A rodar XL

O meu tém uma historia engraçada pois ... passeando por Lisboa vi numa pequena loja da rua do ouro ou da prata o VU dos Velvet que a minha namorada não tinha e como era uma loja de usados estava barato e entrei para o comprar. O senhor perguntou-me se gostava dos Velvet ao qual eu disse que ném por isso ... e que era para ofereçer. Discutimos um pouco e ele mostrou-me o Music For Another Society que um cliente tinha ouvido uma vez e posto logo à venda e que segundo ele era magnifico. Comprei-o por 50 paus e desde a primeira escuta percebi porquê o outro o tinha vendido ... pois não gostei nada e percebi-o ainda menos. Foi o meu primeiro disco "impossivel"...

Com o tempo tornou-se num album intimo do qual descubro ainda novas coisas cada vez que o escuto ... sobretudo as conexões com a musica do inicio do XX séc. e contemporanea. Faz então parte dos poucos discos de rock (se podemos chamar rock a essa obra...) dos quais nunca me separei. Então roda hoje para o souvenir dessa bela época. Mas roda na versão "Director's Cut" com o M:Fans a seguir, que é uma reintrepretação moderna da obra ... e nmho os dois juntos formam um opus grandioso!!!...

Requiem para os passàros na aparência ... para a sua mãe sobretudo e na realidade para tudo o que é efémero e vital, essencial! Acompanhado pelos velhos amigos noruegueses Petter Molvaer e Eivind Aarset assim que alguns "extraterrestres" orientais ... o Dhafer Youssef dà um salto de gigante e acaricia durante o tempo de voo desta obra o divino. Musica grave mas não doentia, sagrada mas não integrista o alaúdista tunisino encontra o equilibrio ténue entre o espirito e a matéria. Todos os musicos partilham o sentimento extàtico que guia este album e por momentos o Dhafer/Molvaer/Hüsnü Senlendirici rodopiam à volta da "ideia de Deus". A longa pràtica do sufismo permite ao musico de alternar a contemplação e a dinamica numa proporção que se tornou justa e até aqui ausente da sua obra. Entre tradição e modernismo o Dhafer Youssef continua o seu caminho proprio, sém abdicar de nada ... mas desta vez ele atinge a universalidade. Um disco raro e profundo que faz viver a frase do grande cantor soviético Vladimir Vissotski:

Aproveitando a referência de TD124 e, sem pretender acrescentar algo ao seu magnífico texto, voltei a ouvir o álbum supracitado. Trata-se de um registo arrebatador, de incível intensidade, vibrante e corajoso, que faz o ouvinte sucumbir ao charme das composições. É, sobretudo, um ode à paixão de laborar pela arte e um belíssimo álbum de 2013.
A audição foi acompanhada de um copo de tinto em grande forma - Quinta da Alorna - colheita do ano antecedente à edição do disco.

Tanta agressividade para quê   Nem o "Super"tramp demonstra tanto descontrolo. Porventura, equacionou que o Mango resolveu ouvir singles