O regresso do espaço sacro?

É interessante ver áudio, as suas preocupações e hábitos a serem discutidas em círculos não áudio. É muito interessante num ambiente de arquitectura e design de interiores. Não esperem grandes dissertações, mas é-me interessante à mesma.

https://www.architecturaldigest.com/story/why-listening-rooms-are-the-next-big-thing-in-interiors

Os anos mais intensos de pandemia (por vezes até parece que desapareceu...) levaram a um crescimento de muitas indústrias e o áudio foi uma delas. É interessante ver que uma revista de Arquitectura acaba por validar esse crescimento com a percepção (a origem do artigo, talvez) de que há procura por parte das pessoas.

Eu não sou dado a projectos de sala dedicada, mas é bom ver (e há muita gente a conseguir) que em salas comuns se pode ter cuidados sem se perder a noção de estética.

Esta necessidade de compor um espaço para ouvir música sempre existiu, embora nos últimos 20/30 anos a "fúria" da vida nos tenha moldado a consumir tudo muito depressa.

Deixo aqui um artigo publicado em 1997 na Hi-Fi Choice sobre as necessidades e os constrangimentos de uma pequena casa, e a solução escolhida pelo arquitecto, também parte (muito) interessada na resolução do "problema".

Achei agradavel e interessante o artigo... faz parte das questões modernas à volta do audio de reflectir sobre a sua integração doméstica. Transformar a sala em auditorio ou ter um auditorio na sala são coisas diferentes e que se podem mesmo tornar num jogo familiar ludico, para os que são sensiveis à estética...

Olá a todos,

No reabilitação da casa de um amigo audiófilo acabei de desenhar uma sala seguindo estas mesmas proporções de ouro ou divinas baseadas na sequência de Fibonacci...

A expectativa é grande!

A casa estará pronta no fim de Julho, mas desde já comparando com uma sala ao lado com os mesmos materiais e tamanho muito próximo mas sem esta preocupação em termos de dimensões, os resultados parecem desde logo muito mais neutros...

Vamos ver!

Um abraço,

Seven

Prezado seven,

Depois relate os resultados desse espaço dedicado à audição de música.

Respeitosos cumprimentos fantasmagóricos,

seven escreveu:

... No reabilitação da casa de um amigo audiófilo acabei de desenhar uma sala seguindo estas mesmas proporções de ouro ou divinas baseadas na sequência de Fibonacci...

A questão da coabitação do sistema na sala de estar (não numa sala dedicada) continua a ser o mesmo desde sempre e as soluções por extensão também:

1_ Não mudar nada e tentar simplesmente integrar o sistema da melhor maneira possivel...
2_ Tratar a sala voluntariamente e adequadamente afim de equilibrar a sua sonoridade...
3_ Escolher um sistema que activamente ou passivamente se adapte à sala...

Com o meu pragmatismo habitual e considerando que um audiofilo é antes de tudo um melomano e não um obcessivo de aparelhos... a ultima solução pareçe-me ser a mais elegante. O mundo é muito mais do que a audiofilia e a vida não roda à velocidade de 33rpm... deixar então a audiofilia se integrar no espaço em vez de modificar este ultimo para que ela possa brilhar pareçe-me ser uma forma de bom sentido