Assunto: Re: A rodar XLVIII Seg Dez 26 2022, 21:36
TD124 escreveu:
A musica electronica, como qualquer outro estilo, acaba por sofrer com o tempo de dois inconvenientes estructurais que são capacidade de se reinventar e de continuar a surpreender. Muitos dos estilos musicais modernos tiveram o seu apogeu durante dois decénios aonde a quantidade, a diversidade e a qualidade apareçem juntos de maneira evidente. Neste ponto de vista global sobre a musica actual, que açeito contestàvel, a musica electronica pareçe-me ter atingido o seu auge nos decénios de1990 e 2000. Exactamente no virar do século apareçe este album que encontra hoje a sua primeira edição em vinil... o que faz mentir a ideia popular, ou o mito, que a musica electronica teve sempre como suporte priveligiado o vinil. Esta obra fundamental, mas globalmente desconhecida, é um pilar da IDM que com o tempo tornou-se cultissima sém deixar de continuar incògnita... um paradoxo delicioso. Voltando ao inicio, encontra-mos aqui todos os ingredientes de um classico aonde se destaca a criação e a inteligência artistica... não era de esperar outra coisa da parte de dois musicos que, indiscutavelmente, não escutam ném fazém, a musica como os outros. Vão escutar isto com calma pois é um album que deve estar em qualquer discotéca de qualidade deste estilo...
Stephan Mathieu & Ekkehard Ehlers_Heroin
É por esta e por outras que este tópico é essencial!
Não conhecia o álbum, apesar de procurar dentro deste estilo, de consumir/ouvir e comprar. Do que consegui ouvir já fiquei de olho na reedição, que está disponível em vinil por cá (este álbum até imagino que funcione melhor em digital...).
Gosto muito do trabalho de "ruído" que cobre e deixa passar o que está lá no fundo... não sei como é o mundo pela experiência da heroína, mas talvez tenha alguma da melancolia que esta Música deixa no ar.
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José Miguel Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Sáb Dez 31 2022, 18:41
Faz meses que este anda por aqui, com o aproximar do final do ano vamos dar-lhe uso.
Nem precisa de apresentações, é só pensar que estamos com um pé nos 70's e outro no aqui/agora... deixar o corpo agitar-se.
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José Miguel Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Sáb Dez 31 2022, 19:33
Vamos aquecer enquanto o jantar está no forno por um par de horas...
Funky as hell!!!
Para quem não conhece, espreite Papa Was a Rolling Stone. Que grande faixa!!
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José Miguel Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Sáb Jan 07 2023, 17:42
Está um dia complicado, no Porto as coisas estão muito mal e já tive algum trabalho... agora vamos seguir com uma das prendinhas de Natal que só consegui abrir hoje:
Angélica Salvi - Habitat...
Quem conhece o trabalho dela não vai ser muito surpreendido, mas também não vai ficar desapontado. É um trabalho mais luminoso, mas igualmente melancólico, com grande carga emocional. Aqui e acolá lembra o estado em que se pode ficar ao recordar a infância, a perspectivar o dia de amanhã que certamente será mais leve.
Altamente recomendado, num dia como hoje ainda mais!
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TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Dom Jan 08 2023, 17:42
O amigo José Miguel anda pela electronica e ainda bem... eu continuo os passeios pela electronica, sobretudo como hoje, quando busco certas sensações, não as sensações certas, para isso hà estilos mais directos! Apòs a reedição da mitica trilogia dos Ulver que é um pilar do Black Metal, da trilogia dos Autechre que emancipa definitivamente a electronica e ergue-a ao patamar de musica séria as editoras decidiram de continuar a nos furar os bolsos com a trilogia seminal do Murcof aka Fernando Corona! Cada vez são três discos a comprar... mas, admito que por vezes a melhor maneira de resistir à tentação é de sucumbir como disse o Oscar Wilde. Este "Cosmos" é aquele que ainda hoje mais me fascina com a sua atmosfera sombria e pesada... é o mais directo, o mais simples e paradoxalmente é um puro modelo da sua arte. A sua maneira unica de cruzar o minimalismo com a musica contemporanea cria a fractura que permite à musica do genial mexicano de se elevar até cimos vertiginosos... isto serà um classico daqui a duzentos anos e a sua trilogia serà tão aclamada quanto a tetralogia do Wagner... é apenas uma questão de dar tempo ao tempo
Murcof_Cosmos
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Seg Jan 09 2023, 11:39
TD124 escreveu:
O amigo José Miguel anda pela electronica e ainda bem... eu continuo os passeios pela electronica, sobretudo como hoje, quando busco certas sensações, não as sensações certas, para isso hà estilos mais directos! Apòs a reedição da mitica trilogia dos Ulver que é um pilar do Black Metal, da trilogia dos Autechre que emancipa definitivamente a electronica e ergue-a ao patamar de musica séria as editoras decidiram de continuar a nos furar os bolsos com a trilogia seminal do Murcof aka Fernando Corona! Cada vez são três discos a comprar... mas, admito que por vezes a melhor maneira de resistir à tentação é de sucumbir como disse o Oscar Wilde. Este "Cosmos" é aquele que ainda hoje mais me fascina com a sua atmosfera sombria e pesada... é o mais directo, o mais simples e paradoxalmente é um puro modelo da sua arte. A sua maneira unica de cruzar o minimalismo com a musica contemporanea cria a fractura que permite à musica do genial mexicano de se elevar até cimos vertiginosos... isto serà um classico daqui a duzentos anos e a sua trilogia serà tão aclamada quanto a tetralogia do Wagner... é apenas uma questão de dar tempo ao tempo
Murcof_Cosmos
Que monstruosidade de album. Agora estou a seguir pelo resto da discografia...
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Sáb Jan 14 2023, 13:42
José Miguel escreveu:
... É por esta e por outras que este tópico é essencial! ...
ricardo.canelas escreveu:
... Que monstruosidade de album. Agora estou a seguir pelo resto da discografia...
Obrigado !... para vos fazer continuar a escutar electronica, assim que aos outros, e mesmo a gastar uns tostões em vinil aqui vai mais um ligado a uma trilogia. Os Autechre são de uma certa maneira o duo gémeo dos Daft Punk... em mais cerebral e em menos temeràrio, mesmo se ninguém nunca faz este paralelo, portanto evidente! O Amber é o album do meio e um dos mais fascinantes do grupo pois assistimos a um afastamento em relação à IDM do Incanabula e ao esboço do experimental Tri-Repetae... é aqui que apareçe a face mais ambient do grupo assim que a mais humana, mais emocional! Faixas como "Further" representam um dos momentos mais sensiveis e alucinados de toda a matéria dos Autechre... estamos numa transe de topo que marcou os Stars of the Lid e "Dead Texan"! Deixem-se devanear entre as diversas faixas labirinticas desta obra que representa um dos pilares absolutos da electronica. Trata-se paradoxalmente de um dos albums mais virtuosos e complexos do estilo e ao mesmo tempo uma musica que se ouve facilmente, quase fragil e feminina... isto é por demasiado raro na arte dos Autechre então é aproveitar e se deleitar...
Autechre_Amber
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José Miguel Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Dom Jan 15 2023, 14:51
O Paulo continua a apresentar propostas que me tocam bastante, Autechre exige de mim uma disposição especial para que me deixe ir na viagem que cada álbum deles propõe. Uma coisa que resalvo quando falo deste tipo de Música com quem escuta de forma mais "simples" é: ouvir num sistema bom é outra coisa.
Hoje tiramos a manhã para caminhar por Ovar, quando chegamos a casa a energia era tal que ainda arrumamos uma parte do pátio que estava por organizar... depois foi para os sons mais energizados que nos voltamos: Television, Iggy Pop, My Blooby Valentine, Wire, The Gun Club, etc.
Não directamente ligado, mas com uma energia semelhante, partilho um episódio de Parts Unknown que me ficou na memória: https://www.youtube.com/watch?v=eiW_qBW7EJk&t=2194s
A Arte que se mistura com os lugares e tempo, a necessidade de expressão... as nossas escolhas de discos também tocam tudo isto.
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Seg Jan 16 2023, 11:06
José Miguel escreveu:
... Autechre exige de mim uma disposição especial para que me deixe ir na viagem que cada álbum deles propõe. Uma coisa que resalvo quando falo deste tipo de Música com quem escuta de forma mais "simples" é: ouvir num sistema bom é outra coisa. ...
Os Autechre praticam uma electronica deveras cerebral e isso impõe um estado de espirito propicio... também tenho dificuldade a entrar nessa musica por vezes. Penso que um bom sistema "é outra coisa" para qualquer tipo de musica . Vous passar um momento a mandar mails para fornecedores e fabricantes então aproveito para meter atràs de mim este album a rodar. O Mathew Cooper fez aqui um grande album de ambient (um classico) e por vezes digo-me que não foi de proposito pois o resto da discografia està longe deste nivel. Pouco importa, o principal é deixar-se devanear entre estas arvores imateriais mas, oh quanto bucolicas e espirituais...
eluvium_Talk Amongst the Trees
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Seg Jan 16 2023, 18:16
Assumidamente pelo autor, este disco é a tentativa de respeitando a estrutura clássica das Fugas de Bach, acrescentando elementos do Jazz, criar uma portfólio de temas. O disco foi estreado na Culturgest e serviu de ensaio à gravação que ocorreu depois nos Açores, no teatro Micaelense, num Steinway que o Pianista ficou a adorar aquando de concertos com Maria joão.
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Qua Jan 18 2023, 09:36
tomaz escreveu:
Assumidamente pelo autor, este disco é a tentativa de respeitando a estrutura clássica das Fugas de Bach, acrescentando elementos do Jazz, criar uma portfólio de temas. O disco foi estreado na Culturgest e serviu de ensaio à gravação que ocorreu depois nos Açores, no teatro Micaelense, num Steinway que o Pianista ficou a adorar aquando de concertos com Maria joão.
Não posso deixar de louvar e de aplaudir o teu ecletismo musical! Vou tentar ouvir isso
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Qua Jan 18 2023, 11:58
tomaz escreveu:
Assumidamente pelo autor, este disco é a tentativa de respeitando a estrutura clássica das Fugas de Bach, acrescentando elementos do Jazz, criar uma portfólio de temas. O disco foi estreado na Culturgest e serviu de ensaio à gravação que ocorreu depois nos Açores, no teatro Micaelense, num Steinway que o Pianista ficou a adorar aquando de concertos com Maria joão.
Estava nesse concerto na culturgest, boas memórias, de uma vida já bem distante. O Mário, na sua postura humilde e esguia, é um mestre da sua linguagem.
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Qua Jan 18 2023, 12:46
Neste não estive, mas ele, Sassetti e António Rosado são os que ouvi mais vezes. É uma pessoa vibrante e muito simpático. Tive o privilégio de conversar muito com ele e a Maria João em Setúbal,curiosanente falámos muito mais da experiência comum na ginástica desportiva que de música.
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Qua Jan 18 2023, 12:50
TD124 escreveu:
tomaz escreveu:
Assumidamente pelo autor, este disco é a tentativa de respeitando a estrutura clássica das Fugas de Bach, acrescentando elementos do Jazz, criar uma portfólio de temas. O disco foi estreado na Culturgest e serviu de ensaio à gravação que ocorreu depois nos Açores, no teatro Micaelense, num Steinway que o Pianista ficou a adorar aquando de concertos com Maria joão.
Não posso deixar de louvar e de aplaudir o teu ecletismo musical! Vou tentar ouvir isso
Na música não pode haver pejo em cometer o pecado da gula Antes de eclético vem essa pulsão e o nunca querer ficar imóvel ou com preconceitos. E aqui é um lugar previligiado para saciar essa fome!
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Qua Jan 18 2023, 12:52
ricardo.canelas escreveu:
TD124 escreveu:
O amigo José Miguel anda pela electronica e ainda bem... eu continuo os passeios pela electronica, sobretudo como hoje, quando busco certas sensações, não as sensações certas, para isso hà estilos mais directos! Apòs a reedição da mitica trilogia dos Ulver que é um pilar do Black Metal, da trilogia dos Autechre que emancipa definitivamente a electronica e ergue-a ao patamar de musica séria as editoras decidiram de continuar a nos furar os bolsos com a trilogia seminal do Murcof aka Fernando Corona! Cada vez são três discos a comprar... mas, admito que por vezes a melhor maneira de resistir à tentação é de sucumbir como disse o Oscar Wilde. Este "Cosmos" é aquele que ainda hoje mais me fascina com a sua atmosfera sombria e pesada... é o mais directo, o mais simples e paradoxalmente é um puro modelo da sua arte. A sua maneira unica de cruzar o minimalismo com a musica contemporanea cria a fractura que permite à musica do genial mexicano de se elevar até cimos vertiginosos... isto serà um classico daqui a duzentos anos e a sua trilogia serà tão aclamada quanto a tetralogia do Wagner... é apenas uma questão de dar tempo ao tempo
Murcof_Cosmos
Que monstruosidade de album. Agora estou a seguir pelo resto da discografia...
Os discos com a Wanessa Wagner também são maravilhosos.
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Qua Jan 18 2023, 17:30
tomaz escreveu:
... Na música não pode haver pejo em cometer o pecado da gula Antes de eclético vem essa pulsão e o nunca querer ficar imóvel ou com preconceitos. E aqui é um lugar previligiado para saciar essa fome!
tomaz escreveu:
ricardo.canelas escreveu:
... Que monstruosidade de album. Agora estou a seguir pelo resto da discografia...
Os discos com a Wanessa Wagner também são maravilhosos.
Penso que essas tuas palavras deveriam dar vontade aos membros de mais partilhar as escutas por aqui, e descobrir de tudo... este é verdadeiramente o grande topico deste forum e o ponto de encontro entre as nossas sensibilidades...
Efectivamente o trabalho dele com a Vanessa Wagner é fantastico e mostra que a electronica jà entrou no mundo da musica dita erudita e pela grande porta, jà era o caso antes na verdade. Saliento que no album "Statea" eles interpretam uma faixa do Aphex Twin tratando-o como um dos outros compositores contemporaneos presentes no album... a electronica tornou-se musica séria, alguma! Deixo uma interpretação live do April 14th do Aphex Twin por eles em França que é magnifica e bem filmada. Convido a ir escutar o original também, pareçe-me evidente...
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tomaz Membro AAP
Mensagens : 355 Data de inscrição : 21/10/2010 Idade : 51 Localização : Vila Nogueira de Azeitão
Assunto: Re: A rodar XLVIII Qua Jan 18 2023, 17:49
Amigo Paulo, é como referes, subscrevo as tuas considerações tanto quanto ao papel da Música aqui, do lugar e importância da música electrónica de qualidade. Por mais diversas e sãs polémicas com os equipamentos, a música será sempre o ómega e o alfa a pairar sobre tudo o mais.
Esse exemplo que partilhaste sobre o trabalho de Aphex Twin é demonstrativo dessa centralidade e qualidade que esta música electrónica contém. A esse título partilho o trabalho de Geoff Barrow com Ben Salisbury que também me fascina. Nesta parceria é o cinema/tv que serve de mote e inspira as composições. Têm já várias BSO assinadas.
TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Qui Jan 19 2023, 18:08
Estava eu hoje com o meu socio da anTiTon a discutir do Dac que vai sair daqui a pouco... com um copo de rosé na mão e instalados na minha mezannine a saborear as novas colunas Massaï quando este album, fruto de um roçar de dedos nos diferentes discos, apareçeu então rodou e tocou! Temos a mesma idade, somos dos finais de 65, mas se somos gémeos na sensibilidade, irmãos mesmo, não fomos formados pela mesma musica... que importa, a musica é sensibilidade antes de tudo! Este grupo faz rir uns e entusiasma outros, no que me diz respeito e em relação a este album jà expliquei noutro topico, é um cimo subestimado do rock dos 80's! Qualquer que seja a etiqueta colada aos Dire Straits este album està à parte... e não é por acaso, os planetas e as estrelas estão alinhados aqui, o productor do "Boss" està nos comandos e o genial pianista dos E Street Band (Roy Bittan) é convidado a ser o catalisador desta obra, ele vai assumir a responsabilidade para além das expectativas! Isto é um album em aparência menor de rock FM... mas na realidade é um padrão de produção e de sensibilidade universal, eu diria que é um enorme album de musica popular, mas, de um nivel técnico estratosferico. Tudo é perfeitamente criado, produzido e executado... ao ponto que o "industrial" tém melhor gosto do que a cozinha da "avozinha". Não acreditam?... é simples, vão provar por vòs mesmos e o album a meter no "prato" é este
Dire Straits_Making Movies
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TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Qui Jan 19 2023, 19:47
Ficando-me pelos 80's e para acompanhar o jantar, roda no prato um album celeberrimo mas pouco badalado por estes lados, é pena pois estamos à frente de um monumento! Ném verdadeiramente pop... ném complétamente rock, esta obra é o espaço entre os dois... mas a este nivel não é um "espaço" é um "abismo" que separa os dois estilos! Também é um "abismo" de enfrentar esta obra... os riffs do Marr e os vocalismos do Morrissey estão gravados no marmore (perdão nas espiras) para a eternidade. Isto é um dos albums da juventude eterna e a prova que o rock é uma arte menor mas fundamental. Està a rodar num gira, mas poderia ser um CD, um ficheiro ou mesmo um radio a pilhas, o resultado seria o mesmo... isto é felicidade (quase) à borla, nos tempos que vivemos seria pena de passar ao lado destas prendas...
The Smiths_The Queen Is Dead
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Sex Jan 20 2023, 12:22
" The Queen is Dead" e outros tantos discos dos anos 80, acendem dentro de mim imediatamente uma luzinha de entusiasmo e arrepio. São vários os colectivos e os discos que se ligam entre si e me ligam a locais, pessoas e eventos. Nesse contexto os discos não são apenas Música, fazem parte de mim e transportam sempre uma grande emocionalidade. Como por exemplo este dos " That Petrol Emotion" de 1986. Mais uma banda que John Peel havia de patrocinar. Este grupo que tem coisas mais pop e outras mais punk e tudo pelo meio, revelava influências díspares e escutando com atenção ia crescendo dentro de mim, até ser um álbum que ouvi até à exaustão. Porventura é um pouco subestimado, para mim está no mesmo lugar que The Smiths, Pixies, Cocteau Twins, Bauhaus, Birthday Party, Joy Division, The Wedding Present, No Means No, The Sound, The Cure e tantos outros...
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tomaz Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Seg Jan 23 2023, 15:02
Angles 9 In our Midst
Da Etiqueta Portuguesa "Clean Feed", este disco de 2013 que resultou de uma gravação ao vivo em Bruxelas. Música livre a passear por África e ritmos e batidas que crescem em emoção e êxtase. Há um sentimento de festa e exploração.
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TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Ter Jan 24 2023, 17:42
Hà momentos aonde a musica por factores diversos se intensifica e atinge cimos inesperados. Estes concertos da Loreena McKennitt na Alhambra são um desses momentos aonde a arte, a simbolica e algo de surreal se juntam para extasiar o auditor. Não estive no Köln Concert, ném no Village Vanguard a ouvir o quarteto do Trane ou o trio do Bill Evans, também não ouvi a Ella em Berlin ném estes concertos no pais vizinho da McKennitt... mas tudo isto dà-me uma razão para ter um sistema, não gosto de beber vinho em gobelets de plastico
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tomaz Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Ter Jan 24 2023, 17:51
Excelente Paulo! Não conhecia este disco. Vou já ouvir.
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TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Qua Jan 25 2023, 10:43
tomaz escreveu:
Excelente Paulo! Não conhecia este disco. Vou já ouvir. ...
E então... gostaste???
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tomaz Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Qua Jan 25 2023, 11:21
TD124 escreveu:
tomaz escreveu:
Excelente Paulo! Não conhecia este disco. Vou já ouvir. ...
E então... gostaste???
Logo aos primeiros instantes! Música mágica, o cruzamento entre diversas raízes e a extraordinária qualidade dos músicos. Ela paira sobre tudo como um anjo. Sente-se claramente que estão todos na "zona". Esta autenticidade é importante para mim quando escuto, porque me transporta para onde é suposto ser tocado pela música e para junto dos intérpretes. Já ouvi em repeat 2 vezes. Muito bom!
Excelente partilha meu Caro! Keep them coming
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TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Qua Jan 25 2023, 17:36
tomaz escreveu:
... Música mágica, o cruzamento entre diversas raízes e a extraordinária qualidade dos músicos. Ela paira sobre tudo como um anjo. Sente-se claramente que estão todos na "zona"...
Como eu disse, hà momentos assim aonde a solenidade do momento e do lugar criam um instante suspenso, magico. Foi o mérito dela de cruzar musicos arabes com os seus célticos no lugar aonde a cultura oriental fusionou com a ocidental... aposta riscada que ela transformou num momento unico que prova a universalidade da musica, da arte! Sim, tanto ela quanto os musicos estão conectados com o além numa simbiose mistica...
Um outro concerto e de novo uma situação extraordinaria. Este recital em Bordéus devia ser o adeus do palco do Keith Jarrett... desde o inicio o musico escolhe o rigor, é palpàvel que ele busca o espaço entre as notas que esconde a emoção, o começo é austero, pudico. De uma certa maneira ele tenta fechar o circulo que começou com o Kôln vàrias décadas antes mas com um lirismo diferente, a idade torna os melhores sàbios! Sém nunca provocar a sensibilidade do publico, coisa rara, ele agarra-o pela mão com o seu piano e convida-o a celebrarem juntos o adeus... a empatia é real, a emoção é paroxistica, o artista pareçe pairar em rodopio no auditorio de Bordéus. Um critico musical françês disse um dia que "a gravação é o cadàver da musica", talvez não, pelo menos neste caso! A capa cor de vinho de Bordeaux convida a acompanhar isto com um Pauillac, ou outro grande tinto! Por uma vez, a captação do piano pela ECM é incrivel e digna dos melhores discos de clàssica...
Keith Jarrett_Bordeaux Concert
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anibalpmm Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Seg Jan 30 2023, 23:26
Em jeito de homenagem de um dos maiores guitarristas do pop/rock de sempre
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José Miguel Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Sex Fev 03 2023, 11:09
Quase duas semanas sem ligar o sistema e sem ouvir Música da forma que mais gosto... o tempo passa a correr, dizem!, mas eu senti o tempo a passar. Correr nunca foi o meu forte, talvez por isso o tempo que passa a correr me pese tanto. Talvez!
O álbum dos The Smile não será desconhecido de muitos dos que por aqui escrevem, já se escreveu muito sobre ele, muitas palavras merecidas e outras que o tempo poderá colocar à prova. A Light for Attracting Attention é um bom título, no fundo a cada faixa há chanadas de atenção para problemas desta nossa mui querida sociedade. Poderia ser mais um álbum dos Radiohead, neste caso com um grande baterista, mas é um álbum dos The Smile e merece da minha parte um sorriso.
Para quem não conhece experimente ouvir a faixa The Smoke e deixe-se levar pelo ritmo funky que embala palavras tão pesadas como a linha de baixo.
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José Miguel Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Sex Fev 03 2023, 11:13
anibalpmm escreveu:
Em jeito de homenagem de um dos maiores guitarristas do pop/rock de sempre
(...)
Vir aqui, neste caso, deixa-me um misto de sentimentos... gosto de ver a partilha do Aníbal, não gosto de saber que morreu o Tom Verlaine.
Ele terá sempre presença na nossa estante, a forma como entrega Música é especial.
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anibalpmm Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Sáb Fev 04 2023, 23:14
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TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Dom Fev 05 2023, 08:04
José Miguel escreveu:
...
O álbum dos The Smile não será desconhecido de muitos dos que por aqui escrevem ... Poderia ser mais um álbum dos Radiohead, neste caso com um grande baterista, mas é um álbum dos The Smile ...
Venho aqui com alguma frequência, actualmente menos, mas confesso que este album me passou ao lado. Venho de o escutar e fiquei perplexo pois encontro as reçeitas tradicionais dos Radiohead assim que as proprias ao Thom Yorke... pareçe-me um caleidoscópio da carreira do grupo, mas com um nome diferente!...
O "entre aspas" no qual o covid meteu a vida de milhões de pessoas pareçe ter provocado em muitos artistas uma espécie de frenesia criativa, mas... é o resultado que dà valor à intenção e isso està a ser muitas vezes esquecido nmho
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TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Dom Fev 05 2023, 12:00
anibalpmm escreveu:
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Olà Anibal, parabens pela iniciativa e partilha assim que pela playlist deveras eclética... acho a inciativa da radio muito interessante, mesmo se comigo hà algo de complicado e quase impossivel nas playlists...
Por aqui temos uma almoçarada uma vez por mês com amigos memomanos aonde fazemos um bom prato, abrimos belas garrafas e alternadamente cada um traz uma playlist para escutar-mos juntos e discutir. Nunca é facil decidir a base sobre a qual faço uma lista de escuta: o gosto, um tema, por estilos, mainstream ou ao contràrio indie, provocadora ou empatica... hà tantas maneiras e caminhos que acabo sempre por a fazer tematica ou estilistica, são um fio condutor confortàvel
Os meus amigos que fazém streaming dizém-me que aprendem muito com as playlists dos outros, o que não duvido... mas, para um singular tão cheio de singularidades quanto eu, teria medo de encontrar um alter-ego musical
Abç e Bravo
PS: Vou ouvir as outras com atenção... a do Mario Ribeiro pareçe ter umas pepitas por là
José Miguel Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Dom Fev 05 2023, 13:16
anibalpmm escreveu:
"HORA DO BOLO - ANIBAL MACHADO"
Aníbal foi um gosto ouvir as suas escolhas, assim como a sua voz - da qual nos recordamos de imediato.
As escolhas que fez fez-nos pensar no trajecto que tem partilhado, o Rock que o acompanhou, a Música mais irreverente que vai apresentando aqui e, principalmente, no "... não roda..." Gostei muito de ver fechar com Filho da Mãe, um Músico do qual gostamos muito, temos os álbuns dele. Esses da Antologia já tínhamos visto e não pegamos, mas vamos repensar.
Continue a partilhar as suas descobertas.
TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Dom Fev 05 2023, 17:36
Este fim de semana é a Chandeleur aqui em França ... pela tradição é o dia para fazer e comer crêpes. Geralmente não sigo as tradições mas desta até gosto ... aproveitei com a madame para fazer-mos uma (grande) pratada e jà foram degustadas com xarope de àcer. Enquanto nos entretiamos na cozinha a tratar desta especialidade culinaria da Bretanha rodou esta crêpe no outro prato. Geralmente a patroa não gosta deste artista e hà apenas um ou dois albums que ela consegue engolir sém se engasgar, este é um deles. Apesar de ser uma obra classica do periodo Asylum, estamos longe do seu melhor. Mas, o que é fascinante nesta época do rapaz é que mesmo nestas obras menores improvisadas entre duas ressacas hà génio... e provocação. A rapariga na foto atràs da capa, deitada no pick-up e pronta a se abandonar ao amor é a Rickie Lee Jones! Sém verdadeiramente forçar o seu talento ném a inventividade que sublima o seu trabalho ... o rapaz ofereçe-nos belos momentos de intimidade num espirito "gentleman punk" que faz deste album uma espécie de oasis apaziguador na sua vertiginosa discografia. Pode ser uma boa porta de entrada para a arte do Tom Waits ou para aqueles que não gostam da sua faceta destructurada e multi estilistica. Coisa rara, o seu canto gutural é desdobrado uma ou duas vezes em voz clara, afinal este senhor até sabe cantar normalmente
Tom Waits_Blue Valentine
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TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Dom Fev 05 2023, 18:42
Neste momento é delicado de falar dos russos então vamos dizer que esta rapariga é americana ... dito assim estou apenas a dizer uma meia mentira, ou uma meia verdade o que dà no mesmo. Bom, tive que esperar mais de seis anos para que a minha New Yorkesa preferida faça um novo album, daqui a pouco vai ser necessario esperar tanto quanto os discos da Kate Bush e o paralelo não é fortuito, as duas senhoras foram forjadas no mesmo aço ou tocadas pela mesma graça! Efectivamente tanto uma como a outra mostram até que ponto ser musico não chega para ser considerado um artista, é necessario muito mais... a arte reclama a fulgurância criativa, a exigência intelectual, a faisca de génio! A Regina Spector jà mostrou noutras obras até que ponto ela é uma espécie de Börk eslava, entenda-se impregnada de lirismo e poésia na sua ambivalência. Aqui ela confirma a sua capacidade a continuar a construir um universo singular com um sentido do rigor musical raro ... cada nota é pensada e perfeitamente executada, a rapariga cinzela a harmonia e cada detalhe para melhor os destruir durante os seus furacões sinfonicos. È refrescante e deveras excitante de encontrar no rock musicos com uma formação classica de alto nivel, uma visão estilistica diferente sò pode fazer bem e é o efeito que a Regina Spektor me faz...
Regina Spektor_Home, Before and After
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TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Dom Fev 05 2023, 20:00
Hoje ando a abusar pois jà é a terçeira crêpe que roda! Para os que não conhecem, o projecto holandês In The Fishtank consiste a reunir durante dois dias no estudio epônimo dois grupos para uma sessão unica ... é a versão em grupo do duo. O objectivo é de confrontar os estilos e, quém sabe, se a magia aconteçe sublimar as bandas, ou deveria dizer a musica. Aqui temos dois grupos que aprecio muitiiiissimo então é festa para os meus sentidos. Os Low são os mestres do slowcore ao ponto que hoje é chamado lowcore ... este folk-rock epurado, lento e cerebral não tém equivalente e mostra que o minimalismo pode criar sentimentos tão convulsivos e complexos quanto o monumentalismo sonoro. Os Dirty Three são um dos meus jardins secretos e o album Ocean Songs é certamente um dos que levaria para a ilha deserta ... é o meu alfa e omega! Este grupo mostra a grande versatilidade e pertinência artistica do Warren Ellis, bem antes do magnifico trabalho criativo que està a fazer ultimamente com o Nick Cave ... o homém é muito mais do que o excelente violonista de grupo como era visto outrora. Nesta sessão a magia funciona desde o inicio e o auditor medusado entra numa espiral vertiginosa aonde os sentimentos se entrechocam e criam uma forma de abandono emocional. È pena que isto seja apenas um "one shot" pois estes dois grupos teriam muito a dar e partilhar no palco juntos ... mas podemos estar felizes que este momento existiu e que o podemos ouvir
Low & Dirty Three_In The Fishtank
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agorgal Membro AAP
Mensagens : 1414 Data de inscrição : 19/12/2012 Localização : Porto
Assunto: Re: A rodar XLVIII Dom Fev 05 2023, 20:01
TD124 escreveu:
Tom Waits_Blue Valentine
Tom Waits, o companheiro ideal para uma noite de copos... ...e quero lá saber se é o seu melhor,,, ...ou não é o seu melhor! É, e sempre será, Tom Waits!
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TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVIII Seg Fev 06 2023, 00:11
agorgal escreveu:
Tom Waits, o companheiro ideal para uma noite de copos...
Para uma noite de copos iria mais para um album do Joe Henry como o Tiny Voices
Mas, para uma noite de bebedeira qualquer Tom Waits não destoa, é certo
O Gasoline Alley do Rod Stewart é um bom companheiro de viagem etilica
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José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVIII Sáb Fev 11 2023, 15:26
Finalmente um tempinho para dedicar à escuta de um disquito...
Não me vou alongar a falar deste Music Has the Right to Children (o Paulo já falou dele várias vezes), nós temos "the right to be children" ou como diziam os Gregos, direito ao ócio. É no exercício de ócio que me encontro, sinto-me dividido entre a excelente Electrónica (IDM), o Hip Hop e... Robert Wyatt (se não os insperou, parece...).
Quem já conhece deve compreender o que digo, quem não conhece deixe-se viajar bem alto (que o sistema permita chegar às notas baixas em profundidade e rapidez).
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TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVIII Dom Fev 12 2023, 18:11
José Miguel escreveu:
...
Não me vou alongar a falar deste Music Has the Right to Children (...) Quem já conhece deve compreender o que digo, quem não conhece deixe-se viajar bem alto ...
Quém não conheçe não sabe o que perde e é pena ... isso é um grande disco
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TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Seg Fev 13 2023, 17:45
A luz do dia começa a dar lugar à noite e é neste crepusculo nascente que este album encontra o momento ideal para ser degustado. O titulo radical anuncia que a viagem serà sém concessões e mesmo se ela dura apenas uns trinta minutos, é tempo suficiente para que a cantora belga nos hipnotise complétamente. Uma musica lenta, suspendida e ao mesmo tempo visceral... um acompanhamento atmosferico e brilhante que nos leva para o mundo do new jazz mas que também evoca certas passagens obcessionais dos Floyd. Uma obra intensa e catartica que mergulha o auditor numa forma de sonho acordado...
Melanie de Biasio_No Deal
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TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVIII Ter Fev 14 2023, 15:18
Entre aparelhos em estudo e fabricação mais os mails e encomendas aos fornecedores arranjei uma horita de pausa para escutar um disco... não é um disco qualquer, é um que me estimula fisicamente e faz viajar até belos momentos do passado. Fui iniciado ao Dub por um amigo querido, hoje na suiça, que me fez descobrir Hopeton Brown aka Scientist... sempre vi nessa musica uma forma de ambient paroxistica ou de trance music. Aqui nesta obra vamos encontrar os dois celebérrimos jamaicanos Sly & Robbie que encontram o Nils Petter Molvaer afim de criar uma fusão entre os tropicos e o grande norte... é isto o new jazz de "Nordub"! Deixo-me levar por esta musica pintada de cores vivas no meio de grandes fjords montanhosos e nevados. Uma viagem fora dos senteiros habituais que nos transporta para além das coisas e no fim deixa o sentimento delicioso de se sentir vivo...
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tomaz Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Ter Fev 14 2023, 23:37
Nils Frahm - Wintermusik
Pensado originalmente como um presente de Natal para família e amigos as composições deste disco de Nils aparecem como mais próximas de Tiersen do que de Richter. E é mesmo isso, tem uma voz original e no final é apenas mais música muito bela de Nils Frahm.
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TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Sáb Fev 18 2023, 18:09
O trio é uma formação historica no jazz que evoluiu com o tempo e tornou-se praticamente num desafio musical e intelectual. È sabido que o Bill Evans com o Scott LaFaro fizeram o exercicio entrar na era moderna e puxaram o nivel até um cimo de elegância e de complementaridade ainda hoje inultrapassavel. O Brad Mehldau levou a coisa com grande sensibilidade e virtuosidade até à fronteira da musica contemporanea e da introspeção... mas aquele que paradoxalmente praticou o trio a um nivel estratosferico e que é pouco lembrado por isso é o Keith Jarrett Trio. Portanto os albums que provam a maravilhosa e espiritual simbiose entre os três homens existém... penso ao sublime e suspenso Tokyo 96 que convido todos a escutar ao menos uma vez na vida! Aqui temos o classico concerto de Paris em 1985 que continua a ser uma demonstração altiva da mestria destes homens na arte do trio, pois é de arte que se trata aqui! È sempre bom de lembrar os classicos pois tudo o resto é contra eles que se mede e se compara...
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Ghost4u Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Sáb Fev 18 2023, 23:08
«Alice», retrata o pai na procura ansiosa e incessante de soluções para o que mais importa: encontrar a filha desaparecida de 3 anos.
Baseado no desaparecimento de Rui Pedro, este filme dramatológico é insuperável na sinceridade transmissível dos anseios de alma dos pais. A banda sonora, cruzada com sons de automóveis, passos e ondulação do Tejo, em Lisboa, é amplificante da explícita e detectável perturbadora temática, que quase nos faz supôr que os pais estão vencidos nos seus propósitos... Contudo, acreditando que a persistência quase teimosa, em continuar a busca, requer impressionante esforço superlativo para que a claridade do que aconteceu surja com objectividade nos olhos de Filomena Teixeira, Bernardo Sassetti, por notas que ganham vida no piano, exprime o seu coração comovido ao evidenciar o mundo vazio e virado da mãe do rapaz de 11 anos, desaparecido em Lousada, desde 1998.
(Trem Azul, TA001CD)
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José Miguel Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Dom Fev 26 2023, 17:05
Depois de mais uma série de dias sem ligar o sistema e, pior ainda, quase nem ouvir música de todo... que raio de dias. Hoje liguei tudo e demorei a conseguir sentar-me, queria estar dedicado ao momento de escuta, mas confeso que não encontrei toda a disponibilidade que queria. Para me embalar no possível escolhi música de conforto:
Este sabe sempre bem, mas quando é preciso esvaziar a cabeça e pensar no que se ouve Five Leafs Left funciona lindamente... emocional, este álbum abre as portas ao fundo poço que somos.
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José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVIII Dom Fev 26 2023, 18:01
Sigo para mais um daqueles discos que lavam a mente e espírito como poucos:
Se estas escolhas vos parecerem repetidas e pouco ecléticas não pensem menos de mim... depois de tanto tempo sem parar para usufruir destas coisas o que mais quero é passear-me por lugares comuns, como a experiência de voltar a casa depois de uma viagem. Por vezes acontece-me!
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tomaz Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Dom Fev 26 2023, 18:18
José Miguel escreveu:
Sigo para mais um daqueles discos que lavam a mente e espírito como poucos:
Se estas escolhas vos parecerem repetidas e pouco ecléticas não pensem menos de mim... depois de tanto tempo sem parar para usufruir destas coisas o que mais quero é passear-me por lugares comuns, como a experiência de voltar a casa depois de uma viagem. Por vezes acontece-me!
Pessoalmente limito-me a rejubilar e a apreciar cada disco que aqui é partilhado. Por isso continua a repetir por favor
tomaz Membro AAP
Mensagens : 355 Data de inscrição : 21/10/2010 Idade : 51 Localização : Vila Nogueira de Azeitão
Assunto: Re: A rodar XLVIII Dom Fev 26 2023, 18:28
Um dos instrumentos que mais me agrada ouvir em termos do timbre é o Vibrafone e este disco com o Getz é uma delícia.
Os Mão Morta são um dos colectivos que tenho acompanhado ao longo da vida. No que vão criando desde a primeira cassete até aos dias de hoje. São a banda que mais vi ao vivo. Esta edição comprei-a porque o primeiro disco em Vinil deles que é o homónimo nunca consegui arranjar, tenho todos os outros. Quando reeditaram este triptíco apressei-me a comprar justamente porque tem o Mão Morta, mesmo já eu tendo o O.D. Rainha do Rock and Croll e o Corações Felpudos.
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVIII Dom Fev 26 2023, 18:38
Tomaz este tópico e do melhor que este fórum tem! Não vou lamentar a passagem do tempo e perda de participações, infelizmente até eu ando a participar menos... aprendi muito por aqui, continuo a aprender e descobrir coisas novas.
Partilho com o Tomaz o gosto pelos Mão Morta, vi muitas vezes a banda ao vivo, conheço os projectos paralelos do Adolfo. Conheço músicos que o acompanham e permitem algumas "loucuras". Viu os Cantos de Maldoror ao vivo? Uma outra face muito bem conseguida.
Faz um mês o Paulo partilhou The Smiths, hoje partilho eu:
É bom de uma ponta à outra!
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tomaz Membro AAP
Mensagens : 355 Data de inscrição : 21/10/2010 Idade : 51 Localização : Vila Nogueira de Azeitão
Assunto: Re: A rodar XLVIII Dom Fev 26 2023, 18:51
José Miguel escreveu:
Tomaz este tópico e do melhor que este fórum tem! Não vou lamentar a passagem do tempo e perda de participações, infelizmente até eu ando a participar menos... aprendi muito por aqui, continuo a aprender e descobrir coisas novas.
Partilho com o Tomaz o gosto pelos Mão Morta, vi muitas vezes a banda ao vivo, conheço os projectos paralelos do Adolfo. Conheço músicos que o acompanham e permitem algumas "loucuras". Viu os Cantos de Maldoror ao vivo? Uma outra face muito bem conseguida.
Faz um mês o Paulo partilhou The Smiths, hoje partilho eu:
É bom de uma ponta à outra!
Vi apenas o espetáculo do Muller no Hotel... Naturalmente também sigo alguns dos projectos paralelos deles, gosto especialmente do disco com o Valter Hugo Mãe.
The Smiths é muito especial, tenho muito carinho pelos The Smiths. Na minha cabeça e sentir com alguns grupos, músicos, arrumam-se por vezes e encaixam-se sem que isso ocorra racionalmente. The Smiths, The Cure e Echo& The Bunnymen, vivem todos no mesmo flat!