Obrigado Grécia

Gostaria de prestar os meus mais sinceros agradecimentos à Grécia e a quem a tem governado. Obrigado Grécia. Penso que está na hora de dizer o que tem que ser dito.
O primeiro povo a iniciar aquilo a que chamamos hoje de civilização. Um povo com uma história imensa e orgulhosa. Uma das potencias do passado, cheia de grandes pensadores, artes e ciências.
Por tudo o que fizeram, o meu/nosso obrigado. Mas não só pelo passado, também pelo presente, eu diria, especialmente pelo presente.
Ser o primeiro é bom. O melhor, o mais belo, o mais rico, o mais inteligente, o mais, mais mais...
Mas quer seja na escola, na faculdade, no emprego no desporto ou na vida, nem todos podem ser os melhores, os primeiros, o numero um. Isso está reservado a poucos. Quem se lembra daquele que ficava em quinto a contar do fim nas corridas da escola, ou do individuo que nem errava muito nem pouco nos ditados? Ninguém. Só nos lembramos daquele que era o mais inteligente, o que não errava, o mais rápido...o melhor. E depois há a outra face da moeda. Aquele que era mesmo burro ou desinteressado de todo, aquele que não sabia jogar à boa, aquele que era o ultimo. A colega de turma que não conseguia saltar o cavalo na aula de ginástica. Ninguém se lembra daquelas que "quase" não conseguiam saltar o cavalo. Não, só daquela que não conseguia mesmo, daquele que era obrigado a ir à baliza ou do outro que dava setenta erros no ditado. Os últimos. São esses o grande foco das atenções. Os primeiros, os melhores, e os últimos, os piores.
Neste momento, Portugal deve muito à Grécia. Vejo-me obrigado a agradecer do fundo do coração. É com pena que o faço, mas ao mesmo tempo com algum alivio. Sim, sei que é egoísmo e cinismo da minha parte, diria mesmo, condenável. Mas não o posso evitar, neste momento dá jeito. É que ser o último é ser o mais mal falado, o mais rebaixado é feio, é triste, é desmoralizante. O meu obrigado vai para os que têm governado a Grécia, pois conseguiram ser mais corruptos, mais incompetentes e estúpidos que os nossos governantes. Estamos "confortavelmente" em penúltimo lugar. E a diferença é bem grande...ó se é. Haver quem nos tivesse governado um pouco menos mal que o pior e terem sido um pouco menos corruptos que os mais corruptos, faz toda a diferença. Houve na Grécia quem tivesse feito uma gestão ainda mais ruinosa dos recursos e tivesse preparado o futuro do país ainda pior do que aqui em Portugal, e por essa razão, eu estou-lhes grato. Não que me alegre do mal dos outros, nada disso, é só para não sermos os últimos, nem que seja só desta vez.
E é por essa razão que eu digo, obrigado Grécia....

Tristemente,

AJS

Interessante texto... mas infelizmente não posso fazer isto aos gregos.

António não mandes já foguetes porque a qualquer momento aparece-te uma aberração destas como Primeiro Ministro ou nalgum cargo público de responsabilidade e verás logo o Teu optimismo gorado !!!
Olha só a pinta deste:

Os Gregos ainda aprenderam alguma coisita com o Sócrates...e nós ?

Amigo Vodoo. O texto da minha autoria só tem a validade à data de hoje. Espero que os cromos que se seguem não se encarreguem de conseguir dar cabo do nosso belo penúltimo lugar Europeu.

Vodoo escreveu:

António não mandes já foguetes porque a qualquer momento aparece-te uma aberração destas como Primeiro Ministro ou nalgum cargo público de responsabilidade e verás logo o Teu optimismo gorado !!!
Olha só a pinta deste:

Isto foi depois da "porrada" em Felgueiras! Hoje está mais compostinho!

Mas o problema reside a nível interno, o compostinho é apenas uma ferramenta de manipulação de Otários !!!

A mim não me interessa quem tem ou está «mais»... Ou será menos?...
A mim interessa-me antes o que está - ou não - certo. A questão cultura deve - tal como os artistas assim o querem - ser separada da política. E é dever do cidadão precisamente defender essa separação. Daí que não há desculpa para vivermos numa cultura de chico-espertismo, que como sabem é o nosso grande problema.
Por isso, sinto que a Grécia está por sua conta, apesar das condicionantes que, ao contrário do que se possa pensar, são igualmente externos. E este é que é realmente o problema.