Cadeiras de Audição?

Se esta questão fosse colocada a Vasco Santana, ante a célebre frase "chapéus há muitos (...)!", presumo que a resposta seria: cadeiras há muitas!

Sem pretensão de conflitualidade ao apoderar-me da resposta do personagem Vasco Leitão, na película «A canção de Lisboa» (1933), debaixo dos tectos do meu habitat, entre quatro paredes do Auditório Fantasma, existe uma cadeira que em nada é insignificante, edificada para proporcionar audições confortáveis.  

Feita de madeira cuja proveniência ao invés de ser do rico e extenso Pinhal de Leiria ou de Azambuja, semeados pelo «Lavrador» D. Dinis, é oriunda de uma rara árvore existente em Pinhal de Frades. O encosto e assento são de pele de vaca. Aliás, a própria vaca foi colocada numa câmara anecoica para testar a pele, a fim de verificar se detém características abonatórias para tratamento acústico. O trabalho insano de laboratório, consiste em reduzir à insignificância as reverberações penalizadoras; os graves sobrelevados de que muitas individualidades se queixam, simplesmente deixam de ressurgir, sendo restringidos e neutralizados; a imagem onde a gravação ocorreu, surge sem obstáculos, cabendo uma quantidade infinita de músicos.

Este é o resultado  quando ponho o ouvido à escuta. Mas, por favor, façam silêncio! Não revelem ao dirigente do Partido dos Animais e da Natureza (PAN) que a pele de algumas fêmeas de touros, após morte natural, é aproveitada para negócio na alta-fidelidade, pois, sabendo, grotescamente tentará descobrir o fabricante para proibir a venda de tão importante acessório - uma cadeira que gosta de mim.

Grato pela compreensão,
4u