Clube da "Rodinha" aka Idler's

Bela partilha Paulo! Aí está um daqueles que um dia gostava de ouvir.

Creio que deu para perceber quanto pagamos pelo nosso Lenco, também ficou claro que provuramos pacientemente. Se quisessemos um Lenco por um Lenco, sem que pesassemos os prós e contras e estivessemos disponíveis para pagar 300€ ou mais o caminho teria sido muito mais curto. Mas não é nisso que acreditamos, simplesmente não é! (Refiro este valor porque é normal ver à venda por aí... Há uns três anos já apareciam em Portugal por esse valor...)

Quando o Paulo colocou a questão eu fiquei surpreso, porque acredite que se tivesse os tais 300€ pensaria bem no que comprar... Ora, como não os tinha tive que pensar ainda mais!!!
A escolha do Lenco foi racional, já tinha dito isso, ainda que não negue o facto de gostar muito da história de um gira-discos barato que pode evoluir - metamorfose!


O mesmo se aplica ao resto, queremos muito evoluir nas colunas, mas está mesmo complicado. O site de anúncios já o conhecia e já o tinha procurado... Uma vez que vamos aí lembrei-me de procurar para ver se aparecia algo, mas não encontrei. Limitei a busca à zona de Carcassonne.

A oportunidade aparecerá, creio que tivemos alguma sorte com o amplificador que se porta bem, mas sabemos que os quarenta anos de vida do Pioneer SX-880 se fazem notar. Ainda assim, creio que as colunas serão mesmo o elemento a mudar.
Com outras colunas este amplificador portou-se bem (mais uma vez tendo em conta o que custou...)!


Portugal tem um mercado pequeno e os preços espelham esse mesmo mercado, procurar com calma é um princípio que sempre seguimos. Há mercados mais activos onde trocar e experimentar é mais simples, mas aqui isso não acontece! Ainda assim, acredite que já demos pequenos passos...


Ah! O Paulo disse ainda uma coisa que me deixou a pensar... Sem adjectivos para me qualificar: eu quero ouvir bem um álbum gravado, não troco de equipamentos pela beleza deles. Se um álbum tem um suspiro gravado eu quero ouvir, se tem um toque de dedos na madeira eu quero ouvir, ... Não confunda as limitações que assumo com falta de interesse em ouvir melhor.
O exemplo do Lenco: quando chegamos com ele a casa ouvimos mais e melhor, não é pecado afirmar isso e nem estou a afirmar que chegui ao final da linha.

José Miguel escreveu:

Bela partilha Paulo! Aí está um daqueles que um dia gostava de ouvir. ...

Basta aproveitar da estadia no pais càtaro !!!

TD124 escreveu:

José Miguel escreveu:

Bela partilha Paulo! Aí está um daqueles que um dia gostava de ouvir. ...

Basta aproveitar da estadia no pais càtaro !!!

Bom dia!

Agradecemos a generosa oferta, o Paulo tem aí peças cheias de história casadas com outras que estão a fazer/construir a sua história!

Ainda é o "Inferno" que aquece as Tablette ou...?

Sei que aqui não é o espaço, mas ficam os parabéns pelo "enFase", ou como se diz por aí:
Pour le «enFase», équipement capable de élevait les Can à outre nivèle, capable de la mieux accentuation.

Abri o youtube para procurar umas amostras de um álbum que procuro (Triode - On N'a Pas Fini D'Avoir Tout Vu) e na primeira página estava um vídeo que me despertou interesse:

É um rodinhas, pelo que percebo da explicação é um rodinhas com ajuda de "belt" tal como o Thorens...
Eu não conhecia, fica a partilha.

José Miguel escreveu:

... É um rodinhas, pelo que percebo da explicação é um rodinhas com ajuda de "belt" tal como o Thorens...

È o PA2 da Neumann que foi um dos primeiros giras da marca como dizem no video...


... o Braun PS1000 também é um hibrido roda correia !!!

Braun PS1000 ou mesmo o PS 500 são gira-discos que gostava de ter. Não pelo som, que dizem ser bom, mas por serem peças de design industrial do grande génio Dieter Rams.

TD124 escreveu:

José Miguel escreveu:

... É um rodinhas, pelo que percebo da explicação é um rodinhas com ajuda de "belt" tal como o Thorens...

È o PA2 da Neumann que foi um dos primeiros giras da marca como dizem no video...


... o Braun PS1000 também é um hibrido roda correia !!!

Tal como o Philips GA230 (que eu tenho)


E tambem alguns Telefunken

Milton escreveu:

...Tal como o Philips GA230 (que eu tenho)


E tambem alguns Telefunken

Então tens coisas dessas e não dizes nada ... toca a botar faladura !!!

Abraço

José Miguel escreveu:

... Ainda é o "Inferno" que aquece as Tablette ou...?

Sei que aqui não é o espaço, mas ficam os parabéns pelo "enFase", ou como se diz por aí:
*Pour le «enFase», équipement capable de élevait les Can à outre nivèle, capable de la mieux accentuation.

Não tinha reparado nesta frase, pois às vezes leio em diagonal as coisas...

Não, o inFa(e)rno està emprestado então actualmente é este que aqueçe as Tablette !!!...


È menos altivo mas mais seductor... questão de gosto e obrigado pelo enFase, voçês vão escutà-lo e nesse momento me diram se mereço ou não os parabens...

*Vejo que começa a se preparar para a estadia no pais do Voltaire... très bien !!!

TD124 escreveu:

... o Braun PS1000 também é um hibrido roda correia !!!

Adoro o Braun
Só pelo aspeto pq infelizmente nunca ouvi nenhum

TD124 escreveu:

Milton escreveu:

...Tal como o Philips GA230 (que eu tenho)


E tambem alguns Telefunken

Então tens coisas dessas e não dizes nada ...  toca a botar faladura !!!

Abraço

Está , como o TD135, o Lenco L75/ortofonAS212 e o Garrard Synchro Lab 95b, á espera de melhores dias para ser resgatado para um local digno onde consiga ter tudo á vista á mão de semear...

anibalpmm escreveu:

TD124 escreveu:

... o Braun PS1000 também é um hibrido roda correia !!!

Adoro o Braun  
Só pelo aspeto pq infelizmente nunca ouvi nenhum

Ao vivo também não, mas no ebay já vi vários á venda, mas é raro. Maquina lindíssima.

António José da Silva escreveu:

anibalpmm escreveu:

Adoro o Braun    

... no ebay já vi vários á venda, mas é raro. Maquina lindíssima.

O Beogram 3000 também era bonito, e é um rodinhas conhecido... mas, o braço acho-o magnifico

TD124 escreveu:

José Miguel escreveu:

... Ainda é o "Inferno" que aquece as Tablette ou...?

Sei que aqui não é o espaço, mas ficam os parabéns pelo "enFase", ou como se diz por aí:
*Pour le «enFase», équipement capable de élevait les Can à outre nivèle, capable de la mieux accentuation.

Não tinha reparado nesta frase, pois às vezes leio em diagonal as coisas...

Não, o inFa(e)rno està emprestado então actualmente é este que aqueçe as Tablette !!!...


È menos altivo mas mais seductor... questão de gosto e obrigado pelo enFase, voçês vão escutà-lo e nesse momento me diram se mereço ou não os parabens...

*Vejo que começa a se preparar para a estadia no pais do Voltaire... très bien !!!

Bom dia!!!

Começando pelo final... queria eu estar preparado para uma boa conversa em francês, mas não estou. Deixei de ter contacto com a língua muito cedo e agora é muito complicado.

Vamos ao que interessa, acaba de deixar a imagem de um ilustre com outra roupagem e um que nunca tinha visto, ainda que já tivesse lido sobre ele aqui no Fórum.

O seu amplificador, que confundo sempre (é o projecto desenvolvido para o seu filho!?) também tem, acho sempre incrível como algo tão pequeno pode fazer tanto.

Num GD idêntico a este, costumava ouvir - na casa de uma amigo meu - um disco, que nunca consegui arranjar. Melanie Safka, "Madrugada".

Uma das melhores vozes femininas que já ouvi Já lá vão mais de 40 anos



Na contra-capa do disco havia um pequeno texto que dizia, mais ou menos isto (cito de memória): "A sudoeste da europa, existe um pequeno país, onde os pescadores começam as suas lides logo ao raiar da primeira luz de cada dia. A essa hora lhe chamam de 'Madrugada'". Referia-se a Portugal

Belas partilhas, de ambos!

Por momentos esqueci-me de tudo, ouvir a bateria de Alphonse Mouzon em Trilogie - Live, com Albert Mangelsdorff e Jaco Pastorius é incrível!
Fica o rodinhas a trabalhar!


Ao rodar para a Face B é que bateu aquele pensamento: ai se eu tivesse melhor isto e aquilo, tinha mais deste grande álbum...

Goansipife escreveu:

Num GD idêntico a este, costumava ouvir - na casa de uma amigo meu - um disco, que nunca consegui arranjar. Melanie Safka, "Madrugada".  ...

Amigo Gonçalo, se està numa de nostalgia, ném o disco é caro... ném mesmo o gira !!!...


È verdade que às vezes hà instantes que se cristalisam no nosso espirito... e nunca mais esqueçemos !!!

TD124 escreveu:

Goansipife escreveu:

Num GD idêntico a este, costumava ouvir - na casa de uma amigo meu - um disco, que nunca consegui arranjar. Melanie Safka, "Madrugada".  ...

Amigo Gonçalo, se està numa de nostalgia, ném o disco é caro... ném mesmo o gira !!!...


È verdade que às vezes hà instantes que se cristalisam no nosso espirito... e nunca mais esqueçemos !!!

Muito Obrigado

Goansipife escreveu:

Num GD idêntico a este, costumava ouvir - na casa de uma amigo meu - um disco, que nunca consegui arranjar. Melanie Safka, "Madrugada".   ...

Dois dias antes do ano novo de 2007 a minha mãe telefona-me para me dizer que o meu unico irmão tinha falecido brutalmente. Desemparado sento-me e vejo (como por acaso) o album Johnny Cash III-Solitary Man que estava pousado no chão contra o movel hifi. Nessa época o meu 124 tinha um braço Rega com uma célula Grado Master-1 o que lhe dava uma sonoridade muito terrena e quase teatral. Agarro no disco e puz a faixa I see a darkness, pois a escuridão era a unica coisa que eu também via nesse momento. A voz profunda, cavernosa, fatigada e lugubre do grande Cash, transformou-se no espaço desse instante o mais belo dos Requiem para o meu Mano !!!... Ficou gravado e é uma historia de rodinhas também...

Essa é uma história de vida, de rodinhas... Sim, a vida dá muitas voltas e é importante saber manter o equilíbrio.
É uma história à volta da música, uma forma de Arte, como as restantes aliás, que além de interpretar o Mundo permite a cada um encontrar-se no Mundo.

Que tudo continue bem!

TD124 escreveu:

O Beogram 3000 também era bonito, e é um rodinhas conhecido... mas, o braço acho-o magnifico

Isso é um gira simplesmente belo.

TD124 escreveu:

Dois dias antes do ano novo de 2007 a minha mãe telefona-me para me dizer que o meu unico irmão tinha falecido brutalmente. Desemparado sento-me e vejo (como por acaso) o album Johnny Cash III-Solitary Man que estava pousado no chão contra o movel hifi. Nessa época o meu 124 tinha um braço Rega com uma célula Grado Master-1 o que lhe dava uma sonoridade muito terrena e quase teatral. Agarro no disco e puz a faixa I see a darkness, pois a escuridão era a unica coisa que eu também via nesse momento. A voz profunda, cavernosa, fatigada e lugubre do grande Cash, transformou-se no espaço desse instante o mais belo dos Requiem para o meu Mano !!!... Ficou gravado e é uma historia de rodinhas também...

A musica acompanha-nos por toda a vida e em todos os momentos, nos mais belos e nos mais dolorosos. Eterniza pelo lado positivo e ampara nos restantes. Faz-nos lembrar livros lidos, amores que nos consumiram (por bem querer), lugares e sensações. Acompanhou-nos em adolescentes onde todos passamos por tempos difíceis e de mudança e onde a musica eram sempre um grande refugio.
Para mim, é o verdadeiro alfa e o omega.

António José da Silva escreveu:

TD124 escreveu:

Dois dias antes do ano novo de 2007 a minha mãe telefona-me para me dizer que o meu unico irmão tinha falecido brutalmente. Desemparado sento-me e vejo (como por acaso) o album Johnny Cash III-Solitary Man que estava pousado no chão contra o movel hifi. Nessa época o meu 124 tinha um braço Rega com uma célula Grado Master-1 o que lhe dava uma sonoridade muito terrena e quase teatral. Agarro no disco e puz a faixa I see a darkness, pois a escuridão era a unica coisa que eu também via nesse momento. A voz profunda, cavernosa, fatigada e lugubre do grande Cash, transformou-se no espaço desse instante o mais belo dos Requiem para o meu Mano !!!... Ficou gravado e é uma historia de rodinhas também...

A musica acompanha-nos por toda a vida e em todos os momentos, nos mais belos e nos mais dolorosos. Eterniza pelo lado positivo e ampara nos restantes. Faz-nos lembrar livros lidos, amores que nos consumiram (por bem querer), lugares e sensações. Acompanhou-nos em adolescentes onde todos passamos por tempos difíceis e de mudança e onde a musica eram sempre um grande refugio.
Para mim, é o verdadeiro alfa e o omega.

Muito bem verbalizado!

Obrigado Td pela partilha desse teu momento tão intimo.

De facto este "grupo" é mesmo especial!

A música de facto é muito importante neste espaço, aglutina-nos em torno de algo, mas as amizades que aqui se geram são ainda mais!

TD124 escreveu:

Dois dias antes do ano novo de 2007 a minha mãe telefona-me para me dizer que o meu unico irmão tinha falecido brutalmente. Desemparado sento-me e vejo (como por acaso) o album Johnny Cash III-Solitary Man que estava pousado no chão contra o movel hifi. Nessa época o meu 124 tinha um braço Rega com uma célula Grado Master-1 o que lhe dava uma sonoridade muito terrena e quase teatral. Agarro no disco e puz a faixa I see a darkness, pois a escuridão era a unica coisa que eu também via nesse momento. A voz profunda, cavernosa, fatigada e lugubre do grande Cash, transformou-se no espaço desse instante o mais belo dos Requiem para o meu Mano !!!... Ficou gravado e é uma historia de rodinhas também...

Tem graça o Paulo, falar desse disco do Johnny Cash, que também tenho.
Se alguém, por acaso, me perguntar qual o pior álbum do Cash, de repente e sem pensar, eu diria Johnny Cash III, esse. Ora isto não é totalmente pensado, aliás e em abono da verdade, eu gosto de todos os álbuns que tenho dele. E tenho quase a discografia completa.

Mas este impulso tem uma razão. Não oiço música propriamente em estado solitário, mas a maioria das vezes, tal é facto, pois, quando chego a casa do trabalho ainda trago algum trabalho e fecho-me no escritório a trabalhar. Sempre que vou à parteleira buscar um disco, sai-me muitas das vezes este álbum e outras tantas que o volto a arrumar sem o colocar no prato.

A canção, não só pela letra, mas também pelo sentido e pela interpretação é tristíssima, ora reparem...

https://www.youtube.com/watch?v=-OVHnWyDmdw

António José da Silva escreveu:

... A musica acompanha-nos por toda a vida e em todos os momentos, nos mais belos e nos mais dolorosos. Eterniza pelo lado positivo e ampara nos restantes. ...

Hà pouco tempo atràs escrevi um texo que era dirigido a um topico que queria criar, e um dos extractos do texto era isto:

Se sei muito bem porque gosto de musica, jà me é muito mais dificil de dizer a razão do meu gosto pelo audio. Talvez pelo facto de ser o veiculo que me transporta até à musica, ou pelo fascinio secréto que os aparelhos exerciam quando era jovem, ou simplesmente pela ideia de pensar que esses objectos que me procuravam tanto prazer à escuta… deviam possuir no fundo uma espécie de alma, ou um « Tchi » como os asiàticos acreditam.

Na segunda feira (como de hàbito) tive um bom amigo que veio passar uma parte do dia comigo. Apòs um pouco de conversa, dou-lhe a escutar nos Cans uma faixa do Tord Gustavsen Trio que gosto muito e que é Eg Veit I Himmerik Ei Borg (No céu hà um castelo...) que é um tradicional do folclore norueguês. O tempo de cortar um pouco de paio e de abrir uma garrafa... volto à sala e vejo o meu amigo com a cabeça nas mãos e làgrimas a rolar no rosto. Inquiéto-me e pergunto-lhe se tudo vai bem ... ao qual ele me responde que sim, mas simplesmente nesse dia nevoento a musica levou-o para lados melancolicos e lembranças sentimentais...

Ao contrario do que tinha escrito no meu texto, acho que é por estes momentos que aprecio tanto o audio...

Goansipife escreveu:

...
A canção, não só pela letra, mas também pelo sentido e pela interpretação é tristíssima, ora reparem...

https://www.youtube.com/watch?v=-OVHnWyDmdw

È bem verdade e venho de escutà-la o que me levou a outro musico maldito da américa... e uma canção que me acompanhou nas muitas e muitas reviravoltas da minha vida ...


Boa escuta...

De cada vez que abro este tópico e leio o que aqui se vai partilhando lembro-me deste outro criado pelo Paulo:
https://www.audioanalogicodeportugal.net/t10330-a-volta-da-musica?highlight=%C3%A0+volta

Aqui em casa sempre pensamos que o Tópico não iria ter grande desenvolvimento, apesar de tudo é preciso coragem para partilhar momentos que têm mais de pessoal do que outra coisa.

Existem muitas histórias à volta da música e algumas foram aqui partilhadas, não sei se para todos funciona da mesma forma, mas para mim escrever funciona como uma espécie de "catarsis" e sempre que escrevi alguma coisa nas várias folhas brancas que andam pela casa fiz-me acompanhar de um "ruído" de fundo. Nesses momentos não escutava música, mas ela acompanhava-me... de tal forma que aconteceram já as mais variadas peripécias...

Deixo mais um exemplo... vai ao encontro de muitas conversas que já aqui (no Fórum) tive com vocês; espelha a forma como penso e como acredito que é possível conhecer...

O sol raiava, os raios passavam por entre os ramos da laranjeira, furavam a paisagem e chegavam até junto da janela do quarto com uma intensidade que permitia o olhar directo para cada folha e fruto da árvore. Era engraçado como uma árvore permitia que os olhos estivessem bem abertos e a fixar tudo o que o sol acendia com todo o seu poder de luz.
Enquanto fixava um fruto que mudava de cor, ainda verde mas a pigmentar-se de cor-de-laranja, o menino encostado à janela do seu quarto pensou no que realmente podia conhecer e como podia conhecer. Tudo lhe parecia entrar na cabeça pelos cinco sentidos, como se apenas deles dependesse o conhecimento. Ele recebia pelos sentidos o que no mundo existe e o pensamento fixava. Considerava que era fácil pensar assim e que conhecer dependia apenas do andar com os sentidos em sentido! Aquela experiência matinal tinha-o deixado com a certeza que assim funcionava a sua relação com o mundo: o que os sentidos dele pudessem agarrar ele descobria.
O menino voltou as costas à janela e enquanto procurava o que vestir para sair, tinha a certeza que o mundo lá fora estava igual a sempre. De repente, reparou que no espelho do roupeiro estava reflectida a imagem da laranjeira que acabara de iluminar uma ideia em si. A árvore estava desenhada no fundo do espelho e a sua própria imagem recortava-a, assim como a toda a paisagem. As folhas e frutos estavam lá, tudo no espelho lhe parecia como quando olhou pela janela, mas a imagem não lhe despertava o mesmo interesse, no fundo era um reflexo longínquo do que tinha visto ao acordar. Pensou que era curioso como a mesma imagem tinha diferente força quando olhada de frente e directamente ou quando olhada pelo espelho. A imagem do espelho podia ser a mesma, mas aquela magia e o brilho que notou ao olhar pela janela tinha-se perdido.
O menino vestiu-se, sentou-se e calçou-se, logo depois dirigiu-se uma vez mais à janela para sentir o que tinha sentido minutos antes: a magia do despertar de um novo pensamento. Olhou pela janela e a árvore lá estava, bela e grande, mas o entendimento dela era outro. Agora o que lhe ocupava a cabeça era uma nova coisa, tinha fome e queria descer para comer, saciar a sua vontade. Na sua cabeça rompeu uma nova ideia, a das laranjas maduras que lhe podiam dar um sumo saboroso. Antes de correr para a cozinha ainda pensou como era incrível a possibilidade de uma mesma árvore lhe proporcionar tantas ideias diferentes e a cada momento parecia conceber coisas novas. O menino pensou para si: quase que aposto que depois do pequeno-almoço outra ideia vai nascer ao olhar novamente pela janela!
Largados os pensamentos, o menino não resistiu mais ao chamamento do estômago e desceu a correr até à cozinha. O roncar significava que tinha que comer, depois tinha que sair para ir para a escola que ainda ficava a uns minutos de distância a pé. O caminho percorrido todos os dias era-lhe familiar, mas naquele dia reparou que em muitos jardins havia pelo menos uma laranjeira e ao chegar à escola notou ainda outra coisa que nunca tinha visto: o portão da entrada principal tinha os puxadores cor-de-laranja.
O menino sorriu e sentiu vontade de partilhar tudo o que pensou, pois sabia que assim seria mais fácil arrumar os sentidos!


Bem-hajam todos e que continuem a partilhar histórias.

TD124 escreveu:

È bem verdade e venho de escutà-la o que me levou a outro musico maldito da américa... e uma canção que me acompanhou nas muitas e muitas reviravoltas da minha vida ...

Boa escuta...

Sim....

Já ouvi falar do nome, mas não tenho nada dele

Porra... Bem vamos lá uma de Country, mas mais alegre.

Acho muita piada a estes tipos..

José Miguel escreveu:

De cada vez que abro este tópico e leio o que aqui se vai partilhando lembro-me deste outro criado pelo Paulo:
https://www.audioanalogicodeportugal.net/t10330-a-volta-da-musica?highlight=%C3%A0+volta

Aqui em casa sempre pensamos que o Tópico não iria ter grande desenvolvimento, apesar de tudo é preciso coragem para partilhar momentos que têm mais de pessoal do que outra coisa.

Existem muitas histórias à volta da música e algumas foram aqui partilhadas, não sei se para todos funciona da mesma forma, mas para mim escrever funciona como uma espécie de "catarsis" e sempre que escrevi alguma coisa nas várias folhas brancas que andam pela casa fiz-me acompanhar de um "ruído" de fundo. Nesses momentos não escutava música, mas ela acompanhava-me... de tal forma que aconteceram já as mais variadas peripécias...

Deixo mais um exemplo... vai ao encontro de muitas conversas que já aqui (no Fórum) tive com vocês; espelha a forma como penso e como acredito que é possível conhecer...

O sol raiava, os raios passavam por entre os ramos da laranjeira, furavam a paisagem e chegavam até junto da janela do quarto com uma intensidade que permitia o olhar directo para cada folha e fruto da árvore. Era engraçado como uma árvore permitia que os olhos estivessem bem abertos e a fixar tudo o que o sol acendia com todo o seu poder de luz.
Enquanto fixava um fruto que mudava de cor, ainda verde mas a pigmentar-se de cor-de-laranja, o menino encostado à janela do seu quarto pensou no que realmente podia conhecer e como podia conhecer. Tudo lhe parecia entrar na cabeça pelos cinco sentidos, como se apenas deles dependesse o conhecimento. Ele recebia pelos sentidos o que no mundo existe e o pensamento fixava. Considerava que era fácil pensar assim e que conhecer dependia apenas do andar com os sentidos em sentido! Aquela experiência matinal tinha-o deixado com a certeza que assim funcionava a sua relação com o mundo: o que os sentidos dele pudessem agarrar ele descobria.  
O menino voltou as costas à janela e enquanto procurava o que vestir para sair, tinha a certeza que o mundo lá fora estava igual a sempre. De repente, reparou que no espelho do roupeiro estava reflectida a imagem da laranjeira que acabara de iluminar uma ideia em si. A árvore estava desenhada no fundo do espelho e a sua própria imagem recortava-a, assim como a toda a paisagem. As folhas e frutos estavam lá, tudo no espelho lhe parecia como quando olhou pela janela, mas a imagem não lhe despertava o mesmo interesse, no fundo era um reflexo longínquo do que tinha visto ao acordar. Pensou que era curioso como a mesma imagem tinha diferente força quando olhada de frente e directamente ou quando olhada pelo espelho. A imagem do espelho podia ser a mesma, mas aquela magia e o brilho que notou ao olhar pela janela tinha-se perdido.
O menino vestiu-se, sentou-se e calçou-se, logo depois dirigiu-se uma vez mais à janela para sentir o que tinha sentido minutos antes: a magia do despertar de um novo pensamento. Olhou pela janela e a árvore lá estava, bela e grande, mas o entendimento dela era outro. Agora o que lhe ocupava a cabeça era uma nova coisa, tinha fome e queria descer para comer, saciar a sua vontade. Na sua cabeça rompeu uma nova ideia, a das laranjas maduras que lhe podiam dar um sumo saboroso. Antes de correr para a cozinha ainda pensou como era incrível a possibilidade de uma mesma árvore lhe proporcionar tantas ideias diferentes e a cada momento parecia conceber coisas novas. O menino pensou para si: quase que aposto que depois do pequeno-almoço outra ideia vai nascer ao olhar novamente pela janela!
Largados os pensamentos, o menino não resistiu mais ao chamamento do estômago e desceu a correr até à cozinha. O roncar significava que tinha que comer, depois tinha que sair para ir para a escola que ainda ficava a uns minutos de distância a pé. O caminho percorrido todos os dias era-lhe familiar, mas naquele dia reparou que em muitos jardins havia pelo menos uma laranjeira e ao chegar à escola notou ainda outra coisa que nunca tinha visto: o portão da entrada principal tinha os puxadores cor-de-laranja.
O menino sorriu e sentiu vontade de partilhar tudo o que pensou, pois sabia que assim seria mais fácil arrumar os sentidos!  


Bem-hajam todos e que continuem a partilhar histórias.

Dear friend José,

Wow! Even through translator a very touching and poetic text, remembering a bit Proust's "Recherche"...

Cheers
Manfred

With À la recherche du temps perdu Proust teach us so many things... I just play with words.
Thank you to read Manfred.

José Miguel escreveu:

De cada vez que abro este tópico e leio o que aqui se vai partilhando lembro-me deste outro criado pelo Paulo:
https://www.audioanalogicodeportugal.net/t10330-a-volta-da-musica?highlight=%C3%A0+volta

Aqui em casa sempre pensamos que o Tópico não iria ter grande desenvolvimento, apesar de tudo é preciso coragem para partilhar momentos que têm mais de pessoal do que outra coisa. ...

Sim o topico vai continuar, é uma questão de tempo de escrita e de disponibilidade...

Belo texto José

TD124 escreveu:

José Miguel escreveu:

De cada vez que abro este tópico e leio o que aqui se vai partilhando lembro-me deste outro criado pelo Paulo:
https://www.audioanalogicodeportugal.net/t10330-a-volta-da-musica?highlight=%C3%A0+volta

Aqui em casa sempre pensamos que o Tópico não iria ter grande desenvolvimento, apesar de tudo é preciso coragem para partilhar momentos que têm mais de pessoal do que outra coisa.  ...

Sim o topico vai continuar, é uma questão de tempo de escrita e de disponibilidade...

Belo texto José

Eu não me referia ao Paulo, que além de abrir o tópico partilha com regularidade!
Não se escreve lá, escreve-se em qualquer lugar.

José Miguel escreveu:

(...) Existem muitas histórias à volta da música e algumas foram aqui partilhadas (...)
Deixo mais um exemplo...
Bem-hajam todos e que continuem a partilhar histórias.

Prezado José Miguel,

O divórcio da leitura é um estado que não consigo viver um único dia. Por conseguinte e, por gostar, continue a partilhar o conjunto dos factos e das situações que constituem a acção das suas narrativas.

Com melhores cumprimentos,
4u

Estou num evento de apresentação da VTL da Utimate Audio, com a  presença do Luke Manley, dono da VTL.
Aproveitando o momento, encontrei na Ultimate este brinquedo





Fantástico de aspecto.
Som, não sei, não ouvi. Falta-lhe o braço. Estão à espera dele" />

Uma obra de arte.

Eu desconhecia esse modelo de Gira-discos até que um dia a referência a ele surgiu aqui. Aproveito o trabalho físico para alimentar a cabeça e é comum dar comigo a ler.

Ler este texto e ver as imagens captadas ao modelo despertam a curiosidade, mas acima de tudo desvelam mais uma criação que vinda de outro tempo permite pelas mãos de quem hoje o experimenta alegrar, divertir, encantar.


Parabéns pelo trabalho desenvolvido e parabéns ao amigo pelo belo Teac.

Pedro, está com um belíssimo aspecto. Convêm não esquecer que o Lenco era um gira que ainda há uns 10 anos atrás era olhado de lado por muita gente e que se comprava em bom estado por ums 30 euros. Hoje é o que é. E decerto que à semelhança do Lenco, existem outros que por mero desconhecimento são julgados de inferiores, mas onde as marcas na altura (e a TEAC não é uma marca"qualquer") colocaram bastante atenção ao detalhe e investiram umas massas na qualidade geral do produto.

Quero o meu TEAC de volta sff.  

 

Ferpina escreveu:

Quero o meu TEAC de volta sff.  

 

Já não tens espaço na sala, o quarto dos putos estão atulhados das tuas traquitanas, debaixo da cama já não existe espaço...onde irias meter mais esse?

António José da Silva escreveu:

Já não tens espaço na sala, o quarto dos putos estão atulhados das tuas traquitanas, debaixo da cama já não existe espaço...onde irias meter mais esse?

Eu tenho uma casa (não é minha é da minha mãe) onde tenho um montão de discos de vinil, que já não encontram espaço na minha (mesmo). Ficaria lá bem este gira e desanuviava a problemática do Ferpina, para mais um.

Sempre às ordens

Goansipife escreveu:

António José da Silva escreveu:

Já não tens espaço na sala, o quarto dos putos estão atulhados das tuas traquitanas, debaixo da cama já não existe espaço...onde irias meter mais esse?

Eu tenho uma casa (não é minha é da minha mãe) onde tenho um montão de discos de vinil, que já não encontram espaço na minha (mesmo). Ficaria lá bem este gira e desanuviava a problemática do Ferpina, para mais um.

Sempre às ordens

Felizmente, ainda há gente boa neste mundo.

Não percebo... Quando referi aqui no tópico o meu modesto "rodinhas" ninguém se manifestou! Foi preciso uma "carraça" andar agarrada a mim durante dias, para eu o largar e agora parece que virou "moda"
Pois fiquem sabendo que não há muitos disponíveis por aí...

Ferpina escreveu:

Não percebo... Quando referi aqui no tópico o meu modesto "rodinhas" ninguém se manifestou!

Ninguem se manifestou porque desprezam gajos com a mania das grandezas....e logo com um duplo idler...

Ferpina escreveu:

Não percebo... Quando referi aqui no tópico o meu modesto "rodinhas" ninguém se manifestou! Foi preciso uma "carraça" andar agarrada a mim durante dias, para eu o largar e agora parece que virou "moda"
Pois fiquem sabendo que não há muitos disponíveis por aí...

Foi tudo planeado. Ninguém falou propositadamente para ver se não se levantava poeira. Agora já todos podemos dizer que o gira é magnifico e um dos segredos mais bem guardados da história do áudio.

António José da Silva escreveu:

Foi tudo planeado. Ninguém falou propositadamente para ver se não se levantava poeira. Agora já todos podemos dizer que o gira é magnifico e um dos segredos mais bem guardados da história do áudio.

É isso mesmo!

Obrigado Ferpina e obrigado ghost4u, o gira bolachas é fantastico, de uma qualidade extraordinária!!
Bem haja..

Quem se quiser aventurar com os portes tem aqui um por 1€ para já

TEAC ts-130 ebay

anibalpmm escreveu:

Quem se quiser aventurar com os portes tem aqui um por 1€ para já

TEAC ts-130 ebay

Só os portes da América para cá são uma boa teca e está a 1 doller mas faltam 5 dias.

António José da Silva escreveu:

anibalpmm escreveu:

Quem se quiser aventurar com os portes tem aqui um por 1€ para já

TEAC ts-130 ebay

Só os portes da América para cá são uma boa teca e está a 1 doller mas faltam 5 dias.

e ainda é preciso saber se funciona a 230v