Enciclopédia do AAP

Servirá este tópico para, paulatinamente, irmos adicionando termos e definições que estejam relacionados com a música, sua composição, execução, gravação e reprodução.

E não se procupem com a ordem alfabética porque no final de cada mês postarei a lista completa por ordem alfabética.

Para começar, e porque hoje é dias de festa, vão de três de uma vez.

Espero que gostem.

Caso estejam interessados em aprofundar qualquer tema, devem enviar-me uma mensagem privada acompanhada por uma moeda de 1 (um) euro. Se a resposta não estiver à altura, devolverei 50 cêntimos.

Abraços,

Mário

Datas das Eras da Música Clássica
Antiga • 1500 A.C. − Queda de Roma em 476 A.D.
Medieval • 476−1400
Renascença • 1400−1600
Barroca • 1600−1730
Clássica • 1730−1820
Romântica • 1820−1910
Século XX • 1900−2000

Ritornello • reaparição sucessiva do tema principal nos instrumentos da orquestra.
Bastante comum na música barroca. Em português ― ritornelo.

Tarola, caixa, snare drum (inglês), caixa clara (do francês ― caísse claire) • tambor com duas peles fixas nas extremidades de um corpo cilíndrico cuja altura nos instrumentos mais comuns, pode variar entre os 7,5cm e os 20cm. O diâmetro mais usual é o de 35cm mas dependendo do estilo musical, e sem nenhuma regra que ligue o estilo ao diâmetro, existem tarolas com 25cm, 30cm e 32,5cm de diâmetro. O som característico da tarola é produzido por uma armação composta por fios de metal em espiral, armação essa que é fixa ao corpo da tarola e pode ser tensionada com maior ou menor intensidade contra a pele inferior. Os corpos das tarola podem ser construídos de variados materiais sendo os mais comuns a madeira, o metal e o acrílico.
Esta armação ― esteira, bordoeira, snare – pode ser afastada da pele inferior, produzindo a tarola, nessa situação um som de um tambor normal, mais alto (agudo), não muito diferente do som dos timbales.
Existem também as tarolas militares cujas dimensões e características são um pouco diferentes.
A gama de frequências produzidas pelo som de uma tarola normal estará compreendida entre os 100Hz e os 10kHz.

Se eu fosse o M Fernandes, teria titulado apenas "Períodos da Criação Musical" (e apenas isso).

Quanto à época medieval... é óbvio que tem um "1" a mais na primeira data...

E, naturalmente, como já vamos no ano 2010 e, a criação musical não terminou no ano 2000......


(ai, ai, ai, será desta que o meu barquinho vai ao fundo???)

zaratustra escreveu:

(ai, ai, ai, será desta que o meu barquinho vai ao fundo???)

agarre-se à boia...

Caro Zaratustra,

Pelo contrário, o seu barquinho passará a flutuar melhor sempre que corrigir o que está errado.

Peço-lhe que note que as datas mencionadas referem-se a períodos consensualmente aceites como definindo eras da Música Clássica. Se se tratasse de Criação Musical, a tabela estaria muito incompleta, desde logo porque faltariam datas (pelo menos as mais importantes) que definiriam períodos da música não clássica. Também porque faltaria, por exemplo, a música pré-histórica, a qual apesar de sabermos da sua existência, e precisamente por ser pré-historica, não se encontra »inventariada«.

A tabela refere períodos definidos e concretos. 2010 pertence a um século muito jovem, ainda sem características próprias no campo musical. Por isso os estudiosos não se deram ao trabalho de classificar estes dez anos, funcionando os mesmos como se duodécimos do séc. XX se tratassem.

O erro da data do início da era medieval irá ser corrigido.

Muito obrigado pelo seu comentário. Espero que continue atento e nos vá ajudando para benefício do AAP.

Um abraço,

Mário

Mais uma excelente ideia. Devagar devagarinho, vamos de tópico em tópico, aprendendo mais um bocadinho.

Pizzicato • técnica de execução nos instrumentos de corda em que os intérpretes beliscam a corda.
Do italiano »pizzico« ― beliscão.

Glissando • Passagem rápida entre dois sons de alturas diferentes, no sentido ascendente ou descendente. Muito característico nos instrumentos de corda.

Contraponto • Leis que regem as relações intervalares entre duas ou mais melodias.

Melodia • Sucessão temporal de notas de diversas alturas, percebidas como uma unidade com sentido musical.

Acorde • Conjunto de notas que são ouvidas como soando simultâneamente simultaneamente.

Caro Administrador, Ex-Administrador e novamente Administrador... ... queira ter a gentileza de retirar o acento circunflexo...



Queira ter, igualmente, a gentileza de desculpar este arrojo, não por se tratar de época natalícia; sim, por se tratar de uma brincadeira com alguém que tem por hábito escrever muuuito bem...!

PS: E, obviamente por, na sua qualidade de Re-Administrador, ter nas suas mãos o supremo poder das agulhas......

Caro Zaratustra,

Tem toda a razão. Este tipo de advérbios não tem acentuação de espécie alguma. Mudei o texto de ― em simultâneo ― para ― simultaneamente ― e após ter acrescentado o sufixo -mente, esqueci-me de tirar o acento circunflexo.

Obrigado,

MJC

MJC escreveu:

Pizzicato • técnica de execução nos instrumentos de corda em que os intérpretes beliscam a corda.
Do italiano »pizzico« ― beliscão.

E eu a pensar que se tratava de uma bela Pizza e que o cozinheiro era o Pizzico ?!

Flanging • Efeito áudio que consiste na mistura de dois sinais iguais, sendo que um dos sinais se encontra atrasado relativamente ao outro por um período de tempo de cerca de 20 ms. O nome deste efeito resulta do seu método de produção original. Um sinal era gravado simultaneamente em dois gravadores. Posteriormente, a saída desses dois gravadores era misturada num terceiro gravador. O operador ou engenheiro de som, manipulando a flange ― aro ― da bobine, atrasava a velocidade da mesma e consequentemente o sinal de um dos gravadores. Na mistura obtida no terceiro gravador, um dos sinais apresentava um atraso ― delay ― relativamente ao outro. O sinal resultante assemelha-se um varrimento circular do som.

Panorâmica • Nome dado em áudio ao equilíbrio entre os dois canais de uma gravação stereo (também empregue em sistemas multicanais). Corresponde ao balance que normalmente utilizamos na alta-fidelidade. Na gíria de estúdio dizemos que , por exemplo uma guitarra, está hard-panned (pan de panoramic) à esquerda ou à direita, se o som estiver totalmente à esquerda ou à direita.

Serviço publico de primeira categoria. Os membros e leitores do AAP não se podem queixar.

Caro Mário
muito obrigado, no que me toca, cada vez mais culto ( sem trocadilhos com o amigo " Culto ...)
asssim o AAP vai ensinando.

SA
Filipe

Scherzo • Do italiano, brincadeira. Peça instrumental de carácter animado e divertido que passou a ser andamento fundamental nas sonatas e sinfonias do classicismo e do romantismo.

Em Portugal muito comum desde o aparecimento da figura criada por Rafael Bordalo Pinheiro ― Zé Povinho. De facto o Zé proferiu, e continua a proferir inúmeras vezes, uma frase alusiva aos vários governos que, desde então, temos tido,
― Estes gajos andam scherzando connosco.

... "...e continua a proferir inúmeras vezes..." ... hasta la revolución...!

Fuga • forma musical que consiste na exposição sucessiva de um tema em diferentes vozes.

Polirritmia • resultado da combinação de dois ou mais ritmos com diferente acentuação métrica.

Toccata • Forma musical de carácter virtuosístico com origem no século XVI. Geralmente a Toccata é uma composição para instrumentos de tecla e apresenta apenas um andamento. Do italiano toccare, tocar.

Baixo Contínuo • Tipo de baixo cifrado muito comum no período barroco, geralmente usado como acompanhamento e apoio harmónico e executado por instrumentos como o cravo, violoncelo ou contrabaixo.

Opus • O termo opus deriva do Latim opus, que significa »obra« e é normalmente utilizado para catalogar obras de arte por ordem cronológica. As peças musicais de certos compositores são identificadas por um número opus, o qual é geralmente atribuído de acordo com a ordem de composição ou a ordem de publicação. A abreviatura usual é »Op.« ― plural »Opp.« .

O plural de opus, ― opera ― é universalmente utilizado para designar o estilo musical que reúne o canto, recitativo, teatro e ballet e que em português se chama ópera.

BWV • Acrónimo de Bach-Werke-Verzeichnis (Catálogo de Obras de Bach), sistema de numeração utilizado para identificar as obras compostas por Johann Sebastian Bach, agrupadas por tema e não cronologicamente. A numeração BWV foi estabelecida por Wolfgang Schmieder em 1950, indicando a posição das obras de Bach no catálogo intitulado Thematisch-systematisches Verzeichnis der musikalischen Werke von Johann Sebastian Bach.

Tessitura • Conjunto de notas usadas por um determinado instrumentos musical, com a qualidade necessária à sua execução. No caso da voz humana, refere-se ao conjunto de notas que um cantor consegue articular sem esforço de modo a que o timbre saia com a qualidade necessária. A tessitura tem, portanto, uma abrangência menor que a extensão. Enquanto que a extensão representa todas as notas fisicamente realizáveis, a tessitura refere-se às notas mais frequentemente utilizáveis.
Em termos de grafia, a tessitura representa-se pelas notas mais grave e mais aguda ligadas por um hifen, com a indicação numérica da oitava a que pertencem.
Exemplo: Dó2 – Dó4.

Registos de Voz Femininos
Soprano • registo de voz feminino mais agudo
Meio-soprano • registo intermédio
Contralto • registo de voz feminino mais grave

Nome de baptismo,
Joannes Chrysostomus Wolfgangus Theophilus Mozart • Salzburgo • 1756−1791

A bichanice de Amadeo e Amadè só começam na fase Italiana. Em vida, poucas são as referências ao nome Amadeus, usado universalmente após a sua morte.
Sendo Gottlieb uma tradução para o alemão de Theophilus, seria muito mais consentâneo ― na minha mais do que microscópica opinião ― a adopção do nome Wolfgang Gottlieb Mozart. Aliás em 28 de Dezembro de 1791 o concerto de em benefício da sua família foi anunciado como,
»Concerto em memória de Wolfgang Gottlieb Mozart«.

MJC escreveu:

Nome de baptismo,
Joannes Chrysostomus Wolfgangus Theophilus Mozart • Salzburgo • 1756−1791

A bichanice de Amadeo e Amadè só começam na fase Italiana. Em vida, poucas são as referências ao nome Amadeus, usado universalmente após a sua morte.
Sendo Gottlieb uma tradução para o alemão de Theophilus, seria muito mais consentâneo ― na minha mais do que microscópica opinião ― a adopção do nome Wolfgang Gottlieb Mozart. Aliás em 28 de Dezembro de 1791 o concerto de em benefício da sua família foi anunciado como,
»Concerto em memória de Wolfgang Gottlieb Mozart«.

Obrigado por esta mostra! É uma leitura para mim agradável; mais que a maioria da contemporânea.

Mozart é para mim do melhor que já se fez nesta área e apesar de não dar grande importância a estes pormenores, tambem penso que se deve ser o mais correcto possível, pois de outra froma estamos a destruir a obra. E isto serve igualmente de crítica à falta de seriedade com que se tende a tratar esta matéria, quando os interesses falam mais alto, pois se bem que alguém pode (e deve) proporcionar uma nova interpretação de uma obra, acontece que muito há aqui de espectáculo em detrimento da obra. É que, se alguém quer criar algo, então que o faça, em vez de se limitar em explorar algum potencial que estas obras conquistaram ao longo do tempo.
Para mim, o nome Mozart basta, mas concordo que esta matéria deve ser tratada devidamente e esclarecendo repôr as coisas no devido lugar.

Bem-haja!

Sonata • Do Latim e Italiano sonare. Tem o significado de uma peça tocada, por oposição a cantata (Latim e Italiano cantare), uma peça cantada.
Este termo sendo vago, evolui naturalmente através da história da música, designando uma variedade de formas anteriores à era Clássica (1730−1820).
O termo sonata tomou um importância crescente durante o período Clássico e no início do século XIX a palavra começou a ser usada na composição de obras de maior escala, e a ser aplicada a muitos géneros musicais, tida juntamente com a fuga como um dos dois métodos fundamentais de organizar, interpretar e analizar a música concertante.

Registos de Voz Masculinos
Contratenor • registo de voz masculina mais agudo. Muitas vezes em falsete. A tessitura deste registo pode ser comparada à de alto, por vezes soprano nos registos femininos.
Tenor • registo de voz masculina mais aguda, produzida sem recorrer à técnica de falsete.
Barítono • voz mais macia que a do tenor mas não tão ágil.
Baixo • registo de voz mais grave.
Existem outros registos de voz masculina ― castrato, por exemplo ― mas os mais usuais são os acima descritos.

Falsete • Do italiano falsetto »tom falso« é técnica vocal através da qual o cantor emite, de modo artificial, sons mais agudos ou mais graves que os da sua tessitura. Esta denominação está relacionada com a técnica utilizada a qual consiste na contracção de uma parte da laringe. É especialmente usada por cantores do sexo masculino para alcançar os registros de contralto, alto, meio-soprano e até de soprano.

Partita • Originalmente, o nome de uma peça musical para um instrumento isolado ― séc. XVI e séc XVII ―. Johann Kuhnau e posteriormente compositores alemães ― Bach ― utilizaram esta designação para um conjunto de peças musicais, como um sinónimo de suite. As »Sonatas e Partitas para Viiolino Solo« de Bach, BWV 1001−1006, são obras fundamentais para qualquer amante de Música Clássica. Também essenciais para quem queira fazer a sua iniciação neste tipo de música.

Suite • Nome do conjunto de movimentos instrumentais dispostos com algum elemento de unidade para serem tocados sem interrupções.
Os compositores do Renascimento ― séc. XIV faziam uso deste estilo para emparelhar danças, tais como a pavana e a galharda. Mais tarde, no séc. XVI durante o período Barroco, novos tipos de peças foram incluídos. A Suite assume então uma forma padrão constituída por: uma allemande, uma courante, uma sarabanda e uma giga.
Na Alemanha é introduzida uma nova dança ― ou duas danças ― entre a sarabanda e a giga; dentre elas, o minueto, a bourrée, a gavota e o passepied.
Com o passar dos séculos, a Suite passou a significar uma selecção orquestral de uma obra maior. Além disso, vários compositores utilizam o nome para designar apenas uma colecção de peças do mesmo estilo tematico, por vezes usadas como música incidental, como é o caso da »Suite Peer Gynt« de Edvard Grieg.

Coda • Do italiano coda−cauda, secção que finaliza algumas composições ou andamentos.

Pedal • Nota ou notas sustentadas geralmente no baixo as quais suportam a melodia principal.

Largo • Termo italiano que designa a velocidade lenta a que deve ser interpretada uma determinada obra ou andamento.

Progressão • Sucessão ou reprodução de uma formula harmónica em dois ou mais graus da escala.

Instrumentação • A arte de atribuir o instrumento adequado a cada parte do material melódico ou rítmico de uma obra determinada. Também orquestração ou arranjo.

Ritmo • Elemento que regula as relações de duração entre os sons, ordenando-os no tempo.

Escala Musical • É uma sequência de notas em ordem ascendente ou descendente, as quais proporcionam material para, ou são usadas como representando parte ou a totalidade de uma obra musical, incluindo melodia e/ou harmonia.

Sincopa • Figura articulada num tempo fraco (ou parte fraca de um tempo) prolongando-se para um tempo (ou parte de um tempo) mais forte.

Coral • Música coral polifónica na qual uma linha melódica principal é harmonizada a quatro ou mais partes.

Tercina • Três figuras da mesma duração que se executam no tempo correspondente a duas notas.

Surdina • Peça móvel que se utiliza em alguns instrumentos (cordas e metais) para diminuir a intensidade do som.

Arpejo • Execução sucessiva, com maior ou menos velocidade, das notas de um acorde.

Staccato • Do italiano »staccato-separado«. Forma de execução que separa claramente as notas umas das outras. Por oposição a »Legato« (ligado).

Cânon • Forma musical em que uma mesma melodia é repetida de modo idêntico por várias vozes, entrando uma após a outra e com um resultado polifónico.

Modulação • Passagem de uma tonalidade para outra.

Dissonância • Combinação de notas que produzem um efeito confuso.

Timbre • Uma das quatro propriedades que determinam a característica dos sons ajudando a diferenciá-los uns dos outros. As outras três propriedades são, a intensidade, a altura e a duração.

Altura • Propriedade dos sons serem mais graves ou mais agudos.

Escala cromática • A escala que progride ascendente ou descendentemente por meios tons.