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 O admirável mundo novo

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António José da Silva
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ricardo onga-ku
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ricardo onga-ku
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MensagemAssunto: O admirável mundo novo   O admirável mundo novo EmptySex Ago 09 2013, 17:04

Continuo a ser surpreendido pela tremenda clarividência do Aldous Huxley quando descreveu a sociedade ocidental do futuro no início dos anos 30...
Este tópico, batizado com o título do famoso romance de Huxley, pode servir de livro de recortes para pequenos sinais da degradação da nossa sociedade e de um alerta à navegação.
Hoje começo com este:

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MensagemAssunto: Re: O admirável mundo novo   O admirável mundo novo EmptySex Ago 09 2013, 17:25

ricardo onga-ku escreveu:
Continuo a ser surpreendido pela tremenda clarividência do Aldous Huxley quando descreveu a sociedade ocidental do futuro no início dos anos 30...
Este tópico, batizado com o título do famoso romance de Huxley, pode servir de livro de recortes para pequenos sinais da degradação da nossa sociedade e de um alerta à navegação.
Hoje começo com este:

O admirável mundo novo 07vh
Excelente:__((: O admirável mundo novo 754215 O admirável mundo novo 754215
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António José da Silva
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MensagemAssunto: Re: O admirável mundo novo   O admirável mundo novo EmptySex Ago 09 2013, 18:05

Muito bom mesmo.O admirável mundo novo 754215 

A única coisa que eu acho que vale a pena analisar melhor, é que a patetice de alguns (muitos mesmo), o desinteresse total por coisas interessantes, a falta de ideias e vontade de colocar algo de positivo em prática, é transversal aos tempos mesmo que de outras formas e feitios. Mas parece-me tudo igual, só que hoje mais visível.
É uma pena que tanta juventude (e não só) dê tanta importância ás futilidades da vida e que essa importância lhes castre para sempre o futuro que poderiam ter. O mundo e a vida estão cheia de coisas belas, mas infelizmente, os óculos opacos da ignorância não deixam vislumbrar todo o esplendor natural e humano, e muito menos entender os grandes pensadores.

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stardrake
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MensagemAssunto: Re: O admirável mundo novo   O admirável mundo novo EmptySex Ago 09 2013, 18:28

Olhem que um alerta sobre "barbies", vindo de uma "barbie" socialista,
é aquilo a que podemos chamar "Uma admirável javardisse" O admirável mundo novo 447836 

Mário
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MensagemAssunto: Re: O admirável mundo novo   O admirável mundo novo EmptySex Ago 09 2013, 19:01

o aviso á navegação é ainda mais grave pois os senhores capitalistas (...deberg) mais poderosos do mundo reunem uma vez por ano para imporem as suas estratégias para dominar e programar mentalmente o povo para a constante aceitação do seu dominio. E nesse club maçonico vive um sr. Português (Pinto Balsemão) responsável pela arma mais perigosa e dominadora do mundo ...a televisão e consequentemente foi surgindo outras tais medias que baralham os neuronios aos jovens de forma que um dia nem conseguem comunicar. E esta é só a minha visão da sociedade e do mundo...a vossa não sei bem qual será...mas respeitarei!!!
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MensagemAssunto: Re: O admirável mundo novo   O admirável mundo novo EmptySáb Ago 31 2013, 21:39

O ataque das cabras-aranha...

http://www.bbc.co.uk/news/science-environment-16554357
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Milton
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MensagemAssunto: Re: O admirável mundo novo   O admirável mundo novo EmptySáb Ago 31 2013, 22:22

ricardo onga-ku escreveu:
O ataque das cabras-aranha...

http://www.bbc.co.uk/news/science-environment-16554357
Era só o que nos faltava !!
E logo depois de estarmos sob ataque serrado dessa espécie que infesta o emiciclo, cruzamento de cabra com pavões...

lol! 
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MensagemAssunto: Re: O admirável mundo novo   O admirável mundo novo EmptySex Nov 29 2013, 18:29



Nasceu surda e aos 29 anos ouve pela primeira vez a sua própria voz.
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MensagemAssunto: Re: O admirável mundo novo   O admirável mundo novo EmptyQui Abr 10 2014, 19:18

As crianças não são hiperactivas, são mal-educadas
Henrique Raposo

É uma comédia que se acumula no dia-a-dia. Um sujeito vai ao café ler o jornal, e o café está inundado de crianças que não respeitam nada, nem os pardalitos e os pombos, e os pais "ai, desculpe, ele é hiperactivo", que é como quem diz "repare, ele não é mal-educado, ou seja, eu não falhei e não estou a falhar como pai neste preciso momento porque devia levantar o rabo da cadeira para o meter na ordem, mas a questão é que isto é uma questão médica, técnica, sabe?, uma questão que está acima da minha vontade e da vontade do meu menino, olhe, repare como ele aperta o pescoço àquele pombinho, é mais forte do que ele, está a ver?". E o pior é que a comédia já chegou aos jornais. Parece que entre 2007 e 2011 disparou o consumo de medicamentos para a hiperactividade. Parece que os médicos estão preocupados e os pais apreensivos com o efeito dos remédios na personalidade dos filhos. Quem diria?

Como é óbvio, existem crianças realmente hiperactivas (que o Altíssimo dê amor e paciência aos pais), mas não me venham com histórias: este aumento massivo de crianças hiperactivas não resulta de uma epidemia repentina da doença mas da ausência de regras, da incapacidade que milhares e milhares de pais revelam na hora de impor uma educação moral aos filhos. Aliás, isto é o reflexo da sociedade que criámos. Se um pai der uma palmada na mão de um filho num sítio público (digamos, durante uma birra num café ou supermercado), as pessoas à volta olham para o dito pai como se ele fosse um leproso. Neste ambiente, é mais fácil dar umas gotinhas de medicamento do que dar uma palmada, do que fazer cara feia, do que ralhar a sério, do que pôr de castigo. Não se faz nada disto, não se diz não a uma criança, porque, ora essa, é feio, é do antigamente, é inconstitucional.

Vivendo neste aquário de rosas e pozinhos da Sininho, as crianças acabam por se transformar em estafermos insuportáveis, em Peter Pan amorais sem respeito por ninguém. Levantam a mão aos avós, mas os pais ficam sentados. E, depois, os pais que recusam educá-los querem que umas gotinhas resolvam a ausência de uma educação moral. Sim, moral. Eu sei que palavra moral deixa logo os pedagogos pós-moderninhos de mãos no ar, ai, ai, que não podemos confrontar as crianças com o mal, mas fiquem lá com as gotinhas que eu fico com o mal.



Ler mais: http://expresso.sapo.pt/as-criancas-nao-sao-hiperactivas-sao-mal-educadas=f780888#ixzz2yVbeWkOX
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MensagemAssunto: Re: O admirável mundo novo   O admirável mundo novo EmptyQui Abr 10 2014, 21:08

A história repete-se vejam se não revêem nestas frases, depois vejam os autores

"Nossa juventude adora o luxo, é mal educada, caçoa da autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Nossos filhos hoje são verdadeiros tiranos. Eles não se levantam quando uma pessoa idosa entra, respondem a seus pais e são simplesmente maus."
Sócrates, filósofo grego que viveu por volta de 470/399 a.C

"Não tenho mais nenhuma esperança no futuro de nosso País, se a juventude de hoje tomar o poder amanhã, porque essa juventude é insuportável, desenfreada, simplesmente horrível."
Hesíodo, filósofo que viveu por volta de 720 a.C.

"Nosso mundo atingiu seu ponto crítico. Os filhos não ouvem mais seus pais. O fim do mundo não pode estar muito longe."
Eugenio, um pensador que viveu no ano 2.000 a.C.

"Essa juventude está estragada até o fundo do coração. Os jovens são malfeitores e preguiçosos .Eles jamais serão como a juventude de antigamente. A juventude de hoje não será capaz de manter a nossa cultura."
Esta frase lapidar foi descoberta recentemente sobre um vaso de argila, nas ruínas da Babilônia. Portanto, tem mais de 4.000 anos de existência.
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MensagemAssunto: Re: O admirável mundo novo   O admirável mundo novo EmptyQui Abr 10 2014, 22:49

anibalpmm escreveu:
A história repete-se vejam se não revêem nestas frases, depois vejam os autores

"Nossa juventude adora o luxo, é mal educada, caçoa da autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Nossos filhos hoje são verdadeiros tiranos. Eles não se levantam quando uma pessoa idosa entra, respondem a seus pais e são simplesmente maus."
Sócrates, filósofo grego que viveu por volta de 470/399 a.C

"Não tenho mais nenhuma esperança no futuro de nosso País, se a juventude de hoje tomar o poder amanhã, porque essa juventude é insuportável, desenfreada, simplesmente horrível."
Hesíodo, filósofo que viveu por volta de 720 a.C.

"Nosso mundo atingiu seu ponto crítico. Os filhos não ouvem mais seus pais. O fim do mundo não pode estar muito longe."
Eugenio, um pensador que viveu no ano 2.000 a.C.

"Essa juventude está estragada até o fundo do coração. Os jovens são malfeitores e preguiçosos .Eles jamais serão como a juventude de antigamente. A juventude de hoje não será capaz de manter a nossa cultura."
Esta frase lapidar foi descoberta recentemente sobre um vaso de argila, nas ruínas da Babilônia. Portanto, tem mais de 4.000 anos de existência.


Muito bem resumido e visto. Acho exatamente o mesmo. As pessoas é que têm uma memória coletiva bastante limitada (temporalmente).

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MensagemAssunto: Re: O admirável mundo novo   O admirável mundo novo EmptySex Abr 11 2014, 09:08

anibalpmm escreveu:
A história repete-se vejam se não revêem nestas frases, depois vejam os autores

"Nossa juventude adora o luxo, é mal educada, caçoa da autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Nossos filhos hoje são verdadeiros tiranos. Eles não se levantam quando uma pessoa idosa entra, respondem a seus pais e são simplesmente maus."
Sócrates, filósofo grego que viveu por volta de 470/399 a.C

"Não tenho mais nenhuma esperança no futuro de nosso País, se a juventude de hoje tomar o poder amanhã, porque essa juventude é insuportável, desenfreada, simplesmente horrível."
Hesíodo, filósofo que viveu por volta de 720 a.C.

"Nosso mundo atingiu seu ponto crítico. Os filhos não ouvem mais seus pais. O fim do mundo não pode estar muito longe."
Eugenio, um pensador que viveu no ano 2.000 a.C.

"Essa juventude está estragada até o fundo do coração. Os jovens são malfeitores e preguiçosos .Eles jamais serão como a juventude de antigamente. A juventude de hoje não será capaz de manter a nossa cultura."
Esta frase lapidar foi descoberta recentemente sobre um vaso de argila, nas ruínas da Babilônia. Portanto, tem mais de 4.000 anos de existência.



Atenção que o texto acima citado fala de crianças de idade infantil e não de idade juvenil…para mim não estamos a falar da mesma coisa.
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MensagemAssunto: Re: O admirável mundo novo   O admirável mundo novo EmptySex Abr 11 2014, 13:38

ricardo onga-ku escreveu:
anibalpmm escreveu:
A história repete-se vejam se não revêem nestas frases, depois vejam os autores

"Nossa juventude adora o luxo, é mal educada, caçoa da autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Nossos filhos hoje são verdadeiros tiranos. Eles não se levantam quando uma pessoa idosa entra, respondem a seus pais e são simplesmente maus."
Sócrates, filósofo grego que viveu por volta de 470/399 a.C

"Não tenho mais nenhuma esperança no futuro de nosso País, se a juventude de hoje tomar o poder amanhã, porque essa juventude é insuportável, desenfreada, simplesmente horrível."
Hesíodo, filósofo que viveu por volta de 720 a.C.

"Nosso mundo atingiu seu ponto crítico. Os filhos não ouvem mais seus pais. O fim do mundo não pode estar muito longe."
Eugenio, um pensador que viveu no ano 2.000 a.C.

"Essa juventude está estragada até o fundo do coração. Os jovens são malfeitores e preguiçosos .Eles jamais serão como a juventude de antigamente. A juventude de hoje não será capaz de manter a nossa cultura."
Esta frase lapidar foi descoberta recentemente sobre um vaso de argila, nas ruínas da Babilônia. Portanto, tem mais de 4.000 anos de existência.



Atenção que o texto acima citado fala de crianças de idade infantil e não de idade juvenil…para mim não estamos a falar da mesma coisa.
quando coloquei esse post não era para responder ao das crianças
era só mais uma achega para a reflexão
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MensagemAssunto: Re: O admirável mundo novo   O admirável mundo novo EmptySex Abr 11 2014, 18:13

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MensagemAssunto: De cavalheiros e carroceiros   O admirável mundo novo EmptyQua Jun 18 2014, 10:56

A propósito do Pepe e o minuto 19 do França-Inglaterra e das diferenças entre Rugby e Futebol, descobri esta crónica sobre a célebre frase que venho escutando desde criança: o rugby é um desporto de carroceiros jogado por cavalheiros e o futebol é um desporto de cavalheiros jogado por carroceiros.

Mas a frase ou a crónica, que numa primeira abordagem parecerá um pouco snob, pode ser vista como uma metáfora para algo de mais abrangente, definindo na minha óptica a sociedade portuguesa que não sabendo "elevar-se" após a revolução se conduziu de forma suicida à situação em que presentemente nos encontramos.
Tivemos primeiro a liberdade em '74 e depois as condições em '86 para sair deste buraco, mas ambas as oportunidades foram desperdiçadas.
Triunfou a boçalidade, nivelá-mo-nos pelo medíocre e vivemos de aparências…no banco tratam-me por Sr. Ricardo (tu-cá, tu-lá) mas depois fazem questão em que no meu cartão de débito venha gravado o meu ilustre(?) "título": Senhor ARQ.

Como dizia o Garrett, «O país é pequeno e a gente que nele vive também não é grande.»




De cavalheiros e carroceiros
http://jessi-aleal.blogspot.pt/2013/09/de-cavalheiros-e-carroceiros.html

Ouvi algures que o rugby é um desporto de carroceiros jogado por cavalheiros, e o futebol é (ou foi) um desporto de cavalheiros (actualmente) jogado por carroceiros.
Sinais dos  tempos ou não, a verdade é que sempre achei graça ao rugby e ao futebol (football) nem por isso: talvez por ser um jogo mais para carroceiro do que para cavalheiro desde que o conheço - sem ofensa a muita gente do melhorio que possa gostar de futebol; é por coisas destas que o mundo não "se tomba".

Desporto à parte (pois como já devem ter percebido, esse não é exactamente o  meu departamento) por vezes noto que a diferença cavalheiro-carroceiro é mais subtil do que possa parecer à primeira vista.
Antigamente, as coisas eram muito claras: um cavalheiro era-o por nascimento e educação; a própria sociedade tratava de o envergonhar se não agisse como tal.
Se o desafiavam para um duelo e ele por cobardia não aceitava, por exemplo, era obrigado a permitir que o rival lhe cuspisse no rosto onde quer que o encontrasse.
Havia regras para tudo.

Um cavalheiro era sempre considerado um cavalheiro, mesmo que se arruinasse ao jogo, tivesse o fato amarrotado ou fosse tão desleixado como certo Duque de Norfolk, senhor de si a ponto de fazer questão de trajar como bem lhe apetecia.

Hoje as coisas estão muito mais misturadas e acontecem, por exemplo, as "variantes" seguintes:

a) Carroceiros sem educação nenhuma que se fazem passar por cavalheiros ( estudos, cultura postiça, roupas melhorzinhas) mas mantêm os mesmos hábitos: "meninas" e vinho verde, maneiras ordinárias e honra nenhuma;

b) Cavalheiros com toda a obrigação, privilégios e fatiotas para o ser, que além de tudo fazem a questão de alardear ao mundo os grandes cavalheiros que são, mas que acham que o status e as roupas lhes bastam para manter o rótulo.
As partes difíceis, as que realmente distinguem um cavalheiro de um homem vulgar, as atitudes superiores, essas...nem vê-las porque são uma canseira enorme e assim como assim, hoje já ninguém se lembra do que vem a ser um cavalheiro.

c) Os que confundem cavalheirismo com dandismo - duas coisas que nem sempre andam juntas e às vezes, chegam mesmo a estar em polos opostos.

d) Os cavalheiros com obrigação para o ser que não contentes em não agir como quem são, se misturam com os carroceiros da categoria a) e se for preciso, descem ao nível deles em cenas pouco cristãs e menos abonatórias.

Olhem que entre uns e outros, não sei o que é pior: se o ouro fino a pavimentar o chão, ou a lata polida a imitar prata.
Uns não têm obrigação para mais, esforçam-se mas só fazem figuras tristes; os outros tiveram todos os privilégios, têm toda a obrigação e figuras tristes fazem.

Divertido, mas divertido mesmo, era testar-lhes a  coragem num jogo de rugby daqueles renhidos, estilo gladiadores com uma overdose de ginseng coreano.
Aos encontrões, empurrões, safanões e chapadões uns aos outros, a ver se aprendiam.
Como homens.
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