... São dois belos registos, muito bem tocados, exemplos de como uma banda quando se cruza com empatia cria algo especial para quem escuta.
Eu gostava de conseguir, mas tento, tento e não me entra....
Efectivamente essa blocagem em relação ao jazz é estranha e conduz-te (infelismente) a passar ao lado de um belo estilo musical, mas... hà tantas pessoas alergicas à classica, que não sendo esse o teu caso, bem ao contràrio, estàs amplamente perdoado desse pequeno defeito de gosto...
eheheheh
Muito obrigado pelo "empurrão"!
Tenho a eternidade para aprender a gostar de Jazz, por isso enquanto estou vivo evito-o.
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom Out 24 2021, 12:09
Por vezes temos de nos afastar de algo para ver melhor, no caso, para ouvir melhor... faz uns anos vendemos todos os álbuns que tínhamos dos Talk Talk, não pela falta de qualidade dos mesmos, mas por serem de venda fácil e por estarem parados. A re-aproximação a uma das fases da banda, a última!, deu-se pela aproximação ao movimento Post-Rock. Os Talk Talk, sem querer e ainda antes do termo "Post-Rock" ter sido utilizado pela primeira vez, criaram as condições para que algo novo crescesse com raízes fortes e profundas (pense-se no Spirit of Eden que saiu em 1988). No meu caso, o afastamento foi algo necessário e hoje entendo melhor esta fase da banda, as suas criações, onde a formação Pop-Rock aparece no meio de paisagens mais largas e que permitem movimentos de experimentação com maior liberdade de expressão.
Talk Talk - Laughing Stock (1991)
Faz umas semanas que as reedições andam cá por casa, uma passagem pelo Porto permitiu este "regresso". Contudo a vida acontece e escutar Música tem sido algo complicado de fazer... ouvir ainda se vai ouvindo. Hoje finalmente estão reunidas as condições para revisitar a obra como ela merece e... bem, o quadro que aparece em cima tem o título de " Espanto", este álbum não deixa de nos espantar.
A reedição é boa, caso alguém procure, vale a pena pensar nela e poupar face aos preços que se aplicam nas edições antigas/usadas.
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom Out 24 2021, 13:10
Ainda há tempo para escutar mais um álbum e desta vez vamos seguir com um examplar do que tem rodado mais por aqui:
Quaking Myth by Xiphiidae (2010, poderão procurar pelo nome de Jeffry Astin)
Este Quaking Myth é um álbum de Ambient, com um pé no Drone... a capa, que lembra uma aguarela, diz bem do que se pode escutar, sons que se fundem e ganham relevo, como se afastam para dar lugar a paisagens que se aproximam do vazio, por isso do silêncio. O lado B tem uma atmosfera diferente, mais tribal, com os sons que nos transportam para lugares que estão pouco claros, como memórias distantes do que já fomos (enquanto sociedade).
Há muito para dizer sobre movimentos Musicais como o Ambient e os vários cruzamentos com Drone, Field Recording, ... há uma tese que me agrada muito, a do silêncio aparecer quando a Música é escutada no volume certo. O nosso cérebro não gosta do vazio e o que muitas vezes apelidamos de silêncio não passa de sons suaves que nos ajudam a embalar... o lado B deste álbum é um exemplo desta tese, sabe e faz bem.
Este álbum podem ouvir aqui: https://aguirrerecords.bandcamp.com/album/quaking-myth
Deixo a referência ao que deverá seguir-se: https://youtu.be/A1EmGAAmy34
O vídeo é de Amazônia, o álbum que Jean-Michel Jarre criou para servir de banda sonora para exposição do fotógrafo Sebastião Dalgado. Vale a pena ouvir e se tiverem um serviço de streaming, tentem escutar via auscultadores a versão binaural. No volume certo, estamos perante o silêncio.
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom Out 24 2021, 14:37
José Miguel escreveu:
...
Sound Mind Sound Body é o trabalho de Rafael Toral, é mesmo um álbum Português, com a sua guitarra e equipamentos electrónicos...
... Talk Talk - Laughing Stock (1991)
...A reedição é boa, caso alguém procure, vale a pena pensar nela e poupar face aos preços que se aplicam nas edições antigas/usadas...
... Quaking Myth by Xiphiidae (2010, poderão procurar pelo nome de Jeffry Astin)
Este Quaking Myth é um álbum de Ambient, com um pé no Drone... há uma tese que me agrada muito, a do silêncio aparecer quando a Música é escutada no volume certo...
Boas coisas que rodam por ai... esse Rafael Toral jà tinha sido evocado no topico ao lado numa época aonde esse album ainda não tinha sido reeditado, é efectivamente uma bela obra. O ultimo dos Talk-Talk é um classico e muito jà foi escrito, mereçe a atenção de qualquer amador de musica, independentemente dos seus estilos preferidos. Não conheço esse ultimo mas vou espreitar, tenho um pouco de tempo hoje... quanto a essa tese à volta da ambient, pareçe-me puxada e sò deve ser notavel para algumas formas nesse vasto estilo
Visto que se fala de drone ambient deixo para os interessados uma obra seminal que é um dos monumentos do estilo e que foi reeditada em vinil recentemente... pelo momento ainda se encontram exemplares mas os preços jà começaram a subir, e muito rapidamente...
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom Out 24 2021, 15:00
Olá Paulo, tudo bem?
A tese do silêncio não é para todo o género Ambient, antes para uma parte (confesso que me cruzei com isto ao explorar Ambient com Field Recording). Acho a tese pertinente pelo que disse, pelo facto de vivermos rodeados de som e o silêncio é muitas vezes isso, a experiência de certos sons no volume certo (imagine-se no meio da natureza a escutar o vento nas árvores, os pássaros, o estalar de folhas secas, mar, ...). Pelo uso da electrónica, muito disto já é possível mimetizar, criando o ambiente certo. Teses!!
Vamos espreitar esse Deep Listening com calma, já deu para perceber do que se trata, mas é preciso calma para ouvir. Por falar em obras "clássicas", por aqui temos Motore Immobile de Giusto Pio. Não sei se o título é uma brincadeira com o princípio Aristotélico (Motor Imóvel), mas há algo de metafísico, de princípio ou origem, nesta Música.
Ghost4u Membro AAP
Mensagens : 14051 Data de inscrição : 13/07/2010 Localização : Ilhéu Chão
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom Out 24 2021, 19:36
Quarenta e oito anos após a edição do duplo-LP «Record live» - testemunho da digressão no Velho Continente, que passou por Amesterdão, Frankfurt e Paris - a audição do blues rock dos Ten Years After revela-se fulgurante. Apesar de britânicos, é notória a influência do blues de Chicago. Alvin Lee executava a guitarra com rapidez, criando sonoridade própria ao roçar as cordas no pé metálico do microfone.
(Chrysalis, 301 284 - 408)
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVII Seg Nov 01 2021, 18:40
Jà fazia vàrios meses que não tinha escutado um disquito, em inteiro então jà faz mais de um ano certamente. Hoje quiz escutar uma obra da qual gosto muito e qual não foi a minha surpresa quando dei conta que não tinha transferido o ficheiro para o streamer e que a chave usb aonde estava tinha sido apagada pelo meu filho ... pas de problème! tenho o vinil então foi a ocasião de fazer rodar um disquito! Bom, não rodou muito pois hà musicas em que o vinil torna a escuta num esforço inutil, o disco foi este:
Grouper_AIA Alien Observer
Não abandonei e não é porque um estilo não passou que outro não possa ser agradàvel, agarrei então num album ao lado do qual também gosto muito, uma pérola do passado para o qual a escuta em vinilo adiciona uma subtil dose de barroco a uma obra, jà por si, elegantissima e finamente cinzelada. Evitar a reedição europeia e priveligiar a americana que por uma vês, pois não é regra, é excelente tanto na prensagem que no artwork. O que venho de dizer pode pareçer pouco audiofilo mas esta disciplina teve, e desde sempre, uma componente estética que se sobrepõe à fidelidade pois... o prazer é importante. Obra a degustar com um copo de Prosecco e umas azeitonas à moda grega, como venho de fazer, e desta vez escutei o album todo, com um grande prazer...
Ficam as duas dicas que paradoxalmente, musicalmente falando, estão tão proximas quanto distantes...
Ghost4u Membro AAP
Mensagens : 14051 Data de inscrição : 13/07/2010 Localização : Ilhéu Chão
Assunto: Re: A rodar XLVII Ter Nov 02 2021, 19:55
Confesso não apreciar o género soul e R&B. Todavia, os arranjos de «Killing me softly», complementam as vocalizações de Roberta Flack. Editado a 13 de Agosto de 1973, o álbum culmina com uma versão de «Suzanne», dispondo de som exuberante nas suas oito faixas.
(Atlantic, 7567 - 82793-2)
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVII Ter Nov 02 2021, 23:17
Saber esperar é uma virtude! Finalmente consegui um edição original de 1967!
O coleccionador está feliz, o audiofilo nem tanto.
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVII Qua Nov 03 2021, 07:58
Alexandre Vieira escreveu:
Saber esperar é uma virtude! Finalmente consegui um edição original de 1967!
O coleccionador está feliz, o audiofilo nem tanto.
Pela minha experiência, os "originais" ném sempre possuém a qualidade de prensagem gabada... sobretudo no Rock dessa época
Alexandre Vieira gosta desta mensagem
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom Nov 07 2021, 15:44
Hoje o sol, tal como onten, volta a fazer-se presente... ontem aproveitei para fazer o "dois em um", fui dar uma volta para apanhar ar e descarregar energia, fui levantar uns disquitos que estavam guardados...
Um deles toca agora:
Este álbum marca muitas vezes presença por aqui, no A Rodar. O Aníbal partilha-o com alguma regularidade e gosto, já o tínhamos espreitado uma e outra vez, finalmente chegou cá a casa.
O registo Folk com alguns arranjos que tocam no Jazz fazem bem companhia à bela voz da menina Sandy Denny. Quem não conhecer, pegue na bicicleta e vá procurar.
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom Nov 07 2021, 19:02
Tinha um outro álbum na mão, pois tinha pensado seguir por um caminho alternativo. Acabei aqui...
Blac Koyote - Blac Koyote (2011)
Este é um daqueles registos que tinha tudo para estar esquecido, Música Electrónica Ambiente feita em Portugal, composições que têm um pé no experimentalismo e ambição de comunicação pessoal (a imaginação solta, por isso a aventura a solo de um Músico que tem participação em outras formações), outro pé que nos coloca perante algumas linguagens mais tradicionais (ora estamos próximos da EDM ora do Jazz). Contudo, uns copos e conversas no Porto fizeram com que este álbum, dez anos depois, voltasse a ser falado.
Uma chamada de atenção para quem quiser ouvir e talvez comprar (13 Euros novo!): a capa tem uma fotografia presa (não colada) e há várias fotografias. Eu vi duas na mão, escolhi esta pelo contraste - que representa bem a Música gravada.
Podem espreitar aqui: https://padstore.bandcamp.com/album/blac-koyote
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Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVII Seg Nov 08 2021, 13:24
TD124 escreveu:
Alexandre Vieira escreveu:
Saber esperar é uma virtude! Finalmente consegui um edição original de 1967!
O coleccionador está feliz, o audiofilo nem tanto.
Pela minha experiência, os "originais" ném sempre possuém a qualidade de prensagem gabada... sobretudo no Rock dessa época
Claro que não! Mas ouves como eles ouviam na altura em que saiu! E ainda tem o bónus de ter mais alguns sons e ruídos. Afinal de contas pagas para isso!
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVII Ter Nov 09 2021, 17:50
Faz umas semanas referi aqui o Rafael Toral, depois voltei a falar dele e deste álbum que agora escuto no "não roda...". Desde que dei com as edições dos álbuns em vinil que ando (andamos) a ouvir e explorar o trabalho deste grande Músico, a forma como ele explora a guitarra permite-nos estar entre o estado meditativo e a vibração que antecipa uma agitação.
Rafael Toral - Wave Field
Creio já o ter dito, a capa de Wave Field é uma homenagem ao Loveless dos My Bloody Valentine. De alguma forma, o Rafael Toral foi tocado por esta banda, mas a fase musical que este álbum representa iniciou-se num concerto do Nirvana e com a banda de abertura... a história é contada pelo próprio, o som desse concerto era tão mau, que ele diz só ter ouvido ruído... até que esse ruído se transformou num som líquido e fluído. A Música não tem de ser uma sucessão de notas, aqui estamos no campo da modelação, uma outra Língua que enriquece a Linguagem Musical.
O LP é fruto de uma remasterização, o som é diferente do CD que saiu em 1995.
Podem espreitar aqui: https://rafaeltoral-r.bandcamp.com/album/wave-field-remastered
Se acharem que não deve nada ao que se faz lá fora, comprem!
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TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVII Ter Nov 09 2021, 20:15
José Miguel escreveu:
...Se acharem que não deve nada ao que se faz lá fora, comprem!
O nacionalismo cego é uma forma de extremismo pois... là fora é muito muito grande e nesse imenso espaço hà coisas enormes que foram e são feitas sém falar de todas as que são desconhecidas
Prefiro que convides a comprar Rafael Toral porque é bom, sém comparações perigosas e assim vou nessa...
Interessem-se à musica desse rapaz e se gostarem comprem, como sempre
PS: Evitem o vinil, serà mais barato e melhor
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José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVII Ter Nov 09 2021, 21:12
TD124 escreveu:
José Miguel escreveu:
...Se acharem que não deve nada ao que se faz lá fora, comprem!
O nacionalismo cego é uma forma de extremismo pois... là fora é muito muito grande e nesse imenso espaço hà coisas enormes que foram e são feitas sém falar de todas as que são desconhecidas
Prefiro que convides a comprar Rafael Toral porque é bom, sém comparações perigosas e assim vou nessa...
Interessem-se à musica desse rapaz e se gostarem comprem, como sempre
PS: Evitem o vinil, serà mais barato e melhor
Paulo, já nos vamos conhecendo, nacionalismo?
A minha frase visa chamar a atenção para algo que descobri e gosto, o reforço com o "lá fora" é vago pois tem de ser - quanta Música é feita e partilhada em plataformas como o Bandcamp que nunca iremos ouvir ou que um dia descobriremos e acharemos fantástica (anos depois de lançada, entenda-se)? Por outro lado, o facto de ser um Músico Português é visto como um extra, um bónus que não faz da Música melhor, acrescenta uma curiosidade sobre o Músico.
Com a tentativa de mergulhar na Música de estilo Ambiente (electrónica pura ou instrumental), em vez de seguirmos pela via das listas de "melhores" ou "obrigatórias", seguimos a navegar de forma livre (como sempre fizemos). Compramos os discos a quem conhece bem o Rafael Toral, mas um destes dias partilharei João Pais Filipe (que tem um álbum com o Toral), Músico do Porto que conheço e merece alguma atenção (curiosidade sobre ele, faz os próprios instrumentos)...
Um dia podemos alongar esta conversa, não há nacionalismo, há gozo na partilha e a tentativa de chamar a atenção para algo de que gosto.
ps.: hoje puxei do vinil, mas em ficheiro a Música respira melhor... em volume baixo ou alto, moderado não sei - o Toral diz que se deve tocar o disco ou Alto ou Baixo.
tomaz Membro AAP
Mensagens : 355 Data de inscrição : 21/10/2010 Idade : 51 Localização : Vila Nogueira de Azeitão
Assunto: Re: A rodar XLVII Qua Nov 10 2021, 00:56
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVII Qua Nov 10 2021, 10:35
José Miguel escreveu:
... quanta Música é feita e partilhada em plataformas como o Bandcamp que nunca iremos ouvir ou que um dia descobriremos e acharemos fantástica (anos depois de lançada, entenda-se)?...
Efectivamente e isso reforça a necessidade da partilha pois por vezes descobrimos coisas que nos vão acompanhar durante anos ou para sempre! Eu conheci o Rafael Toral assim que o Nuno Canavarro e o Carlos Maria Trindade por um amigo adepto da musica (sobretudo com guitarra) atmosférica ou experimental... é a pessoa a quém ofereci o disco de harpa que voçês me mandaram. Hà anos atràs os discos em vinil desses musicos custavam uma pequena fortuna por aqui e eles eram desconhecidos fora dos iniciados, ainda são. Por aqui hà uma moda (entre outras) que consiste a escutar obras de autores obscuros e raros em oposição à mainstream afim de acentuar uma atitude de conheçedor sém concessão... um pouco como os vinhos de autor ou de vinhateiro em oposição aos vinhos comerciais. Esses musicos portugueses citados alimentam hoje o desejo estereotipado desses circulos, tanto quanto outros musicos estrangeiros equivalentes, acho pena essa multiplicação de gavetas que pode conduzir a ir buscar o vazio para tentar encher algo...
José Miguel escreveu:
... Com a tentativa de mergulhar na Música de estilo Ambiente (electrónica pura ou instrumental), em vez de seguirmos pela via das listas de "melhores" ou "obrigatórias", seguimos a navegar de forma livre (como sempre fizemos)...
Começar com o Wollny e acabar no Monk ou fazer o contrario é praticamente a mesma coisa pois nos dois casos é uma viagem, ora que esse passeio livre que voçês fazém é deambular. Admito que nos estilos que aprecio tenho, ou tive, necessidade de conheçer os clàssicos antes de me permitir a associação livre... as listas ajudaram-me e ainda hoje acho-as importantes para quém quer começar uma viagem. Os Daft Punk diziam numa entrevista que para sair dum caminho é necessario que haja uma estrada, senão cada criação é singular e incomparàvel... isto leva-me ao album que escuto e que recomendo com fervor aos amadores de Jazz!...
O Martial Solal é o maior pianista de Jazz françês e coisa rara a sua influência foi até aos EUA aonde o Duke Ellington dizia dele que "ele possui com abundância os elementos essenciais a qualquer musico: sensibilidade, frescura, criatividade e uma técnica extraordinaria". Com 92 anos o pianista decidiu de fazer, o que pareçe ser, o seu ultimo concerto solo na sala Gaveau em Paris. Com 92 anos o artista està desembaraçado da regra e vai ao essencial directamente. Entre tradição (standards) e manuseamento implacàvel do instante de depois (improvisação) o artista mostra que atingiu uma forma de auge. Aliàs, ele mesmo diz no disco que "a liberdade total exige muito trabalho". Uma obra aos confins da mopdernidade que mostra que na arte o tempo não existe...
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVII Qua Nov 10 2021, 12:23
tomaz escreveu:
Confesso que o título do álbum me fez pensar duas vezes antes de abrir o vídeo, mas a experiência de ouvir tudo foi um bom desafio - as letras são do mais directo que há, mas os arranjos instrumentais estão muito bem (referi My Bloody Valentine e de alguma forma há uma ligação).
Boa partilha, não conhecia!
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVII Qua Nov 10 2021, 13:44
TD124 escreveu:
José Miguel escreveu:
... quanta Música é feita e partilhada em plataformas como o Bandcamp que nunca iremos ouvir ou que um dia descobriremos e acharemos fantástica (anos depois de lançada, entenda-se)?...
Efectivamente e isso reforça a necessidade da partilha pois por vezes descobrimos coisas que nos vão acompanhar durante anos ou para sempre! Eu conheci o Rafael Toral assim que o Nuno Canavarro e o Carlos Maria Trindade por um amigo adepto da musica (sobretudo com guitarra) atmosférica ou experimental... é a pessoa a quém ofereci o disco de harpa que voçês me mandaram. Hà anos atràs os discos em vinil desses musicos custavam uma pequena fortuna por aqui e eles eram desconhecidos fora dos iniciados, ainda são. Por aqui hà uma moda (entre outras) que consiste a escutar obras de autores obscuros e raros em oposição à mainstream afim de acentuar uma atitude de conheçedor sém concessão... um pouco como os vinhos de autor ou de vinhateiro em oposição aos vinhos comerciais. Esses musicos portugueses citados alimentam hoje o desejo estereotipado desses circulos, tanto quanto outros musicos estrangeiros equivalentes, acho pena essa multiplicação de gavetas que pode conduzir a ir buscar o vazio para tentar encher algo...
José Miguel escreveu:
... Com a tentativa de mergulhar na Música de estilo Ambiente (electrónica pura ou instrumental), em vez de seguirmos pela via das listas de "melhores" ou "obrigatórias", seguimos a navegar de forma livre (como sempre fizemos)...
Começar com o Wollny e acabar no Monk ou fazer o contrario é praticamente a mesma coisa pois nos dois casos é uma viagem, ora que esse passeio livre que voçês fazém é deambular. Admito que nos estilos que aprecio tenho, ou tive, necessidade de conheçer os clàssicos antes de me permitir a associação livre... as listas ajudaram-me e ainda hoje acho-as importantes para quém quer começar uma viagem. Os Daft Punk diziam numa entrevista que para sair dum caminho é necessario que haja uma estrada, senão cada criação é singular e incomparàvel... isto leva-me ao album que escuto e que recomendo com fervor aos amadores de Jazz!...
(...)
A Música é uma forma de Arte e haverá sempre a que chega a muitos e a que chega a poucos, haverá a que chega e a que não chega a mim. Eu só posso gostar do que conheço, não tenho como evitar isto. Já falamos sobre os pequenos ou grandes produtores de vinho, na altura disse o mesmo, vou falar do que gosto e do que me toca (o "gosto" é uma construção que se alimenta de muitos elementos), o resto deixo para que outros falem. Na frase que sublinhei, em vez das reticências imagino a palavra Ego, mas o que seria do mundo e evolução do Homem (da Arte se quiser) sem esses que arriscam coisas diferentes? Será justo julgar dessa forma?
Eu não sou dado à enciclopédia, nunca estudei dessa forma e não aplico a técnica à Música. As listas têm um valor altamente enciclopédico, podem e servem de orientação para que se descubram factos enciclopédicos (o primeiro álbum do género, relações entre bandas, lugares de relevo, instrumentos utilizados, escalas, ...), depois cabe a cada um navegar como bem entender e o "gosto" (aqui entenda a construção e abertura) permitir.
Por falar em Jazz Francês, deixo a sugestão:
Henri Texier - "amir"
De alguma forma "espiritual", "amir" é um álbum capaz de nos transportar para outras paragens, terras menos férteis como a que aparecem na capa, terras onde nos podemos encontrar.
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVII Qua Nov 10 2021, 22:07
José Miguel escreveu:
TD124 escreveu:
... Esses musicos portugueses citados alimentam hoje o desejo estereotipado desses circulos, tanto quanto outros musicos estrangeiros equivalentes, acho pena essa multiplicação de gavetas que pode conduzir a ir buscar o vazio para tentar encher algo... ...
... Na frase que sublinhei, em vez das reticências imagino a palavra Ego, mas o que seria do mundo e evolução do Homem (da Arte se quiser) sem esses que arriscam coisas diferentes? Será justo julgar dessa forma?
Por falar em Jazz Francês, deixo a sugestão:
Henri Texier - "amir" ...
José, a minha frase não era destinada aos musicos portugueses citados que aprecio e evidentemente que é necessario arriscar e inovar, mesmo se não vejo Toral ou o Canavarro como "revolucionarios"... a minha critica era dirigida aos "bobos" daqui que preferem escutar musicos estrangeiros desconhecidos em vez dos franceses para se darem a impressão a si e aos outros de conhecer a pérola rara, não era contra os musicos citados...
Não conheço o Texier fora como sideman, vou espreitar esse album que pareçe bem antigo
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVII Qua Nov 10 2021, 22:29
O álbum "amir" é de 1976, se não me engano, o primeiro dele em nome próprio. Conheci e muito escutei durante o ano nos Açores, na altura partilhei no "não roda..." Tem influências do Norte de África, mas por esses lados é normal, também bebe da vertente mais espiritual e aberta do Jazz (foi um Francês quem me colocou a ouvir isto).
Por aqui continua a tocar sem rodar, nunca encontrei o vinil, mas a Música está para lá do formato e ainda revisito o álbum de quando-em-quando.
tomaz Membro AAP
Mensagens : 355 Data de inscrição : 21/10/2010 Idade : 51 Localização : Vila Nogueira de Azeitão
Assunto: Re: A rodar XLVII Qui Nov 11 2021, 02:47
José Miguel escreveu:
tomaz escreveu:
Confesso que o título do álbum me fez pensar duas vezes antes de abrir o vídeo, mas a experiência de ouvir tudo foi um bom desafio - as letras são do mais directo que há, mas os arranjos instrumentais estão muito bem (referi My Bloody Valentine e de alguma forma há uma ligação).
Boa partilha, não conhecia!
Acresce que este colectivo tem um trabalho em colaboração com o João Pais Filipe. Achei portanto completamente pertinente uma vez que havia uma referência a este músico numa completa coincidência com o facto de eu estar exactamente em escuta atenta da obra dos Gnod
Esta dinâmica e o puro espírito de partilha que existe por aqui é algo a que sou verdadeiramente grato. Suscita algo que me proponho sempre. Evitar ficar espartilhado por quaisquer preconceito ou o que quer que seja que me impeça de fruir, descobrir, desafiar a música.
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVII Qui Nov 11 2021, 09:38
José Miguel escreveu:
... Por aqui continua a tocar sem rodar, nunca encontrei o vinil, mas a Música está para lá do formato e ainda revisito o álbum de quando-em-quando.
O vinil existe pois foi reeditado e pareçe ter, pelo que se diz, uma muito boa prensagem. Gostei do album aonde as raizes orientais e africanas se cruzam e fez-me por momentos pensar a este album do virar do século que aconselho e aonde o Texier participa. Uma viagem musical embriagante pela africa do norte até ao sul e deixo uma faixa aonde a melancolia sul africana encontra a languidez voluptuosa do deserto magrebino, uma obra magnifica...
tomaz escreveu:
... Suscita algo que me proponho sempre. Evitar ficar espartilhado por quaisquer preconceito ou o que quer que seja que me impeça de fruir, descobrir, desafiar a música.
Acho bela essa ideia de desafiar a musica ao contrario de ser desafiado por ela... fez-me reflectir
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVII Qui Nov 11 2021, 12:16
tomaz escreveu:
Acresce que este colectivo tem um trabalho em colaboração com o João Pais Filipe. Achei portanto completamente pertinente uma vez que havia uma referência a este músico numa completa coincidência com o facto de eu estar exactamente em escuta atenta da obra dos Gnod
Esta dinâmica e o puro espírito de partilha que existe por aqui é algo a que sou verdadeiramente grato. Suscita algo que me proponho sempre. Evitar ficar espartilhado por quaisquer preconceito ou o que quer que seja que me impeça de fruir, descobrir, desafiar a música.
O Tomaz hoje já me fez questionar a minha memória - que nunca foi boa para nomes e datas, mas a parte visual funciona.
Este álbum eu conheço, mas não associei o nome da banda. Faz algum tempo publicitei uma campanha da Lovers & Lollypops, sigo com alguma atenção a Editora.
Faca De Fogo é bem diferente da proposta anterior, este álbum tem raízes Psicadélicas, algo étnico e expansivo. O João Pais Filipe está bem, acompanha bem a banda, mas menos inventivo.
Talvez venha a ser reeditado em vinil, a edição de 100 cópias já se foi.
Podem ouvir todo aqui: https://store.loversandlollypops.net/album/faca-de-fogo
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVII Qui Nov 11 2021, 12:20
TD124 escreveu:
José Miguel escreveu:
... Por aqui continua a tocar sem rodar, nunca encontrei o vinil, mas a Música está para lá do formato e ainda revisito o álbum de quando-em-quando.
O vinil existe pois foi reeditado e pareçe ter, pelo que se diz, uma muito boa prensagem. Gostei do album aonde as raizes orientais e africanas se cruzam e fez-me por momentos pensar a este album do virar do século que aconselho e aonde o Texier participa. Uma viagem musical embriagante pela africa do norte até ao sul e deixo uma faixa aonde a melancolia sul africana encontra a languidez voluptuosa do deserto magrebino, uma obra magnifica...
tomaz escreveu:
... Suscita algo que me proponho sempre. Evitar ficar espartilhado por quaisquer preconceito ou o que quer que seja que me impeça de fruir, descobrir, desafiar a música.
Acho bela essa ideia de desafiar a musica ao contrario de ser desafiado por ela... fez-me reflectir
A Música podde desafiar-nos, mas essa ideia ao contrário é pertinente - também nós temos de desafiar a Música que existe.
Não conheço essa sua proposta, mas vou investigar melhor (estou numa pausa de trabalho, mas curtinha...).
A compra do "amir" nunca aconteceu por nunca o ter visto por aqui... talvez um destes dias voltemos a França e seja possível, já sabe que não mandamos vir vinil de fora (vivemos bem com essa limitação, a falta do formato físico não é impeditiva).
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TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Qui Nov 11 2021, 13:23
José Miguel escreveu:
... A compra do "amir" nunca aconteceu por nunca o ter visto por aqui... talvez um destes dias voltemos a França e seja possível, já sabe que não mandamos vir vinil de fora (vivemos bem com essa limitação, a falta do formato físico não é impeditiva).
Sim eu sei e pareçe-me ser algo de muito limitante para um amador de vinil, mesmo se estou de acordo que não seja em nada impeditiva a falta do formato fisico, bem ao contràrio. Por aqui, em França, o vinil ainda vive mas para ser exacto vai vivendo devagarinho. Se eu quizesse ter esse album do Texier teria de o comprar na internet pois não vejo nenhuma loja de discos em Montpellier o possuir, ou então seria por encomenda. Mesmo o excelente discario que existia de musica electronica, essencialmente em vinil, que era uma referência em toda a França fechou jà hà anos e actualmente as três ou quatro lojas de discos aqui (com a Fnac) téem uma oferta limitada e estereotipada. Se juntar-mos as edições nacionais, as edições confidenciais, as edições limitadas e as edições auto-financiadas... torna-se dificil de as obter sém as fazer vir do pais de origem, basta olhar para muita coisa na bandcamp ou mesmo os primeiros Sylvain Chauveau que foram editados por uma obscura casa de edição de Praga e nunca chegaram às lojas francesas. Por outro lado, para dizer a verdade, o vinil sempre foi assim e nos anos 90 até 2000 e pouco a maioria dos meus discos de post, electronica ou mesmo jazz eram encomendados desde o estrangeiro pois as lojas ném queriam fazer esse serviço dizendo que perdiam dinheiro. Não gosto de muitos conçeitos da Amazon mas a loja de vinil e Cd é boa e a oferta excelente
José Miguel Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Qui Nov 11 2021, 14:01
TD124 escreveu:
José Miguel escreveu:
... A compra do "amir" nunca aconteceu por nunca o ter visto por aqui... talvez um destes dias voltemos a França e seja possível, já sabe que não mandamos vir vinil de fora (vivemos bem com essa limitação, a falta do formato físico não é impeditiva).
Sim eu sei e pareçe-me ser algo de muito limitante para um amador de vinil, mesmo se estou de acordo que não seja em nada impeditiva a falta do formato fisico, bem ao contràrio. Por aqui, em França, o vinil ainda vive mas para ser exacto vai vivendo devagarinho. Se eu quizesse ter esse album do Texier teria de o comprar na internet pois não vejo nenhuma loja de discos em Montpellier o possuir, ou então seria por encomenda. Mesmo o excelente discario que existia de musica electronica, essencialmente em vinil, que era uma referência em toda a França fechou jà hà anos e actualmente as três ou quatro lojas de discos aqui (com a Fnac) téem uma oferta limitada e estereotipada. Se juntar-mos as edições nacionais, as edições confidenciais, as edições limitadas e as edições auto-financiadas... torna-se dificil de as obter sém as fazer vir do pais de origem, basta olhar para muita coisa na bandcamp ou mesmo os primeiros Sylvain Chauveau que foram editados por uma obscura casa de edição de Praga e nunca chegaram às lojas francesas. Por outro lado, para dizer a verdade, o vinil sempre foi assim e nos anos 90 até 2000 e pouco a maioria dos meus discos de post, electronica ou mesmo jazz eram encomendados desde o estrangeiro pois as lojas ném queriam fazer esse serviço dizendo que perdiam dinheiro. Não gosto de muitos conçeitos da Amazon mas a loja de vinil e Cd é boa e a oferta excelente
Imaginava que por aí a oferta fosse melhor, quando visitamos Nantes apenas vimos um pequena loja, mas não procuramos por isso. A oferta não era nada de especial, o que se nota é a oferta dos ditos "clássicos", que aqui por vezes são difíceis e caros.
No Porto existem várias lojas, novos e usados. A Matéria Prima tem (sempre teve) uma oferta diferenciada, desde Singles 12" de Tecno a Afro-Beat, Ambient (Dark, Meditative, ...), Noise, Field Recording, Middle East, uma gaveta para a Drag City (tem uma oferta boa)... é a loja do Porto com a oferta mais "fora da caixa". Eu continuo a adorar ir à PortoCalling, as conversas lá são muito boas, mas a oferta é mais comum (ainda assim, o Pedro ajuda a encontrar coisas menos comuns). A Tubitek tem a vantagem de pertencer a uma pessoa que importa... pelo site cdgo.com encontra-se muita coisa. Há uma loja de Lisboa que usamos para o Post-Rock, equilibriummusic.com. A Luciana gosta da malta da Flur... e desta forma vamos tendo alguma escolha (tenha em mente que compramos cada vez menos).
O vinil está em alta, neste momento pensamos adquiri o "novo" pack:
A versão 2x10" do Kid A era bastante ruidosa, espero que esta seja boa! São dois álbuns que ficam bem juntos, foram mesmo gravados juntos... pelo que a oportunidade para os comprar é boa.
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVII Qui Nov 11 2021, 17:17
José Miguel escreveu:
...e desta forma vamos tendo alguma escolha (tenha em mente que compramos cada vez menos).
O vinil está em alta, neste momento pensamos adquiri o "novo" pack:
A versão 2x10" do Kid A era bastante ruidosa, espero que esta seja boa! São dois álbuns que ficam bem juntos, foram mesmo gravados juntos... pelo que a oportunidade para os comprar é boa.
Não sabia da saida desse casal de albums que no final são três discos... pena que o nome e o artwork não tenham sido respeitados, continuo sensivel a isso no formato fisico pois, uma copia ou é idêntica ou não é uma copia
Também ando com alguns vinis na cabeça mas, escuto tão pouco que começa a ser deveras contraditorio de acumular discos que não escuto (em vinil) e alguns ainda selados. No inicio do ano vou ter que tomar decisões inteligentes e fazer um lugar na garagem para os giras, talvez
José Miguel Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Qui Nov 11 2021, 20:15
TD124 escreveu:
Não sabia da saida desse casal de albums que no final são três discos... pena que o nome e o artwork não tenham sido respeitados, continuo sensivel a isso no formato fisico pois, uma copia ou é idêntica ou não é uma copia
Também ando com alguns vinis na cabeça mas, escuto tão pouco que começa a ser deveras contraditorio de acumular discos que não escuto (em vinil) e alguns ainda selados. No inicio do ano vou ter que tomar decisões inteligentes e fazer um lugar na garagem para os giras, talvez
Eu não referi o terceiro disco, que é bónus com B Sides.
Neste caso as capas não me provocam um olhar de desagrado, pois até a mudança de nome parece conduzir a um conceito que parecia ter nascido assim... poderei ser eu a pensar errado.
Isso de ter discos por abrir não nos acontece, já demoramos uns dias a abrir, mas nunca chegou a uma semana. O que tem acontecido é outra coisa, como compramos pouco e de forma espaçada, lavar tem ficado esquecido. Em outros tempos dizer isto seria motivo de
Paulo, em vez da garagem, deixe os gira-discos encontrar nova casa. Eu acolheria um, mas seguindo as suas palavras, para mau já temos um.
mannitheear Membro AAP
Mensagens : 1392 Data de inscrição : 01/08/2013
Assunto: Re: A rodar XLVII Qui Nov 11 2021, 20:54
José Miguel escreveu:
A Música é uma forma de Arte e haverá sempre a que chega a muitos e a que chega a poucos, haverá a que chega e a que não chega a mim. Eu só posso gostar do que conheço, não tenho como evitar isto. Já falamos sobre os pequenos ou grandes produtores de vinho, na altura disse o mesmo, vou falar do que gosto e do que me toca (o "gosto" é uma construção que se alimenta de muitos elementos), o resto deixo para que outros falem. Na frase que sublinhei, em vez das reticências imagino a palavra Ego, mas o que seria do mundo e evolução do Homem (da Arte se quiser) sem esses que arriscam coisas diferentes? Será justo julgar dessa forma?
Eu não sou dado à enciclopédia, nunca estudei dessa forma e não aplico a técnica à Música. As listas têm um valor altamente enciclopédico, podem e servem de orientação para que se descubram factos enciclopédicos (o primeiro álbum do género, relações entre bandas, lugares de relevo, instrumentos utilizados, escalas, ...), depois cabe a cada um navegar como bem entender e o "gosto" (aqui entenda a construção e abertura) permitir.
Por falar em Jazz Francês, deixo a sugestão:
Henri Texier - "amir"
De alguma forma "espiritual", "amir" é um álbum capaz de nos transportar para outras paragens, terras menos férteis como a que aparecem na capa, terras onde nos podemos encontrar.
Thank you for the suggestion! I have to explore this album because I like other albums from Texier very much and don't know this one!
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José Miguel Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Sex Nov 12 2021, 13:20
mannitheear escreveu:
Thank you for the suggestion! I have to explore this album because I like other albums from Texier very much and don't know this one!
Dear Manfred,
From the same Henri Texier I recommend listening to Varech - in case you don't know it. It has a foot in Folk and another in North Africa, it works very well.
He's very energetic as a bass player, he manages to create a beautiful rhythmic base or solos.
Ghost4u Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Sex Nov 12 2021, 23:07
Apesar do registo suave e calmo, «Black Earth», constitui uma ilustração, onde a delicadeza interpretativa em nada favorece a comodidade, levando o ouvinte a reflectir sobre o lesado estado em que se encontra o planeta que habita. Editado em 2016, tem assinatura dos germânicos Bohren & Der Club of Gore.
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVII Ter Nov 16 2021, 19:00
Depois de um dia longo que começou mais cedo do que esperava, dediquei-me a abrir o álbum Kid A Mnesia que chegou no Sábado... comecei com Kid A e no final da primeira Face lembrei-me de outro... ouvi atentamente a segunda Face, no final a ligação ainda me pareceu mais natural.
Giusto Pio – Motore Immobile (1978)
Este é um exemplar do minimalismo experimental, na Face A temos um ambiente que se abre perante nós em largura e nos convida a um movimento espiritual despido do desnecessário. A Face B coloca-nos perante outra perspectiva da paisagem, o piano aparece para quebrar o contínuo do órgão, como se nos chamasse à Terra.
É um belo álbum para o final do dia, quem quiser conhecer pode escutar as duas faixas aqui: https://soave.bandcamp.com/album/motore-immobile
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVII Qua Nov 17 2021, 12:28
José Miguel escreveu:
... Giusto Pio – Motore Immobile (1978)
Este é um exemplar do minimalismo experimental,...
Com um titulo tão expressivo e mesmo pela capa... sò podia ser um exemplar de musica minimalista
José Miguel Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Qua Nov 17 2021, 14:31
TD124 escreveu:
Com um titulo tão expressivo e mesmo pela capa... sò podia ser um exemplar de musica minimalista
Numa visita à Matéria Prima, a Luciana descreveu o que queria e saltaram alguns álbuns, esse Motore Immobile foi um deles. O título lembrou-nos logo Aristóteles, a capa tem algo de tradição cristã... ouvimos um pouco na loja e tudo parecia fazer sentido, afinal a "espiritualidade" não deixa de ser um movimento da razão.
Caso goste desse tipo de registo, com o uso de órgão de tubos, deixo ainda a referência a:
Kali Malone: https://kalimalone.bandcamp.com/album/the-sacrificial-code
Este mês esgotamos o nosso orçamento com os Radiohead, mas a edição é muito boa - graficamente muito bem conseguida e o vinil toca sem defeitos (só encontramos a versão com discos vermelhos).
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVII Qua Nov 17 2021, 15:38
José Miguel escreveu:
TD124 escreveu:
Com um titulo tão expressivo e mesmo pela capa... sò podia ser um exemplar de musica minimalista
Numa visita à Matéria Prima, a Luciana descreveu o que queria e saltaram alguns álbuns, esse Motore Immobile foi um deles. O título lembrou-nos logo Aristóteles, a capa tem algo de tradição cristã... ouvimos um pouco na loja e tudo parecia fazer sentido, afinal a "espiritualidade" não deixa de ser um movimento da razão. ...
Este fim de semana fiz escutar em vinil ao Ricardo, e nos cans ao seu irmão, uma faixa do Jacaszek Glimmer que é uma musica que roça o sagrado, poderia mesmo ser visto como do barroco aumentado. A musica dele nesse album pode ser etiquetada como ambient experimental e deixo de novo o convite a mergulhar nessa obra intensa e catartica. Da italia pouco tenho em electronica, mesmo noutros estilos, e pouco conheço fora o Giuseppe Lelasi e a Caterina Barbieri. Desta ultima saliento o belo album de ambient experimental Patterns Of Consciousness... tenho a certeza que vão gostar e talvez mesmo discutir um pouco à volta desta musica
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Ghost4u Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Qua Nov 17 2021, 19:48
Jorge Moniz, conhecido baterista de jazz, na qualidade de compositor erudito, apresentou-se ao piano com um quarteto de cordas, no Auditório do Liceu Camões, em Lisboa, dando a conhecer o álbum «Cinematheque». A Antena 2 transmitiu este contemplativo concerto.
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Assunto: Re: A rodar XLVII Qua Nov 17 2021, 21:22
Violência barroca para começar a acabar o dia.
José Miguel Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Qua Nov 17 2021, 21:25
TD124 escreveu:
Este fim de semana fiz escutar em vinil ao Ricardo, e nos cans ao seu irmão, uma faixa do Jacaszek Glimmer que é uma musica que roça o sagrado, poderia mesmo ser visto como do barroco aumentado. A musica dele nesse album pode ser etiquetada como ambient experimental e deixo de novo o convite a mergulhar nessa obra intensa e catartica. Da italia pouco tenho em electronica, mesmo noutros estilos, e pouco conheço fora o Giuseppe Lelasi e a Caterina Barbieri. Desta ultima saliento o belo album de ambient experimental Patterns Of Consciousness... tenho a certeza que vão gostar e talvez mesmo discutir um pouco à volta desta musica
Dois belos álbuns aqui partilhados, recomendo a escuta atenta de ambos. Não os conhecia e neste momento não sei dizer de qual gostei mais.
A menina Caterina Barbiere coloca-nos perante um cenário de futuro, confesso que me lembrei muitas vezes do Blade Runner enquanto ouvia... o título já nos deixa em alerta, mas a Música coloca-nos a mexer como o Tecno e em estado de meditação como o Drone. Pelo meio há sons trabalhados por algorítmo, mesmo a calhar.
O Michał Jacaszek está muito bem neste álbum e compreendo a referência ao Barroco. A escuta permite a viagem por paisagens onde o belo é procurado entre a orgânica e a electrónica.
Deixo em partilha um álbum que tem tocado algumas vezes desde que foi descoberto (creio que já o partilhei antes):
Balmorhea - The Wind.
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVII Qui Nov 18 2021, 10:50
José Miguel escreveu:
... recomendo a escuta atenta de ambos. Não os conhecia e neste momento não sei dizer de qual gostei mais...
Ainda bem que gostaram... deixo mais um album de electronica que me fascina desde o grande confinamento e que para mim é uma das obras mais essenciais que este estilo criou muito recentemente...
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVII Qui Nov 18 2021, 11:05
ricardo.canelas escreveu:
Violência barroca...
Diria mais, violência depressiva
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José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVII Qui Nov 18 2021, 18:03
Depois do tempo necessário de ausência, mais um álbum regressou a casa...
Já aqui partilhei o regresso de Laughing Stock dos Talk Talk, nessa altura o Spirit of Eden não estava disponível, mas logo ficou agendada a compra. Pois bem, faz umas duas semana que por cá anda, já rodou algumas vezes e pouco mais tenho para dizer.
Sobre a Música de Spirit of Eden muito já foi dito, eu não conseguirei acrescentar nada valioso. Tive mesmo que dar uma volta por outros lados para apreciar estes álbuns. Se for necessário façam o mesmo, explorem bandas que levaram este conceito para outras paisagens, mas que no fundo estão alicerçadas nos mesmos pilares.
Esta reedição traz um DVD, mas ainda não me deu para procurar um aparelho desses e ver o que se passa (no computador não temos leitor). Creio existir uma faixa extra, terei de ver/ouvir... o álbum é bom tal como foi lançado, esta reedição toca muito bem (silenciosa, sem distorções). Quem quiser explorar esta fase dos Talk Talk (a única que para já voltaremos a comprar depois de termos vendido), pode seguir pelo caminho das reedições - a nós ficaram mais baratas do que usados.
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVII Qui Nov 18 2021, 18:04
TD124 escreveu:
José Miguel escreveu:
... recomendo a escuta atenta de ambos. Não os conhecia e neste momento não sei dizer de qual gostei mais...
Ainda bem que gostaram... deixo mais um album de electronica que me fascina desde o grande confinamento e que para mim é uma das obras mais essenciais que este estilo criou muito recentemente...
Creio que este álbum já tinha sido partilhado por si, mas fez bem voltar a colocar aqui. É um belo registo, antes do Spirit of Eden tocou em formato digital.
ricardo.canelas Membro AAP
Mensagens : 350 Data de inscrição : 02/04/2014 Localização : Lisboa
Assunto: Re: A rodar XLVII Qui Nov 18 2021, 18:35
Um compositor singular e marcante, num momento de dor.
A mistura sem pudor de elementos exteriores à musica ocidental, o respeito extremo pelos extremos das cordas, uma gravação extraordinária. As cordas da Clio são levadas a vibrar com uma autoridade e precisão hipnotizantes, a voz da Patricia Rozario é simplesmente sublime.
De aproveitar estar toda a gente fora de casa e mergulhar.
masa gosta desta mensagem
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom Nov 21 2021, 14:02
Faz algum tempo que não visitava uma das (talvez a) minhas partes faviritas da estante, mas hoje não resisti:
Kevin Ayres - Joy of a Toy (1969)
Em paralelo com a grande aventura com os Soft Machine, Kevin Ayres criou uma pérola mais próxima do Psicadélico e a capa não engana. As letras e movimentos instrumentais colocam-nos perante um mundo de fantasia onde tudo parece possível. Entrar em Joy of a Toy não é como entrar na toca do coelho, mas é ver algo mágico que está lá dentro.
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom Nov 21 2021, 15:42
Entretanto terminamos o almoço, com café e ainda algum tinto no copo, seguimos com:
Brigitte Fontaine - est... Folle.
Este álbum é uma delícia, psicadélico e elegante, arranjos que tocam o Pop Barroco (tão bem trabalhado em França). Altamente recomendado para uma tarde soalheira ou final de dia... para qualquer hora.
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom Nov 21 2021, 17:33
Quando uma secção da estante está a agradar, não é preciso procurar muito - numa estante pouco organizada, resta seguir o género.
Rodriguez - Coming From Reality (1971)
Coming From Reality mostra-nos um Rodriguez mais singer-songwriter e menos ácido/psicadélico. O álbum Cold Fact tem outro tipo de arranjos, quem não bate o pé e se perde com Sugar Man!?! Aqui a veia de "poeta de rua" e intervenção não se perde, há letras com boas tiradas - escute-se A Most Disgusting Song por exemplo. É um registo que nos aproxima mais do cantor, há menos distrações, fica muito bem com o final de tarde frio.
Ghost4u Membro AAP
Mensagens : 14051 Data de inscrição : 13/07/2010 Localização : Ilhéu Chão
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom Nov 21 2021, 18:21
ricardo.canelas escreveu:
De aproveitar estar toda a gente fora de casa e mergulhar.
Esse é um registo que se ouve bem a sós.
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom Nov 21 2021, 18:31
Não somos dados a comprar compilações, mas quando os originais não aparecem... faz tempo que esta compilação anda cá por casa e toca muito bem:
John Martyn - So Far So Good...
Quem não conhece John Martyn, permita-se a escutar algumas faixas com atenção. Existem algumas semelhanças com Nick Drake, eles tiveram a sua relação com altos e baixos, mas as suas obras merecem o espaço que ocupam e ficam bem próximas.