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 O Natal, o Pedro, os Lobos e a Chouriça Alentejana

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Alexandre Vieira
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Alexandre Vieira


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O Natal, o Pedro, os Lobos e a Chouriça Alentejana Empty
MensagemAssunto: O Natal, o Pedro, os Lobos e a Chouriça Alentejana   O Natal, o Pedro, os Lobos e a Chouriça Alentejana EmptyTer Dez 30 2014, 12:27

Espero que não fira susceptibilidades (estou a brincar Mouzarteano!!!) este meu conto de Natal):


INTRÓITO: Era uma vez, um menino que passava a vida a mentir, não caros leitores não falo de mim, pois seria uma história bem mais longa, mas antes do célebre menino que estava sempre a pregar petas, sobre ataques de lobos, lá na aldeia onde vivia, por isso, obviamente, já ninguém lhe abonava qualquer verdade que fosse. Atenção, para que esta história seja verosímil e não uma mão cheia de patranhas, faço desde já assinalar que a aldeia é situada no norte da Europa ainda antes do aquecimento global e da saturante humanização. Por isso em redor da aldeia existiam campos de cultivo, florestas e claro que nesta história tinham que existir também lobos. Abandonando o intróito e entrando na história, diga-se em abono da verdade que o menino mentiroso era constantemente irritante, passando o dia a gritar: “ Fujam, corram, vêm aí os lobos!”, pelo que se bem que conseguiu assustar os seus conterrâneos aldeões durante os primeiros tempos, com o correr dos tempos e habituação, os seus gritos e mentirolas já ninguém assustava. Antes de acabar com esta já longa introdução, atente-se que tal como refere o título, esta é uma história de Natal, pelo que acção desenvolve-se no dia 24 de Dezembro de um qualquer ano envelhecido.

ACTO I – O ATAQUE DOS LOBOS: Era uma vez, pela segunda vez, um menino que andava a brincar nos arrabaldes da aldeia, até que viu que estava a ser cercado por uma alcateia de lobos, pelo que em pujança máxima vocal gritou: “ Socorro, os lobos estão atacar-me!”. Mas habituados que estavam os aldeões das diabruras da criatura, fizeram-lhe todos ouvidos moucos, não prestando qualquer atenção ao aviso de alerta, pelo contrário, alguns dos seus concidadãos, fartos de tanta partida fadita daquele menino desajustado, até verbalizaram que se os lobos o comessem, seria um óptimo natal para todos.

ACTO II – A ESTRELA DECADENTE: Os lobos cercavam o menino, o odor a sangue em decomposição proveniente dos focinhos das criaturas caninas já era sentido pela pobre criança, o alfa da alcateia, destacando-se dos outros, já dava a ordem de ataque aos restantes, mas eis que, do céu surge um enorme clarão, que prende totalmente a atenção de toda a alcateia que segue atenta a trajectória da estrela decadente (decadente porque pouco original numa história de Natal). Mas continuando, agora sem grandes reparos adicionais, os lobos seguiam atentamente como que hipnotizados o corpo celeste decadente, abstraindo-se do menino, que estavam prontos atacar. Claro que estão a pensar, o menino vai aproveita-ser da distracção dos lobos para se escapar. Mas esta não é uma história qualquer, claro que também ele ficou a olhar para aquele fenómeno caduco, pois coisas daquelas não se vêm todos os dias. Pelo que todos miraram bem atentos o tal astro decrépito, até ele cair bem no centro da aldeia.

ACTO III – O MOMENTO CIENTÍFICO: O estudo da composição química dos cometas é especialmente importante porque se acredita que estes transportam espécies bem preservadas do material a partir do qual o Sistema Solar se formou, há 4600 milhões de anos. Em particular, o conhecimento das abundâncias relativas dos isótopos estáveis dos elementos químicos leves pode fornecer pistas críticas para o conhecimento da origem e evolução do Sistema Solar.Uma equipa de astrónomos europeus, composta por investigadores do Instituto de Astrofísica e Geofísica da Universidade de Liège (Bélgica), ESO-Chile, ESA-Holanda, Observatório de Leiden (Holanda), Observatório de Besançon (França) e Universidade de Oulu (Finlândia), estudou detalhadamente o cometa LINEAR (C/2000 WM1). Utilizando o espectrógrafo UVES no telescópio KUEYEN, um dos quatro telescópios de 8,2 m do VLT (ESO) obtiveram espectros de alta resolução do LINEAR. As observações decorreram em Março de 2002, quando o cometa já tinha passado o seu periélio e se encontrava a cerca de 180 milhões de quilómetros do Sol e a 186 milhões de quilómetros da Terra. Os espectros cobriram a região do visível, entre 330 e 670 nm. Na altura das observações, o cometa tinha magnitude visual 9. Os espectros mostraram a emissão da molécula mais comum de CN - 12C14N - assim como riscas de emissão da molécula 13C14N, que contém o isótopo raro carbono-13. Foi assim possível determinar a razão isotópica 12C/13C: 115±20, muito próxima do valor estandardizado do Sistema Solar, 89, o que foi uma fabulosa descoberta cientifica. Mas o que não conseguiram descobrir é porque é que os cometas quando caem na terra emanam um cheiro a linguiça alentejana assada em boa aguardente. Em resultado do relatado fenómeno, assim que os lobos, com os seus faros apurados enxergaram tão delicioso aroma, como setas, correram na direcção da cratera que emanava tão deleitosa essência. Chegados constataram que para além de terra, naquele buraco nada mais havia para lhes saciar o seu enorme apetite.

ACTO IV – O PEQUENO GRANDE MOMENTO DE TERROR: Cheios de gana para comer, embora contrariados, pois preferiam comer linguiça alentejana, uma vez que no centro da aldeia já se encontravam, lá tiveram que devorar toda a população daquela, outrora, populosa localidade, após que voltaram enfartados para as profundezas da floresta.

ACTO V – O FINAL FELIZ: Após o banquete dos lobos, quando o menino regressou à aldeia esta estava realmente totalmente desabitada, pois na verdade, pelos caninos dos canídeos haviam sido consumidos todos os campesinos. Em resultado desse facto o nosso menino intrujão teve o melhor natal da sua vida, acreditem que demorou seis meses só para abrir todas as prendas que ao seu dispor ficaram, e ainda, segundo me asseveraram, ficou com um suplemento de bacalhau cozido que ainda hoje subsiste.

O “MURAL” DA HISTÓRIA: “NEM SEMPRE OS MENINOS QUE NÃO MENTEM TÊM AS MELHORES PRENDAS NO NATAL.”
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António José da Silva
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MensagemAssunto: Re: O Natal, o Pedro, os Lobos e a Chouriça Alentejana   O Natal, o Pedro, os Lobos e a Chouriça Alentejana EmptyTer Dez 30 2014, 12:51

Fantástica narração. O Natal, o Pedro, os Lobos e a Chouriça Alentejana 874774

Gosto sobretudo do forte alicerçamento que conferes à tua história, ao corroborares tudo em factos científicos. dvil

_________________
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MensagemAssunto: Re: O Natal, o Pedro, os Lobos e a Chouriça Alentejana   O Natal, o Pedro, os Lobos e a Chouriça Alentejana EmptyTer Dez 30 2014, 14:34

Alexandre Vieira escreveu:




 INTRÓITO: Era uma vez... (...) TÊM AS MELHORES PRENDAS NO NATAL.”[/b]

O Natal, o Pedro, os Lobos e a Chouriça Alentejana 754215

Se me permites vou acabar a história:  e o proclaro menino encontrou, entre as inúmeras prendas, um belíssimo leitor de CD's que lhe veiculou uma precipitada e irremisível incursão na maleita de Jazzeimer Orquestra tendo terminado os seus dias numa deliciada confusão.
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MensagemAssunto: Re: O Natal, o Pedro, os Lobos e a Chouriça Alentejana   O Natal, o Pedro, os Lobos e a Chouriça Alentejana Empty

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