Fado e outras coisinhas em Shellac - Algumas raridades e antiguidades...

Boas,

No meio das minhas coisinhas tenho um disco bastante raro em Shellac duma cantora de Fado portuguesa que gravou muito pouco. Se não me engano só existem umas seis gravações dela, seu nome era Sofia Pedreira, aqui lhes deixo os dois temas desse "disquinho", ainda na minha posse mas prometido e oferecido a um projecto de recuperação sonora em Portugal a cargo do José Moças e a Univ De Aveiro (falta entregar)


Fado Da Mouraria

Fado Bacalhau

salsapica escreveu:

Boas,

No meio das minhas coisinhas tenho um disco bastante raro em Shellac duma cantora de Fado portuguesa que gravou muito pouco. Se não me engano só existem umas seis gravações dela, seu nome era Sofia Pedreira, aqui lhes deixo os dois temas desse "disquinho", ainda na minha posse mas prometido e oferecido a um projecto de recuperação sonora em Portugal a cargo do José Moças e a Univ De Aveiro (falta entregar)


Fado Da Mouraria

Fado Bacalhau

Sabe-se o ano?

http://www.discogs.com/Sofia-Pedreira-Fado-Facalhau-Fado-Da-Mouraria/release/6151322

Boas António,

Essa entrada no Discogs fui eu a registar.

Sobre o ano, boa pergunta...posso perguntar ao Moças. Já lhe perguntei o ano de outro que tenho duma fadista chamada Maria Alice e é de 1931 (desse ele tem 6 cópias na sua coleção   ). Prometeu-me passar  a lista dele com as datas, nomes, edições etc....só que isso foi antes do projecto da Univ de Aveiro e como é uma coisa institucional nem lhe voltei lembrar, nem eu achei oportuno pedir-le esse tipo de registo....mas sobre este já lhe pergunto hehehe... que ainda tenho mas, este da Sofia é para ele Me comentou que dela só tinha dois e que somente gravou uns 5 ou 6...já não lembro bem da conversa...

Me acaba de responder...charán...sessão de Fevereiro de 1928!

salsapica escreveu:

Me acaba de responder...charán...1928!

impressionante.

A modo de pequena explicação técnica de como procedi com este disco.

Depois de o ter encontrado, foi à máquina de aspiração e limpo só com água destilada várias vezes faz uns meses e guardado em inner de papel e dentro de uma exterior de PVC.,,,archivo.

Hoje  depois de preparar o setup com agulha própria (Ortofon 78) e calibrar braço e gira, preparei o volumem no USB Phono Plus(Audiophile Computer Interface) e na entrada de software (-6 db). Preamp sem filtro EQ porque o de fábrica é RIAA.

Disco no gira a 45rpm (o software corrige sem alteração das frequências médias ou pitch de forma bastante fiel e automática).


Antes de colocar a agulha, humedeci o Shellac com um algodão e água destilada.

Depois da passagem, tratamento cósmético ao de leve no Soudforge Pro 10 (software).

Optei por não mexer muito, já que quanto mais se mexe nos ruídos, mas se perde e a gravação vai ficando opaca. O lado do Fado Bacalhau no fim tinha bastante "crackle" que corrigi um a um...e que quase não se nota.

Não está perfeito, poderia estar melhor, mas foi o que deu...

1928 e que toque sem saltar ou pior que estivesse partido ou com fendas era bem pior...

Aqui outro interessante...

Polydor, amassado na actual metrópole europeia...

Maria Amélia - Arregaça (Canção Popular)


Posso estar enganado, mas este deve ser de antes da Segunda G...

Este é Brasileiro de 1952....Ester de Abreu, um belisimo Bolero e o Fado Coimbra...

Ester De Abreu  - Outras Mulheres (Bolero) / Coimbra (Fado) 1952




Pérolas em mãos cubanas

Fabricado Em Espanha.




Hernani Ribeiro Fado Dos Alamares

E como pausa por uns tempos...


Um raro acetato (peça única) gravado de dentro para fora (a agulha viaja do centro para fora no disco) do ano de  1939...

Armazéns do Rossio 1939





A brincar uma peça sonora com 76 anos

Maravilha.

O de "dentro para fora" também foi usado nalgumas gravações em LP.

Custou uns minutos até perceber, depois de perceber foi que vi no selo a indicação... tenho alguns assim...um de 12" que lamentavelmente está com "crackle"...nada a fazer...

Os únicos shellac que interessam:



A melhor banda "ao vivo" do mundo

Outro acetato dos que giram de dentro para fora, este em perfeito estado de conservação, embora warped.

Pastilhas Rennie - Curando a azia Em Portugal desde 1939

Como este de 10" e de 12" tenho a volta de uns 10 exemplares dos anos 1938,1940 e 41 com textos e publicidade da época e temas gravados como um Fox de 1938 com a Orq do Casino de Estoril.

Uma coisa interessante é que neste uma das faixas possui uma cor acastanhada que sugere oxidação.

Imagem do Acetato a rodar onde se pode verificar a tal oxidação. E sim é uma Ortofon, nesta caso com agulha 78 própria para este tipo de trabalho.

salsapica escreveu:

Pastilhas Rennie - Curando a azia Em Portugal desde 1939

Tens a certeza que é de 1939?

sim tenho, como tenho de que este é de 1938 com a orq Casino de Estoril...gravado em 3-XII-38

Mrs Jack S Tromp. Orq Casino Estoril



O Casino foi inaugurado em 1931, o tema é da época...um Fox, a interpretação é soberba!!!

António José da Silva escreveu:

salsapica escreveu:

Pastilhas Rennie - Curando a azia Em Portugal desde 1939

Tens a certeza que é de 1939?

aqui está a prova:

salsapica escreveu:

António José da Silva escreveu:

salsapica escreveu:

Pastilhas Rennie - Curando a azia Em Portugal desde 1939

Tens a certeza que é de 1939?

aqui está a prova:

Fantástico e incrível.

Meu caro, acredite que fico assustado com o espolio que tenho nas minhas mãos...é uma caixa de Pandora

O acetato com a gravação da Orq do Casino de Estoril de 1938...é qualquer coisa doutro mundo, já foi bem guardado a sete chaves...o seu valor musical e cultural é elevado.

salsapica escreveu:

Meu caro, acredite que fico assustado com o espolio que tenho nas minhas mãos...é uma caixa de Pandora

O acetato com a gravação da Orq do Casino de Estoril de 1938...é qualquer coisa doutro mundo, já foi bem guardado a sete chaves...o seu valor musical e cultural é elevado.

Sem duvida, tens ai muitas e fabulosas pérolas.

Já fui alertado por um amigo conhecedor deste mundo sonoro, para o facto de que existe um desinterés...um profundo vacío com respecto a este tipo de material em Portugal. Não existe o mais mínimo interesse...como se não existisse. A maioria das pessoas estão-se a marimbar,não passa de uma curiosidade...velharias, não conseguem experimentar e perceber a verdadeira importancia deste tipo de registo. O ser humano tende biologicamente e psicológicamente para esquecer o passado... no seu mal interpretado processo evolutivo.

No meu caso, pessoalmente constato um fenómeno curioso. Para mim não é objecto em se que me 'enche o olho' ou ilude como forma egoista de possuir algo que os outros não posuem e que só poderiam ver num museu...apagado e morto...é o que o objecto em se contêm, sem som um disco destes é um objecto morto, que quando o pomos a tocar ganha vida!!!...é como uma máquina do tempo, nos leva até o tempo e local não pela leitura dum texto por exemplo mas sim pelo mais maravilhoso dos sentidos: o ouvido. A nivel cognitivo se experimenta outro tipo de experiência!!!

Estudei música por mais de 8 anos em conservatório e por muito que estudemos e analisemos a história do Jazz desta época (anos 30) o que usualmente ouvimos são reinterpretações posteriores ou redições. Ter uma peça destas na mão, colocar no gira e processar para ouvir....é mágico. É uma sensação difícil de explicar...

É como se tudo aquilo que aprendemos pelos livros, conferencias, etc de repente se fixa na nossa mente e acabamos por entender melhor uma série de coisas, outras sobre as quais tinhamos uma ideia construida com outro tipo de bases e informações (em segunda mão) se desmoronam...

salsapica escreveu:

Já fui alertado por um amigo conhecedor deste mundo sonoro, para o facto de que existe um desinterés...um profundo vacío com respecto a este tipo de material em Portugal. Não existe o mais mínimo interesse...como se não existisse. A maioria das pessoas estão-se a marimbar,não passa de uma curiosidade...velharias, não conseguem experimentar e perceber a verdadeira importancia deste tipo de registo. O ser humano tende biologicamente e psicológicamente para esquecer o passado... no seu mal interpretado processo evolutivo.

No meu caso, pessoalmente constato um fenómeno curioso. Para mim não é objecto em se que me 'enche o olho' ou ilude como forma egoista de possuir algo que os outros não posuem e que só poderiam ver num museu...apagado e morto...é o que o objecto em se contêm, sem som um disco destes é um objecto morto, que quando o pomos a tocar ganha vida!!!...é como uma máquina do tempo, nos leva até o tempo e local não pela leitura dum texto por exemplo mas sim pelo mais maravilhoso dos sentidos: o ouvido. A nivel cognitivo se experimenta outro tipo de experiência!!!

Estudei música por mais de 8 anos em conservatório e por muito que estudemos e analisemos a história do Jazz desta época (anos 30) o que usualmente ouvimos são reinterpretações posteriores ou redições. Ter uma peça destas na mão, colocar no gira e processar para ouvir....é mágico. É uma sensação difícil de explicar...

É como se tudo aquilo que aprendemos pelos livros, conferencias, etc de repente se fixa na nossa mente e acabamos por entender melhor uma série de coisas, outras sobre as quais tinhamos uma ideia construida com outro tipo de bases e informações (em segunda mão) se desmoronam...

Louvável a tua atitude e postura perante estes "momentos" do passado. E sim, só quando estão a tocar é que estas pérolas são realmente "vivas" e úteis ás gerações presentes e futuras. Não querer saber do passado é ignorar o caminho que nos trouxe até aqui. É como se todos os esforços e vidas dos que nos antecederam, nunca tivessem existido. Ignorar o passado deliberadamente, é no fundo um desrespeito por nós próprios.
Mas as pessoas hoje vivem um presente cada vez mais egoísta. Uma qualquer tecnologia (um telemóvel por exemplo) têm uma duração não superior a dois anos. Depois, torna-se obsoleta e já ninguém liga a algo que ainda há pouco tempo era actual.
Lugares como o AAP e outros do género, são algo cada vez mais escassos e onde se reúnem uma "cambada" de malta já de certa idade e em vias de extinção.

Mas quero crer ou sonhar que as pessoas um dia se fartarão do presente imediato cada vez mais oprimente e escravizador,  e se virem mais para as origens, com um interesse renovado e libertador pelo que é belo, gratificante e que se volte a respeitar o caminho que nos trouxe até aqui.
Decerto que será possível de viver no presente, usando o que de bom o presente nos dá, respeitando a nossa memória passada.

E tu, só espero que possas continuar a nos presentear com este teu fantástico trabalho.

O acetato, até o momento mais antigo encontrado e digitalizado do ano 1937:



Infelizmente este sofre de deterioração...o acetato à volta das espiras gravadas se desfaz ao mais leve golpe, está crackle



Mas consegui passar a digital um lado o outro pode esperar.

O Ladrão - Canção Popular da Beira

Faço minhas as palavras do Antonio e acrescento que esses registos (e o País por arrasto) tiveram uma sorte incrivel em serem encontrados e respeitados por alguem que, ainda que estrangeiro, sabe dar valor à herança cultural do País que o acolhe !


Até fico deprimido a pensar em tudo o resto que já se perdeu definitivamente por causa da inércia, inépcia, irresponsabilidade e e estupidez do Estado (a que chegamos) !

Meus caros muito obrigado pelas vossas palavras de ánimo

Neste momentos estes acetatos ocupam a posição prioritária.

Vou criar um inventário para clasificar seu estado, conteúdo, assim como digitalizar os selos e fazer uma espécie de catálogo.

Vou dar prioridade a estes. Tinha a vaga ideia que eram importantes já que em tempos ouvi e passei para digital um bastante interessante também. Esse traz como selo a label Orpheu...e penso que também é dos anos 30's ou 40's com varias versões musicalizadas dum spot à fábrica e marca de conservas portuguesa "La Rose".

Uma coisa importantissima com estes acetatos é não mexer muito. Nada de limpar em máquina por exemplo já que as vibrações podm agravar seu estado. Só algodão húmido com água destilada ao de leve para tirar o pó e não guardar dentro de saquetas plásticas, pois bastaria um minimo de humidade e o mesmo se cola ao acetato ou pode fazer vacuum. Sleeves de papel limpo e guardar numa caixa num sitio a temperatura estável.

Os que estão em pior  estado e quase destruidos pelo menos dois, foram encontrados numa plateleira onde o sol batia

Felizmente a maioria esteve misturado com shellac ao monte e fé em D-us numa caixa num armário sem humidade por mais de 30 anos. Não foram parar no lixo mesmo por milagre.

Resumindo, caso se encontrarem registos destes há coisas importantes a fazer....a principal: tratarlos o melhor possível porque são muito mais frágeis do que os de shellac e o seu conteúdo sonoro não pode ser avaliado subjetivamente. Podem não ter interesse pessoal certas gravações em determinado momento, mas a sua importância pode vir a ser crucial para estudos futuros no campo da investigação por exemplo.

Nem sei ao certo quantos são no total, de momento são alrededor de 20 exemplares, como já referí antes entre os anos 1937 e 1942. Estes foram encontrados numa caixa, mas se a memória não me falha existe uma outra caixa a qual não tive accesso....vou ter proximamente e já darei notícias.

Primeira parte

Acondicionamento dos acetatos:

Todos colocados dentro de fundas de papel, conservando as antigas e em novas na ausência de capas (mudei de ideias em colocar todos em fundas novas, devo conservar as antigas). Todos colocados dentro de capas plásticas de 12" e 10" (de 8" não tenho nem sei se haverá). Os de 12" dentro de uma caixa, os restantes noutra e colocados na vertical. Depois de catalogados, todo o levantamento feito será guardado junto dos mesmos e irão para local seguro com temperatura estável, sem humidade e longe de fontes de luz ou calor.

Contagem:

6 exemplares de 12"
19 exemplares de 10"
8 exemplares de 8"

Total: 33 exemplares

Nota: Não considerei na contagem um exemplar que suponho (não tenho a certeça do material),  ser de cera (ano 1944). aqui uma imagem:



Este é translúcido, cheira mal para variar e ao toque como que cola (sticky)

E como tinha comentado aqui o tal com o selo Orpheu:



PS. E encontrei mais um com a Orq do Casino de Estoril gravado em 1939  

Orq Portugal Casino Do Estoril 1939.



"Europa" Tango

"Samba" outro lado do mesmo acetato sem selo

Notas: O lado do Samba o selo esfumou...este em ambos lados da gravação há picos que distorsionam que de momento ficam assim, prefiro não mexer. Em ambas as gravações se podem ouvir voces de pubçico a falar, sem dúvidas que se trata de gravações ao vivo.

salsapica escreveu:

sim tenho, como tenho de que este é de 1938 com a orq Casino de Estoril...gravado em 3-XII-38

Mrs Jack S Tromp. Orq Casino Estoril



O Casino foi inaugurado em 1931, o tema é da época...um Fox, a interpretação é soberba!!!

Impecável interpretação na onda do jazz New Orleans / King Oliver!

Não sei se já o referiste mas... com que aparelho fazes a leitura do acetato / shellac para realizares a gravação no RtR?

Boa sorte para o teu trabalho arqueológico.

Olá;

Faço a passagem dos acetatos e dos shellac's para computador, utilizando uma agulha própria Ortofon 78 (também tenho uma MC vintage mas prefiro a 78) e um Technics SL D3 que não possui 78rpm, pelo que "acelero" com um software que faz isso automáticamente sem alterar as frequências médias. Esse software também aplica preamp ao sinal, mas não é tão bom como utilizar mesmo um Pre neste caso. O gira não é proprio nalguns casos porque muitos destes estão gravados de dentro para fora e o SL D3 é automático....quando o braço está em certos pontos muito perto do centro e a puxar ao contrário...baralhasse e dispara levantando o braço, mas já lhe apanhei o jeito...A/S a zeros e com paciencia...

Depois tento mexer o menos possível no material captado...quando a agulha salta e repete o trecho consigo corregir editando ( o que é muito raro acontecer, só tem acontecido com dois em muito mau estado), depois uns truques simples para que não soe tão agreste como baixar o floor noise e fazer uns simples fades no inicio e fim...algumas gravações provocam picos de distorsão que para já estou analizar a melhor forma de solucionar sem recorrer à edição. Se baixo muito a saida do sinal do pre...se perdem sons e tento fazer à primeira...o que ficou e como ficou...fica.

Penso conseguir corregir os defeitos no processo...já esteve pior.

Obrigado!

Excelente a tua dedicação a esta forma de registros. A recuperação do passado é essencial e então com discos antes do vinil em que as cópias eram feitas por encomenda e não em massa, são autênticas "raridades" sonoras.

Parabéns e já agora aproveito para agradecer as tuas correcções a algumas das minhas entradas no discogs, que neste momento esta é a melhor e a maior plataforma para encontrar informação sobre edições nacionais.

Rui

Olá Rui,

Obrigado! No Discogs tenho parado por falta de tempo. Ora essa! Lá estamos para isso para ajudar, apreender e tornar melhor aquilo como base de datos de consulta principalmente. Já foi caótico, penso que tem vindo a melhorar. Muita malta portuguesa têm vindo a aumentar as fileiras por lá o que é muito bom! Demonstra que Portugal pode e  muito contribuir para esse projecto de criar uma base de datos global...eu ainda tenho montes e montes de singles que não os vejo registados e sempre que posso contribuo. Noutro topico vi que tinhas 12.000  

Custou, mas já descobri-te por lá!

De volta ao "amarelo"....Conheço bem a goma-laca porque meu avô a utilizaba diluida com aguarrás para pintar móveis...

Hoje de manhã a pensar sobre o tal amarelo translúcido se fez luz...é feito de Goma-laca (Shellac) só que sem "materia seca"...simples goma-laca com algum producto que le confere rigidez e alguma estabilidade ou talvez só goma, embora as carácterísticas da mesma pura não são as mesmas deste exemplar que possui uma certa eslasticidade. Cheguei a pensar que fosse "Resina de Colofonia" mas não fazia sentido a utilização da mesma...só pode ser goma-laca! Os de cera são anteriores e mais nos cilindros.

Bom, aqui deixo um documentário muito bem feito de 1942 realizado pela RCA de como se produziam os tais Shellac...




Mais uma vez obrigado!