Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qui Out 17 2013, 19:15
TD124 escreveu:
António José da Silva escreveu:
Pedir mais austeridade com estes exemplos... é no mínimo, escabroso.... ...
5º Exemplo
- O Presidente francês recebe cerca de 250.000,00 Euros por ano;
- O Presidente de Administração dos CTT - Correios de Portugal, S.A. recebeu 336.662,59 Euros; ...
Olà,
o presidente françês ganha 14900€ (bruto / sem o desconto) por mês, pois a assembleia votou uma baixa de 30% do seu salàrio !... o que dà menos de 200000€ por ano!...
Eu a dos políticos até acho mais ou menos moderado, agora os muitos cargos de presidência e administração que criam em empresas publicas ou publicas/privadas, que é para onde eles pulam depois de saírem do governo, é que são verdadeiras barbaridades.
joevalve Membro AAP
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Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qui Out 17 2013, 20:11
Fortíssimo texto de Clara Ferreira Alves sobre Mário Soares:
Sua Alteza Real, D. Mário Soares “o chulo de Portugal” Clara Ferreira Alves, no Expresso
Tudo o que aqui relato é verdade. Se quiserem, podem processar-me. Eis parte do enigma. Mário Soares, num dos momentos de lucidez que ainda vai tendo, veio chamar a atenção do Governo, na última semana, para a voz da rua. A lucidez, uma das suas maiores qualidades durante uma longa carreira politica. A lucidez que lhe permitiu escapar à PIDE e passar um bom par de anos, num exílio dourado, em hotéis de luxo de Paris. A lucidez que lhe permitiu conduzir da forma “brilhante” que se viu o processo de descolonização. A lucidez que lhe permitiu conseguir que os Estados Unidos financiassem o PS durante os primeiros anos da Democracia. A lucidez que o fez meter o socialismo na gaveta durante a sua experiência governativa.
A lucidez que lhe permitiu tratar da forma despudorada amigos como Jaime Serra, Salgado Zenha, Manuel Alegre e tantos outros. A lucidez que lhe permitiu governar sem ler os “dossiers”.. A lucidez que lhe permitiu não voltar a ser primeiro-ministro depois de tão fantástico desempenho no cargo. A lucidez que lhe permitiu pôr-se a jeito para ser agredido na Marinha Grande e, dessa forma, vitimizar-se aos olhos da opinião pública e vencer as eleições presidenciais. A lucidez que lhe permitiu, após a vitória nessas eleições, fundar um grupo empresarial, a Emaudio, com “testas de ferro” no comando e um conjunto de negócios obscuros que envolveram grandes magnatas internacionais. A lucidez que lhe permitiu utilizar a Emaudio para financiar a sua segunda campanha presidencial. A lucidez que lhe permitiu nomear para Governador de Macau Carlos Melancia, um dos homens da Emaudio. A lucidez que lhe permitiu passar incólume ao caso Emaudio e ao caso Aeroporto de Macau e, ao mesmo tempo, dar os primeiros passos para uma Fundação na sua fase pós-presidencial. A lucidez que lhe permitiu ler o livro de Rui Mateus, “Contos Proibidos”, que contava tudo sobre a Emaudio, e ter a sorte de esse mesmo livro, depois de esgotado, jamais voltar a ser publicado. A lucidez que lhe permitiu passar incólume as “ligações perigosas” com Angola, ligações essas que quase lhe roubaram o filho no célebre acidente de avião na Jamba (avião esse transportando de diamantes, no dizer do então Ministro da Comunicação Social de Angola).
A lucidez que lhe permitiu, durante a sua passagem por Belém, visitar 57 países (“record” absoluto para a Espanha – 24 vezes – e França – 21), num total equivalente a 22 voltas ao mundo (mais de 992 mil quilómetros). A lucidez que lhe permitiu visitar as Seychelles, esse território de grande importância estratégica para Portugal, aproveitando para dar uma voltinha de tartaruga. A lucidez que lhe permitiu, no final destas viagens, levar para a Casa-Museu João Soares uma grande parte dos valiosos presentes oferecidos oficialmente ao Presidente da Republica Portuguesa. A lucidez que lhe permitiu guardar esses presentes numa caixa-forte blindada daquela Casa, em vez de os guardar no Museu da Presidência da Republica. A lucidez que lhe permite, ainda hoje, ter 24 horas por dia de vigilância paga pelo Estado nas suas casas de Nafarros, Vau e Campo Grande. A lucidez que lhe permitiu, abandonada a Presidência da Republica, constituir a Fundação Mário Soares. Uma fundação de Direito privado, que, vivendo à custa de subsídios do Estado, tem apenas como única função visível ser depósito de documentos valiosos de Mário Soares. Os mesmos que, se são valiosos, deviam estar na Torre do Tombo. A lucidez que lhe permitiu construir o edifício-sede da Fundação violando o PDM de Lisboa, segundo um relatório do IGAT, que decretou a nulidade da licença de obras. A lucidez que lhe permitiu conseguir que o processo das velhas construções que ali existiam e que se encontrava no Arquivo Municipal fosse requisitado pelo filho e que acabasse por desaparecer convenientemente num incêndio dos Paços do Concelho. A lucidez que lhe permitiu receber do Estado, ao longo dos últimos anos, donativos e subsídios superiores a um milhão de contos. A lucidez que lhe permitiu receber, entre os vários subsídios, um de quinhentos mil contos, do Governo Guterres, para a criação de um auditório, uma biblioteca e um arquivo num edifico cedido pela Câmara de Lisboa. A lucidez que lhe permitiu receber, entre 1995 e 2005, uma subvenção anual da Câmara Municipal de Lisboa, na qual o seu filho era Vereador e Presidente. A lucidez que lhe permitiu que o Estado lhe arrendasse e lhe pagasse um gabinete, a que tinha direito como ex-presidente da República, na… Fundação Mário Soares. A lucidez que lhe permite que, ainda hoje, a Fundação Mário Soares receba quase 4 mil euros mensais da Câmara Municipal de Leiria. A lucidez que lhe permitiu fazer obras no Colégio Moderno, propriedade da família, sem licença municipal, numa altura em que o Presidente era… João Soares. A lucidez que lhe permitiu silenciar, através de pressões sobre o director do “Público”, José Manuel Fernandes, a investigação jornalística que José António Cerejo começara a publicar sobre o tema. A lucidez que lhe permitiu candidatar-se a Presidente do Parlamento Europeu e chamar dona de casa, durante a campanha, à vencedora Nicole Fontaine. A lucidez que lhe permitiu considerar Jose Sócrates “o pior do guterrismo” e ignorar hoje em dia tal frase como se nada fosse.
A lucidez que lhe permitiu passar por cima de um amigo, Manuel Alegre, para concorrer às eleições presidenciais mais uma vez. A lucidez que lhe permitiu, então, fazer mais um frete ao Partido Socialista. A lucidez que lhe permitiu ler os artigos “O Polvo” de Joaquim Vieira na “Grande Reportagem”, baseados no livro de Rui Mateus, e assistir, logo a seguir, ao despedimento do jornalista e ao fim da revista. A lucidez que lhe permitiu passar incólume depois de apelar ao voto no filho, em pleno dia de eleições, nas últimas Autárquicas. No final de uma vida de lucidez, o que resta a Mário Soares? Resta um punhado de momentos em que a lucidez vem e vai. Vem e vai. Vem e vai. Vai…. e não volta mais. Clara Ferreira Alves
Sua Alteza Real, D. Mário Soares Enquanto tivemos empréstimos, já se lembrou que éramos pobres e que a regra é deixar património para os filhos e não uma herança de dividas? Para quem tem memória curta! Não é por acaso que foi cognominado de viajante… A Moral dum exímio gastador!!!!! Alguém se lembra do nosso Presidente Soares e das suas viagens? Vamos lá fazer um resumo de onde foram gastos milhões dos nossos impostos, só em viagens, com a sua comitiva… tudo pago pelo contribuinte, claro!
1986 11 a 13 de Maio – Grã-Bretanha 06 a 09 de Julho – França 12 a 14 de Setembro – Espanha 17 a 25 de Outubro – Grã-Bretanha e França 28 de Outubro – Moçambique 05 a 08 de Dezembro – São Tomé e Príncipe 08 a 11 de Dezembro – Cabo Verde
1987 15 a 18 de Janeiro – Espanha 24 de Março a 05 de Abril – Brasil 16 a 26 de Maio – Estados Unidos 13 a 16 de Junho – França e Suíça 16 a 20 de Outubro – França 22 a 29 de Novembro – Rússia 14 a 19 de Dezembro – Espanha
1988 18 a 23 de Abril – Alemanha 16 a 18 de Maio – Luxemburgo 18 a 21 de Maio – Suíça 31 de Maio a 05 de Junho – Filipinas 05 a 08 de Junho – Estados Unidos 08 a 13 de Agosto – Equador 13 a 15 de Outubro – Alemanha 15 a 18 de Outubro – Itália 05 a 10 de Novembro – França 12 a 17 de Dezembro – Grécia
1989 19 a 21 de Janeiro – Alemanha 31 de Janeiro a 05 de Fevereiro – Venezuela 21 a 27 de Fevereiro – Japão 27 de Fevereiro a 05 de Março – Hong-Kong e Macau 05 a 12 de Março – Itália 24 de Junho a 02 de Julho – Estados Unidos 12 a 16 de Julho – Estados Unidos 17 a 19 de Julho – Espanha 27 de Setembro a 02 de Outubro – Hungria 02 a 04 de Outubro – Holanda 16 a 24 de Outubro – França 20 a 24 de Novembro – Guiné-Bissau 24 a 26 de Novembro – Costa do Marfim 26 a 30 de Novembro – Zaire 27 a 30 de Dezembro – República Checa
1990 15 a 20 de Fevereiro – Itália 10 a 21 de Março – Chile e Brasil 26 a 29 de Abril – Itália 05 a 06 de Maio – Espanha 15 a 20 de Maio – Marrocos 09 a 11 de Outubro – Suécia 27 a 28 de Outubro – Espanha 11 a 12 de Novembro – Japão
1991 29 a 31 de Janeiro – Noruega 21 a 23 de Março – Cabo Verde 02 a 04 de Abril – São Tomé e Príncipe 05 a 09 de Abril – Itália 17 a 23 de Maio – Rússia 08 a 11 de Julho – Espanha 16 a 23 de Julho – México 27 de Agosto a 01 de Setembro – Espanha 14 a 19 de Setembro – França e Bélgica 08 a 10 de Outubro – Bélgica 22 a 24 de Novembro – França 08 a 12 de Dezembro – Bélgica e França
1992 10 a 14 de Janeiro – Estados Unidos 23 de Janeiro a 04 de Fevereiro – India 09 a 11 de Março – França 13 a 14 de Março – Espanha 25 a 29 de Abril – Espanha 04 a 06 de Maio – Suíça 06 a 09 de Maio – Dinamarca 26 a 28de Maio – Alemanha 30 a 31 de Maio – Espanha 01 a 07 de Junho – Brasil 11 a 13 de Junho – Espanha 13 a 15 de Junho – Alemanha 19 a 21 de Junho – Itália 14 a 16 de Outubro – França 16 a 19 de Outubro – Alemanha 19 a 21 de Outubro – Áustria 21 a 27 de Outubro – Turquia 01 a 03 de Novembro – Espanha 17 a 19 de Novembro – França 26 a 28 de Novembro – Espanha 13 a 16 de Dezembro – França
1993 17 a 21 de Fevereiro – França 14 a 16 de Março – Bélgica 06 a 07 de Abril – Espanha 18 a 20 de Abril – Alemanha 21 a 23 de Abril – Estados Unidos 27 de Abril a 02 de Maio – Grã-Bretanha e Escócia 14 a 16 de Maio – Espanha 17 a 19 de Maio – França 22 a 23 de Maio – Espanha 01 a 04 de Junho – Irlanda 04 a 06 de Junho – Islândia 05 a 06 de Julho – Espanha 09 a 14 de Julho – Chile 14 a 21 de Julho – Brasil 24 a 26 de Julho – Espanha 06 a 07 de Agosto – Bélgica 07 a 08 de Setembro – Espanha 14 a 17 de de Outubro – Coreia do Norte 18 a 27 de Outubro – Japão 28 a 31 de Outubro – Hong-Kong e Macau
1994 02 a 05 de Fevereiro – França 27 de Fevereiro a 03 de Março – Espanha (incluindo Canárias) 18 a 26 de Março – Brasil 08 a 12 de Maio – África do Sul (Tomada de posse de Mandela) 22 a 27 de Maio – Itália 27 a 31 de Maio – África do Sul 06 a 07 de Junho – Espanha 12 a 20 de Junho – Colômbia 05 a 06 de Julho – França 10 a 13 de Setembro – Itália 13 a 16 de Setembro – Bulgária 16 a 18 de Setembro – - França 28 a 30 de Setembro – Guiné-Bissau 09 a 11 de Outubro – Malta 11 a 16 de Outubro – Egipto 17 a 18 de Outubro – Letónia 18 a 20 de Outubro – Polónia 09 a 10 de Novembro – Grã-Bretanha 15 a 17 de Novembro – República Checa 17 a 19 de Novembro – Suíça 27 a 28 de Novembro – Marrocos 07 a 12 de Dezembro – Moçambique 30 de Dezembro a 09 de Janeiro 1995 – Brasil
1995 31 de Janeiro a 02 de Fevereiro – França 12 a 13 de Fevereiro – Espanha 07 a 08 de Março – Tunísia 06 a 10 de Abril – Macau 10 a 17 de Abril – China 17 a 19 de Abril – Paquistão 07 a 09 de Maio – França 21 de Setembro – Espanha 23 a 28 de Setembro – Turquia 14 a 19 de Outubro – Argentina e Uruguai 20 a 23 de Outubro – Estados Unidos 27 de Outubro – Espanha 31 de Outubro a 04 de Novembro – Israel 04 e 05 de Novembro Faixa de Gaza e Cisjordânia 05 e 06 de Novembro – Cidade de Jerusalém 15 a 16 de Novembro – França 17 a 24 de Novembro – África do Sul 24 a 28 de Novembro – Ilhas Seychelles 04 a 05 de Dezembro – Costa do Marfim 06 a 10 de Dezembro – Macau 11 a 16 de Dezembro – Japão
1996 08 a 11 de Janeiro – Angola
Durante os anos que ocupou o Palácio de Belém, Soares visitou 57 países (alguns várias vezes como por exemplo Espanha que visitou 24 vezes e a França 21 vezes), percorrendo no total 992.809 KMS o que corresponde a 22 vezes a volta ao mundo…
Para quê? Expliquem ao povo para que serviu tanta viagem… Eis um dos porquês do nosso recurso ao acordo da troika. Para o qual esta Alteza agora quer deixar de ser ” fiel “…
Mário Soares: A obrigação do PS ser fiel ao acordo da troika chegou ao fim – Economia – Jornal de Negócios
(Já ninguém se lembra disto…)
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 57 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qui Out 17 2013, 20:19
Incrível como esta gente consegue retirar dinheiro a quem recebe 600 euros por mês.
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enxuto Membro AAP
Mensagens : 1283 Data de inscrição : 14/05/2011 Idade : 49
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qui Out 17 2013, 20:36
Eu nem sei como é que não têm vergonha de se apresentar aos portugueses.
Luis Filipe Goios Membro AAP
Mensagens : 10506 Data de inscrição : 27/10/2010 Idade : 65 Localização : Lanhelas - Minho
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qui Out 17 2013, 20:38
Cambada de fdp's À lapada, ainda era pouco...
enxuto Membro AAP
Mensagens : 1283 Data de inscrição : 14/05/2011 Idade : 49
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qui Out 17 2013, 20:43
Era mas era uma espinha de peixe pelo rabo acima e depois pux.... ahhh, deixem lá...
Milton Membro AAP
Mensagens : 15388 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 62 Localização : Scalabicastro, naquele Jardim á beira, mal plantado
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qui Out 17 2013, 21:31
O cheio nauseabundo que esta gente me dá, não por viverem bem mas por quererem que os que vivem na miséria continuem a descer à miséria total enquanto a esta gente sem moral nem escrupuloso nem vergonha, nada lhes acontece.
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António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 57 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Sex Out 18 2013, 09:51
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ricardo onga-ku Membro AAP
Mensagens : 6017 Data de inscrição : 02/01/2012 Localização : Terra d'Anglos...e Saxões
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Sex Out 18 2013, 10:17
Os portugueses querem ter tudo..."à borla".
Ninguém pode negar o quão agradável, humanista e desenvolvido é ter um estado que preste serviços para "tudo e um par de botas", e que dê apoios aos empreendedores e aos investigadores, aos inválidos e aos desamparados, educação e saúde "de graça", que dinamize a indústria através do consumo e dê emprego a uma parte considerável da população que não o teria de outra forma...
Mas é preciso estar disposto a pagá-lo e como não tínhamos forma de o fazer pela via da receita endividámo-nos.
Segundo o economista Daniel Bessa (05/2011) “Em onze anos, endividámo-nos 2 milhões por hora”
Agora temos de pagar as dívidas e isso, com a receita actual não é possível.
Imaginemos que Estado recebe 100 e gasta 110. Todos os anos. Em 10 anos isso soma 100 de dívidas. Qualquer dona de casa com a 4ª classe sabe que isso é incomportável.
Mas foi aí que os governos nos levaram.
Como é que podemos equilibrar a balança: ou cortamos na despesa ou aumentamos a receita pela via dos impostos.
Para cortar na despesa temos algumas opções:
- mantemos o número actual de funcionários e reduzimos salários e pensões
- fechamos serviços e despedimos pessoal
Hoje o Camilo Lourenço dizia que nos anos oitenta o "Marocas" desvalorizou o escudo de tal forma que a inflação nesse período chegou aos 50% e que os aumentos de salários só atingiram 30%... Isso não é um corte nos salários? E não houve despedimentos? Porque razão não foi isso julgado Inconstitucional?
O próprio "Marocas", que hoje apregoa que devemos rasgar o acordo com a troika, disse na altura:
“Os problemas económicos em Portugal são fáceis de explicar e a única coisa a fazer é apertar o cinto”. DN, 27 de Maio de 1984
“Não se fazem omoletas sem ovos. Evidentemente teremos de partir alguns”. DN, 01 de Maio de 1984
“Quem vê, do estrangeiro, este esforço e a coragem com que estamos a aplicar as medidas impopulares aprecia e louva o esforço feito por este governo.” JN, 28 de Abril de 1984
“Quando nos reunimos com os macroeconomistas, todos reconhecem com gradações subtis ou simples nuances que a política que está a ser seguida é a necessária para Portugal”. Idem
“Fomos obrigados a fazer, sem contemplações, o diagnóstico dos nossos males colectivos e a indicar a terapêutica possível” RTP, 1 de Junho de 1984. Idem, ibidem
“A terapêutica de choque não é diferente, aliás, da que estão a aplicar outros países da Europa bem mais ricos do que nós” RTP, 1 de Junho de 1984
“Portugal habituara-se a viver, demasiado tempo, acima dos seus meios e recursos”. Idem
“O importante é saber se invertemos ou não a corrida para o abismo em que nos instalámos irresponsavelmente”. Idem, ibidem
“[O desemprego e os salário em atraso], isso é uma questão das empresas e não do Estado. Isso é uma questão que faz parte do livre jogo das empresas e dos trabalhadores (…). O Estado só deve garantir o subsídio de desemprego”. JN, 28 de Abril de 1984
“O que sucede é que uma empresa quando entra em falência… deve pura e simplesmente falir. (…) Só uma concepção estatal e colectivista da sociedade é que atribui ao Estado essa responsabilidade. Idem
“Anunciámos medidas de rigor e dissemos em que consistia a política de austeridade, dura mas necessária, para readquirirmos o controlo da situação financeira, reduzirmos os défices e nos pormos ao abrigo de humilhantes dependências exteriores, sem que o pais caminharia, necessariamente para a bancarrota e o desastre”. RTP, 1 de Junho de 1984
“Pedi que com imaginação e capacidade criadora o Ministério das Finanças criasse um novo tipo de receitas, daí surgiram estes novos impostos”. 1ª Página, 6 de Dezembro de 1983
“Posso garantir que não irá faltar aos portugueses nem trabalho nem salários”. DN, 19 de Fevereiro de 1984
“A CGTP concentra-se em reivindicações políticas com menosprezo dos interesses dos trabalhadores que pretende representar” RTP, 1 de Junho de1984
“A imprensa portuguesa ainda não se habituou suficientemente à democracia e é completamente irresponsável. Ela dá uma imagem completamente falsa.” Der Spiegel, 21 de Abril de 1984
“Basta circular pelo País e atentar nas inscrições nas paredes. Uma verdadeira agressão quotidiana que é intolerável que não seja punida na lei. Sê-lo-á”. RTP, 31 de Maio de 1984
“A Associação 25 de Abril é qualquer coisa que não devia ser permitida a militares em serviço” La Republica, 28 de Abril de 1984
“As finanças públicas são como uma manta que, puxada para a cabeça deixa os pés de fora e, puxada para os pés deixa a cabeça descoberta”. Correio da Manhã, 29 de Outubro de 1984
“Não foi, de facto, com alegria no coração que aceitei ser primeiro-ministro. Não é agradável para a imagem de um politico sê-lo nas condições actuais” JN, 28 de Abril de 1984
“Temos pronta a Lei das Rendas, já depois de submetida a discussão pública, devidamente corrigida”. RTP, 1 de Junho de 1984
“Dentro de seis meses o país vai considerar-me um herói”. 6 de Junho de 1984
Como diz o povo, "pela boca morre o peixe"...
R
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 57 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Dom Out 20 2013, 12:44
Mensagens : 6017 Data de inscrição : 02/01/2012 Localização : Terra d'Anglos...e Saxões
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Seg Out 21 2013, 22:05
ricardo onga-ku Membro AAP
Mensagens : 6017 Data de inscrição : 02/01/2012 Localização : Terra d'Anglos...e Saxões
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Seg Out 21 2013, 22:14
Os deputados ingleses davam um bom BRITCOM...
ricardo onga-ku Membro AAP
Mensagens : 6017 Data de inscrição : 02/01/2012 Localização : Terra d'Anglos...e Saxões
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Seg Out 21 2013, 22:21
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 57 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Out 23 2013, 15:56
Provavelmente, e se fossem conhecidos todos os atos de favorecimento, corrupção e outras máfias dos nossos governantes e seus protegidos, dava para escrever bem mais do que um livro, mas pelo menos para um já deu.
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António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 57 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Out 23 2013, 22:48
Quem não exerce o cargo de Primeiro Ministro, não tem de saber. Quem exerce há uns anos e não sabe, provavelmente não o devia de ser.
http://www.abola.pt/mundos/ver.aspx?id=436029
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ricardo onga-ku Membro AAP
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Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Sex Out 25 2013, 10:31
Consta que o défice este ano vai andar acima dos quatro mil milhões de euros. Isso significa que a nossa dívida irá crescer mais de 4.000.000.000 €. E isto apesar do aumento de 30% nas receitas por via do IRS.
Acho ridículo, espantoso, irresponsável, vergonhoso, fascinante e mesmo criminoso que a Esquerda continue a defender não só que não podemos cortar na despesa do Estado (conjunto de serviços prestados aos cidadãos e financiados com impostos a eles cobrados) como ainda a devemos aumentar (por via de subsídios, incentivos, redução de impostos, talvez até aumentos salariais). E não só a Esquerda como também os juízes do Constitucional e ainda os Sindicatos, esse outro grande grupo de responsáveis pela crise, em proporção igual à dos Partidos Políticos que nos têm governado. Estará tudo louco?
O desemprego "oficial" andará hoje nos 16,5%. Suponhamos que metade (cerca de 450 mil) perdeu o emprego nos últimos 3 anos. Quantos desses são Funcionários Públicos? É verdade, não se pode dispensar Funcionários Públicos, mesmo quando os serviços onde trabalhavam ou o seu posto de trabalho foi extinto; está na Constituição.
Temos hoje um Estado que cresceu desmesuradamente (presta serviços que estão longe de ser indispensáveis) e os seus trabalhadores beneficiam de regalias, de benefícios e de uma protecção que não existe fora do Sector Estatal. E ninguém pode negar que se vive melhor quando o Estado emprega, apoia e dá. O problema é que esse Estado maravilhoso custa muito dinheiro, e esse dinheiro nós não o temos. E não há outra forma de reduzir a despesa do Estado sem extinguir ou alienar serviços, despedir funcionários ou vender património.
Haver até há, mas é estúpida e nefasta: cortamos a direito, nos salários e nos orçamentos, reduzindo a eficácia e a qualidade não só dos serviços supérfluos mas afectando também os indispensáveis — Saúde, Ensino, Justiça e Segurança. E essa forma é, pasme-se, permitida pela Constituição (tal como o é o endividamento desmesurado que vivemos nos últimos 20 anos).
Os Sindicatos tiveram um papel inquestionavelmente importante na era pós-Revolução Industrial e em Portugal ajudaram a construir um país mais igual. Mas está na altura de actualizarem o seu discurso PREC-iano e de agirem da forma responsável e inteligente que se espera das pessoas instruídas; os tempos mudaram, já não vivemos mais no Portugal atávico e rural do fim do Salazarismo nem estamos desligados da Europa e do resto do Mundo...
E não se esqueçam que as greves do Sector Público afectam todos mas defendem os direitos e as regalias de uma minoria.
R
Milton Membro AAP
Mensagens : 15388 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 62 Localização : Scalabicastro, naquele Jardim á beira, mal plantado
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Ter Out 29 2013, 11:34
Esta é mesmo muito importante. ANTONIO COSTA abriu a boca
Foi no último programa " Quadratura do Circulo ".
Os outros intervenientes, Pacheco Pereira e Lobo Xavier, nem abriram a boca.
Claro que o moderador também não.
Merece ser lido
ANTONIO COSTA abriu a boca
· para quem não sabe, este tipo é ex-ministro, presidente da câmara de lisboa e nº 2 do PS . Fala com conhecimento e esclarecimento.
Comentadores e analistas políticos não têm a coragem de dizer o que disse António Costa, apesar de ser do PS, em menos de 3 minutos, ontem, no programa "quadratura do círculo".
RE...LEMBRAR
E aqui está textualmente o que ele disse (transcrito manualmente):
(...) A situação a que chegámos não foi uma situação do acaso. A União Europeia financiou durante muitos anos Portugal para Portugal deixar de produzir; não foi só nas pescas, não foi só na agricultura, foi também na indústria, por ex. no têxtil. Nós fomos financiados para desmantelar o têxtil porque a Alemanha queria (a Alemanha e os outros países como a Alemanha) queriam que abríssemos os nossos mercados ao têxtil chinês basicamente porque ao abrir os mercados ao têxtil chinês eles exportavam os teares que produziam, para os chineses produzirem o têxtil que nós deixávamos de produzir.
E portanto, esta ideia de que em Portugal houve aqui um conjunto de pessoas que resolveram viver dos subsídios e de não trabalhar e que viveram acima das suas possibilidades é uma mentira inaceitável.
Nós orientámos os nossos investimentos públicos e privados em função das opções da União Europeia: em função dos fundos comunitários, em função dos subsídios que foram dados e em função do crédito que foi proporcionado. E portanto, houve um comportamento racional dos agentes económicos em função de uma política induzida pela União Europeia. Portanto não é aceitável agora dizer? podemos todos concluir e acho que devemos concluir que errámos, agora eu não aceito que esse erro seja um erro unilateral dos portugueses. Não, esse foi um erro do conjunto da União Europeia e a União Europeia fez essa opção porque a União Europeia entendeu que era altura de acabar com a sua própria indústria e ser simplesmente uma praça financeira. E é isso que estamos a pagar!
A ideia de que os portugueses são responsáveis pela crise, porque andaram a viver acima das suas possibilidades, é um enorme embuste. Esta mentira só é ultrapassada por uma outra. A de que não há alternativa à austeridade, apresentada como um castigo justo, face a hábitos de consumo exagerados. Colossais fraudes. Nem os portugueses merecem castigo, nem a austeridade é inevitável.
Quem viveu muito acima das suas possibilidades nas últimas décadas foi a classe política e os muitos que se alimentaram da enorme manjedoura que é o orçamento do estado. A administração central e local enxameou-se de milhares de "boys", criaram-se institutos inúteis, fundações fraudulentas e empresas municipais fantasma. A este regabofe juntou-se uma epidemia fatal que é a corrupção. Os exemplos sucederam-se. A Expo 98 transformou uma zona degradada numa nova cidade, gerou mais-valias urbanísticas milionárias, mas no final deu prejuízo. Foi ainda o Euro 2004, e a compra dos submarinos, com pagamento de luvas e corrupção provada, mas só na Alemanha. E foram as vigarices de Isaltino Morais. A que se juntam os casos de Duarte Lima, do BPN e do BPP, as parcerias público-privadas 16 e mais um rol interminável de crimes que depauperaram o erário público. Todos estes negócios e privilégios concedidos a um polvo que, com os seus tentáculos, se alimenta do dinheiro do povo têm responsáveis conhecidos. E têm como consequência os sacrifícios por que hoje passamos.
Enquanto isto, os portugueses têm vivido muito abaixo do nível médio do europeu, não acima das suas possibilidades. Não devemos pois, enquanto povo, ter remorsos pelo estado das contas públicas. Devemos antes exigir a eliminação dos privilégios que nos arruínam. Há que renegociar as parcerias público--privadas, rever os juros da dívida pública, extinguir organismos... Restaure-se um mínimo de seriedade e poupar-se-ão milhões. Sem penalizar os cidadãos.
Não é, assim, culpando e castigando o povo pelos erros da sua classe política que se resolve a crise. Resolve-se combatendo as suas causas, o regabofe e a corrupção. Esta sim, é a única alternativa séria à austeridade a que nos querem condenar e ao assalto fiscal que se anuncia."
Milton Membro AAP
Mensagens : 15388 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 62 Localização : Scalabicastro, naquele Jardim á beira, mal plantado
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Ter Out 29 2013, 11:44
CNeves Membro AAP
Mensagens : 1098 Data de inscrição : 13/11/2012
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Ter Out 29 2013, 19:39
Bravo amigo Milton: grande referência.
ricardo onga-ku Membro AAP
Mensagens : 6017 Data de inscrição : 02/01/2012 Localização : Terra d'Anglos...e Saxões
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Ter Out 29 2013, 23:33
Costa escreveu:
A ideia de que os portugueses são responsáveis pela crise, porque andaram a viver acima das suas possibilidades, é um enorme embuste.
Não concordo com esta frase. Quem não vê como os portugueses têm vivido acima das suas possibilidades só pode ser cego, viver noutro planeta…ou então não sabe fazer contas.
E o aumento da despesa do Estado, o que é senão os portugueses a viverem acima das suas possibilidades? Sabe bem ter escolas de luxo, auto-estradas por tudo quanto é canto, centros de saúde com atendimento 24h, aumentos quando não há inflação, subsídios e contribuições para tudo e um par de botas…mas a questão é que não podemos pagar esses luxos de 1º mundo.
R
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 57 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Ter Out 29 2013, 23:36
Mas o que tentam fazer é culpabilizar o comum mortal de ter andado a viver acima das suas possíbilidades, o que é a maior mentira de todos os tempos, disso nao há a menor duvida.
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The essential thing is not knowledge, but character. Joseph Le Conte
ricardo onga-ku Membro AAP
Mensagens : 6017 Data de inscrição : 02/01/2012 Localização : Terra d'Anglos...e Saxões
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Out 30 2013, 08:13
Estás a gozar ou a falar a sério?
Lembras-te de Portugal à 20 anos atrás? Quantas pessoas tinham casa própria, um carro, quantos Mercedes-Audi-BMW havia nas ruas, quem é que tinha um PC-tablet-telemóvel da última geração, quem é que fazia férias em praias tropicais ou a visita anual à neve, quem é que tinha 3 televisores em casa, quem é que comia em restaurantes meia dúzia de vezes por mês?
Porque é que de repente toda a gente achou que podia finalmente viver como um abastado burguês de classe média quando nada em Portugal tinha mudado a não ser o acesso fácil ao crédito?
Esta pergunta vale tanto para os cidadãos como para os dirigentes políticos.
R
CNeves Membro AAP
Mensagens : 1098 Data de inscrição : 13/11/2012
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Out 30 2013, 08:50
Caro amigo Ricardo Onga-Ku
É verdade, é: é uma grande verdade.
O que foi dito é simples:
Houve uma política europeia, deliberada e intencional, liderada pela Alemanha e outros países ricos, para nos fazer gastar á bruta; e para abandonar a nossa produção.
O propósito era simples: quiseram que comprássemos os seus Mercedes e bens afins; e que depois pedíssemos emprestado dinheiro aos seus bancos, onde nos cobravam juros de fazer corar o usuário mais empedernido.
Os lucros das suas empresas eram estratosféricos; de modo que “tudo estava bem”: nós que nos lixássemos.
Claro que temos muitas culpas: principalmente, por nos termos deixado ir neste embalo: ou seja, por nos termos deixado vergonhosamente enganar.
Eu concordo perfeitamente que temos de nos disciplinar: sobretudo acabar com mordomias sem qualquer sentido de certas classes profissionais, resultantes do “direito dos trabalhadores” e que são de uma injustiça do tamanho do mundo.
Claro que os nossos empresários tem de puxar pela cabeça, e pelo corpo, e tentarem ser competitivas no mundo, em vez de viverem á “mama” do estado e dos seus subsídios.
Claro também que temos de ter um Estado devidamente dimensionado, com custos razoáveis para os contribuintes.
Mas isso ninguém quer:
Lembram-se do Sócrates querer acabar com centros de saúde com mais funcionários do que utentes?
Lembram-se dos PEC’s 1, 2, 3 e 4 que não eram mais do que conjuntos de medidas para se gastar menos?
Ninguém quis: todos diziam, incluindo o senhor silva: “o povo não pode sofrer mais”.
Temos agora em resultado um PEC 4.444.44444, de grande responsabilidade dos opositores dos anteriores PEC’s; e continua tudo na mesma: ninguém quer perder mordomias.
Vamos agora ter em Lisboa greves, sobre greves porque os funcionários das empresas de transportes, responsáveis por uma fatia gorda do défice, não querem perder a mínima regalia: eles que têm mordomias de fazer corar um abade.
E este espírito é o mesmo nos professores, médicos, enfermeiros, proprietários das farmácias e por aí fora.
Mas esse espírito foi muito incentivado pela Europa e pelos seus dirigentes, para serem eles por sua vez a manter as suas mordomias.
De modo, que caro Ricardo Onga-Ku, todo o texto é uma grande verdade: embora obviamente nós sejamos os principais culpados por nos termos deixado enganar.
Boas audições
mango Membro AAP
Mensagens : 647 Data de inscrição : 04/10/2010
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Out 30 2013, 08:52
...
Última edição por mango em Qui Out 31 2013, 07:43, editado 1 vez(es)
ricardo onga-ku Membro AAP
Mensagens : 6017 Data de inscrição : 02/01/2012 Localização : Terra d'Anglos...e Saxões
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Out 30 2013, 09:49
É um facto que o consumo e o recurso ao crédito foi estimulado pelos nossos governantes após a entrada na U.E. Tenho ideia de ter lido que até o próprio do Sr. Silva hoje admite (entre dentes) o erro.
Mas a verdade é que ninguém "apontou uma pistola à cabeça" dos cidadãos ou dos responsáveis políticos ou dos sindicatos para que estes o fizessem. Generalizando, o que se passou foi que os primeiros se deixaram levar pela ânsia consumista da "posse" e da "aparência" e os segundos ou se deixaram corromper (a maioria?) ou foram suficientemente ingénuos para acreditar que era possível empregar "meio-mundo" e elevar a qualidade e aumentar a quantidade de serviços e infra-estruturas do estado sem que o país gerasse a riqueza para pagar tais "mordomias".
O resultado disso são estas enormes dívidas que temos de pagar, compromissos inevitáveis quando/se queremos manter o pouco nível de vida que ainda nos resta.
Só tenho pena que a classe média seja tão castigada e que os pobres fiquem mais pobres, quando nada acontece aos grandes empresários que muito lucraram com esta "corrida" ao consumo e quando os seus lacaios, disfarçados de políticos, apenas são julgados nas urnas.
Se não exorcizarmos esta obsessão pelo dinheiro (e pelo consumo) que hoje move a sociedade contemporânea e não conseguirmos que a justiça chegue a todos (incluindo aos políticos) de uma forma rápida e eficaz, jamais deixaremos de ser vítimas desta monstruosa ganância e corrupção.
R
CNeves Membro AAP
Mensagens : 1098 Data de inscrição : 13/11/2012
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Out 30 2013, 10:20
Amigo Ricardo Onga-Ku
Dizemos ambos o mesmo por diferentes palavras.
A Europa tem grandes responsabilidades, e delas não se pode furtar: e nós somos os grandes responsáveis, porque nos deixamos enganar.
De qualquer modo: "na segunda-feira a chave do totobola é óbvia".
Boas audições
ruifigueiredo Membro AAP
Mensagens : 163 Data de inscrição : 06/08/2012 Idade : 39 Localização : Seixal
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Out 30 2013, 11:50
O Ricardo não está a querer comparar/relacionar isto
ricardo onga-ku escreveu:
Quantas pessoas tinham casa própria, um carro, quantos Mercedes-Audi-BMW havia nas ruas, quem é que tinha um PC-tablet-telemóvel da última geração, quem é que fazia férias em praias tropicais ou a visita anual à neve, quem é que tinha 3 televisores em casa, quem é que comia em restaurantes meia dúzia de vezes por mês?
com isto
ricardo onga-ku escreveu:
Sabe bem ter escolas de luxo, auto-estradas por tudo quanto é canto, centros de saúde com atendimento 24h, aumentos quando não há inflação, subsídios e contribuições para tudo e um par de botas…mas a questão é que não podemos pagar esses luxos de 1º mundo.
pois não?
É que a diferença entre um lado e outro da barricada está precisamente aqui...
CNeves Membro AAP
Mensagens : 1098 Data de inscrição : 13/11/2012
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Out 30 2013, 12:03
Não tem dúvida: mas isso foi incentivado pela Europa:
mais, foi política da Europa, com o propósito de eles venderem os Mercedes e os BMW; lhe enchermos os resorts que tinham na neve e nas praias tropicais; e por aí fora.
E de facto, nós deixamo-nos enganar, e bem enganar: cortar nisso, como tentou fazer o Sócrates, nem pensar: deixamo-nos enganar até mesmo ao fim.
Ou melhor, continuamos enganados: e não queremos olhar para o que é na realidade é importante, que é sermos produtivos e eficazes; e gastarmos só aquilo que temos.
Boas audições
pistollero Membro AAP
Mensagens : 235 Data de inscrição : 24/11/2011 Idade : 44 Localização : Pinhal de frades, Seixal
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Out 30 2013, 12:05
O problema foi o crédito..não digo o crédito para investimento.. mas sim a facilidade ao crédito para consumo. Agora vamos andar 1 ou 2 décadas até sair disto. O país não tem industria, e a sociedade e empresas estão altamente endividadas. O imobiliário desvalorizou e mudou-se de paradigma, já ninguém compra casa. é um novo mundo que se vislumbra no horizonte....bye bye classe media! é o regresso ao passado. agora, vamos ver quanto tempo aguenta a dança ps/psd. Eu acho que a musica ja parou à muito tempo. O Pcoelho dizia que tinha-mos de empobrecer para sair da crise... pois é uma estratégia interessante, baixar salários, reduzir importações, aumentar exportações através de mão de obra barata (ridículo pq nunca vamos conseguir competir com economias como a china etc.) é o mergulho no abismo........
ricardo onga-ku Membro AAP
Mensagens : 6017 Data de inscrição : 02/01/2012 Localização : Terra d'Anglos...e Saxões
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Out 30 2013, 12:09
ruifigueiredo escreveu:
O Ricardo não está a querer comparar/relacionar isto
ricardo onga-ku escreveu:
Quantas pessoas tinham casa própria, um carro, quantos Mercedes-Audi-BMW havia nas ruas, quem é que tinha um PC-tablet-telemóvel da última geração, quem é que fazia férias em praias tropicais ou a visita anual à neve, quem é que tinha 3 televisores em casa, quem é que comia em restaurantes meia dúzia de vezes por mês?
com isto
ricardo onga-ku escreveu:
Sabe bem ter escolas de luxo, auto-estradas por tudo quanto é canto, centros de saúde com atendimento 24h, aumentos quando não há inflação, subsídios e contribuições para tudo e um par de botas…mas a questão é que não podemos pagar esses luxos de 1º mundo.
pois não?
É que a diferença entre um lado e outro da barricada está precisamente aqui...
Caro Rui,
O que eu quero dizer é que nós, cidadãos, somos directamente responsáveis pelo sobre-endividamento privado e indirectamente responsáveis pelo endividamento do estado.
Afinal os políticos foram eleitos por nós, com maiorias absolutas, e acho que não está errado afirmar que ganharam aqueles que mais "ofereceram"…polidesportivos, campos de jogos, piscinas municipais, serviços de transportes porta-a-porta, subsídios e outros brindes.
Como dizia o César, o Sócrates tentou cortar na despesa e nem os cidadãos, nem os sindicatos, nem a oposição alinharam. E agora está a passar-se o mesmo com o actual governo.
R
pistollero Membro AAP
Mensagens : 235 Data de inscrição : 24/11/2011 Idade : 44 Localização : Pinhal de frades, Seixal
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Out 30 2013, 12:10
CNeves escreveu:
gastarmos só aquilo que temos.
poiss... acho que vai ser assim a nova realidade...
ricardo onga-ku Membro AAP
Mensagens : 6017 Data de inscrição : 02/01/2012 Localização : Terra d'Anglos...e Saxões
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Out 30 2013, 12:12
pistollero escreveu:
CNeves escreveu:
gastarmos só aquilo que temos.
poiss... acho que vai ser assim a nova realidade...
O problema está em convencer o povo, os sindicatos, os trabalhadores, os juízes do constitucional e muitos políticos das mais variadas "cores" que isso é inevitável…
R
pistollero Membro AAP
Mensagens : 235 Data de inscrição : 24/11/2011 Idade : 44 Localização : Pinhal de frades, Seixal
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Out 30 2013, 12:17
eu acho que a primeira coisa que se tinha de fazer neste país era: 1-um orçamento de base zero.o resto da divida negoceiem, metam pa frente... façam cortes de cabelo... façam o que quiserem... 2-Novos políticos fora do sistema... já se começa ver algo... a câmara do porto é um bom exemplo.. 3-Precisamos de lideres que gostem do pais e não deles próprios e das suas clientelas..
ricardo onga-ku Membro AAP
Mensagens : 6017 Data de inscrição : 02/01/2012 Localização : Terra d'Anglos...e Saxões
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Out 30 2013, 12:21
Eu subscrevo mas falta o ponto IV:
4-ir buscar o dinheiro "desaparecido" do BPN...
pistollero Membro AAP
Mensagens : 235 Data de inscrição : 24/11/2011 Idade : 44 Localização : Pinhal de frades, Seixal
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Out 30 2013, 12:24
ricardo onga-ku escreveu:
Eu subscrevo mas falta o ponto IV:
4-ir buscar o dinheiro "desaparecido" do BPN...
mas esse ponto 4 leva-nos mts outros pontos.. e tb ao problema principal desta sociedade que é a falta de educação e ética.
ricardo onga-ku Membro AAP
Mensagens : 6017 Data de inscrição : 02/01/2012 Localização : Terra d'Anglos...e Saxões
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Out 30 2013, 12:29
"Nós não chegámos aqui por causa do destrambelhamento financeiro mundial. Isso perturbou todos os países, e Portugal também, mas assim falidos ou pré-falidos são só 3 ou 4 na Europa. Há problemas específicos nesses países que nos levaram a cair para o estado em que nós estamos. Portanto, a compreensão do caminho que nós adoptámos e em que é que ele desembocou é essencial para se perceber melhor (…)"
"Foi uma governação absolutamente desastrada financeiramente."
Medina Carreira, "Olhos nos olhos" 28.10.2013
http://www.tvi24.iol.pt/programa/4407
Última edição por ricardo onga-ku em Qua Out 30 2013, 14:47, editado 1 vez(es)
ricardo onga-ku Membro AAP
Mensagens : 6017 Data de inscrição : 02/01/2012 Localização : Terra d'Anglos...e Saxões
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Out 30 2013, 12:59
"O núcleo do desastre foi nas prestações sociais. Agora tem que se mexer nas prestações sociais e ninguém quer."
Medina Carreira, "Olhos nos olhos" 28.10.2013
Última edição por ricardo onga-ku em Qua Out 30 2013, 14:48, editado 4 vez(es)
CNeves Membro AAP
Mensagens : 1098 Data de inscrição : 13/11/2012
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Out 30 2013, 13:06
Uma curtinha para suavizar tristezas:
Ao telefone:
- BOM DIA, EU SOU FRANCISCO O PAPA DOS POBRES.
do outro lado:
- ENCANTADO, EU SOU PASSOS COELHO, UM DOS SEUS MELHORES FORNECEDORES!
Boas audições
GALVEIAS Membro AAP
Mensagens : 138 Data de inscrição : 06/03/2012 Idade : 56
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Out 30 2013, 13:18
Citação :
CNeves escreveu... - ENCANTADO, EU SOU PASSOS COELHO, UM DOS SEUS MELHORES FORNECEDORES!
Realidade NUA e CRUA. Galveias
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 57 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qui Out 31 2013, 16:23
Não só ofensivo como o maior "tapa olhos" lançado sobre os portugueses.
"É ofensivo dizer que os portugueses viveram acima das suas possibilidades"
Mensagens : 3034 Data de inscrição : 03/07/2010 Localização : Para onde nos pode levar uma música? Para qualquer lugar onde seja capaz de voar o pensamento.
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qui Out 31 2013, 18:43
A reforma do estado, ou o estado da reforma?
Basta ler o titulo do Guião: ..."Um Estado Melhor"
Estivemos meses na expectativa, esperámos, e o título do guião do Sr. Ministro da propaganda é:
"Um Estado Melhor" !!!
não um país melhor, não uma vida melhor, não um futuro melhor, mas um Estado melhor, o que acrescenta este guião? Acrescenta rigorosamente nada....
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 57 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qui Out 31 2013, 19:15
vlopes escreveu:
A reforma do estado, ou o estado da reforma?
Basta ler o titulo do Guião: ..."Um Estado Melhor"
Estivemos meses na expectativa, esperámos, e o título do guião do Sr. Ministro da propaganda é:
"Um Estado Melhor" !!!
não um país melhor, não uma vida melhor, não um futuro melhor, mas um Estado melhor, o que acrescenta este guião? Acrescenta rigorosamente nada....
Mesmo só lendo alguns cabecalhos, parece-me que tens toda a razao.
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António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 57 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qui Out 31 2013, 19:21
ricardo onga-ku escreveu:
É o chamado "chapa ganha, chapa gasta"…
R
Claro que é chapa ganha chapa gasta. Aliás, conhecendo a situacao de muitos portugueses e sabendo qual é a realidade orcamental das familias portuguesas, até e estranho que a chapa ganha de para as despesas minimas.
Quem anda pelo estrangeiro nao pode deixar de lamentar a miséria em que muitos vivem em Portugal, e aqueles que vivem naquilo a que os nossos politicos chamam de "classe média", nao passam de meros remediados em comparacao com a restante Europa.
Mas a grande especialidade é a areia para os olhos da nossa malta.
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António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 57 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qui Out 31 2013, 19:48
Ainda bem que é um Ministro do PSD a dize-lo.
«Se não baixarmos impostos a economia portuguesa não terá futuro» - Álvaro Santos Pereira
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ricardo onga-ku Membro AAP
Mensagens : 6017 Data de inscrição : 02/01/2012 Localização : Terra d'Anglos...e Saxões
Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qui Out 31 2013, 22:45
António José da Silva escreveu:
Ainda bem que é um Ministro do PSD a dize-lo.
«Se não baixarmos impostos a economia portuguesa não terá futuro» - Álvaro Santos Pereira
Acho que queres dizer ex-Ministro independente e agora, pelos vistos, "comentador"…
Eu concordo, mas para baixar imposto é necessário baixar as despesas do Estado. Venha daí essa reforma; rápido!!!