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 Medições, medições, há alguém mais bonito do que eu?

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ricardo.canelas
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ricardo.canelas


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MensagemAssunto: Medições, medições, há alguém mais bonito do que eu?   Medições, medições, há alguém mais bonito do que eu? EmptyQua Dez 22 2021, 15:13

Faz uns tempos o Neo_2018 perguntou-me, relativamente às Cassia, se ponderava partilhar medições e outras considerações técnicas. Na altura disse que não: são ferramentas de trabalho, não de discussão não técnica. E disse ainda que tinha as minhas reservas quanto à aplicabilidade tabular das medições em relação a colunas e em grande parte headphones.

Podemos entrar nos detalhes disso por aqui, mas gostava de ancorar a discussão num par de eventos singulares no antro do áudio objectivista hardcore, umas reviews no ASR.

JBL 4349

Wilson TuneTot

Ambas as colunas apresentam medições que podem assustar muita gente. As Wilson arriscaria-me a dizer olhando apenas às medições, são péssimas colunas.

E no entanto o reviewer em ambos os casos adorou a sua escuta e recomendou mesmo as ditas. A discussão que se segue nos comentários é como seria de esperar, desde pessoas a compreender o porquê, pessoas a arrancar cabelos e pessoal que no seguimento deu entrada no asilo psiquiátrico dada a irreconciliável dissonância cognitiva resultante da traumática leitura.

Como enquadrar esta aparente distância entre medição e preferência? Como físico mecanicista sem fundo que sou, é-me claro que simplesmente não se mediu a coisa certa, da maneira certa, ou interpretou as medições obtidas da maneira certa. Mas a pergunta é, para nós consumidores e auditores, isso interessa? Queremos ter o conforto emocional de que o que ouvimos corresponde a uma qualquer métrica de preferência? Ou queremos ter a possibilidade e capacidade de avaliar essa preferência nós mesmos?
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MensagemAssunto: Re: Medições, medições, há alguém mais bonito do que eu?   Medições, medições, há alguém mais bonito do que eu? EmptyQua Dez 22 2021, 17:10

ricardo.canelas escreveu:
...Mas a pergunta é, para nós consumidores e auditores, isso interessa? Queremos ter o conforto emocional de que o que ouvimos corresponde a uma qualquer métrica de preferência? Ou queremos ter a possibilidade e capacidade de avaliar essa preferência nós mesmos?

As tuas muito importante perguntas podem ser levadas para um outro dominio que espelha o que falas: uma revista de audio séria deve fazer medidas ou formar os seus jornalistas para uma escuta critica responsàvel?

Se falo de revista no lugar de falar do consumidor é porque os pontos de referência antes de uma compra é algo de importante. Tenho a certeza que mesmo para a compra de um Dac barato hà muitas pessoas que vão ler todas as criticas que existém pela net fora... qualquer ambiguidade intelectual numa revista cria reçeios e incompreensão no consumidor. Penso que a ASR nasceu com o intuito de ofereçer uma analise dos aparelhos mais objectiva do que as outras revistas e representar assim uma referência não absoluta mas credivel... a partir do momento aonde existe dissonância entre as medidas e a escuta e apesar disso o produto é gabado, o consumidor não compreende a ambiguidade do acto! Pessoalmente compreendo o Amir em relação a essas colunas mas nesse caso deixo de o compreender em relação a outros produtos... sei que não é o teu objectivo transformar isto num tribunal mas fiquei surpreendido pelo que li, é somente isto!!!...

Sempre disse que na electronica as medidas clàssicas não espelham complétamente as qualidades e defeitos audiveis mas estou muito menos familiarisado com a medida acustica. Espero um pouco a evolução do topico antes de me posicionar em relação à medida assim que a sua credibilidade se tal é o sentido que queres dar ao topico...
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Luis_vxd
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MensagemAssunto: Re: Medições, medições, há alguém mais bonito do que eu?   Medições, medições, há alguém mais bonito do que eu? EmptyQua Dez 22 2021, 18:13


O audio na sua essencia é subjectivo.

Os tecnocratas acham que os resultados são o que conta. Os melómanos baseiam-se no que ouvem e sentem. Depois há os outros que não sendo nem uma coisa nem outra percebem a musica à sua maneira, muitas vezes influenciada pelos valores pessoais e outros mais mundanos.

O dilema de um fabricante colunas é fazer umas colunas que, de um modo geral, agrade a grego e a troiano. Missão difícil!

Hoje é possível, graças à standardização das habitações e da construção vertical, ter uma ideia de como será uma sala de um utilizador mediano, no seu tamanho e conteúdo, que, eventualmente, será a grande maioria dos consumidores de produtos de audio.

A minha percepção é que, as JBL foram feitas com cuidado, tendo em atenção quer os tecnocratas quer alguns melómanos.

As outras são, quanto a mim, um produto para a sala do utilizador médio. Os gráficos fazem-me lembrar quando apareceram as primeiras colunas com amplificação própria (hoje é diferente), criadas para compensar a pouca procura por colunas mais volumosas, necessárias para a correta reprodução das frequências mais baixas. Os excessos nos graves serviam para colmatar a absorção das salas pequenas e cheias e nos admirávamos como é que uma caixa tão pequena podia ter um grave tão forte fosse em que ambiente fosse. Lembro-me que uma vez ouvi umas Philips que soavam, a meu ver, absolutamente horrorosas, apesar de serem aclamadas pela crítica da época...
Parece-me, portanto, um produto mais comercial, apesar do preço (o que por si pode ser também uma técnica de marketing).

A grande maioria dos consumidores reage em função da preferência (por preferencia, incluo a tendência pessoal, a publicidade, os influencers, as revistas, etc.) e não da métrica. Essa é a realidade do mercado e acho que é um pouco para aí que os fabricantes dirigem os seus produtos.

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MensagemAssunto: Re: Medições, medições, há alguém mais bonito do que eu?   Medições, medições, há alguém mais bonito do que eu? EmptyQui Dez 23 2021, 09:40

ricardo.canelas escreveu:
... Como enquadrar esta aparente distância entre medição e preferência? Como físico mecanicista sem fundo que sou, é-me claro que simplesmente não se mediu a coisa certa, da maneira certa, ou interpretou as medições obtidas da maneira certa...

Podes ir mais longe no teu raciocinio? 2cclzes

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ricardo.canelas
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ricardo.canelas


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MensagemAssunto: Re: Medições, medições, há alguém mais bonito do que eu?   Medições, medições, há alguém mais bonito do que eu? EmptyQui Dez 23 2021, 10:49

TD124 escreveu:
ricardo.canelas escreveu:
... Como enquadrar esta aparente distância entre medição e preferência? Como físico mecanicista sem fundo que sou, é-me claro que simplesmente não se mediu a coisa certa, da maneira certa, ou interpretou as medições obtidas da maneira certa...

Podes ir mais longe no teu raciocinio?  2cclzes


Neste contexto (áudio, reprodução), as estas escalas físicas e cognitivas, acho que o Newton é suficiente Smile

Não vejo espaço para modelos estocásticos subjacentes a nenhum processo significante para esta actividade. Tudo é F=m.a. Mesmo a variabilidade fisiológica e de sensibilidades, no espaço e tempo, de cada indivíduo poderia ser sujeita a uma caracterização relativamente rigorosa se fosse remotamente útil ou desejável, mas isso é outro conjunto de conversas.

Particularmente no que se refere a um transdutor electro-acústico e a sua interação com um espaço finito com fronteiras arbitrárias, não creio estar a dizer nada de controverso: é um problema puramente electromecânico, e como tal inteiramente descritível com um adequado conjunto de considerações do mesmo tipo. Trocado por miudos: tem de ser descritível, explicável e medível sem espaço para ambiguidades conceptuais ou protocolares. O facto de um sistema ser mais ou menos complexo é irrelevante, é fazível, só dá mais trabalho!

Agora, for the million dollar shot(s):
- as medições no ASR correspondem a uma boa caracterização?
                - sem espaço para ambiguidades?
                - quantificação correcta dos parâmetros relevantes para atribuição de um preference score?
                - boa definição do que é um preference score?
                - existe sequer um modelo conceptual consistente para explicar estes tipos de fenómenos (transdutor->sala->audiência)?
- valerá a pena pensar num conjunto de caracterizações, métricas, sob as quais qualquer aparelho pode imediatamente ser avaliado por uma pessoa com infinita precisão, sem precisar de ser ligado a nada na loja sequer?
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MensagemAssunto: Re: Medições, medições, há alguém mais bonito do que eu?   Medições, medições, há alguém mais bonito do que eu? EmptyQui Dez 23 2021, 10:56

ricardo.canelas escreveu:

(...)

Como enquadrar esta aparente distância entre medição e preferência? Como físico mecanicista sem fundo que sou, é-me claro que simplesmente não se mediu a coisa certa, da maneira certa, ou interpretou as medições obtidas da maneira certa. Mas a pergunta é, para nós consumidores e auditores, isso interessa? Queremos ter o conforto emocional de que o que ouvimos corresponde a uma qualquer métrica de preferência? Ou queremos ter a possibilidade e capacidade de avaliar essa preferência nós mesmos?

Bom dia!

Existe um abismo entre nós que conhecemos e os objectos de conhecimento, para ultrapassar esse abismo fomos criando pontes. Existem ao dia de hoje pontes tão distintas como a religião, a ciência, o senso comum acumulado em tradições, os conhecimentos que nos passam pelo sistema de ensino (mais ou menos cintífico), etc.

Eu coloco isto para poder colocar uma questão que me surgiu mal li a introdução do tópico: podemos não ter presente o que sabemos?

O conforto emocional de que fala o Ricardo é comummente aceite como conseguido pelas pontes que nos permitem ultrapassar o abismo do conhecimento, não lidamos bem com o vazio e cada pessoa vai preencher as suas necessidades mediante as ferramentas que tem. No caso do áudio eu apontaria desta forma:

1. As medidas são essencialmente ferramentas de trabalho;

2. O utilizador comum não necessita delas;

3. Os construtores usam as medidas como argumento para validação das suas construções;

4. Os consumidores, que são os utilizadores comuns, conhecem as medidas;

5. Alguns utilizadores comuns compreendem as medidas e procuram a relação entre elas e as experiências;

6. As medidas são importantes para alguns utilizadores comuns.


As medidas em áudio são uma ponte sobre o abismo como é uma ponte a crença no nosso aparelho auditivo e capacidade de julgar pelo gosto que temos (gosto este que é possível pelo conjunto de pontes que usamos).

Respondendo à última das perguntas: toda a gente quer ter a capacidade de julgar por si mesmo, a diferença que existe entre as pessoas reside na forma como preenche esse espaço de capacidade.




Faz uns anos eu andava muito absorvido com teorias fisicalistas que olhavam para o Homem como uma máquina fantástica, depois verifiquei que nenhuma teoria fisicalista resolve o problema das nossas crenças mais profundas e metafísicas... a Ciência e todo o corpo de conhecimento científico contém em si a chama da metafísica, de tal forma que nenhum físico se importa em viver com equações onde existem elementos que estão por provar (entenda-se verificar em experiência); acredito que as medidas em áudio tenham resvalado para um campo de grande incerteza com a facilidade de serem feitas em casa, onde o rigor pode deixar muito a desejar; acredito ainda que por parte dos construtores não tem existido o investimento para resolver problemas e assumir opções de forma clara (digo isto desde que escrevo neste fórum, pois acredito que existe uma necessidade de opção).


Não é necessário seguir cegamente as medidas em áudio, não me parece necessário andar constantemente a dizer que elas não interessam para se afirmar o gosto e experiência. Para quem tem a necessidade de afirmação deste último caminho, deixo sempre a pergunta: o gosto é criado fora de um território onde existem medidas?

Leio debates sobre "o meu é melhor do que o teu", mesmo quando se afirma a opção por medidas mais fracas, é para elevar outras medidas.
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MensagemAssunto: Re: Medições, medições, há alguém mais bonito do que eu?   Medições, medições, há alguém mais bonito do que eu? EmptyQui Dez 23 2021, 12:21

ricardo.canelas escreveu:
...Neste contexto (áudio, reprodução), as estas escalas físicas e cognitivas, acho que o Newton é suficiente Smile
...
- valerá a pena pensar num conjunto de caracterizações, métricas, sob as quais qualquer aparelho pode imediatamente ser avaliado por uma pessoa com infinita precisão, sem precisar de ser ligado a nada na loja sequer?

A minha resposta à tua pergunta algo provocadora é Não!, mas... como não quero deitar fora o bébé com a agua do banho diria que tudo isto deve ser ponderado sob pena de entrar em zonas turbulentas. O audio é sistematicamente uma paixão, um passatempo um negocio e uma disciplina técnica... se para as duas primeiras a medida correlativa não me pareçe ser uma necessidade fundamental (fora por gosto) jà para as duas ultimas ela pode ser um dos parapeitos que limitem os abusos. Abdicar da medida é deixar a porta aberta à pura subjectividade e vice-versa... as duas podem se complementar e representar um modelo valido nmho!...

A obcessão pela medida vai nos levar até aos 0.0000001% de distorção e a uma forma de corrida aos numeros aonde as componentes subjectivas da musica serão ignoradas mas... a obcessão pelo subjectivismo conduz-nos a vàrios aparelhos que ném sequer atingem os 20Hz-20Khz e cuja distorção é perfeitamente audivel mas boa para os ouvidos Rolling Eyes . O audio é um dominio aonde as incoerências andam de mão dada e ninguém acha anormal gostar de vinil e perseguir a melhor escuta possivel ou apreciar as boas medidas e escutar com um SE sém realimentação... o absurdo nunca anda muito longe no audio e penso que a medida lembra-nos a todos as regras do jogo, é o revelador da nossa complexa relação com a musica pela via do audio pois, na sala de concerto ou na opera as frustrações audiofilas desaparecem, no meu caso pelo menos...

Estou persuadido que a ASR nasceu (como o guia Parker dos vinhos) com o intuito de trazer uma componente mais objectiva ao mercado do audio, limitar os abusos habituais e mesmo destruir os paragdimas do preço, origem, marca, technologia e etc. Actualmente o responsàvel deu-se conta que tém um par de orelhas e mesmo um gosto pessoal (como o Parker descobriu) e nesse momento a maquina bem oleada trava e avaria deixando uma série de orfãos ideologicos que não sabem em que deus acreditar...

Isto tudo é muito mau para os negocios...

ricardo.canelas, subdias e Fernando Salvado gostam desta mensagem

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