A rodar XXXIII

Antes de completar 25 anos, o nova-iorquino Sonny Rollins foi considerado craque em composição e na forma como extraia as notas do saxofone. No entanto, por não ter o mesmo parecer de si próprio, passou por duas crises como criador, retirando-se das luzes da ribalta... Assim, entre 1959 e 1962, apenas tocou para si próprio na ponte de Brooklyn e, de 1969 a 1972, na ponte de Williamburg.

Aos 28 anos, no primeiro trimestre de 1958, guiou-se pela sua preferência de tocar em trio, sem piano, gravando o disco escutado. Para este registo, contou com Oscar Pettiford (contrabaixo) e Max Roach, o baterista mais solicitado na história do jazz, com quem colaborou durante muitos anos.

Discípulo de Duke Ellington, supõe-se que Thelonious Monk tenha sido autodidacta, pois disse numa entrevista:
- "Nunca tive que aprender a tocar, era dotado..."

Em 1941, como pianista privado do Minton´s Playhouse, em Harlem, fazia longas jazz-sessions até ao amanhecer, construíndo o be-bop com outros jovens músicos da boîte.
Tal como um pintor, faz do piano a sua tela, através de jubilosa harmonização. Pela sua mão, o silêncio torna-se parte integrante da linguagem do jazz, como é notório em «Lulu´s back is town» - tema de abertura da bolacha saboreada.