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Fórum para a preservação e divulgação do áudio analógico, e não só...
 
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 "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."

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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptyDom maio 16 2021, 15:18

Goansipife escreveu:

Mas, como já disse ao Paulo, ele não necessita de contar nunca os dias. Basta-lhe pedir e a vinhaça chega-lhe direitinha ao País Gaulês, sempre que quiser.

cheers

Obrigado Gonçalo  2cclzes
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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptyDom maio 16 2021, 15:36

Goansipife escreveu:

...Existe também a outra face da moeda. Produtos chineses de preço barato, ou já não tanto assim, com desempenhos que em nada se envergonham da concorrência ocidental.

Por vezes, alguma aparente aversão ao produto chinês, faz-me recordar o final dos anos 60, princípios dos anos 70 do século passado, onde as vítimas eram os produtos japoneses.

cheers

Mas Gonçalo, essas marcas nada devem aos forums, são marcas comerciais com uma estrutura industrial e presentes no mercado! Tens testes da Topping e da SMSL, para citar sò estes, nas revistas tradicionais de todos os paises! Que os forums sejam um elemento de difusão e de expansão dessas marcas é algo que açeito, mas não são "marcas de forum", são como a iFi mas de origem chinesa ora que a Henry Audio e outras é uma "marca de forum"! Eu quiz falar das marcas do AliExpress que mudam de nome cada trimestre e cujos modelos existém um ano antes de mudar, ou que copiam marcas conhecidas e que pelo preço baixo são apregoadas nos forums...

Eu não critico os produtos chineses e a revolução dos little monster dacs é mérito deles, Bravo! De mesmo não quero levantar uma polémica qualquer ... eu quiz mostrar ao Ricardo que um olhar à volta é mais abrangente que o olhar para a frente. Levar os membros dos forums a compreender que muitas coisas que criticamos no mercado acabamos por fazer as mesmas nos nossos espaços! Abrir os dois olhos é melhor do que um sò...

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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptyDom maio 16 2021, 15:49

TD124 escreveu:
Goansipife escreveu:

...Existe também a outra face da moeda. Produtos chineses de preço barato, ou já não tanto assim, com desempenhos que em nada se envergonham da concorrência ocidental.

Por vezes, alguma aparente aversão ao produto chinês, faz-me recordar o final dos anos 60, princípios dos anos 70 do século passado, onde as vítimas eram os produtos japoneses.

cheers

Mas Gonçalo, essas marcas nada devem aos forums, são marcas comerciais com uma estrutura industrial e presentes no mercado! Tens testes da Topping e da SMSL, para citar sò estes, nas revistas tradicionais de todos os paises! Que os forums sejam um elemento de difusão e de expansão dessas marcas é algo que açeito, mas não são "marcas de forum", são como a iFi mas de origem chinesa ora que a Henry Audio e outras é uma "marca de forum"! Eu quiz falar das marcas do AliExpress que mudam de nome cada trimestre e cujos modelos existém um ano antes de mudar, ou que copiam marcas conhecidas e que pelo preço baixo são apregoadas nos forums...

Eu não critico os produtos chineses e a revolução dos little monster dacs é mérito deles, Bravo! De mesmo não quero levantar uma polémica qualquer ... eu quiz mostrar ao Ricardo que um olhar à volta é mais abrangente que o olhar para a frente. Levar os membros dos forums a compreender que muitas coisas que criticamos no mercado acabamos por fazer as mesmas nos nossos espaços! Abrir os dois olhos é melhor do que um sò...

Ahhhh

C’est ça. Bien sure "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 22692
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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptyDom maio 16 2021, 16:57

Goansipife escreveu:
Paulo, não posso estar mais de acordo, do que estou, com aquilo que respondes ao Ricardo!

Todavia, há para mim, somente uma ressalva:
TD124 escreveu:
(...)


  • 3_A explosão dos produtos de audio chineses de preço barato e desempenho a condizer...



Existe também a outra face da moeda. Produtos chineses de preço barato, ou já não tanto assim, com desempenhos que em nada se envergonham da concorrência ocidental.

cheers

For casual use for my son we bought just this for 40 €:
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It is an amplifier with integrated USB DAC, Bluetooth and Aux Input.  We made just now the first test with my big Extremi speakers. The result is scary good if we look at the price ... real music with no serious deficits "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 317942


Última edição por mannitheear em Dom maio 16 2021, 17:47, editado 1 vez(es)

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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptyDom maio 16 2021, 17:07

Falando de produtos chineses de qualidade, é preciso também não esquecer que, na maioria das vezes, se se tratasse de material feito no Ocidente com os mesmos componentes e tecnologia o preço seria bem menos interessante.

As marcas ocidentais já fabricam/ montam na China com enorme qualidade há anos (Apple por exemplo). E parece-me muito saudável que haja marcas chinesas de áudio de excelente qualidade que constituem propostas extremamente válidas.
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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptyDom maio 16 2021, 17:11

ricardo onga-ku escreveu:
Penso que ninguém contestará que o vinho ou a música têm como fim a sua fruição. E o (som do) sistema de reprodução, será essa a sua razão de existir? Ter um "som próprio" serve a música ou é sinal de "ego-ísmo"? ...


A verdadeira resposta à sua pergunta delimita-se no campo semântico que atribuir à imagem que anexou.

Mas deixo-lhe umas linhas de quem não fecha portadas para se encontrar num qualquer egóico chá das cinco.
Sobre a evidência dessa contestação já muito foi escrito, e lugar para mais há pois ainda se tematiza essa diferença entre áudio, alta-fidelidade e, mais recentemente, reavivado co um vídeo que publicou noutro tópico, produção de áudio.
Talvez convenha lembrar lembrar que, na sua origem, a música é expressão portanto acto de criação.
Tal já encerra uma problematização da fruição a um nível polissémico, i.é, entre a natureza do(s) ego(s) que cria(m) e dos que (ainda) não o fazem.
Considere-se que a teleologia não se esgota na fruição mas na multimodalidade criadora que conduzirá a que os outros se expressem com agentes criadores que são.
A tradição lusitana encerra esse télos na trilogia do "plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro".
Assim, ter um som próprio (a finalidade existencial de qualquer artista e.... produtor) tanto se pode expressas em "ismos" que abrem cisões entre egos ou.... que os aproximam em alteridade.

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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptyDom maio 16 2021, 17:17

Caríssimos TD e Goansipife.

A Romeira é-me vizinha e as outras quintas a um sopro de distância.
Embora seja um alfacinha "deslocado" e, heresia, não beba, combine-se e prepararei um périplo papilófilo.

Venham de lá esses ossos.
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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptyDom maio 16 2021, 17:21

mannitheear escreveu:
The result is scary good if we look at the price ... real music with no serious deficits "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 317942

Great new world, like the Corolla from Toyota.
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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptyDom maio 16 2021, 18:27

Rstuyvesant escreveu:
ricardo onga-ku escreveu:
Penso que ninguém contestará que o vinho ou a música têm como fim a sua fruição. E o (som do) sistema de reprodução, será essa a sua razão de existir? Ter um "som próprio" serve a música ou é sinal de "ego-ísmo"? ...


A verdadeira resposta à sua pergunta delimita-se no campo semântico que atribuir à imagem que anexou.

Mas deixo-lhe umas linhas de quem não fecha portadas para se encontrar num qualquer egóico chá das cinco.
Sobre a evidência dessa contestação já muito foi escrito, e lugar para mais há pois ainda se tematiza essa diferença entre áudio, alta-fidelidade e, mais recentemente, reavivado co um vídeo que publicou noutro tópico, produção de áudio.
Talvez convenha lembrar lembrar que, na sua origem, a música é expressão portanto acto de criação.
Tal já encerra uma problematização da fruição a um nível polissémico, i.é, entre a natureza do(s) ego(s) que cria(m) e dos que (ainda) não o fazem.
Considere-se que a teleologia não se esgota na fruição mas na multimodalidade criadora que conduzirá a que os outros se expressem com agentes criadores que são.
A tradição lusitana encerra esse télos na trilogia do "plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro".
Assim, ter um som próprio (a finalidade existencial de qualquer artista e.... produtor) tanto se pode expressas em "ismos" que abrem cisões entre egos ou.... que os aproximam em alteridade.

E amplificar, ou transduzir um sinal eléctrico gravado, será "expressão portanto acto de criação"?
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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptyDom maio 16 2021, 18:28

Rstuyvesant escreveu:
Caríssimos TD e Goansipife.

A Romeira é-me vizinha e as outras quintas a um sopro de distância.
Embora seja um alfacinha "deslocado" e, heresia, não beba, combine-se e prepararei um périplo papilófilo.

Venham de lá esses ossos.

A Romeira era também uma muito famosa florista da Avenida de Roma em Lisboa, que gostava da pinga e era bruta e mal educada. lol!
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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptyDom maio 16 2021, 19:43

ricardo onga-ku escreveu:
Rstuyvesant escreveu:
ricardo onga-ku escreveu:
Penso que ninguém contestará que o vinho ou a música têm como fim a sua fruição. E o (som do) sistema de reprodução, será essa a sua razão de existir? Ter um "som próprio" serve a música ou é sinal de "ego-ísmo"? ...


A verdadeira resposta à sua pergunta delimita-se no campo semântico que atribuir à imagem que anexou.

Mas deixo-lhe umas linhas de quem não fecha portadas para se encontrar num qualquer egóico chá das cinco.
Sobre a evidência dessa contestação já muito foi escrito, e lugar para mais há pois ainda se tematiza essa diferença entre áudio, alta-fidelidade e, mais recentemente, reavivado co um vídeo que publicou noutro tópico, produção de áudio.
Talvez convenha lembrar lembrar que, na sua origem, a música é expressão portanto acto de criação.
Tal já encerra uma problematização da fruição a um nível polissémico, i.é, entre a natureza do(s) ego(s) que cria(m) e dos que (ainda) não o fazem.
Considere-se que a teleologia não se esgota na fruição mas na multimodalidade criadora que conduzirá a que os outros se expressem com agentes criadores que são.
A tradição lusitana encerra esse télos na trilogia do "plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro".
Assim, ter um som próprio (a finalidade existencial de qualquer artista e.... produtor) tanto se pode expressas em "ismos" que abrem cisões entre egos ou.... que os aproximam em alteridade.

E amplificar, ou transduzir um sinal eléctrico gravado, será "expressão portanto acto de criação"?

Ouvir música, se de forma imersiva, não deixa de ser um pequeno acto de criação*. E definir o que influencia como se ouve também poderá sê-lo.

*Da mesma forma que ler um livro o é, bem entendido.
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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptyDom maio 16 2021, 21:53

radamel escreveu:
ricardo onga-ku escreveu:
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Penso que ninguém contestará que o vinho ou a música têm como fim a sua fruição. E o (som do) sistema de reprodução, será essa a sua razão de existir? Ter um "som próprio" serve a música ou é sinal de "ego-ísmo"? ...


A verdadeira resposta à sua pergunta delimita-se no campo semântico que atribuir à imagem que anexou.

Mas deixo-lhe umas linhas de quem não fecha portadas para se encontrar num qualquer egóico chá das cinco.
Sobre a evidência dessa contestação já muito foi escrito, e lugar para mais há pois ainda se tematiza essa diferença entre áudio, alta-fidelidade e, mais recentemente, reavivado co um vídeo que publicou noutro tópico, produção de áudio.
Talvez convenha lembrar lembrar que, na sua origem, a música é expressão portanto acto de criação.
Tal já encerra uma problematização da fruição a um nível polissémico, i.é, entre a natureza do(s) ego(s) que cria(m) e dos que (ainda) não o fazem.
Considere-se que a teleologia não se esgota na fruição mas na multimodalidade criadora que conduzirá a que os outros se expressem com agentes criadores que são.
A tradição lusitana encerra esse télos na trilogia do "plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro".
Assim, ter um som próprio (a finalidade existencial de qualquer artista e.... produtor) tanto se pode expressas em "ismos" que abrem cisões entre egos ou.... que os aproximam em alteridade.

E amplificar, ou transduzir um sinal eléctrico gravado, será "expressão portanto acto de criação"?

Ouvir música, se de forma imersiva, não deixa de ser um pequeno acto de criação*. E definir o que influencia como se ouve também poderá sê-lo.

*Da mesma forma que ler um livro o é, bem entendido.

E onde é que se situa o sistema de reprodução, seja ele um conjunto de ai-fi ou uma impressora tipográfica?
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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptyDom maio 16 2021, 22:01

ricardo onga-ku escreveu:
radamel escreveu:
ricardo onga-ku escreveu:
Rstuyvesant escreveu:
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Penso que ninguém contestará que o vinho ou a música têm como fim a sua fruição. E o (som do) sistema de reprodução, será essa a sua razão de existir? Ter um "som próprio" serve a música ou é sinal de "ego-ísmo"? ...


A verdadeira resposta à sua pergunta delimita-se no campo semântico que atribuir à imagem que anexou.

Mas deixo-lhe umas linhas de quem não fecha portadas para se encontrar num qualquer egóico chá das cinco.
Sobre a evidência dessa contestação já muito foi escrito, e lugar para mais há pois ainda se tematiza essa diferença entre áudio, alta-fidelidade e, mais recentemente, reavivado co um vídeo que publicou noutro tópico, produção de áudio.
Talvez convenha lembrar lembrar que, na sua origem, a música é expressão portanto acto de criação.
Tal já encerra uma problematização da fruição a um nível polissémico, i.é, entre a natureza do(s) ego(s) que cria(m) e dos que (ainda) não o fazem.
Considere-se que a teleologia não se esgota na fruição mas na multimodalidade criadora que conduzirá a que os outros se expressem com agentes criadores que são.
A tradição lusitana encerra esse télos na trilogia do "plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro".
Assim, ter um som próprio (a finalidade existencial de qualquer artista e.... produtor) tanto se pode expressas em "ismos" que abrem cisões entre egos ou.... que os aproximam em alteridade.

E amplificar, ou transduzir um sinal eléctrico gravado, será "expressão portanto acto de criação"?

Ouvir música, se de forma imersiva, não deixa de ser um pequeno acto de criação*. E definir o que influencia como se ouve também poderá sê-lo.

*Da mesma forma que ler um livro o é, bem entendido.

E onde é que se situa o sistema de reprodução, seja ele um conjunto de ai-fi ou uma impressora tipográfica?

O acto de criação tem a ver com a forma como se ouve/ lê, que emoções sentimos, que associações fazemos, que cores vemos, que texturas e cenários imaginamos. O conjunto de hifi claramente influência a forma como sinto a música e como a minha mente a "imagina".

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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptySeg maio 17 2021, 07:08

Rstuyvesant escreveu:

...A Romeira é-me vizinha e as outras quintas a um sopro de distância.
Embora seja um alfacinha "deslocado" e, heresia, não beba, combine-se e prepararei um périplo papilófilo...

Se compreendo bem o amigo Rstuyvesant vive no meio da catedral!... isso é magnifico, sò é pena que não seja crente! Vou ter que rezar com uma garrafa de Morgado de Sta Catherina sozinho  drunken

Laughing
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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptySeg maio 17 2021, 08:05

mannitheear escreveu:

...For casual use for my son we bought just this for 40 €:
"Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 S-l500

It is an amplifier with integrated USB DAC, Bluetooth and Aux Input.  We made just now the first test with my big Extremi speakers. The result is scary good if we look at the price ... real music with no serious deficits 

In the 1960s the loudspeakers got smaller and the amplifiers bigger and more powerful! Today it's the other way around  Laughing ... However i'm happy that products like this exist since its a small revolution!!!

Biz Man  cheers
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radamel escreveu:
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ricardo onga-ku escreveu:
Penso que ninguém contestará que o vinho ou a música têm como fim a sua fruição. E o (som do) sistema de reprodução, será essa a sua razão de existir? Ter um "som próprio" serve a música ou é sinal de "ego-ísmo"? ...


A verdadeira resposta à sua pergunta delimita-se no campo semântico que atribuir à imagem que anexou.

Mas deixo-lhe umas linhas de quem não fecha portadas para se encontrar num qualquer egóico chá das cinco.
Sobre a evidência dessa contestação já muito foi escrito, e lugar para mais há pois ainda se tematiza essa diferença entre áudio, alta-fidelidade e, mais recentemente, reavivado co um vídeo que publicou noutro tópico, produção de áudio.
Talvez convenha lembrar lembrar que, na sua origem, a música é expressão portanto acto de criação.
Tal já encerra uma problematização da fruição a um nível polissémico, i.é, entre a natureza do(s) ego(s) que cria(m) e dos que (ainda) não o fazem.
Considere-se que a teleologia não se esgota na fruição mas na multimodalidade criadora que conduzirá a que os outros se expressem com agentes criadores que são.
A tradição lusitana encerra esse télos na trilogia do "plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro".
Assim, ter um som próprio (a finalidade existencial de qualquer artista e.... produtor) tanto se pode expressas em "ismos" que abrem cisões entre egos ou.... que os aproximam em alteridade.

E amplificar, ou transduzir um sinal eléctrico gravado, será "expressão portanto acto de criação"?

Ouvir música, se de forma imersiva, não deixa de ser um pequeno acto de criação*. E definir o que influencia como se ouve também poderá sê-lo.

*Da mesma forma que ler um livro o é, bem entendido.

E onde é que se situa o sistema de reprodução, seja ele um conjunto de ai-fi ou uma impressora tipográfica?

O acto de criação tem a ver com a forma como se ouve/ lê, que emoções sentimos, que associações fazemos, que cores vemos, que texturas e cenários imaginamos. O conjunto de hifi claramente influência a forma como sinto a música e como a minha mente a "imagina".

Também tenho essa mesma percepção de que o sistema influencia a escuta.

Acho interessante que 99% dos melómanos se estejam a borrifar para a forma como o sistema influencia a escuta, e isso inclui estou em crer a maior parte dos músicos.
Só nós, os audiófilos, é que nos preocupamos com o som.

Estaremos errados? Eu julgo que não.
Exageramos? Certamente. lol!
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radamel escreveu:

...Ouvir música, se de forma imersiva, não deixa de ser um pequeno acto de criação. E definir o que influencia como se ouve também poderá sê-lo.

(...) O acto de criação tem a ver com a forma como se ouve/ lê, que emoções sentimos, que associações fazemos, que cores vemos, que texturas e cenários imaginamos. O conjunto de hifi claramente influência a forma como sinto a música e como a minha mente a "imagina".

Creio compreender o que diz, sém ter a certeza, e penso que o amigo Rstuyvesant trazendo o conçeito de "criação" para o campo da "reprodução" sonora doméstica entreabriu um pouco a caixa da Pandora. Para mim, ir escutar um disco na sala de musica ou ir ao Ballet, à Opera ou a um concerto de Jazz é quase a mesma coisa ... vou ouvir musica e ressentir diversas sensações! Não vejo que "acto criativo" possa existir no facto de me sentar na minha poltrona ou numa cadeira da Opera ... no melhor dos casos considero este acto como hedonista, é um momento de fruição e de contemplação auditiva, independentemente da força sentimental desse instante...

Olhar para um jardim japonês é um acto de contemplação ... imaginar e fazer esse jardim é um acto de criação, os dois actos são diferentes mesmo se o objecto central é o mesmo. Montar um sistema não é criar um sistema e escolher um som não é criar um som, mesmo se posso açeitar que nestes casos a fronteira esteja perto! Mas, ouvir musica, ler um livro ou apreciar um quadro é uma imersão na obra criativa de outra pessoa, somos apenas os usufruintes sensitivos ... somos espectadores e não actores...

Que um engenheiro de som participe ao acto criativo do disco açeito, que um técnico de som numa sala participe ao resultado sonoro do concerto também açeito ... mas no nosso sistema aquando da escuta musical, imaginar que a escolha dos elementos, dos cabos ou mesmo a afinagem do sistema seja um acto criativo, no sentido artistico, pareçe-me puxar o conçeito demasiado longe, mesmo no caso do DIY. Escutar musica é açeitar a visão artistica do outro, é calar-se para deixar o outro falar ... o que nos leva de volta à nossa questão e aos limites da nossa intervenção na sonoridade do sistema. A partir de que momento o "tempero do sistema" torna-se numa intrusão intelectual na obra dos outros mesmo se o resultado nos agrada ... talvez sò os artistas possam responder  Neutral
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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptySeg maio 17 2021, 09:08

ricardo onga-ku escreveu:
radamel escreveu:
ricardo onga-ku escreveu:
radamel escreveu:
ricardo onga-ku escreveu:
Rstuyvesant escreveu:
ricardo onga-ku escreveu:
Penso que ninguém contestará que o vinho ou a música têm como fim a sua fruição. E o (som do) sistema de reprodução, será essa a sua razão de existir? Ter um "som próprio" serve a música ou é sinal de "ego-ísmo"? ...


A verdadeira resposta à sua pergunta delimita-se no campo semântico que atribuir à imagem que anexou.

Mas deixo-lhe umas linhas de quem não fecha portadas para se encontrar num qualquer egóico chá das cinco.
Sobre a evidência dessa contestação já muito foi escrito, e lugar para mais há pois ainda se tematiza essa diferença entre áudio, alta-fidelidade e, mais recentemente, reavivado co um vídeo que publicou noutro tópico, produção de áudio.
Talvez convenha lembrar lembrar que, na sua origem, a música é expressão portanto acto de criação.
Tal já encerra uma problematização da fruição a um nível polissémico, i.é, entre a natureza do(s) ego(s) que cria(m) e dos que (ainda) não o fazem.
Considere-se que a teleologia não se esgota na fruição mas na multimodalidade criadora que conduzirá a que os outros se expressem com agentes criadores que são.
A tradição lusitana encerra esse télos na trilogia do "plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro".
Assim, ter um som próprio (a finalidade existencial de qualquer artista e.... produtor) tanto se pode expressas em "ismos" que abrem cisões entre egos ou.... que os aproximam em alteridade.

E amplificar, ou transduzir um sinal eléctrico gravado, será "expressão portanto acto de criação"?

Ouvir música, se de forma imersiva, não deixa de ser um pequeno acto de criação*. E definir o que influencia como se ouve também poderá sê-lo.

*Da mesma forma que ler um livro o é, bem entendido.

E onde é que se situa o sistema de reprodução, seja ele um conjunto de ai-fi ou uma impressora tipográfica?

O acto de criação tem a ver com a forma como se ouve/ lê, que emoções sentimos, que associações fazemos, que cores vemos, que texturas e cenários imaginamos. O conjunto de hifi claramente influência a forma como sinto a música e como a minha mente a "imagina".

Também tenho essa mesma percepção de que o sistema influencia a escuta.

Acho interessante que 99% dos melómanos se estejam a borrifar para a forma como o sistema influencia a escuta, e isso inclui estou em crer a maior parte dos músicos.
Só nós, os audiófilos, é que nos preocupamos com o som.

Estaremos errados? Eu julgo que não.
Exageramos? Certamente. lol!

Eu considero que sou melómano e audiófilo. Aliás, foi o facto de ser melómano que me tornou audiófilo.

Conheço vários melómanos que também são audiófilos. Penso que é sobretudo uma questão de prioridades.

Há também músicos que são audiófilos embora não seja tão comum. Provavelmente por uma questão de t€mpo ou talvez sobretudo por alguns terem a capacidade de imaginar uma sinfonia a partir de uma pauta.

Acerca do nosso exagero, tenho de concordar! 😉


Última edição por radamel em Seg maio 17 2021, 09:15, editado 1 vez(es)

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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptySeg maio 17 2021, 09:12

TD124 escreveu:
radamel escreveu:

...Ouvir música, se de forma imersiva, não deixa de ser um pequeno acto de criação. E definir o que influencia como se ouve também poderá sê-lo.

(...) O acto de criação tem a ver com a forma como se ouve/ lê, que emoções sentimos, que associações fazemos, que cores vemos, que texturas e cenários imaginamos. O conjunto de hifi claramente influência a forma como sinto a música e como a minha mente a "imagina".

Creio compreender o que diz, sém ter a certeza, e penso que o amigo Rstuyvesant trazendo o conçeito de "criação" para o campo da "reprodução" sonora doméstica entreabriu um pouco a caixa da Pandora. Para mim, ir escutar um disco na sala de musica ou ir ao Ballet, à Opera ou a um concerto de Jazz é quase a mesma coisa ... vou ouvir musica e ressentir diversas sensações! Não vejo que "acto criativo" possa existir no facto de me sentar na minha poltrona ou numa cadeira da Opera ... no melhor dos casos considero este acto como hedonista, é um momento de fruição e de contemplação auditiva, independentemente da força sentimental desse instante...

Olhar para um jardim japonês é um acto de contemplação ... imaginar e fazer esse jardim é um acto de criação, os dois actos são diferentes mesmo se o objecto central é o mesmo. Montar um sistema não é criar um sistema e escolher um som não é criar um som, mesmo se posso açeitar que nestes casos a fronteira esteja perto! Mas, ouvir musica, ler um livro ou apreciar um quadro é uma imersão na obra criativa de outra pessoa, somos apenas os usufruintes sensitivos ... somos espectadores e não actores...

Que um engenheiro de som participe ao acto criativo do disco açeito, que um técnico de som numa sala participe ao resultado sonoro do concerto também açeito ... mas no nosso sistema aquando da escuta musical, imaginar que a escolha dos elementos, dos cabos ou mesmo a afinagem do sistema seja um acto criativo, no sentido artistico, pareçe-me puxar o conçeito demasiado longe, mesmo no caso do DIY. Escutar musica é açeitar a visão artistica do outro, é calar-se para deixar o outro falar ... o que nos leva de volta à nossa questão e aos limites da nossa intervenção na sonoridade do sistema. A partir de que momento o "tempero do sistema" torna-se numa intrusão intelectual na obra dos outros mesmo se o resultado nos agrada ... talvez sò os artistas possam responder  Neutral

No caso da leitura, este texto explica muito bem o que quero dizer (e pode fazer-se algum paralelismo com a escuta de música):

https://resources.artresourcestransfer.org/glenn-ligon/reading-is-a-creative-act?age=adults

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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptySeg maio 17 2021, 09:26

radamel escreveu:
ricardo onga-ku escreveu:
radamel escreveu:
ricardo onga-ku escreveu:
radamel escreveu:
ricardo onga-ku escreveu:
Rstuyvesant escreveu:
ricardo onga-ku escreveu:
Penso que ninguém contestará que o vinho ou a música têm como fim a sua fruição. E o (som do) sistema de reprodução, será essa a sua razão de existir? Ter um "som próprio" serve a música ou é sinal de "ego-ísmo"? ...


A verdadeira resposta à sua pergunta delimita-se no campo semântico que atribuir à imagem que anexou.

Mas deixo-lhe umas linhas de quem não fecha portadas para se encontrar num qualquer egóico chá das cinco.
Sobre a evidência dessa contestação já muito foi escrito, e lugar para mais há pois ainda se tematiza essa diferença entre áudio, alta-fidelidade e, mais recentemente, reavivado co um vídeo que publicou noutro tópico, produção de áudio.
Talvez convenha lembrar lembrar que, na sua origem, a música é expressão portanto acto de criação.
Tal já encerra uma problematização da fruição a um nível polissémico, i.é, entre a natureza do(s) ego(s) que cria(m) e dos que (ainda) não o fazem.
Considere-se que a teleologia não se esgota na fruição mas na multimodalidade criadora que conduzirá a que os outros se expressem com agentes criadores que são.
A tradição lusitana encerra esse télos na trilogia do "plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro".
Assim, ter um som próprio (a finalidade existencial de qualquer artista e.... produtor) tanto se pode expressas em "ismos" que abrem cisões entre egos ou.... que os aproximam em alteridade.

E amplificar, ou transduzir um sinal eléctrico gravado, será "expressão portanto acto de criação"?

Ouvir música, se de forma imersiva, não deixa de ser um pequeno acto de criação*. E definir o que influencia como se ouve também poderá sê-lo.

*Da mesma forma que ler um livro o é, bem entendido.

E onde é que se situa o sistema de reprodução, seja ele um conjunto de ai-fi ou uma impressora tipográfica?

O acto de criação tem a ver com a forma como se ouve/ lê, que emoções sentimos, que associações fazemos, que cores vemos, que texturas e cenários imaginamos. O conjunto de hifi claramente influência a forma como sinto a música e como a minha mente a "imagina".

Também tenho essa mesma percepção de que o sistema influencia a escuta.

Acho interessante que 99% dos melómanos se estejam a borrifar para a forma como o sistema influencia a escuta, e isso inclui estou em crer a maior parte dos músicos.
Só nós, os audiófilos, é que nos preocupamos com o som.

Estaremos errados? Eu julgo que não.
Exageramos? Certamente. lol!

Eu considero que sou melómano e audiófilo. Aliás, foi o facto de ser melómano que me tornou audiófilo.

Conheço vários melómanos que também são audiófilos. Penso que é sobretudo uma questão de prioridades.

Há também músicos que são audiófilos embora não seja tão comum. Provavelmente por uma questão de t€mpo ou talvez sobretudo por alguns terem a capacidade de imaginar uma sinfonia a partir de uma pauta.

Acerca do nosso exagero, tenho de concordar! 😉

Os equipamentos podem ser-nos mais ou menos importantes, mas penso que salvo uma ou outra rara excepção nós os audiófilos somos melómanos.

Mas somos também uma excepção dentro da imensa massa de humanos que aprecia música.
Salvo aquelas pessoas que conheci nos fóruns não tenho um único amigo audiófilo, ou sequer conheci alguém por acidente (p.ex. profissionalmente, amigos de amigos) que o fosse.

Isso não é uma crítica, apesar de alguns dos meus amigos me acharem um pouco "doente". Todos os passatempos nos tornam um pouco "doentes", até a bola (como espectador) o pode fazer...
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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptySeg maio 17 2021, 09:27

Audiófilos Anónimos Portugueses? scratch Razz

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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptySeg maio 17 2021, 10:19

radamel escreveu:

...No caso da leitura, este texto explica muito bem o que quero dizer (e pode fazer-se algum paralelismo com a escuta de música):

https://resources.artresourcestransfer.org/glenn-ligon/reading-is-a-creative-act?age=adults

Compreendo melhor o que quiz dizer obrigado! Não nego que durante a escuta não possa existir, voluntariamente ou não, uma interação com a obra que seja do dominio da transferência, projeção ou analitica (como no caso da leitura que cita) ... vàrias interações emocionais e intelectuais existém durante a apreciação artistica, a mais conhecida sendo a critica, na sua visão o mais abrangente possivel. Mas, assimilar a interpretação e analise duma obra independentemente do nivel intelectual e metodo a um acto criativo, é algo que me perturba mas açeito o conçeito ... mesmo se não estou de acordo!...

Não é de admirar que o termo Alta-Fidelidade tenha sido substituido pelo Alto-Agrado, que também açeito...

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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptySeg maio 17 2021, 10:35

TD124 escreveu:
radamel escreveu:

...No caso da leitura, este texto explica muito bem o que quero dizer (e pode fazer-se algum paralelismo com a escuta de música):

https://resources.artresourcestransfer.org/glenn-ligon/reading-is-a-creative-act?age=adults

Compreendo melhor o que quiz dizer obrigado! Não nego que durante a escuta não possa existir, voluntariamente ou não, uma interação com a obra que seja do dominio da transferência, projeção ou analitica (como no caso da leitura que cita) ... vàrias interações emocionais e intelectuais existém durante a apreciação artistica, a mais conhecida sendo a critica, na sua visão o mais abrangente possivel. Mas, assimilar a interpretação e analise duma obra independentemente do nivel intelectual e metodo a um acto criativo, é algo que me perturba mas açeito o conçeito ... mesmo se não estou de acordo!...

Não é de admirar que o termo Alta-Fidelidade tenha sido substituido pelo Alto-Agrado, que também açeito...

Se eu pudesse ter os músicos aqui em casa, teria máxima fidelidade e máximo agrado. Como não é possível, escolho a parte da fidelidade que mais me agrada!

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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptySeg maio 17 2021, 10:47

ricardo onga-ku escreveu:

...Os equipamentos podem ser-nos mais ou menos importantes, mas penso que salvo uma ou outra rara excepção nós os audiófilos somos melómanos. ...

1_O audiofilo é obrigatoriamente obcessional, ora que o melomano não o é obrigatoriamente...

2_O prazer musical do audiofilo depende do sistema ora que a do melomano depende da obra...

3_O melomano escuta a musica ora que o audiofilo escuta a gravação, a prensagem, a mixagem...

Toca a mandar os €€€ que me devem para esta psicanalise, pois não é à borla  Laughing

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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptySeg maio 17 2021, 10:51

TD124 escreveu:
radamel escreveu:

...No caso da leitura, este texto explica muito bem o que quero dizer (e pode fazer-se algum paralelismo com a escuta de música):

https://resources.artresourcestransfer.org/glenn-ligon/reading-is-a-creative-act?age=adults

Compreendo melhor o que quiz dizer obrigado! Não nego que durante a escuta não possa existir, voluntariamente ou não, uma interação com a obra que seja do dominio da transferência, projeção ou analitica (como no caso da leitura que cita) ... vàrias interações emocionais e intelectuais existém durante a apreciação artistica, a mais conhecida sendo a critica, na sua visão o mais abrangente possivel. Mas, assimilar a interpretação e analise duma obra independentemente do nivel intelectual e metodo a um acto criativo, é algo que me perturba mas açeito o conçeito ... mesmo se não estou de acordo!...

Não é de admirar que o termo Alta-Fidelidade tenha sido substituido pelo Alto-Agrado, que também açeito...

Eu concordo com o Paulo.

Tenho alguma formação nesta área e não posso concordar que a fruição de uma obra de arte seja arte.

Num tom mais rigoleur (não sei se isto existe silent ), segundo o músico das bandas Irmãos Catita e Éna Pá 2000, e muitas vezes candidato a Presidente, Manuel João Vieira tudo pode ser arte... What a Face

(o radamel não leve a mal este apontamento, não é dirigido a si ou ao texto que citou)



Última edição por ricardo onga-ku em Seg maio 17 2021, 11:45, editado 1 vez(es)

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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptySeg maio 17 2021, 10:57

TD124 escreveu:
ricardo onga-ku escreveu:

...Os equipamentos podem ser-nos mais ou menos importantes, mas penso que salvo uma ou outra rara excepção nós os audiófilos somos melómanos. ...

1_O audiofilo é obrigatoriamente obcessional, ora que o melomano não o é obrigatoriamente...

2_O prazer musical do audiofilo depende do sistema ora que a do melomano depende da obra...

3_O melomano escuta a musica ora que o audiofilo escuta a gravação, a prensagem, a mixagem...

Toca a mandar os €€€ que me devem para esta psicanalise, pois não é à borla  Laughing

"Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 265963

Eu alterava para:

1_"O audiofilo é obrigatoriamente obcessional pela qualidade do som e pelos equipamentos que o (re)produzem."
"O melomano não o é obrigatoriamente por música..."

3_"O melomano escuta a musica ora que o audiofilo escuta não só a música mas também a gravação, a prensagem, a mixagem...e o(som do)s equipamentos"


Última edição por ricardo onga-ku em Seg maio 17 2021, 11:01, editado 2 vez(es)

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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptySeg maio 17 2021, 10:58

Ah, outra diferença é que o audiófilo escuta também (os equipamentos) usando os seus olhos. geek

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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptySeg maio 17 2021, 11:00

radamel escreveu:
TD124 escreveu:
radamel escreveu:

...No caso da leitura, este texto explica muito bem o que quero dizer (e pode fazer-se algum paralelismo com a escuta de música):

https://resources.artresourcestransfer.org/glenn-ligon/reading-is-a-creative-act?age=adults

Compreendo melhor o que quiz dizer obrigado! Não nego que durante a escuta não possa existir, voluntariamente ou não, uma interação com a obra que seja do dominio da transferência, projeção ou analitica (como no caso da leitura que cita) ... vàrias interações emocionais e intelectuais existém durante a apreciação artistica, a mais conhecida sendo a critica, na sua visão o mais abrangente possivel. Mas, assimilar a interpretação e analise duma obra independentemente do nivel intelectual e metodo a um acto criativo, é algo que me perturba mas açeito o conçeito ... mesmo se não estou de acordo!...

Não é de admirar que o termo Alta-Fidelidade tenha sido substituido pelo Alto-Agrado, que também açeito...

Se eu pudesse ter os músicos aqui em casa, teria máxima fidelidade e máximo agrado. Como não é possível, escolho a parte da fidelidade que mais me agrada!

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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptySeg maio 17 2021, 11:06

TD124 escreveu:
radamel escreveu:

...No caso da leitura, este texto explica muito bem o que quero dizer (e pode fazer-se algum paralelismo com a escuta de música):

https://resources.artresourcestransfer.org/glenn-ligon/reading-is-a-creative-act?age=adults

Compreendo melhor o que quiz dizer obrigado! Não nego que durante a escuta não possa existir, voluntariamente ou não, uma interação com a obra que seja do dominio da transferência, projeção ou analitica (como no caso da leitura que cita) ... vàrias interações emocionais e intelectuais existém durante a apreciação artistica, a mais conhecida sendo a critica, na sua visão o mais abrangente possivel. Mas, assimilar a interpretação e analise duma obra independentemente do nivel intelectual e metodo a um acto criativo, é algo que me perturba mas açeito o conçeito ... mesmo se não estou de acordo!...

Não é de admirar que o termo Alta-Fidelidade tenha sido substituido pelo Alto-Agrado, que também açeito...

O Radamel apontou um problema que paira no ar faz muito tempo, mas que me parece ser aqui abordado apenas por uma das suas faces. A radicalização do conceito de Conhecer, tal como nós hoje o compreendemos, abre/escancara as portas para essa abordagem ao acto de criar. Faz séculos que sabemos que as coisas são o que nelas colocamos, contudo há mais do que isso.

Quem nunca experimentou ouvir o mesmo álbum no seu sistema e em dois dias diferentes ele soar diferente? Quem nunca leu um mesmo texto em dois momentos diferentes e a partir dessas leituras ter viajado por pensamentos diferentes?

Eu compreendo até onde se podem esticar os conceitos, o de criar pode ser esticado até ao "infinito", uma vez que pelo nosso modo de conhecer cada um de nós não contacta com o "real" ou "verdade", contacta com uma criação.

Quando se fala de criação artística e/ou de recriação de uma peça de Arte, o conceito de criação muda de forma efectiva. Quando eu procuro uma edição Portuguesa de um livro estrangeiro, eu procuro a melhor tradução possível. Quem traduziu o livro tentou limitar ao máximo o seu "acto criador" para dar aos leitores de língua Portuguesa o mais fiel retrato do livro possível. Eu, enquanto leitor, depois vou viajar à minha vontade, mas não quero que o tradutor o faça.

Um sistema de reprodução de Música é a mesma coisa, quando eu procuro peças para reproduzir a Música de que gosto, eu procuro as peças que menos marcam a Música (eu gostaria de ter um sistema que marque a Música de forma mínima, mas estou longe disso por vários tipos de limitação, até de conhecimento). Quando o sistema permite que a Música me apareça na frente, aí sim, eu viajo com ela, crio e recrio o que escuto de cada vez que escuto.

Tomar por princípio que um sistema áudio faz parte do processo de criação abre as portas ao relativismo e não à natural qualidade do Homem que é a subjectividade. Em lado nenhum da história do conhecimento eu encontro que não é possível existir uma aproximação à compreensão/interpretação/Valorização/conhecimento de uma realidade. Atribuímos significados e referências diferentes às coisas, mas não suficientemente diferentes para não nos entendermos uns aos outros.


Dito tudo isto, como no fundo se está a abordar os mecanismos de conhecimento e, por isso, de percepção, aplique-se tudo às possíveis diferenças entre cabos semelhantes (não digo muito diferentes).

Deixo para leitura, mais uma vez:

Comigo me Desavim

Comigo me desavim,
Sou posto em todo perigo;
Não posso viver comigo
Nem posso fugir de mim.

Com dor da gente fugia,
Antes que esta assi crecesse:
Agora já fugiria
De mim, se de mim pudesse.
Que meo espero ou que fim
Do vão trabalho que sigo,
Pois que trago a mim comigo
Tamanho imigo de mim?

Sá de Miranda

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José Miguel escreveu:
TD124 escreveu:
radamel escreveu:

...No caso da leitura, este texto explica muito bem o que quero dizer (e pode fazer-se algum paralelismo com a escuta de música):

https://resources.artresourcestransfer.org/glenn-ligon/reading-is-a-creative-act?age=adults

Compreendo melhor o que quiz dizer obrigado! Não nego que durante a escuta não possa existir, voluntariamente ou não, uma interação com a obra que seja do dominio da transferência, projeção ou analitica (como no caso da leitura que cita) ... vàrias interações emocionais e intelectuais existém durante a apreciação artistica, a mais conhecida sendo a critica, na sua visão o mais abrangente possivel. Mas, assimilar a interpretação e analise duma obra independentemente do nivel intelectual e metodo a um acto criativo, é algo que me perturba mas açeito o conçeito ... mesmo se não estou de acordo!...

Não é de admirar que o termo Alta-Fidelidade tenha sido substituido pelo Alto-Agrado, que também açeito...

O Radamel apontou um problema que paira no ar faz muito tempo, mas que me parece ser aqui abordado apenas por uma das suas faces. A radicalização do conceito de Conhecer, tal como nós hoje o compreendemos, abre/escancara as portas para essa abordagem ao acto de criar. Faz séculos que sabemos que as coisas são o que nelas colocamos, contudo há mais do que isso.

Quem nunca experimentou ouvir o mesmo álbum no seu sistema e em dois dias diferentes ele soar diferente? Quem nunca leu um mesmo texto em dois momentos diferentes e a partir dessas leituras ter viajado por pensamentos diferentes?

Eu compreendo até onde se podem esticar os conceitos, o de criar pode ser esticado até ao "infinito", uma vez que pelo nosso modo de conhecer cada um de nós não contacta com o "real" ou "verdade", contacta com uma criação.

Quando se fala de criação artística e/ou de recriação de uma peça de Arte, o conceito de criação muda de forma efectiva. Quando eu procuro uma edição Portuguesa de um livro estrangeiro, eu procuro a melhor tradução possível. Quem traduziu o livro tentou limitar ao máximo o seu "acto criador" para dar aos leitores de língua Portuguesa o mais fiel retrato do livro possível. Eu, enquanto leitor, depois vou viajar à minha vontade, mas não quero que o tradutor o faça.

Um sistema de reprodução de Música é a mesma coisa, quando eu procuro peças para reproduzir a Música de que gosto, eu procuro as peças que menos marcam a Música (eu gostaria de ter um sistema que marque a Música de forma mínima, mas estou longe disso por vários tipos de limitação, até de conhecimento). Quando o sistema permite que a Música me apareça na frente, aí sim, eu viajo com ela, crio e recrio o que escuto de cada vez que escuto.

Tomar por princípio que um sistema áudio faz parte do processo de criação abre as portas ao relativismo e não à natural qualidade do Homem que é a subjectividade. Em lado nenhum da história do conhecimento eu encontro que não é possível existir uma aproximação à compreensão/interpretação/Valorização/conhecimento de uma realidade. Atribuímos significados e referências diferentes às coisas, mas não suficientemente diferentes para não nos entendermos uns aos outros.


Dito tudo isto, como no fundo se está a abordar os mecanismos de conhecimento e, por isso, de percepção, aplique-se tudo às possíveis diferenças entre cabos semelhantes (não digo muito diferentes).

Deixo para leitura, mais uma vez:

Comigo me Desavim

Comigo me desavim,
Sou posto em todo perigo;
Não posso viver comigo
Nem posso fugir de mim.

Com dor da gente fugia,
Antes que esta assi crecesse:
Agora já fugiria
De mim, se de mim pudesse.
Que meo espero ou que fim
Do vão trabalho que sigo,
Pois que trago a mim comigo
Tamanho imigo de mim?

Sá de Miranda

Eu vejo o acto criador ou aquilo que dele resulta, a arte, como potencionador ou catalizador de transformação, seja ela momentânea, seja permanente. Essa transformação pode ser apenas o despoletar de uma emoção fugaz ou o condicionar até para a vida do comportamento e/ou do pensamento de quem a "frui".
(não usei "interpreta" porque quando se fala de música clássica a palavra tem um significado bem definido)

Não vejo essa transformação como arte mas como um sub-produto ou efeito colateral, ainda que por vezes intencional.

E vejo o sistema de reprodução de música gravada como um "amplificador" do efeito potencial da arte, mas não como arte. Tal como uma sala com boa acústica.

Há um Audiófilo famoso conhecido por Romy "o gato" que chama a essa qualidade num sistema de "expressividade", ou seja, a capacidade que um equipamento ou conjunto de equipamentos tem de potênciar ao máximo a transformação de que falei.
No fundo aquilo que o radamel tem vindo a afirmar.


Última edição por ricardo onga-ku em Seg maio 17 2021, 12:05, editado 1 vez(es)

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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptySeg maio 17 2021, 11:54

Devo acrescentar que a "expressividade" é uma característica absolutamente subjectiva, que resulta da sensibilidade, da cultura, do gosto, da abordagem e dos objectivos de cada um.
É, portanto, pessoal e intransmissível.

Isso está bem patente nas discussões que encontramos no site d' "o gato", na sua abordagem, e na recusa do mesmo em "ajudar" os visitantes.

Como o velho provérbio, julgo que Chinês:

Dá um peixe a um homem faminto e ele terá o alimento para um dia, ensina-o a pescar e ele conseguirá alimentar-se para o resto da vida.


Neste ponto discordamos eu e "o gato" porque embora as ferramentas – aprendizagem – estejam disponíveis elas nem sempre são acessíveis a todos.
Para ele a própria aprendizagem é da responsabilidade de cada um, embora na verdade o caminho dele, registado como está no site que é quase um blog, acabe por ser ele mesmo um ensinamento, e nas páginas encontramos também muita teoria e experimentação.

http://www.goodsoundclub.com/
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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptySeg maio 17 2021, 16:37

ricardo onga-ku escreveu:

...Devo acrescentar que a "expressividade" é uma característica absolutamente subjectiva, que resulta da sensibilidade, da cultura, do gosto, da abordagem e dos objectivos de cada um.
É, portanto, pessoal e intransmissível.

Isso está bem patente nas discussões que encontramos no site d' "o gato", na sua abordagem, e na recusa do mesmo em "ajudar" os visitantes. ...

A expressividade é um adjectivo, como muitos que são utilisados para caracterisar algo que é evidente à escuta mas muito fosco pelas palavras! Uma revista francesa de musica classiça e que é o padrão de analise em HiFi para os melomanos aqui utilisa termos como; lisibilité, ouverture, luminosité, immédiateté, nervosité, panache, explosivité, expressivité, constance, pudeur e etc que são termos perfeitamente subjectivos ... o objectivo sendo de dar a "visualisar" pela escrita o que é indizivel, ou seja, as sensações de escuta! Pode pareçer patético, e é, mas a tradução pelas palavras das sensações de escuta, visuais, gustativas ... é no minimo falsa e no melhor poética, é um dos limites dos forums, blogs e revistas!...

O blog do "o gato" como chamas é um dos desertos intelectuais do audio, não vejo como ele poderia ajudar alguém pois não pode se ajudar a si mesmo ném ao seu clube umbilical ... é um experimentador sém bases ném objectivo prédefinido como foi o Jean Nantais ou o Lampizator, a unica diferença é que os dois ultimos chegaram a bom porto e provaram, mesmo se involuntariamente, a pertinência das suas obcessões, ele não  Wink
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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptySeg maio 17 2021, 17:07

TD124 escreveu:
ricardo onga-ku escreveu:

...Devo acrescentar que a "expressividade" é uma característica absolutamente subjectiva, que resulta da sensibilidade, da cultura, do gosto, da abordagem e dos objectivos de cada um.
É, portanto, pessoal e intransmissível.

Isso está bem patente nas discussões que encontramos no site d' "o gato", na sua abordagem, e na recusa do mesmo em "ajudar" os visitantes. ...

A expressividade é um adjectivo, como muitos que são utilisados para caracterisar algo que é evidente à escuta mas muito fosco pelas palavras! Uma revista francesa de musica classiça e que é o padrão de analise em HiFi para os melomanos aqui utilisa termos como; lisibilité, ouverture, luminosité, immédiateté, nervosité, panache, explosivité, expressivité, constance, pudeur e etc que são termos perfeitamente subjectivos ... o objectivo sendo de dar a "visualisar" pela escrita o que é indizivel, ou seja, as sensações de escuta! Pode pareçer patético, e é, mas a tradução pelas palavras das sensações de escuta, visuais, gustativas ... é no minimo falsa e no melhor poética, é um dos limites dos forums, blogs e revistas!...

O blog do "o gato" como chamas é um dos desertos intelectuais do audio, não vejo como ele poderia ajudar alguém pois não pode se ajudar a si mesmo ném ao seu clube umbilical ... é um experimentador sém bases ném objectivo prédefinido como foi o Jean Nantais ou o Lampizator, a unica diferença é que os dois ultimos chegaram a bom porto e provaram, mesmo se involuntariamente, a pertinência das suas obcessões, ele não  Wink

Concordo que o homem é um narcisista mas é um experimentalista tal como o Holbein, mas com muito mais conhecimento técnico do que este último.

Discordo absolutamente que ele não tem um objectivo prédefinido, muito pelo contrário. E como tem dinheiro levou-o a um extremo.
Por exemplo, começou por fazer um tour do Japão, tendo visitado alguns "alfaiates" famosos.
Começou com um sistema comercial, julgo que com amplificação Lamm e colunas Avantgarde Trio, e depois saíu do trilho e desenvolveu os seus equipamentos. Testou uma mão cheia de unidades de compressão de várias eras e origens, e acabou com as da Vitavox.

Acho que estás muito errado.

O nome não me é extranho mas não estou a ver quem é o Jean Nantais.
O Lampizator era um tweaker que convertia leitores de CD eliminando o filtro brickwall e espetando com o "seu" andar analógico a tubos. Tornou-se fabricante mas o desempenho técnico dos seus DACs é pobre. Tal como o do TotalDAC. São equipamentos com muito som próprio, para mim não servem.
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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptySeg maio 17 2021, 17:46

ricardo onga-ku escreveu:

...Acho que estás muito errado.

...O Lampizator era um tweaker que convertia leitores de CD eliminando o filtro brickwall e espetando com o "seu" andar analógico a tubos. Tornou-se fabricante mas o desempenho técnico dos seus DACs é pobre. Tal como o do TotalDAC. São equipamentos com muito som próprio, para mim não servem.

No que diz respeito ao "o gato", entre o FACTO que copia os esquemas e tweeks dos russos, e não sò, para o seu melquiades ... aparelho que sò existe por ego e a vontade patética de fazer melhor do que o Vladimir Lamm sém possuir as competências técnicas para tal, estamos a falar de um mitomano narcisista que vai até ao ponto de fazer um blog em forma de seita aonde ele é o guru absoluto ... mas tens razão, estou errado e açeito, jà começo a estar habituado a açeitar tudo e mais alguma coisa  Laughing

Quanto aos Dacs do Lukasz Fikus (Lampizator) e aos da TotalDAC, suponho que os escutaste em boas condições antes de decidir que para ti não servem! Logo vais me contar o que lhes criticas subjectivamente aquando do nosso proximo encontro  Wink

PS: O Jean Nantais é o fundador da Turntables by Jean Nantais e o principal responsàvel pela renascença dos Lenco "idler" assim que pelo reconhecimento e popularidade actual desse gira-discos! O seu gira TNJ Lenco Reference é considerado por muitos como um dos cinco melhores da actualidade...
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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptySeg maio 17 2021, 18:17

TD124 escreveu:
ricardo onga-ku escreveu:

...Acho que estás muito errado.

...O Lampizator era um tweaker que convertia leitores de CD eliminando o filtro brickwall e espetando com o "seu" andar analógico a tubos. Tornou-se fabricante mas o desempenho técnico dos seus DACs é pobre. Tal como o do TotalDAC. São equipamentos com muito som próprio, para mim não servem.

No que diz respeito ao "o gato", entre o FACTO que copia os esquemas e tweeks dos russos, e não sò, para o seu melquiades ... aparelho que sò existe por ego e a vontade patética de fazer melhor do que o Vladimir Lamm sém possuir as competências técnicas para tal, estamos a falar de um mitomano narcisista que vai até ao ponto de fazer um blog em forma de seita aonde ele é o guru absoluto ... mas tens razão, estou errado e açeito, jà começo a estar habituado a açeitar tudo e mais alguma coisa  Laughing

Quanto aos Dacs do Lukasz Fikus (Lampizator) e aos da TotalDAC, suponho que os escutaste em boas condições antes de decidir que para ti não servem! Logo vais me contar o que lhes criticas subjectivamente aquando do nosso proximo encontro  Wink

PS: O Jean Nantais é o fundador da Turntables by Jean Nantais e o principal responsàvel pela renascença dos Lenco "idler" assim que pelo reconhecimento e popularidade actual desse gira-discos! O seu gira TNJ Lenco Reference é considerado por muitos como um dos cinco melhores da actualidade...

Faz muito tempo que não visito o site d' "o gato" mas tenho ideia de que os DHT dele têm mão de um engenheiro Russo, ou de origem Russa. Que também lhe desenhou um Classe A de alta potência.

Lá está, a minha perspectiva como utilizador final é diferente da tua.
Eu não aprecio a arrogância do homem nem a forma como ele se expressa, mas não tenho qualquer sentimento no que se refere aos design dos equipamentos.
O design das colunas parece muitissimo são, amplificação não é o meu forte mas não fiquei com ideia de que ele se vangloriasse da originalidade dos designs, nem me pareceu que ele os achasse especiais. E os esquemas estão disponíveis para quem os quiser usar. Ou criticar.

Suponho que leste o site de fio a pavio e estudaste o caso antes de o julgar culpado!

Quanto aos outros alfaiates, também escreste aqui no AAP que a minha venda do sistema Shigaraki foi um erro...
Estavas errado. O erro foi a compra.
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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptySeg maio 17 2021, 18:21

Quero deixar claro que vejo o Romy como um audio-egocêntrico.
Mas a alfaiataria do audio é um acto egocêntrico, ou egoísta.

Por outro lado a alta fidelidade é altruísta, e não traz glória...
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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptySeg maio 17 2021, 20:30

TD124 escreveu:
(...) vive no meio da catedral!... isso é magnifico, sò é pena que não seja crente! Vou ter que rezar com uma garrafa de Morgado de Sta Catherina sozinho  drunken

Laughing

Eheheheheheheheheheh.
Mi Catedral es su catedral
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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptySeg maio 17 2021, 20:49

radamel escreveu:


Acerca do nosso exagero, tenho de concordar! 😉

Mas para se saber que é exagero é necessário passar-se por ele... "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 491368

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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptySeg maio 17 2021, 21:29

Caríssimos Radamel e José Miguel: precisamente.



TD124 escreveu:
(...) Mas, assimilar a interpretação e analise duma obra independentemente do nivel intelectual e metodo a um acto criativo, é algo que me perturba mas açeito o conçeito ... mesmo se não estou de acordo!... (...)

Amigo TD, talvez o hedonismo da fruição seja, tão só, o mediador para que o impulso criador que assiste a todos nós se expresse (criação) mediante a aprendizagem instigada pelos convites e questionamentos, sensações e emoções, paradoxos e antinomias que os artistas (se esforçam por) comunicar nas suas criações.
Se tal movimento em esforço encerra o gérmen do crescimento pessoal num para além do ego, não tenho dúvidas que sim, tal é aliás o desígnio comunicacional de ultrapassagem de uma qualquer Babel.
Qual a latitude?
Bem, isso é do tamanho de um homem.


Modo de provocação(zinha) ou "uma fé considerável na ciência":
Se uma fender ou uma gibson são o sonho de muitos dos que compõem, seguramente realizado assim que financeiramente o possam, não antevejo como negativo ter um emulador no sistema que me permita antecipar essas características tímbricas na reprodução.

A um nível mais sério, se tal for possível remetendo as interpretações clássicas para uma reprodução com instrumentos da época, seguramente que experimentarei.

Se um violino stagg soa melhor com um filtro de harmónicos, assim parece.

Se a bioengenharia desenvolver uma qualquer bioporta neuronal em streaming digital directamente da sala de concertos (à lá EXistenZ do Cronenberg) declinarei, pois sou jurássico e prefiro ir ao local.

Se isto é alta-fidelidade, não será, mas tantas são as vezes que as bandas, os produtores e restantes actores do áudio que não vêm traduzidas as suas estéticas criativas para a gravação que, chamar alta-fidelidade à reprodução das gravações sem exigir critérios de qualidade das mesmas, pelo menos ao mesmo nível que se advogam as propriedades dos cabos, parece-me um exercício coactado.


Boas audições.

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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptyTer maio 18 2021, 08:31

ricardo onga-ku escreveu:

...Suponho que leste o site de fio a pavio e estudaste o caso antes de o julgar culpado!

Quanto aos outros alfaiates, também escreste aqui no AAP que a minha venda do sistema Shigaraki foi um erro...
Estavas errado. O erro foi a compra.

Ricardo, antes de mais eu não julguei o Romy e não me permitiria ... critiquei-o em alguns pontos que me pareçem anormais e açeito que me critiquem também! Jà reparaste que sou uma pessoa que fala regularmente de "elegância", que seja na atitude, na maneira de montar um sistema ou mesmo na partilha de uma ideia, ora é a falta de elegância do Romy a coisa que me chateia mais: Um site em modo de clube privado destinado à sua gloria pessoal, a ideia indirecta que ele conheçe aonde està o Eldorado mas os outros não, uma relação tecnico-mistica nesse caminho e finalmente uma relação umbilical e hermética para com o resultado final que não é submetido à apreciação publica, para resumir, o Romy tém razão sozinho!... voilà o que lhe critico, não o culpo de nada!!!

Quanto aos alfaiates, termo que hoje vejo como demasiado curto ou demasiado longo, hà coisas a dizer e a reflectir sobre esse fenomeno! De uma certa maneira, mesmo o Hiraga é um "alfaiate" e levei tempo para intelectualmente afastar-me da influência dele ... "matar o pai ou a mãe" é uma simbolica central freudiana e "matar o mestre" é algo de fundamental num caminho iniciatico como o audio também! Eu começei o meu caminho com cornetas e full-range, sempre de alta sensibilidade pois tal era o caminho nobre de um "verdadeiro audiofilo" hà trinta anos atràs. Com o tempo e a experiência descobri outras coisas mais do meu agrado, descobri os limites de coisas das quais gostava e afastei-me do meu primeiro caminho ... hoje estou de volta aos "full-range", mas não da mesma maneira, pois jà não sou o mesmo que era hà trinta anos atràs...

Dito isto e para argumentar a tua ultima frase explico-me. O meu primeiro sistema que considero " a sério" foram umas colunas TQWT com full-range da L'Audiophile, um amplificador Verdier, um préamplificador Kaneda e um gira Pink Triangle PT2 ... este sistema complétamente intuitivo foi escolhido consoante o "gosto" e nada mais, era o meu paraiso sonoro e o meu ideal hà trinta anos atràs! Começei a aprender umas coisas, a escutar muitas outras coisas diferentes e afastei-me desse lugar para ir escalar montanhas cada vez mais grandes. A qualidade sonora aumentou muito mas o "prazer" ném por isso, ou durou pouco tempo. Hoje tento deconstruir esse caminho para voltar ao ponto aonde o agrado existiu e meter a qualidade à volta, não sei se conseguirei mas vou fazer tudo o possivel...

Eu disse-te que estavas errado de o ter vendido pois acredito que o "ponto zero", num caminho iniciatico, é um dos pontos de referência! Ele representa a escolha intuitiva e espontanea, desembaraçada dos dogmas, crenças e conhecimento que vamos acumular e que por vezes nos fazém perder a qualidade mais grande que um sistema deve possuir que é dar-nos prazer, simplesmente! Talvez compreendas o que digo, talvez não, mas eu ainda ando em busca de algo que tive no meu primeiro sistema e que nunca mais encontrei ... então não foi um erro o ter comprado, talvez ném seja um erro o ter vendido, o erro foi ter esquecido o que era importante, para mim  Wink

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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptyTer maio 18 2021, 09:12

Rstuyvesant escreveu:

...Se isto é alta-fidelidade, não será, mas tantas são as vezes que as bandas, os produtores e restantes actores do áudio que não vêm traduzidas as suas estéticas criativas para a gravação que, chamar alta-fidelidade à reprodução das gravações sem exigir critérios de qualidade das mesmas, pelo menos ao mesmo nível que se advogam as propriedades dos cabos, parece-me um exercício coactado....

Amigo Rstuyvesant, existém frases que eu lançei para o ar através do tempo como o facto que o disco seja musica em conserva ou a diferença entre audio e alta-fidelidade que por vezes acabam por vir de volta à velocidade de um boomerang, ora que elas me pareçem evidências que podemos todos compreender e mesmo comprovar...

A diferença entre audio e alta-fidelidade não deve ser vista como um conçeito pedante e arrogante que determina o caminho para o inferno ou para o paraiso, mas como uma metafora das inevitàveis escolhas que a vida nos impõe, é mais um dualismo! No inicio dos anos 90 ainda tinha um deck de K7 da Teac muito reputado e no meu clube audiofilo ainda trocàva-mos algumas K7's de gravações de CD de musica clàssica que eram caros, e por vezes raros nessa época! Ora as K7 que trocàvamos eram copias que possuiam o estigma sonoro do deck que as gravou, por vezes agradàvel e por vezes desastroso ... era uma espécie de lotaria mas não havia escolha! Depois veio o gravador de CD's e de repente cada copia era igual, ou parecidissima, ao original e os unicos estigmas eram o do sistema no qual se fazia tocar essa copia. A K7 era audio e o CD copiado era alta-fidelidade ... é a cada um, ainda hoje, de saber qual tipo de copia prefere e de assumir essa escolha!...

Ora, a qualidade original da gravação e mesmo a qualidade da execução musical da obra nada muda ao fenomeno que venho de citar! O audio é um caminho infinito que possui tantos inicios, caminhos e objectivos quanto as pessoas que o praticam ... a alta-fidelidade também tém vàrios inicios, vàrios caminhos mas possui um unico objectivo, é aqui que a diferença reside, mas ela é fundamental  Wink

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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptyTer maio 18 2021, 09:14

Full range is the only thing that tempt from time to time....

There are some Chinese drivers which seem very serious and beautiful made: https://www.lii-audio.com/

Here is what a German AAA member made with the 15": and an Ikea shelf module:https://www.analog-forum.de/wbboard/index.php?thread/154219-mal-wieder-was-mit-breitb%C3%A4ndern-machen/&postID=2196746#post2196746
"Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 Erstei10


Simple and beautiful, only the stands are not appropriate ;-)

With big full rangers the things can be kept very simple: an open baffle or an enclosure with open or vented back, like the ones proposed for PHY drivers.

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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptyTer maio 18 2021, 10:20

mannitheear escreveu:
Full range is the only thing that tempt from time to time....
...
"Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 Erstei10

Simple and beautiful, only the stands are not appropriate ;-)

Yeah, this is the kind of speakers i'm in love actually ... Big Cubes!!!

With a 6C33C and the right Dac and Turntable with the cellar Wines ... i'll be HAPPY!!!

Biz Man  cheers

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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptyTer maio 18 2021, 10:51

mannitheear escreveu:
Full range is the only thing that tempt from time to time....

There are some Chinese drivers which seem very serious and beautiful made: https://www.lii-audio.com/

Here is what a German AAA member made with the 15": and an Ikea shelf module:https://www.analog-forum.de/wbboard/index.php?thread/154219-mal-wieder-was-mit-breitb%C3%A4ndern-machen/&postID=2196746#post2196746
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Simple and beautiful, only the stands are not appropriate ;-)

With big full rangers the things can be kept very simple: an open baffle or an enclosure with open or vented back, like the ones proposed for PHY drivers.

I've been there and done that. It's the same with toy-sized speakers.
For me, personally, the benefits do not outweigh the limitations.

Yes they are reasonably OK with string quartets or the proverbial girl with banjo. But I wouldn't want to restrict my staple diet to that very narrow scope...
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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptyTer maio 18 2021, 11:13

Rstuyvesant escreveu:
Caríssimos Radamel e José Miguel: precisamente.



TD124 escreveu:
(...) Mas, assimilar a interpretação e analise duma obra independentemente do nivel intelectual e metodo a um acto criativo, é algo que me perturba mas açeito o conçeito ... mesmo se não estou de acordo!... (...)

Amigo TD, talvez o hedonismo da fruição seja, tão só, o mediador para que o impulso criador que assiste a todos nós se expresse (criação) mediante a aprendizagem instigada pelos convites e questionamentos, sensações e emoções, paradoxos e antinomias que os artistas (se esforçam por) comunicar nas suas criações.
Se tal movimento em esforço encerra o gérmen do crescimento pessoal num para além do ego, não tenho dúvidas que sim, tal é aliás o desígnio comunicacional de ultrapassagem de uma qualquer Babel.
Qual a latitude?
Bem, isso é do tamanho de um homem.


Modo de provocação(zinha) ou "uma fé considerável na ciência":
Se uma fender ou uma gibson são o sonho de muitos dos que compõem, seguramente realizado assim que financeiramente o possam, não antevejo como negativo ter um emulador no sistema que me permita antecipar essas características tímbricas na reprodução.

A um nível mais sério, se tal for possível remetendo as interpretações clássicas para uma reprodução com instrumentos da época, seguramente que experimentarei.

Se um violino stagg soa melhor com um filtro de harmónicos, assim parece.

Se a bioengenharia desenvolver uma qualquer bioporta neuronal em streaming digital directamente da sala de concertos (à lá EXistenZ do Cronenberg) declinarei, pois sou jurássico e prefiro ir ao local.

Se isto é alta-fidelidade, não será, mas tantas são as vezes que as bandas, os produtores e restantes actores do áudio que não vêm traduzidas as suas estéticas criativas para a gravação que, chamar alta-fidelidade à reprodução das gravações sem exigir critérios de qualidade das mesmas, pelo menos ao mesmo nível que se advogam as propriedades dos cabos, parece-me um exercício coactado.


Boas audições.

A questão da Alta Fidelidade é comlexa.

Existem duas formas de produzir um "álbum" de música:

• a gravação stereo efectuada de uma forma documental, que procura criar na sala de escuta a illusão de se estar a assistir a um evento ao vivo (praticamente exclusiva do género clássico)

• a mistura stereo, produzida em estúdio a partir da combinação de multiplos takes efectuados em mono os quais são aplicados efeitos como EQ, reverb, delay, compressão dinâmica, normalização, etc. e criadas imagens fantasma numa cena sonora recorrendo ao pan-potting

Se no primeiro caso a Alta Fidelidade começa com a captação de um evento musical, no segundo caso a música é o produto/resultado da mistura de multiplos takes e como tal a única fidelidade possível advém da precisa reprodução do sinal gravado (levado ao absurdo isso implicaria que escutassemos um álbum com um sistema igual ao do produtor).

Aliás, em ambos os casos a única fidelidade é ao sinal. Daí que um percurso pessoal, a procura pela "apresentação sonora" perfeita seja inevitável para o audiófilo. Porque, ao contrário do melómano, ele se preocupa com o som, como soa.


Para mim uma boa gravação (p.ex. da BIS) de um violoncelo e um piano efectuada com um setup de mics minimalista soa-me realista o suficiente, mas há quem ache que um pouco mais de reverberação ou rubor sonoro torna os instrumentos mais reais. Começamos portanto com uma diferença na percepção. Como se isso não fosse suficiente cada sistema toca numa sala e cada sala têm a sua assinatura acústica e por isso afecta a reprodução de uma forma distinta.

A conclusão é que o "soa bem" é uma questão de gosto, de opinião enquanto que a fidelidade (ao sinal) ou desempenho técnico é um parâmetro universal.

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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptyTer maio 18 2021, 11:18

TD124 escreveu:
ricardo onga-ku escreveu:

...Suponho que leste o site de fio a pavio e estudaste o caso antes de o julgar culpado!

Quanto aos outros alfaiates, também escreste aqui no AAP que a minha venda do sistema Shigaraki foi um erro...
Estavas errado. O erro foi a compra.

Ricardo, antes de mais eu não julguei o Romy e não me permitiria ... critiquei-o em alguns pontos que me pareçem anormais e açeito que me critiquem também! Jà reparaste que sou uma pessoa que fala regularmente de "elegância", que seja na atitude, na maneira de montar um sistema ou mesmo na partilha de uma ideia, ora é a falta de elegância do Romy a coisa que me chateia mais: Um site em modo de clube privado destinado à sua gloria pessoal, a ideia indirecta que ele conheçe aonde està o Eldorado mas os outros não, uma relação tecnico-mistica nesse caminho e finalmente uma relação umbilical e hermética para com o resultado final que não é submetido à apreciação publica, para resumir, o Romy tém razão sozinho!... voilà o que lhe critico, não o culpo de nada!!!

Quanto aos alfaiates, termo que hoje vejo como demasiado curto ou demasiado longo, hà coisas a dizer e a reflectir sobre esse fenomeno! De uma certa maneira, mesmo o Hiraga é um "alfaiate" e levei tempo para intelectualmente afastar-me da influência dele ... "matar o pai ou a mãe" é uma simbolica central freudiana e "matar o mestre" é algo de fundamental num caminho iniciatico como o audio também! Eu começei o meu caminho com cornetas e full-range, sempre de alta sensibilidade pois tal era o caminho nobre de um "verdadeiro audiofilo" hà trinta anos atràs. Com o tempo e a experiência descobri outras coisas mais do meu agrado, descobri os limites de coisas das quais gostava e afastei-me do meu primeiro caminho ... hoje estou de volta aos "full-range", mas não da mesma maneira, pois jà não sou o mesmo que era hà trinta anos atràs...

Dito isto e para argumentar a tua ultima frase explico-me. O meu primeiro sistema que considero " a sério" foram umas colunas TQWT com full-range da L'Audiophile, um amplificador Verdier, um préamplificador Kaneda e um gira Pink Triangle PT2 ... este sistema complétamente intuitivo foi escolhido consoante o "gosto" e nada mais, era o meu paraiso sonoro e o meu ideal hà trinta anos atràs! Começei a aprender umas coisas, a escutar muitas outras coisas diferentes e afastei-me desse lugar para ir escalar montanhas cada vez mais grandes. A qualidade sonora aumentou muito mas o "prazer" ném por isso, ou durou pouco tempo. Hoje tento deconstruir esse caminho para voltar ao ponto aonde o agrado existiu e meter a qualidade à volta, não sei se conseguirei mas vou fazer tudo o possivel...

Eu disse-te que estavas errado de o ter vendido pois acredito que o "ponto zero", num caminho iniciatico, é um dos pontos de referência! Ele representa a escolha intuitiva e espontanea, desembaraçada dos dogmas, crenças e conhecimento que vamos acumular e que por vezes nos fazém perder a qualidade mais grande que um sistema deve possuir que é dar-nos prazer, simplesmente! Talvez compreendas o que digo, talvez não, mas eu ainda ando em busca de algo que tive no meu primeiro sistema e que nunca mais encontrei ... então não foi um erro o ter comprado, talvez ném seja um erro o ter vendido, o erro foi ter esquecido o que era importante, para mim  Wink

Desculpa se não compreendi a tua reacção intempestiva à menção de "o gato", mas sinceramente foi bastante inesperada.

Compreendo perfeitamente a tua opção pela tábula rasa, por vezes é necessária para ver as coisas com maior clareza. Onde é que, neste caminho, me desviei, me perdi?

No meu caso foi com as monovias e os Shigaraki. Como é que eu sei? Porque o sistema estava a condicionar a música que eu escutava, era uma barreira que filtrava alguns géneros como p.ex. a música orquestral.

Um abraço!

2cclzes
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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptyTer maio 18 2021, 11:27

Enquanto toca um álbum deixado como referência num outro tópico, aproveito para escrever aqui. Nem de propósito, a primeira faixa é cantada, tem palavras.

Não é a primeira vez que vejo ser lançada a premissa: há coisas que não se podem dizer, todos juntos numa sala tudo seria esclarecido. Esta premissa é usada para concluir que um fórum tem limites, mas serão os limites de um fórum estes que se querem evidenciar?
Apontam-se os conceitos e palavras subjectivas, essas que são usadas aqui, nas revistas, nas revisões nas várias plataformas, mas o que seria de facto diferente numa sala ao vivo?

Vamos imaginar um cenário hipotético, um em que nos juntamos todos numa sala que proíbe a entrada do ego(ísmo), das manias associadas à vontade de termos mais razão do que outros, da necessidade de afirmação, etc. Nessa sala está montado um sistema, o melhor e mais transparente que consigam imaginar, mas dele apenas se conseguem ver as colunas. A experiência visa perceber as diferenças que as trocas de cabos promovem em termos de audição. Obviamente que nesta experiência não haverá um orador prévio, tudo foi desenhado para interferir o mínimo possível com a audição. A experiência começa, os cabos são alterados por comandos externos e numa fracção de segundo, a Música segue o seu caminho na forma de um loop, um sampler que contém 10 segundos de enorme complexidade (dinâmica, timbres instrumentais variados, voz humana, etc). A experiência termina.

E agora? Como comunicamos nós que estamos todos juntos na mesma sala e prontos para sermos honestos? Trocamos gestos? Sinais de fumo? Palavras?

Quero acreditar que estarão todos de acordo que trocaremos palavras dentro da sala e carregados de honestidade, pois o nosso lado maroto ficou do lado de fora. Começamos a ser honestos e a proferir opiniões.

Alguém começa por dizer que entre a primeira e segunda volta do sample se nota uma extensão na região das baixas frequências, que o bombo da orquestra ou banda de rock se sente mais fundo. Alguém acrescenta que na primeira ronda do sample a voz está um pouco mais adiantada no palco e mais isolada. Alguém opina afirmando que na segunda volta do sample as altas frequências são mais naturais e menos invasivas. Há ainda quem diga que na primeira ronda do sample há um brilho extra que vem da maior presença do extremo alto da frequência.

Todos falaram, mais ainda, uns concordaram e outros não. Para não chatear ninguém, reparem que todos ouviram diferenças e as diferenças escutadas até se podem interligar (para boa lógica). Então entra um “mestre” na sala e expõe a sua análise muito profunda.
Imaginemos que ele diz algo assim: o cabo presente na primeira volta do sample permite maior rapidez, dinâmica mais expressiva, um palco com maior relevo e uma coerência global assinalável; o cabo na segunda ronda do sample permite uma maior sensação de textura, extensão das baixas frequências e por isso maior banda, que o palco ganha maior presença (largura e altura).

O mestre confirma que as pessoas ouviram coisas certas, mais uma vez eu não quero tocar ninguém e por isso bate tudo certo. Palavras e mais palavras foram ditas e tentou-se explicar tudo, tudinho, até que… alguém diz que um dos lados está errado, que o segundo cabo distorce o sinal gravado. E as palavras que pareciam todas certas começam a ganhar novos significados e referências. Afinal a extensão das baixas frequências significa perda de rapidez e precisão e onde se escutavam toques duplos, passou a aparecer um grande toque extenso; que o mais largo e alto palco deve-se à imagem mais fosca e com menos camadas definidas; … Do outro lado ninguém se fica e com toda a honestidade dizem: a maior sensação de dinâmica deve-se a cortes na extensão, a voz adiantada no palco soa artificial e isso deve-se a um possível “relevo” na região média do espectro, …

Ainda estavam a usar palavras e total honestidade, mas já ninguém se entendia. O “mestre” volta a tentar falar e dos dois lados ouve-se “eu escutei com os meus ouvidos!” (isto também é honesto, mas é sinal de que o que ficou do lado de fora da sala acabou por entrar… só podia)

Já se está a debater o “não sei o quê” de um sistema, essa característica é a tal que dificilmente será comunicável e, por isso, o mote de tanta conversa. Pegando nas palavras do Paulo: 95% de fidelidade e 5% de tempero. A fatia dos 95% creio ser a parte que se pode debater, onde a ciência entra com autoridade e onde as palavras não se perdem. Os últimos 5% serão mais poéticos, mas quem os comunica também deve aprender a aceitar essa parte e a prender a comunicá-la.

No caso de outras percentagens vale o mesmo, quem quer 50-50%, 70-30%, 45-55%... há uma parte do sistema onde é possível a comunicação mais assertiva e uma outra onde não é. Como já disse por aqui e concordando com o Ricardo, quem melhor compreender a parte mais objectiva, mais rápida e eficientemente chegará ao “não sei o quê” do sistema. É da nossa natureza aprender por palavras, sejam elas escritas ou ditas cara-a-cara. Numa sala todos juntos vamos notar sempre diferenças e muitos dos que por aqui andam já o presenciaram, há e haverá sempre um “o meu é melhor do que o teu”, então aprender alguma teoria não faz mal nenhum, só prepara para o confronto na sala – seja para comentar, seja para sorrir e não dizer nada.


ps.: alguém tem de ser o "advogado" das palavras, pobres entidades tão mal tratadas. Laughing
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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptyTer maio 18 2021, 11:37

Rstuyvesant escreveu:

(...)

Se isto é alta-fidelidade, não será, mas tantas são as vezes que as bandas, os produtores e restantes actores do áudio que não vêm traduzidas as suas estéticas criativas para a gravação que, chamar alta-fidelidade à reprodução das gravações sem exigir critérios de qualidade das mesmas, pelo menos ao mesmo nível que se advogam as propriedades dos cabos, parece-me um exercício coactado.


Boas audições.

Não conheço muitos Músicos, mas conheço alguns. Já relatei no fórum que conheço até quem se preocupe com as condições em que as pessoas poderão escutar o que eles produzem. Ou seja, ainda há Músicos que se preocupam em compor/criar, mas também produzir.

É verdade que o problema da gravação existe, nem sempre os estúdios têm profissionais capazes de pensar para lá do estúdio. Também é verdade que há Músicos que apenas querem ter um "produto" nas estantes para vender.

O Ricardo acaba de dizer que um sistema o estava a condicionar, restringia-lhe a escolhe de Música. o caminho da Alta-Fidelidade não obrigará a isso mesmo? Ou não obrigará a ter um sistema capaz de perdoar mais para escutar-se os álbuns menos bem produzidos?

Os sistemas condicionam as escolhas musicais, mas as escolhas musicais não condicionarão os sistemas?

Para terminar: a forma como se pensa a Arte, ou a Música enquanto forma de Arte, não condicionará também?

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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptyTer maio 18 2021, 12:34

José Miguel escreveu:

... Já se está a debater o “não sei o quê” de um sistema, essa característica é a tal que dificilmente será comunicável e, por isso, o mote de tanta conversa. Pegando nas palavras do Paulo: 95% de fidelidade e 5% de tempero. A fatia dos 95% creio ser a parte que se pode debater, onde a ciência entra com autoridade e onde as palavras não se perdem. Os últimos 5% serão mais poéticos, mas quem os comunica também deve aprender a aceitar essa parte e aprender a comunicá-la. ...

ps.: alguém tem de ser o "advogado" das palavras, pobres entidades tão mal tratadas. Laughing

«No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus.»
 (João 1:1-4)*

Pessoalmente nada tenho contra as palavras e como em muitas coisas recuso-me a maltratà-las ou a as endeusar! Podem as palavras traduzir com exactidão o resultado das sensações ressentidas durante a prova de um grande vinho?... serà possivel de traduzir pelas palavras as sensações de uma escuta dita "magica"?... não sei!...

Acredito, pois vivo isso, que as palavras podem dar vontade, ou não, de viver certas experiências aos outros ... o que nos aproxima uns dos outros pois a partilha de experiências comuns facilita a compreensão! Aquele que jà escutou vàrias colunas com cornetas conheçe melhor esse som que aquele que nunca as ouviu e vai poder partilhar mais facilmente com uma pessoa que tém uma experiência similar. Estou de acordo que os 95% são a zona aonde existe um arbitro e que a conversa serà feita com regras admitidas por todos, é a unica maneira de ter um debate que se aproxime ao maximo da objectividade! Subsistém esses 5% aonde as palavras são muitas para dizer pouco e aonde, nos forums, falta algo que nos aproximaria nmho ainda mais uns dos outros, o Real! Como diz um amigo meu: Um belo vinho na boca diz muito mais do que as mais belas palavras sobre ele...

* A frase do começo é pura provocação à volta da "palavra"  Laughing

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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptyTer maio 18 2021, 13:09

José Miguel escreveu:

O Ricardo acaba de dizer que um sistema o estava a condicionar, restringia-lhe a escolhe de Música. o caminho da Alta-Fidelidade não obrigará a isso mesmo? Ou não obrigará a ter um sistema capaz de perdoar mais para escutar-se os álbuns menos bem produzidos?

My opinion and experience is: a highly transparent, "neutral" system will play every style of music very well. I practiced this this morning with a) choral music, then b) some Bach organ and finally c) some quite heavy Jazz-Rock guitar trio! Everything was very pleasant to hear!

And a high transparent system separates the technical faults of a bad (or historical) recording so well from the music that the auditory brain has less problem to "mask" the deficits very effective, like the auditory noise in a classical concert.

cheers

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MensagemAssunto: Re: "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..."   "Da epistemologia ao diletantismo no Audio, e outros devaneios..." - Página 3 EmptyTer maio 18 2021, 13:11

TD124 escreveu:


«No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus.»
 (João 1:1-4)*

Pessoalmente nada tenho contra as palavras e como em muitas coisas recuso-me a maltratà-las ou a as endeusar! Podem as palavras traduzir com exactidão o resultado das sensações ressentidas durante a prova de um grande vinho?... serà possivel de traduzir pelas palavras as sensações de uma escuta dita "magica"?... não sei!...

Acredito, pois vivo isso, que as palavras podem dar vontade, ou não, de viver certas experiências aos outros ... o que nos aproxima uns dos outros pois a partilha de experiências comuns facilita a compreensão! Aquele que jà escutou vàrias colunas com cornetas conheçe melhor esse som que aquele que nunca as ouviu e vai poder partilhar mais facilmente com uma pessoa que tém uma experiência similar. Estou de acordo que os 95% são a zona aonde existe um arbitro e que a conversa serà feita com regras admitidas por todos, é a unica maneira de ter um debate que se aproxime ao maximo da objectividade! Subsistém esses 5% aonde as palavras são muitas para dizer pouco e aonde, nos forums, falta algo que nos aproximaria nmho ainda mais uns dos outros, o Real! Como diz um amigo meu: Um belo vinho na boca diz muito mais do que as mais belas palavras sobre ele...

* A frase do começo é pura provocação à volta da "palavra"  Laughing

Neste tópico eu já brinquei com a frase/princípio «No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus.»

Paulo, a compreensão dessa frase só pode conduzir a uma de duas coisas:
1. Fanatismo religioso e dogma, colocando no final de cada verbo (a verdade, portanto) deus e só deus;
2. O poder de deus reside onde reside o nosso, na palavra que nos permite comunicar, conhecer, criar; a fé passa por aceitar que há uma dimensão de nós que é incompleta e para isso deus nem precisa de existir, a frase faz todo o sentido com deus (para quem tem fé) e mesmo que se retire deus dela.

Um senhor disse e bem que nós só conheceremos o sabor do ananás depois de o provarmos. Seja vinho ou um sistema de áudio, como é que eu e o Paulo na mesma mesa/sala vamos comunicar a nossa experiência sem recurso a palavras? Mais, eu aceitarei e/ou recusarei as suas palavras consoante lhe atribuir mais ou menos autoridade. Posto isto, a minha experiência consigo, em pessoa, será a simples experiência de conhecer o sabor do ananás ou conhecer a que sabe o ananás mediante um meio que me influencia?

Para materializar em áudio: os dois perante um sistema de áudio ouviremos cada um com os seus ouvidos, felizmente ouviremos a mesma peça de Música e talvez a compreendamos de forma semelhante; por outro lado, na avaliação do sistema, o mais objectivamente possível, ambos iremos ter níveis de profundidade diferente e na troca de impressões (por palavras) chamaremos para a conversa pontos semelhantes e distintos. Numa segunda audição, novamente procurando o lado mais objectivo, iremos estar condicionados pela nossa experiência acumulada, que incorpora a conversa depois da primeira escuta. Eu vou estar atento ao que o Paulo me chamou à atenção, vou reparar em defeitos e qualidades, em pormenores. Naquele momento eu escutarei, de mente aberta, deverei escutar até diferenças sem que trocas sejam necessárias.

No princípio era o verbo e o verbo estava connosco, o verbo somos nós. Ele estava no princípio connosco. Usar palavras é criar mundo, sem elas nada existe.

O Paulo já falou dos “equipamentos de fórum”, eles ganham existência e seguidores por meio de palavras, sejam eles (os equipamentos) melhores ou piores do que outros. Os equipamentos de referência aparecem exactamente pelo mesmo meio, as palavras. A ciência comunica e ganha terreno comunicando por meio de palavras bem seleccionadas, é assim que se conquistam mentes.

Paulo, compreenda que eu não o coloco entre os que não consideram importante a comunicação por meio de palavras, basta ler o que escreve. Wink Contudo gostava de deixar claro que a experiência “guiada” não deixa de ser mediada da mesma forma, pior, pode ser ainda menos efectiva sem uma boa presença de espírito (crítico).
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