disco seminal e outro muito interessante … belos apontamentos

Ora viva!
Esse "The Shape of Jazz to Come" é qualquer coisa... e o "Lonely Woman" em particular continua a deixar-me com pele de galinha. Um tema que corrobora inteiramente o que esse "monstro" disse um dia: "Jazz must be free!"

Por aqui roda este da mítica (e camaleónica) banda de Nova Iorque...
Á semelhança dos restantes da trilogia (e de outros desta fase mais drone), um disco com uma energia muito particular. Criatividade e tensão parecem ser as palavras-chave para a criação de uma ambientalidade impar; dificil de igualar.

Swans - The Glowing Man (2016, Young God Records YG58, USA)

PS: Para os apreciadores/seguidores da banda, vai passar no festival Indie Lisboa o documentário "Where Does a Body End?" em estreia mundial. A não perder...

Mister W escreveu:

(…) Esse "The Shape of Jazz to Come" é qualquer coisa... e o "Lonely Woman" em particular continua a deixar-me com pele de galinha. Um tema que corrobora inteiramente o que esse "monstro" disse um dia: "Jazz must be free!"

Entre o "The Shape of Jazz to Come" e o "Change of the Century" no que me diz respeito, que venha o diabo e escolha !!!... ambos para mim são seminais, e mesmo mais do que o "Free Jazz" nmho !...

Quanto à frase "Jazz must be free" puz-me sempre a questão se por "free" ele pensava em "livre" ou "gràtis" … ambas as expressões são pertinentes e explicam fenomenos socio politicos do incio dos 60's !!!...

Longos dias merecem terminar com um belo álbum a rodar - rima e é verdade!

Jorge Palma começou a sua carreira logo com um enorme álbum, curiosamente não é muitas vezes partilhado por aqui - não é apreciado ou é um daqueles que é vítima da raridade e preços loucos!?!

Aqui por casa roda de quando-em-quando e é escutado com atenção. Belas letras são acompanhadas por instrumentais que lembram o Rock Progressivo de outras bandas, nomeadamente aquele estilo algo "funky" dos Gentle Giant.

Jorge Palma - Como Uma Viagem na Palma da Mão (1975)


"Agarras-te à hora em que o tempo não passou
Mergulhas nas cores que a loucura te emprestou
E quando te vês para lá do espelho
Encontras a solidão.

Descobres o mundo de quem tem pouco a perder
E sobes às estrelas que ontem não podias ver
E perdes o medo de estar só
No meio da multidão

Tradições
Atrás de contradições
Fizeram-te abrir os olhos
Podes dizer: eu sou."

Tão bom!!!

TD124 escreveu:

Mister W escreveu:

(…) Esse "The Shape of Jazz to Come" é qualquer coisa... e o "Lonely Woman" em particular continua a deixar-me com pele de galinha. Um tema que corrobora inteiramente o que esse "monstro" disse um dia: "Jazz must be free!"

Entre o "The Shape of Jazz to Come" e o "Change of the Century" no que me diz respeito, que venha o diabo e escolha !!!... ambos para mim são seminais, e mesmo mais do que o "Free Jazz" nmho !...

Quanto à frase "Jazz must be free" puz-me sempre a questão se por "free" ele pensava em "livre" ou "gràtis" … ambas as expressões são pertinentes e explicam fenomenos socio politicos do incio dos 60's !!!...

Pois é Paulo... parece que o termo "free" pode ser alvo de várias conotações ou interpretações mas confesso que nunca me tinha ocorrido essa do "grátis"...    
As duas correntes mais comuns são de facto o estilo musical (a principal nmo) e a relação com o periodo de luta pelos direitos civis.

Talvez por isso (em relação ao estilo) haja mesmo quem não goste da denominação "Free Jazz" (ex: Peter Brotzmann) por achar pouco abonatória e de certa forma reveladora de uma total anarquia e falta de disciplina (sobretudo técnica). Outros há que nunca se identificaram com a denominação "Jazz", como o Miles Davis...
...mas tudo isso vale o que vale e o mais importante é, sem dúvida, La Musique(!) e aquilo que ela desperta nos nossos sentidos.

Este foi, segundo consta, o disco onde se fala do termo "Free Jazz" pela primeira vez. Um disco invulgar (tecnica, conceptual e musicalmente), gravado em 1960 com 2 quartetos numa sessão continua de improvisação livre (ou quase). Para ser consumido com moderação...

The Ornette Coleman Double Quartet ‎- Free Jazz (1961, Atlantic SD 1364, US)

Nusrat Fateh Ali Khan

The late Nusrat Fateh Ali Khan is one of the key artists on Real World Records and certainly one of the most influential. His voice is universally recognised as one of the great voices in musical history and he was key in bringing the Qawwali music tradition to the Western world.
Qawwali is a form of Sufi devotional music popular in South Asia, particularly in areas with a historically strong Muslim presence, such as southern Pakistan and parts of North India.
Nusrat Fateh Ali Khan’s legacy has enraptured millions across the globe with his magnificent and haunting voice. In his lifetime he collaborated with many Western musicians, including Peter Gabriel, Eddie Vedder and Michael Brook. His vocals appeared on soundtracks to films directed by Martin Scorsese, Oliver Stone and Tim Robbins.
‘Seminal’ is a word which often gets overused when describing great works of art but it is directly applicable to two of the albums he recorded for Real World Records, both of which were collaborations with Michael Brook: 1990’s Mustt Mustt and 1996’s Night Song. The latter was nominated for a Grammy, and was described by Billboard as ‘a work of great beauty… an album for the ages, defying genre and solidifying Khan’s stature as one of the world’s pre-eminent singers.’
In 1993, the late American singer-songwriter Jeff Buckley described Nusrat Fateh Ali Khan as ‘my Elvis.’

NUSRAT FATEH ALI KHAN (1948-1997)

Já tinha saudades de rodar este disco que é muito do agrado cá de casa.

E já lá vão 18 anos desde que foi lançado.

Para acabar a noite em grande.

Este California do Perry Blake é um daqueles discos que deve estar sempre à mão. Cria em qualquer casa um excelente ambiente.

Para tudo, beber, conversar e até dar beijinhos na Senhora do lado.

... Não esquecer de confirmar se a senhora do lado gosta... Eventualmente só lhe apetece beber.

José Miguel escreveu:

... Não esquecer de confirmar se a senhora do lado gosta... Eventualmente só lhe apetece beber.

Alexandre Vieira escreveu:

E já lá vão 18 anos desde que foi lançado.

E porque razão chorar ???... o Requiem de Mozart foi escrito em 1791!!!... e o Kind of Blue jà tém 60 anos !!!...

O Amnesiac é ainda um puto ... mas o Kid A é muito mais potente nmho !!!

Alexandre Vieira escreveu:

... Este California do Perry Blake é um daqueles discos que deve estar sempre à mão. Cria em qualquer casa um excelente ambiente. ...

O Perry Blake roda regularmente na casa da madame TD124 e ela possui um inclinação muito especial em relação ao The Crying Room e sobretudo ao sumptuoso Broken Statues Live no Cirque Royal em Bruxelas ao qual ela assistiu (a felizarda!!!)  

Quém sou eu para contradizer a Madame ... e o concerto admito, é absolutamente fantastico, é divino mesmo !!!

Álbum controverso da The Wolfgang Press

Existe quem o ame e quem o odeie.

Eu cá gosto e não é pouco dele.

Por falar em álbuns mal amados.

Fica este que é o 20.º da longa e brilhante carreira de Bowie.

É um disco com temas poderosos em que o génio renasce das cinzas como artista individual depois da sua passagem pela Tim Machine.

É o último disco de Bowie que conta com a participação de Mick Ronson o brilhante guitarrista que o acompanhou em muitos trabalhos.

Talking Heads - More Songs About Buildings and Food

Sem qualquer controvérsia este é um dos mais brilhantes trabalhos dos anos 70.

O refinado trabalho das guitarras é no mínimo genial.

Uma das letras mais emblemáticas do disco:

The good thing


will fight; will fight with my heart.
I will fight; will fight with understanding.
In my mind, the weather never changes
Skill overcomes, difficult situations.
A straight line exists between me and the good things.
I have found the line and its direction is known to me.
Absolute trust keeps me going in the right direction.
Any intrusion is met with a heart full of the good thing.
Try to compare what I am presenting.
You will meet with much frustration.
Try to find ... similar situation.
You will always find the same solution.
As the heart finds the good thing, the feeling is multiplied.
Add the will to the strength and it equals conviction.
As we economize, efficiency is multiplied,
To the extent I am determined the result is the good thing.
So I say:
I have adopted this and made it my own:
Cut back the weakness, reinforce what is strong.