Loja de audio integralmente analógico-acústico

Ainda não havia amplificadores, colunas, sintonizadores, cabos e toda a outra parafernália com que nos entretemos. A electricidade era um bem ausente da grande maioria das habitações. Mas já havia uma loja dedicada à alta-fidelidade (daquele tempo) na cidade do Porto. Curiosamente e com certeza não por acaso, vendia aparelhos reprodutores de música (afinal a grafonola não passa de um gira-discos inteiramente manual com amplificação incorporada integralmente acústica - nada de componentes electrónicos!) e instrumentos produtores desta mesma música lado a lado...



O estabelecimento denominava-se Custódio Cardoso Pereira & C.ª e durou até há poucos anos.
Encontrei esta foto (c. 1900) numa página do Facebook interessante, sobretudo para os nostálgicos:
Porto Desaparecido.

agorgal escreveu:

Ainda não havia amplificadores, colunas, sintonizadores, cabos e toda a outra parafernália com que nos entretemos. A electricidade era um bem ausente da grande maioria das habitações. Mas já havia uma loja dedicada à alta-fidelidade (daquele tempo) na cidade do Porto. Curiosamente e com certeza não por acaso, vendia aparelhos reprodutores de música (afinal a grafonola não passa de um gira-discos inteiramente manual com amplificação incorporada integralmente acústica - nada de componentes electrónicos!) e instrumentos produtores desta mesma música lado a lado...



O estabelecimento denominava-se Custódio Cardoso Pereira & C.ª e durou até há poucos anos.
Encontrei esta foto (c. 1900) numa página do Facebook interessante, sobretudo para os nostálgicos:
Porto Desaparecido.

Bons tempos......

O vetor tempo é natural mas implacável . Essas peças persistem nas mãos de uns colecionadores teimosos e em museus p.e. ao impressionante MUSEU DA MÚSICA MECÂNICA em Pinhal Novo ao qual o n/ administrador Alexandre organizou uma visita com um almoço convívio .
Bons tempos .

...E por que não repetir essa visita ao Museu da Música Mecânica ?
Há com certeza outros interessados...como eu, que não pude ir da primeira vez!

Também sou candidato . È um dos melhores da Europa .Tem peças fantásticas algumas surpreendentes até para os mais entusiastas .

agorgal escreveu:

... A electricidade era um bem ausente da grande maioria das habitações. Mas já havia uma loja dedicada à alta-fidelidade (daquele tempo) na cidade do Porto...

...

Se não havia electricidade, então não havia analogico também! Era um processo puramente mecânico acustico (gramofone) que nada tém a ver com o som analogico (variação de tensão) e que necessita electricidade...

Sei que para alguns o vinil é o som mais natural possivel, mas dai a o confundir com uma grafonola!...

Apenas uma correção repleta de humor e ironia simpàtica

TD124 escreveu:

Se não havia electricidade, então não havia analogico também! Era um processo puramente mecânico acustico (gramofone) que nada tém a ver com o som analogico (variação de tensão) e que necessita electricidade...

Sei que para alguns o vinil é o som mais natural possivel, mas dai a o confundir com uma grafonola!...

Apenas uma correção repleta de humor e ironia simpàtica

Caro "TD124"
Será que o analógico implica a existência de electricidade?

Não penso que o analógico tenha necessidade de funcionar movido por electricidade. Analógico é tudo o que é comparável por analogia, semelhante, muito semelhante mas nunca rigorosamente igual. Um relógio analógico dá-nos a informação do tempo por analogia, o ponteiro está mais ou menos ali. E pode ser de corda ou movido por uma pilha. Mas é sempre um sistema mecânico que aponta para um resultado analógico, que nunca é exacto, ao contrário de um digital que nos indica o tempo exacto, à fracção de segundo. Como termo de comparação: olhámos para um relógio analógico e podemos dizer "dez menos vinte" que não estamos a dar uma informação incorrecta. Se olhar-mos um digital dizemos "nove e quarenta", uma leitura direta e mais exacta sem que retire verdade à leitura anterior..

Quanto à grafonola, disco, sulcos e uma agulha e ler as alterações micro destes sulcos. A rotação do disco é proporcionada pelo nosso (dos nossos avós) esforço físico. Os nossos gira-discos seguem o mesmo princípio beneficiando das tecnologias actuais...

Destes raciocínios e continuando a brincadeira: nós, seres humanos, somos seres analógicos, passamos o tempo a fazer analogias com o que vemos, ouvimos, sentimos. E, muito basicamente, podemos dizer com toda a propriedade que funcionamos com electricidade (e também química). Olhámos uma cadeira e sabemos, por analogia, que é uma cadeira. E todo o resto à nossa volta. Mas este facto, o de sermos autênticos geradores de corrente eléctrica, não desmente IMHO todo o mundo analógico que nos rodeia.

Talvez a dicotomia que vivemos por aqui com o "analógico vs digital" nos leve a pensar o analógico como obrigatoriamente derivado de um processo alimentado por electricidade (a tal variação de tensão que descreve) esquecendo tudo o que fica fora deste tipo de processos mas que também merece classificação na sua relação de semelhança...


Apetece dizer: fora com o , viva a grafonola!!!