Vàlvulas!, questões, respostas e mitos !

Olà,
no começo dos anos oitenta, todos os especialistas anunciavam como eminente o fim definitivo do audio a vàlvulas. Bom!,... na realidade foi a situação oposta que se produziu... e hoje hà cada vez de mais em mais amadores que se interessam às vàlvulas e que pretendem se equipar com aparelhos deste tipo. Alguns sucumbem ao som, outros à estética e a maioria aos dois... mas algo continua a ser uma constante no momento da escolha que é a apreensão, duvidas e medos que esta velha/nova tecnologia suscita... o que é perfeitamente normal, quando se lêem todos os comentàrios antagonistas sobre estes aparelhos...

Um aparelho chinês é bom?... classe A ou AB?... Triodo ou pentodo?... Single ended ou Push-pull?... Marca conçeituada ou produto artesanal?... Circuito impresso ou cablagem ponto a ponto?... EL34, KT88, 300B?... Potência ou qualidade?... Bias automatico ou manual?... A fiabilidade vs transistor?... etc, etc, etc... tudo isto ficando sem resposta, ou pior dando lugar a uma série de respostas antagonistas, que acabam por alarmar e inquietar o futuro vàlvulista... ...A razão dos antagonismos das respostas, vêm essencialmente da abordagem subjectiva do sujeito em vêz de uma atitude objectiva face ao produto. Ora uma aprelho audio a vàlvulas é um aparelho como os outros, com especificidades proprias é certo, mas também é o caso de um gira a roda e de um a correia, mas neste caso ninguém liga... ...Então vamos là tentar com o tempo e paciência, e muitas respostas tentar desfazer o saco de nòs que se fizeram à volta desta tecnologia... ...Não serà um discurso técnico, ném subjectivo, mas um discurso aberto e objectivo tendo como meta de apresentar esta técnica aos mais leigos, pelo jogo das questões respostas,... evitando as comparações e hierarquias com as outras tecnologias e fazendo apelo a comparações simples... esperando que isto sirva a ajudar alguns de entre vòs...

Fiabilidade das vàlvulas em relação aos transistores ?
A vàlvula consome-se desde que està acesa como uma vela, então a duração da sua vida é muito inferior à do transistor que é mais como uma lâmpada, ou seja, vive mais tempo mas apaga-se um dia de uma maneira inesperada. Mas uma vàlvula muda-se à mão, ora que um transistor tém que ser feito por um técnico, e a vàlvula geralmente dà sinais de fraqueza indicando que deve ser mudada. Tirando as particularidades ligadas às vàlvulas mesmas (duração da vida), um aparelho a vàlvulas é tão fiàvel, quanto um transistor equivalente !

Classe de funcionamento, qual a melhor A, AB ou B ?
As classes de funcionamento são escolhidas pelos construtores afim de obter um desempenho objectivo e subjectivo especial. A classe A é a que consome mais energia e produz menos de potência e a B aquela que produz mais de potência com menos de energia. A classe AB é o compromisso mais utilisado, pois representa um ponto técnicamente intermediàrio objectivamente e subjectivamente. Quanto à qualidade, a historia provou que certas marcas atingiram uma reputação mundial, apesar de utilisar classes diferentes como por ex: Luxman (Classe A), Marantz (Classe AB), McIntosh (Classe B)... então é como quizerem ou gostarem!

Push pull ou Single-ended ?
Estes termos designam topologias de funcionamento do andar de saida dos amplificadores, como as classes. O single-ended é o que produz menos de potência pois obrigatoriamente em classe A, ora que o push-pull pode trabalhar em todas as classes. O single-ended é a topologia mais antiga conhecida, pois data do inicio do século vinte, ora que o push-pull é mais recente datando dos anos quarenta. De novo existem aparelhos em single ended e push-pull muito conçeituados, então não é por si um critério de de qualidade... mas pode ser um critério de escolha segundo as colunas, por ex (baixo desempenho / PP e alto desempenho / SE)...

Vou aos poucos e poucos desenvolver este topico... se tiverem questões é mandar!!!...

Até+

Vàlvulas recentes ou NOS ?
Muitas pessoas gabam o som das vàlvulas de fabricação antigas (NOS ou new old stock). Ora é preciso saber que uma vàlvula que tém mais de 50 anos de fabricação, perde um pouco do vazio interior, pois o vidro é muito ligeiramente poroso com o tempo, e o som é então mais quente e macio do que uma vàlvula nova. Neste caso então não se pode falar de qualidade, mas de diferenças ligadas a um fenomeno temporal. Muitas das vàlvulas modernas são de qualidade e esta aumenta todos os anos à medida que a nova produção se aperfeiçoa. As vàlvulas russas actuais e mesmo algumas chinesas, são praticamente do nivel técnico (e às vezes superior) do que se fazia no ocidente. Uma vàlvula NOS, vai teoricamente viver menos tempo se o vazio estiver entamado…

Aparelho a vàlvulas clàssico, hibrido ou OTL ?
Concretamente estas diferenças conceptuais existem afim de obter resultados em concordância com a filosofia do construtor. Tecnicamente, a fiabilidade, a potência e o desempenho variam segundo a topologia escolhida. Um hibrido com transistores em saida vai ser quase como um transistor nestes parametros acima citados e ao contràrio se for a vàlvulas em saida. O OTL é um caso à parte, pois a ausência de transformadores de saida aumenta o risco de avaria das colunas quando uma vàlvula rebenta. È melhor se assegurar que o OTL tenha proteções eficazes em saida num caso de problema…

Triodos, tetrodos e pentodos, qual escolher ?
Estes três tipos de vàlvulas tém avantagens e inconvenientes, mas os fabricantes sérios escolhem tipologias afim de minimisar as desavantagens. Alguns construtores tém aparelhos que podem funcionar com diferentes vàlvulas. Esta astucia comercial, não tém objectivo de qualidade, mas de ergonomia, então escolham a que vos corresponde mais em função do gosto e não mudem de vàlvulas como de camisa. Mesmo se cada vàlvula tém uma personalidade precisa, as escolhas técnicas dos construtores vão conduzir a resultados muito diferentes. Assim, mais do que escolher um tipo de vàlvulas, é o som do aparelho que deve ser escolhido, pois este vos corresponde intimamente…

Não hesitem a expor as vossas duvidas, e questões simples... a subjectividade é do outro lado !...

Até+

Obrigado por este topico:) Podes continuar:D

Companheiro,

Excelente tópico. Ainda não o tinha visto, mas está aqui uma boa compilação e fácil de entender para os menos conhecedores (é o meu caso).

Obrigado! 

Excelente iniciativa! 

Obrigado Paulo por este tópico que injustamente passou despercebido e que o raines teve a perspicácia de o trazer para a montra.

 

O gaz que vem dentro das válvulas não é perigoso ?

Quando o vidro se parte é necessária alguma precaução especial ?

Mário Franco escreveu:

O gaz que vem dentro das válvulas não é perigoso ?

Quando o vidro se parte  é necessária alguma precaução especial ?

Na grande maioria das válvulas usadas em audio o vidro é um "contentor" de vácuo, pelo que não existe qualquer espécie de gás no seu interior! Se se partir, o que é raro, será necessária precaução na apanha dos cacos para não se cortar.

Existem, ou existiram, válvulas especiais (ex. rectificadores a gás) que continham gases como, hidrogénio, xenon, neon ou mesmo vapor de mercúrio, etc... mas acho que já não se usa nada disto, corrijam-me se estou enganado!


Aproveito para dar os parabéns ao TD124 pelo tópico!