Assunto: Re: A rodar XLVIII Ter Out 25 2022, 11:28
A propósito ou não, um disco da Rússi. Banda oriunda de Moscovo editada pela etiqueta Portuguesa Groovie Records. Praticam um Rock n´roll muito dançável com influências de Garage e Punk. Muito focados no som, utilizam material vintage, tanto ocidental como de leste, sejam os equipamentos com que gravam as suas sessões ou os próprios instrumentos e parafernália de máquinas e gadgets para efeitos. É algo comum numa certa franja de bandas que cultivam o gosto por uma música e estéticas que para serem recriadas exigem um esforço logístico e que vivem esse lifestyle de forma assumida e diária.
Última edição por tomaz em Ter Out 25 2022, 12:11, editado 1 vez(es)
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TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Ter Out 25 2022, 12:10
tomaz escreveu:
...A propósito ou não um disco da Rússia, uma banda oriunda da Moscovo editada pela Portuguesa etiqueta Groovie Records...
Fala-se pouco de discos neste momento e sei que tenho a minha parte de culpa ... mas vejo com surpresa que o nivel artistico das fotos anda em alto! Jà tinhamos a fantasmagoria manuelina dos bonecos do ghost, o minimalismo biologico do José Miguel ou a complexidade barroca do Anibal... a isto junta-se agora o luso-realismo do meu amigo Tomaz! Tenho que começar a fazer fotos dignas desta gente
Vem de sair da prateleira um disco que roda pouco mas que quando aconteçe o prazer permaneçe intacto... encontro um pouco de fantasmagoria, de minimalismo e um realismo barroco que prolonga sém mimetisar o universo do artista que desenhou a capa! Uma curiosidade historica cuja escuta foi inspirada pelas vossas fotos
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Ghost4u Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Ter Out 25 2022, 12:42
Prezado tomaz,
Boneco elaborado com apreciável adorno do reflexo da designação inscrita na capa, patente na "goma-laca".
Cumprimentos fantasmagóricos,
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Ghost4u Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Ter Out 25 2022, 13:44
Prezado TD124,
Qual a bailarina conduzida por esse braço?
Grato pela atenção dispensada,
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8266 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVIII Ter Out 25 2022, 14:50
Ghost4u escreveu:
... Qual a bailarina conduzida por esse braço?...
Trata-se de um M97xe modificada com uma agulha suiça N75E
Ghost4u Membro AAP
Mensagens : 12874 Data de inscrição : 13/07/2010 Localização : Ilhéu Chão
Assunto: Re: A rodar XLVIII Ter Out 25 2022, 15:00
Sabor a queijo ou chocolate
José Miguel Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Qua Out 26 2022, 20:36
A casa hoje é só para mim, por isso cheguei a casa e preparei o jantar cedo, abri uma garrafita e comecei a ler um artigo que me apareceu no meio das notícias que o algorítmo pensa boas para mim. https://www.washingtonpost.com/arts-entertainment/interactive/2022/perfect-sound-quality-vinyl-records/?itid=lk_inline_manual_11
Temos um grande jornal a permitir uma reportagem com um ano de preparação(!!) sobre o tema áudio e a busca pelo bom som (ainda não li tudo, estou na Track 4). Para já li sobre boas edições em vinil, li sobre grandes sistemas, li sobre como o analógico é melhor do que o digital... vou ler mais, leiam também e depois falamos todos.
Sigo com Grachan Moncur III, Evolution. O nome do álbum vem mesmo a calhar, a Música tem improviso e pode ser uma referência para a quebra... mas também serve de imagem para o que acabo de ler no artigo, será que a evolução para se escutar Música como deve ser é a aposta na evolução da antiga tecnologia e não da (só) tecnologia?
As palavras prestam-se a belos jogos, como as notas.
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José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVIII Qua Out 26 2022, 21:25
O álbum anterior soube muito bem, não li o artigo até ao fim e deixei-me ir com a Música... agora que levanto a cabeça penso que ainda preciso beber café, mas primeiro seguirei com mais um álbum, definitivamente um dos melhores que mora cá em casa (quero dizer favorito):
Pelo que percebi até aqui tenho de (1) melhorar o sistema para ser um praticante destas coisas como deve ser e (2) procurar um edição do Histoire... como deve ser, o álbum merece o melhor, contudo uma reedição e sistema assim-assim permite-me ter uns belos 21 minutos.
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TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Qui Out 27 2022, 12:37
José Miguel escreveu:
... comecei a ler um artigo que me apareceu no meio das notícias que o algorítmo pensa boas para mim. https://www.washingtonpost.com/arts-entertainment/interactive/2022/perfect-sound-quality-vinyl-records/?itid=lk_inline_manual_11
Temos um grande jornal a permitir uma reportagem com um ano de preparação(!!) sobre o tema áudio e a busca pelo bom som (ainda não li tudo, estou na Track 4). Para já li sobre boas edições em vinil, li sobre grandes sistemas, li sobre como o analógico é melhor do que o digital... vou ler mais, leiam também e depois falamos todos. ...
Venho de ler o artigo que achei interessante... não pelo conteudo mas pela maneira como é apresentada uma linha ortodoxa da audiofilia. Achei que algo de patologico e de obcessivo ressai do artigo, não é a culpa do jornalista mas sim das ideias e preconçeitos apresentados e fico-me por esta estranha frase: A great record is always going to sound better than its digital counterpart, but, Grundman says, “to get a really great record is next to impossible.” Discutir disto
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tomaz Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Dom Out 30 2022, 10:34
No Joy - More Faithful
José Miguel Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Ter Nov 01 2022, 18:22
TD124 escreveu:
José Miguel escreveu:
... comecei a ler um artigo que me apareceu no meio das notícias que o algorítmo pensa boas para mim. https://www.washingtonpost.com/arts-entertainment/interactive/2022/perfect-sound-quality-vinyl-records/?itid=lk_inline_manual_11
Temos um grande jornal a permitir uma reportagem com um ano de preparação(!!) sobre o tema áudio e a busca pelo bom som (ainda não li tudo, estou na Track 4). Para já li sobre boas edições em vinil, li sobre grandes sistemas, li sobre como o analógico é melhor do que o digital... vou ler mais, leiam também e depois falamos todos. ...
Venho de ler o artigo que achei interessante... não pelo conteudo mas pela maneira como é apresentada uma linha ortodoxa da audiofilia. Achei que algo de patologico e de obcessivo ressai do artigo, não é a culpa do jornalista mas sim das ideias e preconçeitos apresentados e fico-me por esta estranha frase: A great record is always going to sound better than its digital counterpart, but, Grundman says, “to get a really great record is next to impossible.”Discutir disto
Depois de ler o artigo completo fico com a ideia simples: o vinil está mesmo em força... o formato está longe de morto ou adormecido, desde logo por existir quem acredite que é a verdadeira via para o melhor som.
O Paulo questiona sobre debater isso? De forme séria, é um debate que vale mesmo a pena ter, existam as ferramentas para o ter e compreender - Bernie Grundman, por exemplo, sabe do que fala, não coloca as coisas como simples. Será o vinil o suporte que, no seu limite de potencial, é o melhor caminho? Com ele o que se procura, a "harmonia" com uma ideia de melhor som (melhor ajuste ao que sai de estúdio depois de trabalhado) ou uma ideia de real superioridade? Se o digital é tão perfeito, o que se deve buscar para lá da reprodução perfeita desse sinal? As medidas ou a subjectividade a comandar a busca pelo som que se ajusta às nossas expectativas? A que se compara mesmo o que se ouve quando se ouve? ... mas não vou voltar a um tema que não interessa, ficam as perguntas no ar.
Depois de uns dias fora, de uma longa viagem, uma passagem rápida pelo local de trabalho e abertura de uma garrafita, roda:
Kraftwerk - Trans Europe Express
A qualidade das edições conta, já apanhamos este álbum com bastante distorção, no início do Lado B ouvir "Expresssss"... irrita, mas para tudo há solução, nem que se troque de exemplar. A produção deste álbum é muito boa, um exemplar limpinho é algo que vale a pena.
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TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Qua Nov 02 2022, 11:05
José Miguel escreveu:
... Depois de ler o artigo completo fico com a ideia simples: o vinil está mesmo em força... o formato está longe de morto ou adormecido, desde logo por existir quem acredite que é a verdadeira via para o melhor som.
O Paulo questiona sobre debater isso? De forme séria, é um debate que vale mesmo a pena ter, existam as ferramentas para o ter e compreender - Bernie Grundman, por exemplo, sabe do que fala, não coloca as coisas como simples. Será o vinil o suporte que, no seu limite de potencial, é o melhor caminho? Com ele o que se procura, a "harmonia" com uma ideia de melhor som (melhor ajuste ao que sai de estúdio depois de trabalhado) ou uma ideia de real superioridade? Se o digital é tão perfeito, o que se deve buscar para lá da reprodução perfeita desse sinal? As medidas ou a subjectividade a comandar a busca pelo som que se ajusta às nossas expectativas? A que se compara mesmo o que se ouve quando se ouve? ... mas não vou voltar a um tema que não interessa, ficam as perguntas no ar...
A difusão musical é um comercio, outrora muito lucrativo... o vinil permite de equilibrar um pouco os lucros que baixaram com o streaming e a pouca venda de CD's! È normal de acreditar e acariciar a galinha aos ovos de ouro (neste caso prata ). Que o Bernie Grundman defenda o vinil é a coisa mais natural do mundo, é o ganha pão dele!... no mundo analogico ele é um rei ora que no mundo digital ele é nada, é normal que tenha escolhido o seu campo e defenda os seus interesses (sobretudo com os vinis a quase 40€ actualmente)! Discutir ainda e sempre da velha discordia nascida no inicio dos anos 80 sobre a superioridade do vinil ou do digital? Poucos se recordam, ou sabem, que durante o reino do vinil o desejo dos audiofilos era que o formato pudesse evoluir, ganhar em dinamica, baixar a distorção, aumentar a separação dos canais, ser o mais silencioso possivel, ser justo timbricamente e preservar ao maximo a integralidade das espiras... com o digital o desejo é que este perca as suas qualidades para poder soar como um vinil, que se castre a si mesmo para fazer prazer às orelhas de uns e outros... pois é, podemos também discutir deste absurdo mas no mundo do vinil hà tantos que voltando ao tema do topico não posso deixar uma provocação no ar, uma reflexão de pessoa que conheçe suficientemente o vinil para poder divagar sobre este tema...
These New Puritans_Inside the Rose
Para muitas pessoas a maquina de baixo seria o sonho para ler um vinil, para outros seria a maquina de em cima... cada um terà uma argumentação afiada para defender o seu ponto de vista! Todos estão se barimbando que a reprodução do disco seja deveras diferente com uma ou a outra destas maquinas... a verdade do vinil não està na qualidade da reprodução, està nas sensações e na maneira, então qualquer caminho que leve até elas é bom! Sém mesmo meter o digital na equação o mundo do vinil jà é suficientemente absurdo e patético para que uma tese de psicoloigia clinica seja feita, ou de sociologia! O que é que buscam os amadores de vinil? Porque razão preferem este formato aos digitais? O que é que um amador de vinis espera como evolução nas maquinas ou no formato? Sobre que base ele define a qualidade de um gira discos ou de uma prensagem? Quando se apregoa a superioridade do vinil estamos a falar em comparação com um Garrard 301, um Pink Triangle Export ou um Verdier La Platine?... com que braço e célula ou phono?... sabendo que o resultado de leitura de um vinil varia (muitissimo) consoante o sistema de leitura e a afinagem! Todos sabemos fazer perguntas... são as respostas que escasseiam! Entretanto de volta ao topico aconselho a escuta deste grande album e deste grupo em particular, qualquer que seja a obra. Existe muito boa musica hoje e seria pena de passar a vida a olhar para tràs. Escutem isto com o gira que queiram pois o resultado serà sempre agradàvel e se porventura tiverem vontade de ir mais longe na dinamica e profundura de banda... penso que podem encontrar a obra em qualquer bom serviço de streaming
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TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Qua Nov 02 2022, 16:10
Hala Strana_Hala Strana
Jà falei deste album por aqui mas é sempre bom lembrar. A obra éponima dos Hala Strana ou mais exactamente do Steven R. Smith, pois não se trata de um grupo, nada perdeu da sua energia contemplativa e imaginaria desde o seu nascimento em 2003. Todos os instrumentos são tocados pelo rapaz que nos mergulha numa viagem através dos Balcâs até à Europa de leste. Outrora classificado no estilo post-rock a obra na realidade estende-se entre uma folk psicadelica e um etno-rock inspirado e alucinado. Album superlativo que por momentos roça a graça absoluta o Hala Strana é um monumento escondido na floresta do rock. Obra cultissima, ao ponto que o Cd em segunda mão custava em 2010 um preço indecente pela raridade, ela teve direito a uma edição em vinil hà alguns anos atràs mas continua ultra desconhecida. Deixem-se transportar por esta obra como se subissem num comboio em Belgrado com destino à Transilvania e olhém pela janela... deixem a musica mostrar os cimos, as planicies, as florestas sombrias e a exuberância cerebral desta musica. Não hà palavras pois são desnecessarias... um vinil a entalar na estante entre os Dirty Three e os Tortoise que deve ser saboreada com um excelente Tokaji hungaro...
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TD124 Membro AAP
Mensagens : 8266 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVIII Qua Nov 02 2022, 20:35
Manuel Göttsching_E2-E4
Continuo a minha viagem musical com outro guitarrista e de novo com uma obra pouco conhecida dando um pulo ao Berlim da minha adolescência. Este disco apesar de possuir nomes de faixas na realidade é uma unica peça musical de pouco mais de 50 minutos. Associado à musica electronica ora que não pertençe ao estilo o E2-E4 é a faisca do movimento Techno de Detroit. Trata-se de uma viagem inventiva, minimalista e repetitiva que cria um transe hipnotico... Magistral e raro este disco deve ser arrumado ao lado do Köln Concert pois ambos representam um momento de improvisação unico e não repetivel. Acompanhado por um copo de branco da Rioja a sua escuta serà ainda mais intensa...
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José Miguel Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Qui Nov 03 2022, 08:32
TD124 escreveu:
A difusão musical é um comercio, outrora muito lucrativo... o vinil permite de equilibrar um pouco os lucros que baixaram com o streaming e a pouca venda de CD's! È normal de acreditar e acariciar a galinha aos ovos de ouro (neste caso prata ). Que o Bernie Grundman defenda o vinil é a coisa mais natural do mundo, é o ganha pão dele!... no mundo analogico ele é um rei ora que no mundo digital ele é nada, é normal que tenha escolhido o seu campo e defenda os seus interesses (sobretudo com os vinis a quase 40€ actualmente)! Discutir ainda e sempre da velha discordia nascida no inicio dos anos 80 sobre a superioridade do vinil ou do digital? Poucos se recordam, ou sabem, que durante o reino do vinil o desejo dos audiofilos era que o formato pudesse evoluir, ganhar em dinamica, baixar a distorção, aumentar a separação dos canais, ser o mais silencioso possivel, ser justo timbricamente e preservar ao maximo a integralidade das espiras... com o digital o desejo é que este perca as suas qualidades para poder soar como um vinil, que se castre a si mesmo para fazer prazer às orelhas de uns e outros... pois é, podemos também discutir deste absurdo mas no mundo do vinil hà tantos que voltando ao tema do topico não posso deixar uma provocação no ar, uma reflexão de pessoa que conheçe suficientemente o vinil para poder divagar sobre este tema...
(...)
Li ontem a sua resposta e não creio que faltem respostas, aceitar (ou gostar) as respostas que existem é outra conversa. Por curiosidade fui procurar o que se passou após o artigo e encontrei este vídeo: https://youtu.be/JYSuhxGtw5U
Confesso que não vi tudo, inicia com muito ruído e pouco interesse, fui saltando e na 1h35m é feita uma pergunta que levanta respostas curiosas. Comprar vinil a digital não é só comparar formatos e eu nestas páginas já o disse vezes sem conta. Lembro-me até de alertar para as grandes diferenças em alguns álbuns e preferir um formato ou outro. A guerra do digital vs analógico pode estar na masterização/produção do conteúdo, nesse vídeo o dono da Analog Productions explica como quer que os discos lançados por ele soem... A diferença entre gira-discos poderá seguir os mesmos passos de conversa...
Li várias vezes por este fórum "excesso de pormenor" e nunca compreendi (no sentido de aceitar) muito bem essa ideia, se há pormenor é para revelar. Hoje compreendo que a maioria quererá dizer 《há formas de apresentar os pormenores melhores e piores》o que é diferente.
Volto sempre à mesma pergunta dentro da minha cabeça: a que se compara o que se ouve? As nossas referências marcam a forma como vamos ouvir e escolher.
TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Qui Nov 03 2022, 12:16
José Miguel escreveu:
... Li ontem a sua resposta e não creio que faltem respostas, aceitar (ou gostar) as respostas que existem é outra conversa. Por curiosidade fui procurar o que se passou após o artigo e encontrei este vídeo: https://youtu.be/JYSuhxGtw5U ...
Levei a resposta para outro topico que me pareçe mais adequado... não encontrei outro mais especialisado mas neste pode-se falar das diferenças entre os formatos: Vinil vs Digital: Uma arma de venda...
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8266 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVIII Dom Nov 06 2022, 10:22
O dia abriu com este... a idade leva a procurar sitios aconchegadores, espaços de simbiose espiritual. Esta versão minimalista e intima, mas algo torturada, do Spirit of Eden nada perdeu do seu penetrante poder. Continuo a viajar nesta obra como se fosse um retorno aos quatro cantos da memoria, à cozinha da minha avò, às paisagens da infância, aos diferentes amores, ao que fomos e jà não somos... tudo isto se mistura e paradoxalmente tudo encontra o seu lugar. Convido à escuta de uma obra que na sua lentidão contemplativa acorda sensações tumultuosas e finalmente distila a aceitação, a paz...
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TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Dom Nov 06 2022, 11:14
Não é uma capa mas um material que aqui chama-se "papel de vidro", mas ao mesmo tempo este produto tornou-se numa capa... se vos disser um album embalado em lixa jà estou a ajudar, não é? O Charles Aznavour começa a sua canção "La Bohème" dizendo"; Falo-vos de um tempo que os menores de 20 anos não podem compreender... este album editado pouco antes dos anos 80 é talvez desconhecido da geração 2000 ou mesmo 90's, jà o era nos 80's! A lixa da capa jà é em si um simbolo, vàrios mesmo, fica a ideia de um album que não pode ser entalado entre os outros, ao risco de os danificar. Musicalmente encontramos também a impossibilidade de arrumar a obra numa gaveta qualquer... é um daqueles ovnis que o rock produz de vez em quando e que sém vender muito influência tudo, como o cinema de autor. Neste dia aonde passeio no meu museu intimo ele apareçeu-me na ponta dos dedos, roda então...
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tomaz Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Dom Nov 06 2022, 11:47
Comecei a manhã com estes dois Discos e de tempos diferentes e duas formas distintas de Jazz, sendo que o Truby Trio é mais fusão que o chamado Jazz Clássico. As misturas deste Dj Kicks apresentam a habitual dose de bom gosto e elegância. O que guardo sobretudo é quando este trio se apresentou ao vivo na Aula Magna e produz um concerto muito mais orgânico que electrónico na forma como se apresenta e produzem a sua música. Percebemos que são de facto músicos e não só Dj's e manipuladores electrónicos, não que haja uma forma correcta ou melhor de se fazer música, apenas que antes desse concerto tinha a ideia que era tudo na base do "cut copy" por assim dizer.
O Maiden Voyage é um clássico e dispensa apresentações. É uma música que não consigo ouvir sem estar muito atento e ser levado pelas nuances e diálogo entre os músicos. É mesmo um disco que esotu sempre a redescobrir a cada nova audição.
TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Seg Nov 07 2022, 08:23
tomaz escreveu:
Comecei a manhã com estes dois Discos e de tempos diferentes e duas formas distintas de Jazz, sendo que o Truby Trio é mais fusão que o chamado Jazz Clássico. (...) O Maiden Voyage é um clássico e dispensa apresentações. É uma música que não consigo ouvir sem estar muito atento e ser levado pelas nuances e diálogo entre os músicos...
Confesso que jà faz uns anos que pouco escuto o Jazz dito Classico... fora o trio dos musicos dessa época que continuam a me apareçer como intemporais, o resto tenho desleixado em favor de coisas mais modernas, apelidadas de Jazz mas ném sempre dignas dessa gaveta. Como tu, o Maiden Voyage continua a ser um daqueles discos que escuto regularmente com uma sensação de descoberta renovelada escuta apòs escuta... faz-me pensar a alguns quadros não figurativos, e que por isso, podemos meter dentro sensações e formas indefinidas. Saltou para o prato uma obra, que sendo moderna, apareçe como uma herdeira contemporanea dessa musica que diz coisas que sò a sensibilidade pode traduzir. Os "Espaços" são todas as zonas materiais, ou não, aonde o espirito pode devanear, deixo-o passear então...
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tomaz Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Seg Nov 07 2022, 10:38
TD124 escreveu:
tomaz escreveu:
Comecei a manhã com estes dois Discos e de tempos diferentes e duas formas distintas de Jazz, sendo que o Truby Trio é mais fusão que o chamado Jazz Clássico. (...) O Maiden Voyage é um clássico e dispensa apresentações. É uma música que não consigo ouvir sem estar muito atento e ser levado pelas nuances e diálogo entre os músicos...
Confesso que jà faz uns anos que pouco escuto o Jazz dito Classico... fora o trio dos musicos dessa época que continuam a me apareçer como intemporais, o resto tenho desleixado em favor de coisas mais modernas, apelidadas de Jazz mas ném sempre dignas dessa gaveta. Como tu, o Maiden Voyage continua a ser um daqueles discos que escuto regularmente com uma sensação de descoberta renovelada escuta apòs escuta... faz-me pensar a alguns quadros não figurativos, e que por isso, podemos meter dentro sensações e formas indefinidas. Saltou para o prato uma obra, que sendo moderna, apareçe como uma herdeira contemporanea dessa musica que diz coisas que sò a sensibilidade pode traduzir. Os "Espaços" são todas as zonas materiais, ou não, aonde o espirito pode devanear, deixo-o passear então...
Vou então ouvir o Espaces e o Hors Temps A melhor coisa deste Forum, a descoberta e a partilha de Música e de tudo o que a isso está agregado!
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Seg Nov 07 2022, 13:16
tomaz escreveu:
...A melhor coisa deste Forum, a descoberta e a partilha de Música e de tudo o que a isso está agregado!
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Sáb Nov 12 2022, 14:07
A descoberta deste album aquando da saida foi para mim um choque que se perpetua até hoje. Esta obra foi feita apòs o fiasco comercial do fabuloso Ágætis byrjun (o melhor do grupo) e transpira a desilusão e as duvidas existenciais do grupo. Cantado numa lingua inventada que poderia ser a dos anjos esta obra é um lento caminho da penumbra até à luz. A voz entre lamento e encantação transporta-nos para uma espiral de sentimentos complexos e antagonistas que são magnificados pelas melodias minimalistas que alternam harmonias lentas e falsas explosões de distorção contida. Evidentemente isto não é verdadeiramente um album de rock, ném de outra coisa, diria que é um conçeito musical circular que de vez em quando passa pelo rock e pela ambient. Deixém-se levar até um mundo aonde os Drakkars são brancos como a neve e esta negra como o bazalto... mesmo o branco e preto, luz e escuridão se inversam nesta obra que se insinua na alma como uma obcessão ou uma caricia, eu bem vos disse que esta coisa revela sensações complexas...
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TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Sáb Nov 12 2022, 16:43
Este disco que està a rodar no prato é um dos (muito) raros que me acompanha desde a compra quando saiu... tinha quase 20 anitos. Pensei vàrias vezes comprar a reedição para ter dois, no caso em que, mas fui sempre adiando. Se meterem num alambique um pouco de punk, de folk e muito rock é possivel que o néctar distilado se aproxime da base musical desta obra... se juntarem um cantor poeta, amador de escrita eliptica e no cimo da sua expressividade vocal podém obter isto. Este album é o epitome do "Big Sound" e verdade seja dita ele apareçe, ainda hoje, como complétamente inoxidàvel e insensivel ao tempo que passa. Este verdadeiro elixir da vida eterna mereçe todos os adjectivos que lhe foram colados mas vamos guardar a épica sensualidade desta musica à qual a voz do Mike Scott ficarà para sempre associada. Grandioso como uma chuva de estrelas cadentes numa noite de Agosto...
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José Miguel Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Dom Nov 13 2022, 11:31
Ao sétimo dia descanso... apesar da chuva anunciada para logo, o sol destes últimos dias e desta manhã fez-me pegar neste:
Sessa - Grandeza...
Um álbum do século XXI com perfume da década de 70 do sécula passado. É um filho do Tropicalismo, para quem quiser espreitar.
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Ghost4u Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Ter Nov 15 2022, 10:49
TD124 escreveu:
Este disco que està a rodar no prato é um dos (muito) raros que me acompanha desde a compra quando saiu... Grandioso como uma chuva de estrelas cadentes numa noite de Agosto...
Magnífico LP dos Waterboys! «Old England», sexta faixa, é a minha predilecta.
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TD124 Membro AAP
Mensagens : 8266 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVIII Ter Nov 15 2022, 13:08
Nada ném ninguém é eterno dizém os budistas e isto é tão verdade que temos tendência a esquecê-lo... no entanto a vida ocupa-se de nos lembrar regularmente. Esta obra na sua divina austeridade subentende que sim, que a eternidade existe! Criei um apego e uma paixão devorante pela musica barroca pela mão de um amigo dum clube audiofilo de Mtp hà mais de trinta anos atràs. Era um irreductivel do vinil, da musica classica e barroca e um virtuoso da electroacustica... o seu Thorens TD160 modificado e as suas colunas três vias de alta sensibilidade foram as minhas primeiras delicias audiofilas, ainda são um longinquo mas visivel farol. Melomano cultivado e erudito ele teve o dom, pois é um talento, de ter encontrado as obras e as palavras que me levaram a apreciar o que para mim era musica de padres e igreja. Tinha uma capacidade rara para extrair do vinil uma sonoridade profunda e fragil que avantajava a elegante eloquência da musica liturgica, Bach ou Couperin tornavam-se ainda mais divinos nas suas mãos. Pode pareçer ironico hoje tudo o que digo e que eu esteja a escutar musica barroca em vinil ainda o é mais, e talvez não. Màs noticias levaram-me a pensar nele e nisto tudo, esta é a minha maneira de o homenagear. È o meu gira e o meu disco que tocam mas é a sua musica o que paira no ar... aonde quer que ele esteja hoje està no raio de alcançe da elevação desta musica e escuta com deleite o som do divino feito pelos homéns. Nesta época complexa é bom de lembrar que também somos capazes disto...
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Ghost4u Membro AAP
Mensagens : 12874 Data de inscrição : 13/07/2010 Localização : Ilhéu Chão
Assunto: Re: A rodar XLVIII Qui Nov 17 2022, 22:42
Interpretando peças de Fauré, Granados, Schumann e dos compatriotas António Fragoso e Fernando Lopes-Graça, Artur Pizarro protagonizou um dos momentos aclamados do Festival Piano Extravaganza, ocorrido no Auditório Bulgária, em Sofia, a 9 de Outubro de 2019. Graças à Antena 2, prestei ouvidos ao recital.
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ricardo.canelas Membro AAP
Mensagens : 350 Data de inscrição : 02/04/2014 Localização : Lisboa
Assunto: Re: A rodar XLVIII Sex Nov 18 2022, 12:43
TD124 escreveu:
Nada ném ninguém é eterno dizém os budistas e isto é tão verdade que temos tendência a esquecê-lo... no entanto a vida ocupa-se de nos lembrar regularmente. Esta obra na sua divina austeridade subentende que sim, que a eternidade existe! Criei um apego e uma paixão devorante pela musica barroca pela mão de um amigo dum clube audiofilo de Mtp hà mais de trinta anos atràs. Era um irreductivel do vinil, da musica classica e barroca e um virtuoso da electroacustica... o seu Thorens TD160 modificado e as suas colunas três vias de alta sensibilidade foram as minhas primeiras delicias audiofilas, ainda são um longinquo mas visivel farol. Melomano cultivado e erudito ele teve o dom, pois é um talento, de ter encontrado as obras e as palavras que me levaram a apreciar o que para mim era musica de padres e igreja. Tinha uma capacidade rara para extrair do vinil uma sonoridade profunda e fragil que avantajava a elegante eloquência da musica liturgica, Bach ou Couperin tornavam-se ainda mais divinos nas suas mãos. Pode pareçer ironico hoje tudo o que digo e que eu esteja a escutar musica barroca em vinil ainda o é mais, e talvez não. Màs noticias levaram-me a pensar nele e nisto tudo, esta é a minha maneira de o homenagear. È o meu gira e o meu disco que tocam mas é a sua musica o que paira no ar... aonde quer que ele esteja hoje està no raio de alcançe da elevação desta musica e escuta com deleite o som do divino feito pelos homéns. Nesta época complexa é bom de lembrar que também somos capazes disto...
Obrigado pelo impulso de redescobrir Charpentier. O teu amigo ainda tem mão a propagar música que merece ser ouvida e consumida.
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José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVIII Sáb Nov 19 2022, 21:29
É hora de colocar coisas a rodar que permitam conforto físico, mental e espititual.
Jorge Palma - Só...
Aqui não estamos sós, estamos bem acompanhados.
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José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVIII Qua Nov 23 2022, 21:32
Dias longos pedem finais à altura, hoje conseguimos ter a presença de espírito para subir, ligar tudo e descer. Tratamos do jantar e comemos, bebemos café, pegamos no copo ainda meio-cheio e subimos.
Existem álbuns que teriam de passar pelo Arno, este é um deles. A voz focada ao centro, as pesadas linhas de baixo, os arranjos sinfónicos entrecortados pela afiada guitarra. "Merde..." este é um enorme álbum e as colunas que por aqui andam até permitem compreender como ele desce bem, sobe bem, envolve bem. Hoje o maestro é o Arno, elas são as Chameleon.
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José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVIII Qua Nov 23 2022, 22:17
Demos um salte para outro lugar da estante, contudo há algo que em nós une álbuns, a Música, os Músicos, ...
Mark Lanegan conseguiu com The Winding Sheet algo ao alcance de poucos, ele ainda era jovem, mas cantou como quem já tinha vivido tanto... este álbum abriu portas para outros percorrer um caminho onde valia a pena cantar o que ocupava a mente e o espírito. A voz é incrivelmente poderosa e nem precisa esticar muito.
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galvaorod Membro AAP
Mensagens : 1135 Data de inscrição : 14/04/2017
Assunto: Re: A rodar XLVIII Qua Nov 23 2022, 23:18
Autopsia - Humanity is the devil, música para ouvir em isolamento, nos cantos escuros da mente.
galvaorod Membro AAP
Mensagens : 1135 Data de inscrição : 14/04/2017
Assunto: Re: A rodar XLVIII Qua Nov 23 2022, 23:44
Estive também a ouvir Das Ich -Relikt, um disco que volto de vez em quando, mas que chama energias negativas e muito hostis, tenho algum receio de atrair um mau karma e não aconselho muito, fiquei com dores de cabeça estranhas só dum lado... desta vez.
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVIII Sáb Nov 26 2022, 09:57
O corpo está habituado a acordar cedo e hoje não aconteceu nada de diferente, acordei cedo. Subi e liguei tudo, desci para ir buscar pão fresco, preparar o pequeno almoço.
Aproveitamos o sol matinal para comer no exterior, deixamos música de fundo via Tidal e... Caetano Veloso apareceu depois do álbum escolhido terminar. Ficou na cabeça e por isso roda:
Ainda do tempo de refúgio em Londres este é um belo álbum de MPB, muito perfumado, funky... linhas de baixo pesadas, percussão de grande efeito. Como os Brasileiros sabem bem fazer, cantam-se coisas menos boas com bom espírito.
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José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVIII Sáb Nov 26 2022, 10:34
Mudando de registo, vamos encontrar continuidade. O salto do Brasil para África parece grande, mas tantas vezes parece apenas mais um passo.
Este álbum é uma festa para os sentidos, a Face A repleta de pormenor, a Face B funky e mais cheia.
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José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVIII Sáb Nov 26 2022, 16:02
Depois do almoço os trabalhos mais pesados custam menos.
Images and Words é um exemplo de como a Música mais pesada pode ter estruturas ricas. Os Dream Theater são um grupo composto por músicos de grande capacidade técnica, o registo é dinâmico e com muito pormenor. Só o set de bateria já é um desafio, mas ainda há uma voz poderosa, guitarra tocada com mestria e um baixo de loucos!! Muito trabalho...
Ghost4u Membro AAP
Mensagens : 12874 Data de inscrição : 13/07/2010 Localização : Ilhéu Chão
Assunto: Re: A rodar XLVIII Qui Dez 01 2022, 21:01
O piano, inventado por Bartolomeu Cristofori, italiano construtor de cravos, atingiu projecção em 1770, quando as interpretações neste instrumento ganharam vida. Sendo apreciador de peças em que o fio condutor é o piano, prestei ouvidos ao registo para audição em "gaveta", referente ao Concerto para dois pianos e orquestra op. 45 e Sonatas para piano a quatro mãos, escrita do vienense Anton Eberl, ofertado pelo amigo Ferpina. (Classic Produktion Osnabrück, 777 733-2)
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tomaz Membro AAP
Mensagens : 355 Data de inscrição : 21/10/2010 Idade : 50 Localização : Vila Nogueira de Azeitão
Assunto: Re: A rodar XLVIII Sex Dez 02 2022, 18:34
Do baterista nascido em Cuba, Dave Lombardo, mais famoso como membro fundador dos Slayer, um prolífico baterista e muito influente, tem aqui neste colectivo espaço para inovar como gosta e formar um trio muito coeso e que pratica um metal de classe que integra os melhores ingredientes do género e vai em frente mais uns passos.
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tomaz Membro AAP
Mensagens : 355 Data de inscrição : 21/10/2010 Idade : 50 Localização : Vila Nogueira de Azeitão
Assunto: Re: A rodar XLVIII Dom Dez 04 2022, 12:09
Em Setúbal temos o privilégio de ter o Mercado do Livramento. Hoje calharam uns salmonetes e uma garoupa de anzol que gosto sempre muito de acompanhar com um arroz de poejo e hortelã-da-ribeira. Além da obrigatória canja com a cabeça. Enquanto escaldo o peixe e depois se coze o arroz, tempo para a escuta deste disco.
Mais um dos projectos que derivou dos extintos Tédio Boys. Este encabeçado por Toni Fortuna que assume a voz mas também a guitarra. A banda tem apenas duas guitarras, bateria e não usa baixo.
Tudo acompanhado com um Verdelho/Fernão Pires aqui da zona.
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José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVIII Sáb Dez 10 2022, 13:11
Haverá quem já esteja a preparar os sentidos para o jogo das 15 horas, por aqui ainda não preparamos o almoço...tem sido uma manhã com a companhia de Música. Agora mesmo roda:
Cécile McLorin Salvant - Ghost Song...
Estamos no território livre do Jazz, é este formato que permite a liberdade para abrir o álbum com uma tocante versão de Wuthering Heights de Kate Bush. É ainda a liberdade de criação típica do Jazz que permite colocar um ou dois pés na Soul ou Folk, no Samba ou MPB... escutem Until. "If I caught the world in a bottle And everything was still beneath the moon Without your love, would it shine for me? If I was smart as Aristotle And understood the rings around the moon What would it all matter if you loved me?"
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Tankado Membro AAP
Mensagens : 805 Data de inscrição : 29/01/2016 Idade : 31 Localização : Leiria
Assunto: Re: A rodar XLVIII Seg Dez 12 2022, 20:56
Boa noite
tomaz Membro AAP
Mensagens : 355 Data de inscrição : 21/10/2010 Idade : 50 Localização : Vila Nogueira de Azeitão
Assunto: Re: A rodar XLVIII Seg Dez 19 2022, 18:14
Dos colectivos que mais me fascinam e pelo qual nutro um grande culto! Três músicos que tecem uma música e ambiente muito singular .
Ghost4u Membro AAP
Mensagens : 12874 Data de inscrição : 13/07/2010 Localização : Ilhéu Chão
Assunto: Re: A rodar XLVIII Ter Dez 20 2022, 00:30
tomaz escreveu:
Dos colectivos que mais me fascinam e pelo qual nutro um grande culto! Três músicos que tecem uma música e ambiente muito singular.
Junte mais um ser que se rendeu à criação desse agrupamento germânico. Sem ser em FM, mas com frequência em disco compacto, dou ouvidos ao álbum «Black Earth».
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tomaz Membro AAP
Mensagens : 355 Data de inscrição : 21/10/2010 Idade : 50 Localização : Vila Nogueira de Azeitão
Assunto: Re: A rodar XLVIII Sáb Dez 24 2022, 19:27
Enquanto preparo a ceia, tempo para este disco e deixar os votos de Feliz Natal para todos. Com muita paz e saúde e música a condizer.
Op16 e Serenata de Bomtempo
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Tankado Membro AAP
Mensagens : 805 Data de inscrição : 29/01/2016 Idade : 31 Localização : Leiria
Assunto: Re: A rodar XLVIII Seg Dez 26 2022, 09:42
Bom dia a todos,
José Miguel escreveu:
Depois do almoço os trabalhos mais pesados custam menos.
Images and Words é um exemplo de como a Música mais pesada pode ter estruturas ricas. Os Dream Theater são um grupo composto por músicos de grande capacidade técnica, o registo é dinâmico e com muito pormenor. Só o set de bateria já é um desafio, mas ainda há uma voz poderosa, guitarra tocada com mestria e um baixo de loucos!! Muito trabalho...
Também tenho este, mas já não me lembro a ultima vez que o ouvi... Talvez hoje isso mude.
O Kevin Moore tem alguns momentos brilhantes nesse disco...
Cumprimentos, Rafael Silva
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8266 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVIII Seg Dez 26 2022, 18:10
A musica electronica, como qualquer outro estilo, acaba por sofrer com o tempo de dois inconvenientes estructurais que são capacidade de se reinventar e de continuar a surpreender. Muitos dos estilos musicais modernos tiveram o seu apogeu durante dois decénios aonde a quantidade, a diversidade e a qualidade apareçem juntos de maneira evidente. Neste ponto de vista global sobre a musica actual, que açeito contestàvel, a musica electronica pareçe-me ter atingido o seu auge nos decénios de1990 e 2000. Exactamente no virar do século apareçe este album que encontra hoje a sua primeira edição em vinil... o que faz mentir a ideia popular, ou o mito, que a musica electronica teve sempre como suporte priveligiado o vinil. Esta obra fundamental, mas globalmente desconhecida, é um pilar da IDM que com o tempo tornou-se cultissima sém deixar de continuar incògnita... um paradoxo delicioso. Voltando ao inicio, encontra-mos aqui todos os ingredientes de um classico aonde se destaca a criação e a inteligência artistica... não era de esperar outra coisa da parte de dois musicos que, indiscutavelmente, não escutam ném fazém, a musica como os outros. Vão escutar isto com calma pois é um album que deve estar em qualquer discotéca de qualidade deste estilo...
Stephan Mathieu & Ekkehard Ehlers_Heroin
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Tankado Membro AAP
Mensagens : 805 Data de inscrição : 29/01/2016 Idade : 31 Localização : Leiria
Assunto: Re: A rodar XLVIII Seg Dez 26 2022, 19:40
Boa noite,
Lá vou colocar o dito cujo a arejar...
É uma banda que eu gostaria de ver, mas a voz do vocalista ao vivo, custa-me imenso a "digerir".
Tankado Membro AAP
Mensagens : 805 Data de inscrição : 29/01/2016 Idade : 31 Localização : Leiria
Assunto: Re: A rodar XLVIII Seg Dez 26 2022, 21:00
Apesar da gravação não ter sido feita agora, estava aqui no telemóvel, e é o que está a rodar de momento.
É a versão com 3LP. Recomendo a 200% se gostam da banda.
Está com excelente qualidade de som, discos direitinhos e com boa qualidade gráfica. Adicionalmente, uma das faces tem desenhos gravados a laser (penso eu) e trás um poster.
Gosto muito deste álbum... Espero que um dia editem em vinil o 10000 days.
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José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVIII Seg Dez 26 2022, 21:12
Tankado escreveu:
Boa noite,
Lá vou colocar o dito cujo a arejar...
É uma banda que eu gostaria de ver, mas a voz do vocalista ao vivo, custa-me imenso a "digerir".
Olá Rafael!!
Já tive a oportunidade de ver Dream Theater ao vivo, a tocar esse álbum e o Metropolis Part II quase completos... é incrível, ao vivo eles são tecnicamente irrepreensíveis. Falta ver ao vivo tocar Glass Prison, uma canção e tanto!!
Recomendo os concertos, também recomendo Tool...
José Miguel Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVIII Seg Dez 26 2022, 21:36
TD124 escreveu:
A musica electronica, como qualquer outro estilo, acaba por sofrer com o tempo de dois inconvenientes estructurais que são capacidade de se reinventar e de continuar a surpreender. Muitos dos estilos musicais modernos tiveram o seu apogeu durante dois decénios aonde a quantidade, a diversidade e a qualidade apareçem juntos de maneira evidente. Neste ponto de vista global sobre a musica actual, que açeito contestàvel, a musica electronica pareçe-me ter atingido o seu auge nos decénios de1990 e 2000. Exactamente no virar do século apareçe este album que encontra hoje a sua primeira edição em vinil... o que faz mentir a ideia popular, ou o mito, que a musica electronica teve sempre como suporte priveligiado o vinil. Esta obra fundamental, mas globalmente desconhecida, é um pilar da IDM que com o tempo tornou-se cultissima sém deixar de continuar incògnita... um paradoxo delicioso. Voltando ao inicio, encontra-mos aqui todos os ingredientes de um classico aonde se destaca a criação e a inteligência artistica... não era de esperar outra coisa da parte de dois musicos que, indiscutavelmente, não escutam ném fazém, a musica como os outros. Vão escutar isto com calma pois é um album que deve estar em qualquer discotéca de qualidade deste estilo...
Stephan Mathieu & Ekkehard Ehlers_Heroin
É por esta e por outras que este tópico é essencial!
Não conhecia o álbum, apesar de procurar dentro deste estilo, de consumir/ouvir e comprar. Do que consegui ouvir já fiquei de olho na reedição, que está disponível em vinil por cá (este álbum até imagino que funcione melhor em digital...).
Gosto muito do trabalho de "ruído" que cobre e deixa passar o que está lá no fundo... não sei como é o mundo pela experiência da heroína, mas talvez tenha alguma da melancolia que esta Música deixa no ar.