O Adeus à Áudio e Cinema em Casa

Bom dia a Todos,

Ontem, com um sentimento de tristeza, nostalgia e, porque não dizê-lo, surpresa que fui apanhado pela notícia da Newsletter da Ajasom, anunciando o fim da revista nacional Áudio e Cinema em Casa, em formato físico.


Subscrevendo em absoluto a homenagem feita pela Ajasom e pelo seu responsável máximo- António José Almeida - não posso deixar de reforçar o quanto de importante esta revista foi para a formação de uma vasta maioria de audiófilos portugueses ao longo destes 33 anos de edição, bem como, através da responsabilidade de organização do Audioshow de Lisboa, durante 30 edições, encontrando ecos de prestígio nos 5 continentes.

Relembro que muitos dos fabricantes mais pequenos ou maiores de Alta-fidelidade, encontraram representações em Portugal, através deste evento, onde todos, sem exceção, queriam participar e de forma unânime elogiavam a organização, o esforço de trabalho e a grande paixão pelo hobby.

Também eu, espero o chegar rápido da edição digital e mesmo, sem o objecto físico, possamos continuar a desfrutar desta revista.

Ao Engº Jorge Gonçalves um enorme Muito Obrigado, Grande Abraço e até já.

Não tenho nada a dizer do Sr. Jorge Gonçalves, que é uma pessoa simpática, e ao qual agradeço os audioshows.

Mas a Áudio e cinema em casa é o equivalente a uma picada pela mosca tsé tsé.

Cada vez que comprava esta revista, arrependia-me, os textos eram escritos de uma maneira tão chata e repetitiva que dava sono. Uma seca descomunal ao longo dos anos.
Se fossem mais criativos, tinham tirado espaço às revistas estrangeira, que são as que as pessoas compram.

Nunca acompanhei esta revista.
Nos anos 90 havia a What Hifi Portuguesa e ela deu me a conhecer o mundo do Hifi.
Houve outras mas para mim não era a mesma coisa.
Gostava da revista. Todos sabemos que a isenção nas criticas é questionável, mas passados estes anos todos reconhecem-se grandes qualidades nos equipamentos que por essa revista passaram. Certamente nas outras revistas também.
É de louvar a coragem de se aventurar a fazer algo em Portugal naqueles tempos. O mercado éra Pequeno.
Felizmente a revista não acabou de vez, apenas em papel e os seguidores da revista e de quem escreve pode continuar a desfrutar da sua edição.

Uma pena embora fosse uma morte anunciada como ainda a propósito da última edição conversava com um amigo audiófilo. Entre dar 4 euros pela Audio ou dar 7,5 pela Haute Fidelité, preferi gastar mais e recordar o meu fraco francês no muito mais amplo conteúdo da revista francesa. A Audio foi progressivamente perdendo qualidade, e apenas o Eng Jorge Gonçalves se esforçava estoicamente por apresentar artigos de análise completa e capazes de captar a nossa atenção do princípio ao fim.
Podem não ter sido a primeira causa deste fim agora anunciado, mas as fervorosas críticas on line, muitas delas anteriores a este declínio obvio dos últimos tempos, muitas feitas por pessoas que nem a revista liam mas que lhe atiravam com imensa lama para cima, certamente contribuíram para este final. Aí está mais um sinal dos tempos, que nos dizem que nada será nunca mais como dantes. Os audiófilos há muito que estão a destruir o seu próprio hobby.
E agora? Será que também os audioshows que tanto gostávamos vão deixar de existir?

Uma palavra de muito apreço pelo imenso trabalho que o Engº Jorge Gonçalves tem vindo a desenvolver para nos dar a conhecer mensalmente as tendências e novidades do mercado de áudio. Leitor (e colecionador) desde o primeiro número, vou ter saudades da revista em papel, pelas mesmas razões que continuo a apreciar o vinil ainda que reconheça a superior qualidade do digital mas..."burro velho, não aprende linguas"...e eu continuo a preferir mexer, folhear, apalpar, afagar etc. etc. etc. coisas impossíveis no ecran...
música em ficheiros...não é comigo assim como não consigo lêr um poema num ecran; o livro ainda é insubstituível.
...e só tenho pena que nenhum museu, nenhuma biblioteca queira receber, acondicionar e colocar à fruição pública os milhares de revistas de áudio que tenho adquirido desde meados dos anos 60 até hoje.
Revistas americanas, russas, alemãs, chinesas, italianas, francesas, japonesas etc.etc. Todas li...ou apenas vi...com muito prazer e ainda hoje revejo com satisfação.

Fernando Salvado escreveu:

Uma palavra de muito apreço pelo imenso trabalho que o Engº Jorge Gonçalves tem vindo a desenvolver para nos dar a conhecer mensalmente as tendências e novidades do mercado de áudio.

Fernando Salvado escreveu:

...e eu continuo a preferir mexer, folhear, apalpar, afagar etc. etc. etc. coisas impossíveis no ecran...
música em ficheiros...não é comigo assim como não consigo lêr um poema num ecran; o livro ainda é insubstituível.

Já somos 2!

Fernando Salvado escreveu:

...e só tenho pena que nenhum museu, nenhuma biblioteca queira receber, acondicionar e colocar à fruição pública os milhares de revistas de áudio que tenho adquirido desde meados dos anos 60 até hoje.

Guarde-as bem guardadas. Um dia alguem as vai querer!

Bom dia a tod@s
Espero que esteis todos bem sobretudo de saúde.
Eu pessoalmente não conheço a revista mas uma questão de fundo se coloca.
É a revista que desapareçe ou somos nós que desapareçemos ?
Há uma mudança de tendencia e uma mudança de geração e as nossas referencias, se vêm passar pela corrente que leva o rio ao mar.
Por muita adaptação que queiramos, quem vai querer continuar a representar umas peças de museu como nós ainda senciveis a um bom Timbre?
Hoje, quantos são ainda os que têm critério e sencibilidade Timbrica?
A oferta de hoje é para consumo rápido de um mercado cada vez mais desrregulado,(melhor dito, regulado pelas corporações) que nos dizem o que consumir, usar e deitar, consumir e morrer sem pedir nada. Bom pedir ainda se pode mas não serve de nada.
Somos uma geração residual e essa é a crua verdade.
O audio nos cautiva enquanto a musica nos identifica. Agora que a sociedade já perdeu a identidade.....a musica (musica, dita musica e não pulsos de sincronização) como arte ou como assunto não se divulga nem dáda.
Isso diz muito sobre onde vai esta sociedade mas isso é outro assunto. Voltaremos á musica de certeza mas na geração dos nossos netos.
Um bom vinho (um bom malte também) se aprecia quando se está sóbrio não em estado de embriaguez e o pessoal anda todo bebado e não de vinho.
Total senhores, fica ainda a satisfação dos nossos encontros para recordarmos os velhos Timbres.

Spock escreveu:

Uma pena embora fosse uma morte anunciada como ainda a propósito da última edição conversava com um amigo audiófilo. Entre dar 4 euros pela Audio ou dar 7,5 pela Haute Fidelité, preferi gastar mais e recordar o meu fraco francês no muito mais amplo conteúdo da revista francesa. A Audio foi progressivamente perdendo qualidade, e apenas o Eng Jorge Gonçalves se esforçava estoicamente por apresentar artigos de análise completa e capazes de captar a nossa atenção do princípio ao fim.
Podem não ter sido a primeira causa deste fim agora anunciado, mas as fervorosas críticas on line, muitas delas anteriores a este declínio obvio dos últimos tempos, muitas feitas por pessoas que nem a revista liam mas que lhe atiravam com imensa lama para cima, certamente contribuíram para este final. Aí está mais um sinal dos tempos, que nos dizem que nada será nunca mais como dantes. Os audiófilos há muito que estão a destruir o seu próprio hobby.
E agora? Será que também os audioshows que tanto gostávamos vão deixar de existir?

subscrevo em parte aquilo que escreveu.
Confesso que há muito que deixei de ler a revista.
As coisas estão a mudar e nem sempre a mudança é para melhor.

A revista áudio era uma das revistas que pedia para guardar um exemplar todos os meses no quiosque em frente ao meu trabalho desde que o meu interesse pelo áudio surgiu à muitos anos. No dia em que a levantava e nos momentos mortos do escritório lia a mesma por vezes as escondidas deliciado com as fotos dos produtos e escrita sobre os mesmos.

Por largos anos moldou pelos seus artigos muitos dos sistemas que possui e os desejos do que sonhava ter um dia, e também me deu a conhecer muitos das marcas e equipamentos que chegavam ao nosso mercado. Será na minha memória uma revista sempre associada à paixão que o áudio despertou em mim.

O formato físico não é o fim, porque o digital pode ser uma nova realidade, mesmo neste momento é no digital que estamos a comentar e lembrar a revista Áudio.

Os tempos mudaram, o método de consumir conteúdos e média também, os nossos filhos veem apenas YouTube as redes sociais são a sua vida, na maior parte dos casos os auriculares são as suas colunas, o telefone o seu sistema de áudio, a câmara fotográfica, computador e televisão.

É com alguma tristeza que li esta noticia, mas também há alguma esperança que surjam fortes em formato digital.

Para quem quiser adquirir alguns numeros desta revista
https://www.olx.pt/d/anuncio/audio-hi-fi-revistas-IDGkE8x.html#dd97bd0a99

...Mea Culpa...

As minhas desculpas a todos os que interpretaram...à letra...a minha expressão " milhares de revistas"...
Na realidade são muitas mas...não aos milhares !...