Alterar Crossover de colunas proac studio 110

Viva

Gostaria de saber o que os profisisonais acham de alterar componentes dos crossovers.

Dá melhorias assinalaveis?

Alguem percebe alguma coisa disto?

Para ser franco, acho que para obter melhorias assinaláveis o melhor é mudar de colunas.

R

Mude -lhe os drivers (woofers) de origem, experimentando uns que tenho de sobra Full Range CORAL, Flat 6C igualmente de 8 Ohms e que são uma preciosidade vintage, depois experimente se gosta mais usando os tweeters+Xover residentes ou by-passando-os e usando só os FR em ligação directa, sem ir ao Xover contaminar o sinal, aqueles altifalantes são toda uma experiência, a sério!? ...


Coral FLAT-6 - 6½ inch full-range drivers

ricardo onga-ku escreveu:

Para ser franco, acho que para obter melhorias assinaláveis o melhor é mudar de colunas.

R

Mesmo sem ser expert e muito menos profissional, sou da mesma opinião.

António José da Silva escreveu:

ricardo onga-ku escreveu:

Para ser franco, acho que para obter melhorias assinaláveis o melhor é mudar de colunas.

R

Mesmo sem ser expert e muito menos profissional, sou da mesma opinião.

Faço minhas as palavras do Ricardo e do António!

Além de que o risco de ficar a perder dinheiro nessa operação é quase certo. Gastas na modificação dos componentes e não tens garantia alguma de que valorize as colunas, nem forma de justificar o valor de uma peça que já não está original, na eventualidade da venda das colunas. Quero dizer : quem é que te vai dar esse valor adicional?

Isto para não falar no verdadeiro folhetim que é a escolha desses outros componentes. Há um bom leque de marcas de condensadores, bobinas e resistências direccionado para essas aventuras. E todos eles são "indicados e apropriados".

Há até mesmo, condensadores próprios para tratar a rinite alérgica.

Mas, só conseguirias justificar comercialmente essa modificação com um nome - dos artesãos da nossa praça - da pessoa que fizesse essa operação (e mesmo assim...). Nenhum nome de fabricante de componentes te dará essa mais valia.

Na prática, essa modificação tem um retorno sónico marginal.
Aí estou com o Rei Rato : um bom par de drivers, um novo projecto é mais aliciante e o efeito prático é certo.

Francisco Batista

raines1978 escreveu:

Viva

Gostaria de saber o que os profisisonais acham de alterar componentes dos crossovers.

Dá melhorias assinalaveis?

Alguem percebe alguma coisa disto?

Será possível publicar uma foto do crossover actual?

A não ser que algum componente esteja "torrado", qualquer alteração ao crossover é alterar o ajuste fino (no mínimo) da coluna. Muita da ciência da coluna está nessa parte escondida....

Esaú Cardoso escreveu:

A não ser que algum componente esteja "torrado", qualquer alteração ao crossover é alterar o ajuste fino (no mínimo) da coluna. Muita da ciência da coluna está nessa parte escondida....

Viva Esaú,

o que é o "Ajuste fino no mínimo"?
Será limitar ao máximo as ressonâncias da caixa por forma a interferir o (tal) mínimo possível na sonoridade obtida?

FBatista escreveu:

Esaú Cardoso escreveu:

A não ser que algum componente esteja "torrado", qualquer alteração ao crossover é alterar o ajuste fino (no mínimo) da coluna. Muita da ciência da coluna está nessa parte escondida....

Viva Esaú,

o que é o "Ajuste fino no mínimo"?
Será limitar ao máximo as ressonâncias da caixa por forma a interferir o (tal) mínimo possível na sonoridade obtida?

Julgo que o Esaú se estava a referir ao crossover...
Dependendo do fabricante, os componentes electrónicos que compõem o crossover podem ter sido escolhidos de modo a que as características dos mesmos aliadas às dos altifalantes produzam uma diferença de desempenho mínima entre as duas colunas (veja-se por exemplo estas colunas dos anos 70 -> link).
Guiar-mo-nos apenas pelos valores especificados pelos fabricantes dos referidos componentes electrónicos pode alterar esse ajuste fino.

Quanto a "mexer" na caixa, não vejo grandes vantagens.

O melhor é mesmo poupar uns trocos e comprar umas colunas com desempenho superior, começando por determinar as deficiências dessas ProAc para que a troca seja realmente um upgrade e não um passo ao lado.

R

ricardo onga-ku escreveu:

FBatista escreveu:

Esaú Cardoso escreveu:

A não ser que algum componente esteja "torrado", qualquer alteração ao crossover é alterar o ajuste fino (no mínimo) da coluna. Muita da ciência da coluna está nessa parte escondida....

Viva Esaú,

o que é o "Ajuste fino no mínimo"?
Será limitar ao máximo as ressonâncias da caixa por forma a interferir o (tal) mínimo possível na sonoridade obtida?

Julgo que o Esaú se estava a referir ao crossover...
Dependendo do fabricante, os componentes electrónicos que compõem o crossover podem ter sido escolhidos de modo a que as características dos mesmos aliadas às dos altifalantes produzam uma diferença de desempenho mínima entre as duas colunas (veja-se por exemplo estas colunas dos anos 70 -> link).
Guiar-mo-nos apenas pelos valores especificados pelos fabricantes dos referidos componentes electrónicos pode alterar esse ajuste fino.

Quanto a "mexer" na caixa, não vejo grandes vantagens.

O melhor é mesmo poupar uns trocos e comprar umas colunas com desempenho superior, começando por determinar as deficiências dessas ProAc para que a troca seja realmente um upgrade e não um passo ao lado.

R

Numa coluna de produção em massa não há ajuste fino (salvo talvez nos modelos topo de gama, que se fazem pagar disso). A variabilidade dos próprios altifalantes e tolerancias dos componentes dos filtros provocam diferenças grandes mesmo entre as duas colunas do próprio par. Também a qualidade dos componentes deixa muito a desejar, e na maior parte desssas situações a melhoria de um condensador, indutancia ou resistencia pode fazer uma grande diferença. Substituir uma indutancia com nucleo de ferrite por uma de ar, ou um condensador electrolítico por um de film/foil podem ser grandes melhoramentos numa coluna desse género.

Concordo que é possível melhorar ("ligeiramente" em colunas boas) o desempenho substituindo os componentes electrónicos por equivalentes de melhor desempenho/som mas a meu ver isso requer medições dos mesmos.

R

Com "ajuste fino" referia-me à importância que o crossover tem numa coluna. Tal como o ricardo refere, o cossover é projectado tendo em conta as respostas dos altifalantes e da própria caixa, principalmente a geometria do painel frontal.
Num processo de concepção de um crossover, e por experiência própria, a partir de certa altura, as medições não nos dizem tudo (ou nem sempre é fácil relacionar as medições com a audição). por isso chamei-lhe o "ajuste fino".
A alteração dos componentes por uns de "melhor qualidade", não significa por si só, que a coluna vai produzir um som de melhor qualidade.
Por exemplo, as bobinas não são caracterizadas apenas pela sua indutância. O valor de resistência assim como o da indutância variam com a frequência. Nos condensadores, também as suas características alteram com a frequência. E neste capitulo escuso-me de referir a distorção harmónica desses componentes.
O que me refiro é que essas características lineares e não lineares de todos os componentes de uma coluna são "ajustadas" num todo para que o resultado final seja coerente. Alterar este equilíbrio (ou ajuste fino como referi) para a melhor ou menor qualidade dos componentes (neste caso do crossover) compromete essa coerência.

Já fiz este tipo de modificação em várias marcas incluindo Proac, incluindo umas studio 100, umas Response one S e one Sc e as minhas Tablette 50 e obtive sempre resultados positivos. Agora não é comprar, trocar e está feito. É preciso saber o que se está a fazer já que para dar um exemplo, um condensador electrolítico tem uma resistência interna maior que um condensador de plástico. Se trocares este condensador, por exemplo no circuito do tweeter e não corrigires a atenuação do tweeter, alteras o equilíbrio tonal das colunas, que na Proac já é para o vivaço nas altas frequências. O mesmo se passa com resistência de uma bobine. Uma bobine de nucleo de ar tem mais que uma de núcleo de ferrite.

Quando tens uma malha LC e alteras o valor da resistência da bobine ou do condensador alteras o factor de qualidade (Q) e a resposta do circuito.

Pelo que tenho visto a Proac usa sempre condensadores de poliéster nos modelos acima descritos. Um condensador de polipropileno tem um dieléctrico muito superior. As bobinas do grave são de núcleo de ferrite e de bastante baixa qualidade. Por outro lado usa drives de qualidade.

Outra questão os condensadores electrolíticos perdem propriedades com o tempo e devem ser substituídos. Recomendo 20 anos o máximo de uso para peças originais. Em muitos casos troco electrolítico por electrolítico para não alterar o factor Q das malhas RLC de compensação de frequência. Mais uma vez é preciso conhecer o funcionamento dos circuitos

Substituir os cabos, também melhora. Já apanhei mais que uma coluna com cabos com verdete e coisas do género.

Seja como for, uso sempre medições electroacusticas para confirmar o resultado final e comparar as curvas antes e depois.

Temos que ver que as colunas são feitas para um "Price Point" e é natural que o fabricante poupe em alguns pontos.

Concordo que não vais valorizar as colunas se pensares em vender. Se gostas delas e queres melhorar a performance, para mim vale a pena.

Por exemplo as minhas 801 tem os crossovers todos melhorados e construídos ponto a ponto e tocam bastante melhor que origem.

Quanto aos drives de larga banda normalmente sofrem de aberrações graves de resposta em frequência, algo que as pessoas são muito sensíveis, rotação de fase e ressonância no caso de um duplo cone e limitação de dispersão nas altas frequência(beaming) por isso não são panaceia para toda a gente. Tenta ouvir antes de ires comprar uns drives xpto, Podes gostar ou não...


Abraço

Ricardo

Esaú Cardoso escreveu:

Com "ajuste fino" referia-me à importância que o crossover tem numa coluna. Tal como o ricardo refere, o cossover é projectado tendo em conta as respostas dos altifalantes e da própria caixa, principalmente a geometria do painel frontal.
Num processo de concepção de um crossover, e por experiência própria, a partir de certa altura, as medições não nos dizem tudo (ou nem sempre é fácil relacionar as medições com a audição). por isso chamei-lhe o "ajuste fino".
A alteração dos componentes por uns de "melhor qualidade", não significa por si só, que a coluna vai produzir um som de melhor qualidade.
Por exemplo, as bobinas não são caracterizadas apenas pela sua indutância. O valor de resistência assim como o da indutância variam com a frequência. Nos condensadores, também as suas características alteram com a frequência. E neste capitulo escuso-me de referir a distorção harmónica desses componentes.
O que me refiro é que essas características lineares e não lineares de todos os componentes de uma coluna são "ajustadas" num todo para que o resultado final seja coerente. Alterar este equilíbrio (ou ajuste fino como referi) para a melhor ou menor qualidade dos componentes (neste caso do crossover) compromete essa coerência.

Compreendi! Um trabalho de autêntica filigrana electro-acustica ; não o que julguei ser um ajuste mecano-eléctríco da caixa com o X-over (embora indirectamente também o seja).

RMD audio a tua resposta é o post do mês em excelência técnica !
Gostei muito!

Também concordo que só mesmo gostando muito das colunas em questão, valeria a pena o investimento. Nessa situação nem olhava para trás. Aqui a medição do antes e depois é o factor Q de "Qrucial"

Mas, em que pé estará o nosso homem do tópico? Raines1978?!