Música com letras

Muitas vezes aproveitamos para ler umas coisas enquanto ouvimos outras coisas.

É precisamente essa partilha da leitura de gostava de destacar por aqui, porque não só de som vive um "home".


Deixava aqui um apontamento em forma de "teaser" que espero vou agrade e vos convide a partilhar as vossas actuais ou as vossas marcantes leituras.




O Fantasma no Palácio dos Engenheiros E Outros Contos Russos
de Ivan Bunin, Ivan Turgenev, Vladimir Korolenko, Nikolai Leskov, Yuri Tynianov, Arkadi Averchenko, Saltykov-Shchedrin, Aleksandr Kuprin, Aleksandr Aleksandrovich Blok e Fyodor Sologub

Cheguei à posse deste livro porque uma amiga, Leonor Abecasis e sua irmã Maria Braga Abecasis,  fizeram parte da equipa de tradutores que resultou de desafio lançado aos alunos do curso de russo do Instituto de Línguas da Universidade Nova de Lisboa. E em boa hora foi ao seu lançamento. Esta obra é uma antologia rara e invulgar que pretende colmatar o desconhecimento que maior parte de nós tem dos autores russos da segunda metade do século XIX e meados do século XX, como Ivan Bunin que foi o primeiro Nobel da literatura Russa e que constitui um enorme desconhecido dos portugueses uma vez que as suas obras nunca foram traduzidas para português, entre outros autores que nunca tiveram grande reconhecimento nem na Russia nem fora dela.

Esta selecção de contos é uma das melhores que já li, contos com enorme humor, outros profundidade, vanguardismo estético em outros e algumas surpresas que me deixaram verdadeiramente aberto a querer conhecer mais sobre a obra destes autores. Este é um livro que não se esgota na primeira leitura. Ainda estas férias voltei-o a ler com a mesma vontade com que o li na primeira vez.

Recomendadíssimo.      


Deixo aqui o primeiro parágrafo do livro:

" o nosso primeiro encontro aconteceu quando ele (aquele homem), voando da janela do segundo andar, passou diante da janela do primeiro, onde eu nessa altura vivia, e caiu na calçada".

Um dos livros impossíveis de esquecer:Margarida e o Mestre de Bulgakov

https://www.comunidadeculturaearte.com/margarita-e-o-mestre-o-livro-que-desafiou-stalin-e-inspirou-pearl-jam-e-rolling-stones/

https://www.wook.pt/livro/margarita-e-o-mestre-mikhail-bulgakov/224504

galvaorod escreveu:

Um dos livros impossíveis de esquecer:Margarida e o Mestre de Bulgakov

https://www.comunidadeculturaearte.com/margarita-e-o-mestre-o-livro-que-desafiou-stalin-e-inspirou-pearl-jam-e-rolling-stones/

https://www.wook.pt/livro/margarita-e-o-mestre-mikhail-bulgakov/224504

Nunca o li, mas tenho desde já o apetite aguçado!

"...Bastaria este grande romance, movimentado, denso, profundamente humano, para consagrar universalmente um escritor. Debaixo do Céu é uma das mais extraordinárias obras de Pearl S. Buck, a romancista norte-americana que ensinou ao Mundo a conhecer e amar a China. Mas a acção deste romance desenrola-se não apenas na China mas também nos Estados Unidos e na Inglaterra. É meio século de vida que a autora coloca na nossa frente, desde a revolta dos Boxers, em 1900, até às lutas cruciais de1950. Narra-se aqui a história de dois rapazes, Clem e William, ambos filhos de missionários, e ambos portadores de um grande sonho, embora um e outro tenham destinos diferentes e opostos. Traçando, magistralmente, o itinerário dessas almas, Pearl Buck, que é também filha de missionários, não nos traz à presença' apenas figuras fictícias..."

Eu acrescentaria que raramente re-leio um livro, este já o fiz por três vezes, tem sido o meu companheiro das algumas viagens que já efetuei à China, muito embora não a retrate atualmente, retrata de forma surpreendente a essência do povo Chinês e as suas relações com outros Povos.

Este não é um livro, como conhecemos todos os demais, é quase um filme escrito magistralmente, cada página é uma aventura, cada linha é genial. Num mundo de homens, esta Senhora recebeu um Nobel com apenas 40 anos. Este livro e os "Novos Contos do Oriente" deveriam ser literatura obrigatória quer para crianças, quer para adultos, pois consegue chegar ao leitor se este se aperceber, e após a sua leitura, melhora a nossa condição humana.

Deixo aqui um pouco da Biografia de Pearl e o desejo muito profundo desejo de que não o leu que o leia.

PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA 1938

Escritora norte-americana, Pearl Sydenstricker Buck nasceu a 26 de junho de 1892, em Hillsboro, no estado da Virgínia Ocidental. Filha de um missionário que dedicou muitos anos de vida à tradução da Bíblia da língua grega para a chinesa, Pearl Buck passou, em consequência, a sua infância na China. Educada pela mãe e por um professor particular chinês, estudioso do confucionismo, aprendeu este idioma antes de poder falar inglês.
Em 1907 foi enviada para um colégio interno em Xangai, onde estudou até 1909. Seguiu-se um período em que colaborou com uma associação de refúgio e apoio a prostitutas e escravas sexuais chinesas. Viajou depois para os Estados Unidos da América, com o intuito de prosseguir a sua educação, estudando Psicologia no Randolph-Macon Woman's College da Virgínia.
Tendo recebido o seu diploma em 1914, regressou à China para ocupar o cargo de professora numa missão presbiterana, mas a sua mãe adoeceu gravemente, pelo que Pearl Buck teve que passar dois anos a cuidar dela. Quando esta conseguiu recuperar, Pearl Buck foi viver com o Dr. John Lossing Buck, um agrónomo com quem tinha casado pouco tempo antes, para uma aldeia no Norte da China.
Passou então a trabalhar com o marido, viajando pelas áreas rurais como sua intérprete e desempenhando também as funções de professora. O casal mudou-se para Nanquim no início da década de 20, onde Pearl Buck trabalhou como professora universitária das cadeiras de Literatura Inglesa e Norte-Americana.
Em 1924 regressou aos Estados Unidos da América, em busca de auxílio médico especializado para a sua filha mais velha que sofria de um atraso mental. Recebeu a licenciatura em Literatura pela Universidade de Cornell em 1926. O casal tornou à China no ano seguinte, mas teve que ser evacuado pouco depois para o Japão, em consequência da eclosão da Guerra Civil Chinesa.
Em 1930 publicou o seu primeiro romance, East Wind: West Wind, modestamente acolhido pela crítica. Seguiu-se-lhe The Good Earth (1931), romance original por conseguir conciliar uma prosa de tom bíblico com a estrutura das sagas narrativas chinesas. A obra seria vencedora de um Prémio Pulitzer, e tornada em filme em 1937.
Em 1935 divorciou-se do primeiro marido para casar com o seu editor, Richard Walsh, com quem foi viver para a Pennsylvania. No ano seguinte, foi nomeada membro do Instituto Nacional das Artes e Letras norte-americano. Em 1938 tornou-se a primeira mulher norte-americana a ser alguma vez galardoada com o Prémio Nobel.
Em 1939 publicou The Patriot, obra em que a autora deixava transparecer a sua desilusão quanto à possibilidade de cooperação entre os povos. Optou por se orientar para uma vertente mais humana, lutando pelos direitos e melhoria das condições das crianças asiáticas, muitas delas fruto de relações entre ocidentais e asiáticas, e assim estigmatizadas e abandonadas. Assim, dedicou algumas obras a essas relações inter-raciais, como The Angry Wife (1949) e The Hidden Flower (1952). Pearl Buck e o seu marido empreenderam esforços em favor de causas humanitárias, que culminaram com a criação da Fundação Pearl Buck.
Após a morte de Richard Walsh, Buck deu início a uma relação com Ted Harris, um professor de dança cerca de quarenta anos mais jovem, e que veio a tomar conta da Fundação Pearl Buck.
A autora faleceu a 6 de março de 1973, em Danby, no estado do Vermont. Pearl S. Buck. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011.

...e para quem quizer fazer uma idéia do que era a China de há 100 anos pode ler a trilogia da mesma autora sobre a vida na China, a começar por: Filhos de Van Lung, Casa Dividida , e...? ( a memória já não é o que era!!!!). Um relato impressionante ( hoje ainda mais impressionante) sobre a China de então.

Um livro muito interessante sobre a história do audio, tem sido a minha leitura nestes dias de reclusão.

Alexandre Vieira escreveu:

Um livro muito interessante sobre a história do audio, tem sido a minha leitura nestes dias de reclusão.

Mas, estàs verdadeiramente confinado ??? ... pensava que era uma brincadeira ou que tinhas sido tu por precaução que te tinhas feito uma auto-reclusão !!!

[quote="TD124"]

Alexandre Vieira escreveu:

Mas, estàs verdadeiramente confinado ??? ... pensava que era uma brincadeira ou que tinhas sido tu por precaução que te tinhas feito uma auto-reclusão !!!

Estamos!!!

Pese embora no meu dia-a-dia profissional o recurso a tele-qualquer coisa já seja um hábito, pois não podemos estar constantemente a viajar para fazer reuniões presenciais, o contacto por video-conferência, com recurso ao MS Teams, é um constante recurso.

Em Portugal, o Presidente da República, prepara-se para declarar estado de emergência nacional, na próxima 4ª feira, após reunir o Conselho de Estado (também por video-conferência), e então as medidas restritivas vão subir, e muito, de tom e de efeitos.

Vai dar para ler muito sobre audio e outras coisas, bem como para ouvir muuuuiiiiittttta Música.

Goansipife escreveu:

TD124 escreveu:

Mas, estàs verdadeiramente confinado ??? ... pensava que era uma brincadeira ou que tinhas sido tu por precaução que te tinhas feito uma auto-reclusão !!!...

Estamos!!!

Vai dar para ler muito sobre audio e outras coisas, bem como para ouvir muuuuiiiiittttta Música.

Sim penso que somos vàrios por esta velha Europa fora nessa situação ... pessoalmente, nunca pensei que viveria duas vezes na vida esta situação, sempre por causa de um inimigo invisivel, mesmo se diferente cada vez !...

Tenho uma adega cheia e vàrios pacotes de massa ... e ainda alguns vinilos por estrear que não tive tempo de escutar então creio que vou aguentar uns tempos assim. È o momento ideal para se ocupar do sistema