Também ouvi esse Broken English ontém, mas não era cinco da manhã longe de là!!! Entre outros escutei esta recente descoberta que me tém maravilhado nestes ultimos dias...
A fusão entre a musica barroca e o jazz não é recente e pode pareçer mesmo natural pois alguns musicologos jà véem o jazz na musica do Bach. Esta obra do Michel Godard é o encontro entre um trio de jazz e outro de musica barroca reunidos à volta das harmonias do Monteverdi. Geralmente não gosto dos cruzamentos estilisticos ném da fusão musical em geral pois o resultado final raramente é superior à soma dos ingredientes. Aqui também é o caso e ném o jazz ném a musica barroca saém mais grandes desta obra ... mas como por milagre uma terçeira via abre-se e é um novo universo, desconhecido e onirico que apareçe em frente do auditor. Gravado com inspiração e fineza na Abadia de Noirlac, esta obra utilisa a acustica natural do sitio como cimento entre as inprovisações de uns e as harmonias obsedantes dos outros ... a arte do mestre veneziano sai enaltecida deste encontro. Uma obra que alterna a asperidade e a elegância não como um concepto maniqueista mas como dois polos extremos de referência. È o que se passa entre o céu e a terra que interessa aos musicos e eles acabam por cristalisar por instantes momentos de graça pura, algo de mistico descobre-se. Uma obra complicada que não facilita a entrada do auditor nos seus arcanos mas que o recompensa vàrias vezes no final da viagem...
BVG Membro AAP
Mensagens : 1940 Data de inscrição : 04/07/2010 Idade : 43 Localização : Fátima
Assunto: Re: A rodar XLVI Sáb Set 19 2020, 16:42
Togethering, Kenny Burrell / Grover Washington, Jr. (1985, Blue Note)
BVG Membro AAP
Mensagens : 1940 Data de inscrição : 04/07/2010 Idade : 43 Localização : Fátima
Assunto: Re: A rodar XLVI Sáb Set 19 2020, 17:37
I Only Have Eyes For You, Lester Bowie's Brass Fantasy (1985, ECM Records)
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVI Sáb Set 19 2020, 17:47
O amigo BVG està in the mood for jazz ... muito bem
anibalpmm Membro AAP
Mensagens : 9728 Data de inscrição : 05/03/2012
Assunto: Re: A rodar XLVI Dom Set 20 2020, 11:47
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVI Dom Set 20 2020, 13:15
O Aníbal voltou em grande e os álbuns não reflectem apenas quantidade.
O BVG também anda a puxar uns belos álbuns, quase que nos levavam a ouvir Jazz.
Contudo, por aqui o dia tem sido marcado pelos sons do Brasil, primeiro foi Tropicalia - ou Panis et Circencis e agora o belíssimo Jóia do Caetano Veloso. A capa ilustra bem o que álbum nos vai trazer, a letra da primeira faixa remete-nos para a ideia de evolução e envelhecimento em sociedade. Não é só no entre família, como seremos nós depois? O instrumental é de uma fineza... por vezes a Música Brasileira apresenta-se de forma simples, mas é essa simplicidade que transporta tudo que a faz tão especial (aqui exploram-se os sons do Brasil, até os mais tropiciais).
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVI Dom Set 20 2020, 14:17
Uns passos para o lado, quase no Jazz...
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVI Dom Set 20 2020, 14:23
José Miguel escreveu:
... Contudo, por aqui o dia tem sido marcado pelos sons do Brasil, primeiro foi Tropicalia ...
Ontém choveu muitissimo aqui, mais um episodio cevenol, e algumas aldeias à volta sofreram inundações. A familia està espreguiçada a ver uma emissão humoristica na televisão e eu, lendo os vossos posts, não estou ném em mood de jazz ném de musica brasileira. Sou um caso desesperado, desesperante mesmo para a mulher, pois estilisticamente até a musica acaba por me fartar. Fui dar uma volta à adega para ver as minhas filhas e là encontrei uma que me pedia atenção, é a ultima e abri-a. Paradoxalmente e apòs algumas provas, ela prefere um copo de tinto da Stoelzle-lausitz mais do que os dois belos copos de branco nos quais a provei de inicio ... quando digo que o vinho é como o audio
Resolvido o problema do vinho tratava-se de saber como o acompanhar. Mesmo se o Grandola Vila Morena ou outro canto Alentejano seria de circunstância pela geografia, não o seria pela minha vontade ném pela intenção. Decidi de por a tocar o Tired Sounds of Stars of the Lid que é uma obra longa e que vai me acompanhar até ao fim da garrafa, acrescentando todos os elementos sensitivos que vão completar ou magnificar este vinho...
Na boca o vinho é potente e estructurado, a madeira na qual envelheçeu começa a se dissipar e dà lugar a notas de flores brancas, de bolota e seiva ... cogumelos também. O conjunto é firme e algo opulento, sente-se que houve muito sol a bater na uva. A acidez mediana conduz a um vinho que não é ném fino ném espiritual mas que em contrapartida é generoso e autêntico, até pede chouriço ou bacon ... a musica ajuda-o a encontrar a diagonal de ouro. Era o objectivo e passo um bom momento com ele...
A relação com Tropicalia que sublinhei, nada tém a ver com o disco é que ... faz tanto calor hoje que apòs a chuvada de ontém a atmosfera està pesada e sufocante, deveras Tropical(ia)
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVI Dom Set 20 2020, 14:32
[quote="TD124"]
José Miguel escreveu:
Resolvido o problema do vinho tratava-se de saber como o acompanhar. Mesmo se o Grandola Vila Morena ou outro canto Alentejano seria de circunstância pela geografia, não o seria pela minha vontade ném pela intenção.
Esse vinho vai bem com tudo! Até com carne!
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVI Dom Set 20 2020, 14:49
Alexandre Vieira escreveu:
Citação :
... Esse vinho vai bem com tudo! Até com carne!
Efectivamente, um curry de frango ou arroz de pato até pode se casar bem ... mas é a ultima
Vou bebê-lo sém nada a acompanhar e também serà bom
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVI Dom Set 20 2020, 15:10
TD124 escreveu:
Efectivamente, um curry de frango ou arroz de pato até pode se casar bem ... mas é a ultima
Vou bebê-lo sém nada a acompanhar e também serà bom
Nós vamos começar a almoçar agora e para acompanhar um arroz de frango caseiro até servia. A Luciana não gosta muito desse e dos brancos em geral, por aqui estamos em clima de tinto (até no Verão estivemos).
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVI Dom Set 20 2020, 16:01
José Miguel escreveu:
... Nós vamos começar a almoçar agora e para acompanhar um arroz de frango caseiro até servia. A Luciana não gosta muito desse e dos brancos em geral, por aqui estamos em clima de tinto (até no Verão estivemos).
Voçês comém bem tarde, como os espanhois ... eu sò como à noite então ainda tenho tempo mas jà estou a preparar um fricassé de legumes aux penne rigate, os legumes apòs salteados e caramelisados cozém um dia inteiro no forno a 120°, vai ser bom!!!...
Efectivamente o vinho é como o audio e a qualidade não muda nada, o gosto é rei. O Alexandre adora o Pêra-Manca, a Luciana não gosta e eu acho-o um vinho interessante. Para mim, e ao contràrio da Luciana, o tinto é sò à mesa, o branco em qualquer ocasião menos com carnes vermelhas e caça ora que o rosé serve perfeitamente para acompanhar os pratos exoticos e as saladas...
Beber tinto sém comida seria um calvàrio para mim, mesmo fresco e leve
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVI Dom Set 20 2020, 18:47
Para redeição única, toda essa prepação e espera valem a pena.
O tema dos vinhos, acompanhamentos e momentos pode dar pano para mangas, mas aqui em casa andamos numa fase de tintos e a culpa foi do Dão...
Um álbun que fica muito bem na companhia de um tinto é este que se segue:
O segundo álbum do Benjamin Clementine ainda é altamente pertinente e tem tudo para envelhecer de forma a marcar quem o escute dentro de uns anos. Talvez possa vir a figurar entre os que não foram bem acolhidos e se revelaram... a produção deste I Tell a Fly é muito mais ousada, o próprio autor afirmou que teve que lutar para que a obra seguisse como ele queria e não como a editora desejava. Repleto de imagens que o ocupam e só não ocupam mais as telas das salas de estar de todas as casas por pura distração, serve para se pensar que há um Outro já ali à espera por uma melhor oportunidade.
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVI Seg Set 21 2020, 21:08
A noite começa com música feita em Portugal pelo "português" Panda Bear, neste seu Tomboy de 2011. Provavelmente o seu melhor disco sem a colaboração dos outros "animais".
E agora continua com a audição de um disco profundo e melancólico dos na altura jovens Smog. Um cd de 1996 anterior à era dos vinis.
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVI Ter Set 22 2020, 10:02
Alexandre Vieira escreveu:
...
E agora continua com a audição de um disco profundo e melancólico dos na altura jovens Smog. Um cd de 1996 anterior à era dos vinis.
Não tenho esse ... é que não deve ser grande espingarda
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVI Ter Set 22 2020, 18:56
Hoje é o primeiro dia de Outono, a estação do ano em que as folhas nos lembram que a vida tem um ciclo e que a gravidade não afecta apenas os corpos pesados.
Para acompanhar o final desta tarde, vamos seguir com o mágico:
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVI Ter Set 22 2020, 19:11
TD124 escreveu:
Alexandre Vieira escreveu:
...
E agora continua com a audição de um disco profundo e melancólico dos na altura jovens Smog. Um cd de 1996 anterior à era dos vinis.
Não tenho esse ... é que não deve ser grande espingarda
Intruja!
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVI Ter Set 22 2020, 19:12
Gosto muito de ouvir a Géninha
E de a ver também
neo_2018 gosta desta mensagem
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVI Ter Set 22 2020, 19:33
Aqui ouve-se o que se devia ouvir em algumas casas francesas que preferem ouvir esquisita. Jazzz sabem a quem me refiro?
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVI Qua Set 23 2020, 10:56
Alexandre Vieira escreveu:
Aqui ouve-se o que se devia ouvir em algumas casas francesas que preferem ouvir esquisita. Jazzz sabem a quem me refiro?
Xiça, deus me livre ... ainda prefiro escutar fado
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVI Qua Set 23 2020, 18:32
Amanhã é dia de passagem, sexta-feira já será mais carregado, por isso vou abanar o pé e descarregar alguma energia a ouvir o bom velho Blues Rock com cheirinho de Progressivo.
Groundhogs - Thank Christ for the Bomb.
A capa e título já dizem quase tudo, o resto é dito pelas letras e bons arranjos que as acompanham. Merece ser espreitado por quem não conhece e gosta do estilo.
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVI Qua Set 23 2020, 20:58
Quando o registo está a saber bem não se muda, no máximo acrescenta-se qualquer coisita que possa ajudar:
Fomos comprar lulas e no regresso passamos pelo mercado, avistamos um rótulo desconhecido, mas de uma grande casa associada a uma região diferente da que estamos habituados. Pegamos para experimentar. As lulas estão a aguardar a sua vez, o Quatro Ventos vai bem com Growers of Mushroom dos Leaf Hound. Esta banda e álbum estão em linha com os primeiros trabalhos dos Black Sabbath, aqui e acolá nota-se o "proto metal" a espreitar, uma vez que o Rock Progressivo não lhes servia para expressar tudo. Na base há Blues Rock, como em quase todo o lado...
O vinho é um jovem que se expressa com frescura, corpo médio para o leve, é um Douro que lembra terras mais fáceis para o vinhedo.
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVI Qua Set 23 2020, 21:01
TD124 escreveu:
Alexandre Vieira escreveu:
Aqui ouve-se o que se devia ouvir em algumas casas francesas que preferem ouvir esquisita. Jazzz sabem a quem me refiro?
Xiça, deus me livre ... ainda prefiro escutar fado
Ainda prefiro escutar fado
O meu amigo está me menosprezar a arte TUGA?
O fado bem cantado é um assombro, mas para isso é preciso sensibilidade, coisa que se vai perdendo com a audição reiterada de certos tipos de musica que por decoro não coloco aqui os nomes.
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVI Qua Set 23 2020, 21:03
José Miguel escreveu:
Amanhã é dia de passagem, sexta-feira já será mais carregado, por isso vou abanar o pé e descarregar alguma energia a ouvir o bom velho Blues Rock com cheirinho de Progressivo.
Groundhogs - Thank Christ for the Bomb.
A capa e título já dizem quase tudo, o resto é dito pelas letras e bons arranjos que as acompanham. Merece ser espreitado por quem não conhece e gosta do estilo.
Eu nem sei que estilo é, é me perfeitamente desconhecido.
José Miguel escolha um tubo daqueles que nos poderão fazer gostar da Banda e publique, será verdadeiro serviço público
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVI Qua Set 23 2020, 21:34
Fica a faixa que dá nome ao álbum:
O tema das guerras e soldados perdidos é recorrente, neste álbum pega-se na temática da bomba atómica.
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVI Qua Set 23 2020, 21:46
José Miguel escreveu:
Fica a faixa que dá nome ao álbum:
O tema das guerras e soldados perdidos é recorrente, neste álbum pega-se na temática da bomba atómica.
Muito muito interessante, parece que se começa a ouvir Bob Dylan e acaba-se a ouvir glam rock na versão David Bowie.
Eu até coloco este tema de Bowie que tem um solo de guitarra muito idêntico.
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVI Qua Set 23 2020, 21:49
Mudando ligeiramente de registo, uma vez que mudamos a nacionalidade dos Músicos:
Quando se chega ao Rock Progressico Italiano a fineza é outra, sente-se a aproximação a registos clássicos a partir da aprendizagem feita com as bandas pioneiras Inglesas. No caso dos Banco del Mutuo Soccorso isso ainda ganha mais relevo dado a potência o vocalista Francesco Di Giacomo, o instrumental rendilhado suporta o registo operático de um senhor que enche a sala com a sua voz.
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVI Qui Set 24 2020, 08:43
Alexandre Vieira escreveu:
O meu amigo está me menosprezar a arte TUGA?
O fado bem cantado é um assombro, mas para isso é preciso sensibilidade, coisa que se vai perdendo com a audição reiterada de certos tipos de musica que por decoro não coloco aqui os nomes.
Efectivamente, entre os Daft Punk e o Fado existe um mar, um oceano ... que digo, existe a Espanha
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVI Qui Set 24 2020, 18:11
Vou dedicar uma horita só a mim e para manter o registo em que tenha andado, seguirei com um dos exemplos maiores do género Post-Rock:
É uma obra e tanto, já foi muito bem apresentada pelo Paulo algures por aqui. Os Músicos beberam de muitas fontes e logo a primeira faixa faz-nos mergulhar no mundo complexo que eles nos querem mostrar. A imagem da capa fica-lhe bem, não há complexos com o industrial ou pop, há uma forma de pensar que agrega e ultrapassa - o todo é mais do que a soma das partes.
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVI Qui Set 24 2020, 22:58
TD124 escreveu:
Alexandre Vieira escreveu:
O meu amigo está me menosprezar a arte TUGA?
O fado bem cantado é um assombro, mas para isso é preciso sensibilidade, coisa que se vai perdendo com a audição reiterada de certos tipos de musica que por decoro não coloco aqui os nomes.
Efectivamente, entre os Daft Punk e o Fado existe um mar, um oceano ... que digo, existe a Espanha
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVI Sex Set 25 2020, 09:08
José Miguel escreveu:
Vou dedicar uma horita só a mim e para manter o registo em que tenha andado, seguirei com um dos exemplos maiores do género Post-Rock: ...
Entre o Hex e o Spiderland jà tens os dois albuns seminais do movimento ... que sém duvida estão entre os melhores mesmo se sei que ainda tens para ai o The Sea & the Bells, f#a#,Kurr e se bem me lembro alguns Sigur Ros ... faltam apenas uns poucos e o fundamental jà para ai mora
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVI Sex Set 25 2020, 18:53
O Post Rock ainda está a ser descoberto, há bandas que surpreendem pela simplicidade dentro do estilo, outras pela energia e aproximação ao Metal, mas os primeiros a dar o passo ainda marcam passo.
Depois de um dia longo pensei que deveria seguir algo mais relaxante e lento, mas depressa senti um peso no ar que não era o que procurava. Mudei, não pensei muito, Sons of Kemet apareceram como resposta à necesaidade de ouvir algo que é fruto de longo pensamento, mas que consegue carregar qualquer sala de uma energia que contagia.
BVG Membro AAP
Mensagens : 1940 Data de inscrição : 04/07/2010 Idade : 43 Localização : Fátima
Assunto: Re: A rodar XLVI Sex Set 25 2020, 22:26
The Köln Concert, Keith Jarrett (2010, reissue by ECM Records)
BVG Membro AAP
Mensagens : 1940 Data de inscrição : 04/07/2010 Idade : 43 Localização : Fátima
Assunto: Re: A rodar XLVI Sex Set 25 2020, 22:29
José Miguel escreveu:
Hoje é o primeiro dia de Outono, a estação do ano em que as folhas nos lembram que a vida tem um ciclo e que a gravidade não afecta apenas os corpos pesados.
Para acompanhar o final desta tarde, vamos seguir com o mágico:
Amo
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVI Sex Set 25 2020, 22:45
Esse exemplar tivemos a felicidade de encontrar no Porto, na Musak, acabadinho de chegar. É uma das primeiras edições, de 1970, mas está novo. Não é que a edição em vinil acrescente algo ao que já tínhamos, mas não resistimos a ter neste formato com essa particularidade.
Desse lado está muito bem com Koln Concert, outro álbum que demorou a entrar em vinil, mas é um gosto enorme ouvir esse concerto a uma hora já adiantada.
BVG Membro AAP
Mensagens : 1940 Data de inscrição : 04/07/2010 Idade : 43 Localização : Fátima
Assunto: Re: A rodar XLVI Sex Set 25 2020, 23:41
Etcetera, Wayne Shorter (2019, Blue Note Tone Poet Series)
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVI Sáb Set 26 2020, 12:01
Citação :
José Miguel escreveu:
Hoje é o primeiro dia de Outono, a estação do ano em que as folhas nos lembram que a vida tem um ciclo e que a gravidade não afecta apenas os corpos pesados.
Para acompanhar o final desta tarde, vamos seguir com o mágico:
Esse exemplar tivemos a felicidade de encontrar no Porto, na Musak, acabadinho de chegar. É uma das primeiras edições, de 1970, mas está novo. Não é que a edição em vinil acrescente algo ao que já tínhamos, mas não resistimos a ter neste formato com essa particularidade.
Olà José Miguel, também não creio que o formato vinil traga algo de novo a esse mitico album ... bem ao contràrio. È um dos que tive, vendi e comprei o CD, e nunca ressenti a necessidade de o possuir no formato analogico aonde ele me pareçe perder um pouco da sua sensibilidade e evanescência harmonica ... isto são sensações avulso pois faz muito tempo que não o escuto em vinil
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVI Sáb Set 26 2020, 13:14
A roda um disco que comprei faz mais de 30 anos. E continua muito fresquinho!
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVI Sáb Set 26 2020, 14:00
Um enorme compositor que infelizmente começa a cair no esquecimento.
anibalpmm Membro AAP
Mensagens : 9728 Data de inscrição : 05/03/2012
Assunto: Re: A rodar XLVI Sáb Set 26 2020, 14:00
Alexandre Vieira escreveu:
A roda um disco que comprei faz mais de 30 anos. E continua muito fresquinho!
Esteve no frigorífico este tempo todo?
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVI Sáb Set 26 2020, 14:04
E agora o nosso Sérgio! Este disco é por sorte a edição original com aquele som impecável da ORFEU. Como disse o nosso Fantasma em palestra no Audio Vintage, a Orfeu fabricou dos melhores discos de sempre.
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVI Sáb Set 26 2020, 16:05
anibalpmm escreveu:
Alexandre Vieira escreveu:
A roda um disco que comprei faz mais de 30 anos. E continua muito fresquinho!
Esteve no frigorífico este tempo todo?
Ah..ah..ah!
Tenho a certeza que tens pelo menos um igual por aí!
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVI Sáb Set 26 2020, 18:04
Alexandre Vieira escreveu:
Um enorme compositor que infelizmente começa a cair no esquecimento.
Pessoalmente não o esqueço pois nunca o apreçiei! Não é uma provocação, de mesmo para com o José Miguel e o Melody Nelson, simplesmente nunca apreçiei a imagem publica desse senhor. Reconheço as suas qualidades de compositor mas sempre tive um problema com o "homém" ... decidi então de não separar o trigo do joio e de abdicar dos dois, sém remorsos até hoje visto que a sua musica toca-me em superficie apenas. No entanto, um dos raros discos de musica francesa que escuto com prazer é o da sua ex-mulher que ao vivo interpreta composições dele com um grupo de musicos orientais ... é um muito belo disco e deixo aqui a dica
José Miguel gosta desta mensagem
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVI Sáb Set 26 2020, 18:21
Alexandre Vieira escreveu:
Um enorme compositor que infelizmente começa a cair no esquecimento.
Cair no esquecimento!?! Olhe que não Alexandre, olhe que não.
Na PortoCalling já tive essa conversa com o Pedro, proprietário, pois ele tem sempre reedições de álbuns do Serge Gainsbourg e neste momento até anda lá o L'Homme À Tête De Chou que é bem bom! Porto isto, as reedições vendem-se muito bem, o que é sinal que ele está longe de estar esquecido - pelo menos aqui.
A obra do Serge Gainsbourg é basta e não é propriamente linear, eu prefiro os álbuns mais tresloucados ou conceptuais, o Histoire de Melody Nelson é um álbum de que gosto muito e, na minha humilde opinião, uma verdadeira obra de arte (um daqueles pelos quais outros se medem). Arranjos orquestrais que se fundem perfeitamente com o rock, letras bem escritas e com metáforas catitas.
Como dica fica Leo Ferre - la Solitude.
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 42 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVI Sáb Set 26 2020, 19:16
Falei de Música Francesa e para encher a casa enquanto preparo umas coisitas que faltam, vai rodar este:
Alexandre, espreite esse. Os arranjos são bem conseguidos, as letras bem escritas.
Alexandre Vieira gosta desta mensagem
BVG Membro AAP
Mensagens : 1940 Data de inscrição : 04/07/2010 Idade : 43 Localização : Fátima
Assunto: Re: A rodar XLVI Sáb Set 26 2020, 23:24
Now He Sings, Now He Sobs, Chick Corea (2019, Blue Note Tone Poet Series)
BVG Membro AAP
Mensagens : 1940 Data de inscrição : 04/07/2010 Idade : 43 Localização : Fátima
Assunto: Re: A rodar XLVI Dom Set 27 2020, 00:07
Contours, Sam Rivers (2019, Blue Note Tone Poet Series)
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVI Dom Set 27 2020, 01:17
José Miguel escreveu:
Alexandre Vieira escreveu:
Um enorme compositor que infelizmente começa a cair no esquecimento.
Cair no esquecimento!?! Olhe que não Alexandre, olhe que não.
Na PortoCalling já tive essa conversa com o Pedro, proprietário, pois ele tem sempre reedições de álbuns do Serge Gainsbourg e neste momento até anda lá o L'Homme À Tête De Chou que é bem bom! Porto isto, as reedições vendem-se muito bem, o que é sinal que ele está longe de estar esquecido - pelo menos aqui.
A obra do Serge Gainsbourg é basta e não é propriamente linear, eu prefiro os álbuns mais tresloucados ou conceptuais, o Histoire de Melody Nelson é um álbum de que gosto muito e, na minha humilde opinião, uma verdadeira obra de arte (um daqueles pelos quais outros se medem). Arranjos orquestrais que se fundem perfeitamente com o rock, letras bem escritas e com metáforas catitas.
Como dica fica Leo Ferre - la Solitude.
Pois eu acho que está. Nós e quem nos rodeia somos um nincho, nada mais que isso. Este homem chegou a fazer duetos com a BB. Este homem era uma espécie de James Dean francês. Outro que está a cair completamente no esquecimento é Boris Vian, não só as suas canções como romances e os deliciosos contos. Sempre que pense, pense no que o rodeio o seu pequeno grupo. Está de facto (infelizmente) a desaparecer aos poucos.
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVI Dom Set 27 2020, 01:18
José Miguel escreveu:
Falei de Música Francesa e para encher a casa enquanto preparo umas coisitas que faltam, vai rodar este:
Alexandre, espreite esse. Os arranjos são bem conseguidos, as letras bem escritas.
Muita nice e legau!
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 58 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVI Dom Set 27 2020, 11:05
Alexandre Vieira escreveu:
José Miguel escreveu:
... Na PortoCalling já tive essa conversa com o Pedro, proprietário, pois ele tem sempre reedições de álbuns do Serge Gainsbourg e neste momento até anda lá o L'Homme À Tête De Chou que é bem bom! Porto isto, as reedições vendem-se muito bem, o que é sinal que ele está longe de estar esquecido - pelo menos aqui...
Pois eu acho que está. Nós e quem nos rodeia somos um nincho, nada mais que isso. Este homem chegou a fazer duetos com a BB. Este homem era uma espécie de James Dean francês. Outro que está a cair completamente no esquecimento é Boris Vian, não só as suas canções como romances e os deliciosos contos. Sempre que pense, pense no que o rodeio o seu pequeno grupo. Está de facto (infelizmente) a desaparecer aos poucos.
Penso que voçês os dois téem razão, mas tu Alexandre como sempre deixas o afecto "afectar" a tua visão . Um artista qualquer que seja, sò vive pela memoria dos que gostam dele ou quando se torna um icone nacional ou universal. Aqui em França o Serge Gainsbourg està menos esquecido do que a maioria dos cantores da sua época ou anteriores, pois é um icone nacional. Evidentemente que vai desapareçer aos poucos, como uma grande maioria dos artistas que não são transversais com as novas gerações ... e depois serà de novo descoberto daqui a 30 anos, como o Claude François actualmente. Se o Serge Gainsbourg é re-editado em vinil é que hà um mercado ... então quer dizer que não està "ainda" complétamente esquecido. Em comparação, grandes artistas franceses da época dele como o Jacques Dutronc, Eddy Mitchell e sobretudo o imenso Michell Polnareff são muito menos badalados, ou estão muito mais esqueçidos consoante o ponto de vista ... fica um cheiro deste ultimo para a memoria e para ouvir aquele que era considerado o maior dessa arte menor pelo proprio Serge Gainsbourg
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVI Dom Set 27 2020, 14:56
TD124 escreveu:
Alexandre Vieira escreveu:
José Miguel escreveu:
... Na PortoCalling já tive essa conversa com o Pedro, proprietário, pois ele tem sempre reedições de álbuns do Serge Gainsbourg e neste momento até anda lá o L'Homme À Tête De Chou que é bem bom! Porto isto, as reedições vendem-se muito bem, o que é sinal que ele está longe de estar esquecido - pelo menos aqui...
Pois eu acho que está. Nós e quem nos rodeia somos um nincho, nada mais que isso. Este homem chegou a fazer duetos com a BB. Este homem era uma espécie de James Dean francês. Outro que está a cair completamente no esquecimento é Boris Vian, não só as suas canções como romances e os deliciosos contos. Sempre que pense, pense no que o rodeio o seu pequeno grupo. Está de facto (infelizmente) a desaparecer aos poucos.
Penso que voçês os dois téem razão, mas tu Alexandre como sempre deixas o afecto "afectar" a tua visão . Um artista qualquer que seja, sò vive pela memoria dos que gostam dele ou quando se torna um icone nacional ou universal. Aqui em França o Serge Gainsbourg està menos esquecido do que a maioria dos cantores da sua época ou anteriores, pois é um icone nacional. Evidentemente que vai desapareçer aos poucos, como uma grande maioria dos artistas que não são transversais com as novas gerações ... e depois serà de novo descoberto daqui a 30 anos, como o Claude François actualmente. Se o Serge Gainsbourg é re-editado em vinil é que hà um mercado ... então quer dizer que não està "ainda" complétamente esquecido. Em comparação, grandes artistas franceses da época dele como o Jacques Dutronc, Eddy Mitchell e sobretudo o imenso Michell Polnareff são muito menos badalados, ou estão muito mais esqueçidos consoante o ponto de vista ... fica um cheiro deste ultimo para a memoria e para ouvir aquele que era considerado o maior dessa arte menor pelo proprio Serge Gainsbourg
Tens toda a razão, obrigado por me fazeres ver a luz.
Este Eddy é me completamente desconhecido...deixa lá ouvir!